Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas
Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 -
Santo Amaro - Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543
LIÇÃO
12 – O MUNDO VINDOURO – (Ap 21.1-5)
3º TRIMESTRE DE 2017
INTRODUÇÃO
Nesta
lição que diz respeito ao Mundo Vindouro, veremos alguns fatos que antecedem a
esse evento escatológico; será destacado também, a descrição bíblica do Novo
Céu e a Nova Terra; e por fim, indicaremos algumas características da Nova
Jerusalém.
I
– ALGUNS FATOS QUE ANTECEDEM O MUNDO VINDOURO
Ainda
que a Bíblia não ofereça muitos detalhes a respeito do Estado Eterno, assunto
pertencente a Escatologia bíblica, ela oferece informações suficientes sobre a
esperança vindoura. A Declaração de Fé das AD, assim declara sobre o Mundo
Vindouro: “Cremos, professamos e ensinamos que existe um mundo vindouro para os
salvos e para os condenados, e que depois do Milênio virá o Juízo Final,
conhecido como o Grande Trono Branco” (Ap 20.11) (2017, p. 195 – grifo nosso).
Vejamos alguns eventos que ocorrerão antes do Mundo Vindouro:
1.1
- O Milênio. O Milênio é o maravilhoso reinado de Cristo na terra por mil anos
(Ap 20.1-6). Jesus reinará sobre todas as nações. Seu reino será literal e
universal, pois, todos os reinos do mundo estarão sob o senhorio de Cristo.
Israel será uma bênção para o mundo (Is 26.7). Jerusalém será a sede do governo
mundial (Is 2.3; 60.3; 66.2; Jr 3.17). De Jerusalém sairão, tanto as diretrizes
religiosas como as leis civis para o mundo. Neste período, a vida humana será
prolongada como no princípio da história humana e haverá abundância de saúde
para todos (Is 65.20,22; Zc 8.4). Haverá muita fertilidade no gênero humano,
nos é dito que as praças da cidade se encherão de meninos e meninas, que nelas
brincarão (Zc 8.5). Os óbitos serão reduzidos (Is 65.20). Haverá também
mudanças no reino animal, e até a ferocidade deles será removida e eles não
mais atacarão ao homem e nem uns aos outros (Is 11.6-8; 65.25).
1.2
- A Ressurreição dos ímpios. Está em foco aqui todos os mortos não salvos de
todas as épocas, que ressurgirão em corpo para serem julgados. Destacamos
porém, que: “ficarão de fora desse juízo os crentes provenientes da era da
Igreja e os mártires da Grande Tribulação, pois eles serão parte do Reino de
Cristo e estarão com o corpo glorificado. Mas ‘os outros mortos’, aqueles que
não fizeram parte da primeira ressurreição”. “Mas os outros mortos não
reviveram, até que os mil anos se acabaram” (Ap 20.5), serão ressuscitados
nessa ocasião para julgamento” (Declaração de Fé das AD, p. 195 – grifo nosso)
(Ap 20.12). Esta é a ressurreição que se referiu o profeta Daniel: “E muitos
dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros
para vergonha e desprezo eterno” (Dn 12.2).
1.3
- O Juízo Final. A Bíblia diz que o Juízo Final é o julgamento que acontecerá
logo após o Diabo ser sentenciado e lançado no lago de fogo (Ap 20.10). Assim,
João o descreve: “E vi um grande trono branco, e o que estava assentado sobre
ele, de cuja presença fugiu a terra e o céu; e não se achou lugar para eles”
(Ap 20.11). Este acontecimento é totalmente diferente da primeira ressurreição
com os justos, pois nele serão submetidos apenas os ímpios. O Juízo Final tem
como objetivo retribuir a cada um pelos seus feitos (Ap 20.13). Sem dúvida
alguma, o juízo de Deus será imparcial (Dt 10.17; 2Cr 19.17; Ap 20.12). Ele
julgará cada um segundo as suas obras, e por isto, no inferno haverá também
diferentes graus de sofrimentos (Mt 10.15; 11.22,24; Lc 10.12,14; Hb 10.29).
Será levado em consideração as obras, feitos, motivos, memórias e consciências,
confrontando tudo com o que está escrito em cada livro (Jo 12.48; Ap 20.12,15).
