Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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Presidente: Aílton José Alves
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LIÇÃO
09 – FIDELIDADE, FIRMES NA FÉ (Hb 10.35-39) - 1º TRIMESTRE DE 2017
INTRODUÇÃO
Nessa
lição veremos o significado bíblico de