II
– UM NOVO CÉU E UMA NOVA TERRA
É
a realidade que passará a existir após a consumação de todas as coisas
pertinentes à dimensão material (Is 65.17; 66.22; 2Pd 3.7-10; Ap 21.1-3). A
Bíblia não é explícita se os Novos Céus e Terra serão o resultado do
reaproveitamento dos atuais. Em torno do assunto, há muita especulação. De uma
coisa, porém, tenhamos certeza: os Novos Céus e a Nova Terra serão uma
realidade já antevista (Is 66.22). Segundo depreendemos de Apocalipse 21.2, os
novos céus estarão interligados à Nova Terra, formando um todo harmonioso e sem
igual. Será uma realidade jamais sonhada pelo ser humano. Uma realidade tão
superior a esta dimensão (1Co 2.9). A Nova Terra será apropriada para a
presença de Deus (ANDRADE, 2006, p. 118). Chegará de fato o fim do mundo (2Pd
3.7,10-12), que ensejará um novo início, o começo do “dia da eternidade” (Lc
20.35; 2Pd 3.18; Ap 21-22). Nos Novos céus e Nova Terra (Ml 4.1; 2Pd 3.7,10), o
pecado terminará o seu curso. Os salvos já estarão glorificados e os perdidos
estarão no seu lugar, no Inferno. Céus e terra serão renovados e tornar-se-ão
como eram no princípio no Éden antes da Queda (Gn 2.8). Então, Deus será tudo
em todos (1Co 15.28), e para sempre continuará o eterno e perfeito estado e
todas as coisas terão sido restauradas (At 3.21; Dn 7.18). As infinitas belezas
celestiais, começarão a ser conhecidas: “Mas, como está escrito: As coisas que
o olho não viu, e o ouvido não ouviu, E não subiram ao coração do homem, são as
que Deus preparou para os que o amam” (1Co 2.9) (GILBERTO, 2007, p. 103).
III
– A NOVA JERUSALÉM, A CIDADE CELESTE
Em adição a estas duas esferas de
habitação: “o Novo céu e a Nova Terra” há uma cidade que três vezes é dita
descer de Deus, do céu (Ap 3.12; 21.2,10). A conclusão natural é que, de algum
modo, essa cidade é separada do Novo céu do qual ela desce. Após o Juízo Final
do Grande Trono Branco, o universo dará lugar a esta nova realidade (2Pd 3.13;
Mt 5.5), na qual haverá uma Santa Cidade (Hb 12.22; Ap 21.1-3), e ali Deus será
tudo em todos (1Co 15.28). A esperança do cristão não está voltada para a
Jerusalém terrestre, mas, para a celestial (Fp 3.20; Hb 11.13-16; 12.22). Lá
não existirá mais maldição (Ap 22.3; 21.4,27) (PENTECOST, sd, p. 568). Notemos
algumas características desta cidade:
3.1
- A Nova Jerusalém é santa (Ap 21.2,10). A palavra para “santa” no grego é
“hagios” que é da mesma raiz de “hagnos” que significa fundamentalmente
“separado”. Nesta cidade não haverá pecado, pois há uma separação do santo e do
profano (Ap 21.2; 22.15). Nesta cidade não haverá ódio, violência, maldade nem
corrupção, pois nela não entrará pecado, pois há uma separação do santo e do
profano, nem coisa alguma que contamine (Ap 21.27). A Bíblia é enfática ao
dizer que ficarão de fora os feiticeiros, os que se prostituem, os homicidas,
os idólatras e todos os que amam e cometem a mentira (Ap 22.15); mas, estará
nela: “[…] somente os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro” (Ap
21.27). Esta, sem dúvida, é uma das principais características desta cidade.
Desde que o pecado entrou no mundo (Gn 3.1-7), o homem sofre suas
consequências. Mas, no futuro, estaremos, enfim, livres da presença do pecado,
bem como de toda e qualquer tentação.
3.2
- A Nova Jerusalém tem a glória de Deus (Ap 21.11). A palavra para glória no
grego é “Doxa” que é aplicada para descrever a natureza de Deus em sua
revelação, ou seja, o que Ele essencialmente é e faz (Jo 17.5,24; Ef 1.6,12,14;
Hb 1.3; Rm 6.4; Cl 1.11; 1Pd 1.17; 5.1; Ap 21.11). Já a palavra grega “Doxazõ”
significa: “magnificar, engrandecer, atribuir honra, exaltar”. (Mt 5.16; 9.8;
15.31; Rm 15.6,9; Gl 1.24; 1Pe 4.16). Glória e esplendor é um termo bíblico
muito comum para identificar a presença de Deus (Êx 16.10; Lv 9.23; Nm 14.10;
2Cr 7.1,2; Ez 43.4,5). Esta cidade será o tabernáculo de Deus com os homens (Ap
21.3). O tabernáculo, como sabemos, era a tenda em que permanecia a glória de
Deus, e onde, no deserto, o povo se reunia para, através de sacrifícios e
sacerdotes, aproximar-se de seu Criador (Êx 25.8). Mas, na Nova Jerusalém, o
próprio Deus estará com os homens, ou seja, o que no passado era sombra, nesta
cidade será realidade (Hb 8.5).
3.3
- A Nova Jerusalém tem iluminação própria (Ap 21.11). A luz desta cidade é
semelhante a uma pedra preciosa. Iluminada pela glória de Deus, sua luz tem a
resplandecência do jaspe. Quando o apóstolo João tentou descrever o brilho da
cidade, ele o comparou com uma pedra, mas não uma pedra qualquer, e sim, uma
pedra preciosíssima como um cristal resplandecente, ou um diamante. Não haverá
mais templo, sol, lua e noite (Ap 21.22,23; 22.5). A existência de algum astro
não fará sentido, pois a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua
lâmpada (Ap 21.23), ou seja, ela não necessita de luz natural ou artificial,
pois, o próprio Cristo a ilumina.
3.4
- A Nova Jerusalém tem dimensão e arquitetura própria (Ap 21.12-14,16). A
cidade possui um grande e alto muro com doze portas sendo três de cada lado.
João diz ainda que em cada portão há a gravação do nome de uma das doze tribos
de Israel (Ap 21.12), e nos fundamentos dos muros estão os nomes dos doze
apóstolos (Ap 21.14), o que nos leva a entender que nesta cidade estará a
Igreja do Senhor Jesus, que está fundamentada na doutrina dos profetas e
apóstolos (Ef 2.20), e que é composta, tanto por judeus como por gentios. O seu
arquiteto e construtor é o próprio Deus (Hb 11.10). A cidade é quadrangular:
comprimento, largura e altura iguais, ou seja, doze mil estádios de
comprimento, de largura e de altura, o que equivale a aproximadamente 2.200 km
de comprimento, de largura e de altura (Ap 21.16-21). É uma gigantesca cidade,
equivalente a ir de São Paulo a Aracaju, ou quase a metade do continente
norte-americano. A grandeza dessa cidade assegura lugar para todos.
3.5
- A Nova Jerusalém tem um tipo de material próprio (Ap 21.18). O livro do
Apocalipse traz muitas alusões ao ouro (Ap 1.12, 13, 20; 2.4; 3.18; 4.4; 5.8;
8.3; 9.7, 13, 20; 14.14; 15.6, 7; 17.4; 18.12, 16; 21.15, 18, 21). Em relação à
cidade tudo nos leva a crer que o ouro ali descrito refere-se a um material
desconhecido aqui na terra, de qualidade infinitamente superior, e que é
descrito como ouro apenas para que possamos ter a ideia da beleza que está
reservada para os salvos no futuro.
3.6
- A Nova Jerusalém tem um reino próprio
(Ap 22.5). O reino de Cristo não está limitado a mil anos, pois, Ele reinará
para sempre (2Sm 7.13,15; Lc 1.32,33; Ap 11.15). O reino milenar se funde com o
reino eterno, e então os santos são descritos reinando não apenas por mil anos,
mas, continuam a reinar pela eternidade (Sf 3.20) (PENTECOST, sd, p. 573).
CONCLUSÃO
Uma
das mais belas descrições do livro do Apocalipse é dos “Novos Céus e Nova
Terra”, bem como da “Nova Jerusalém”. Apesar de ainda não podermos vê-la,
guardamos em nosso coração a certeza de que em breve não só a contemplaremos,
mas, também, habitaremos nesta cidade, com o Senhor Jesus, por toda a
eternidade.
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
PENTECOST,
J. Dwight. Manual de Escatologia: Uma análise detalhada dos eventos futuros.
VIDA
SILVA,
Esequias Soares da (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
Nenhum comentário:
Postar um comentário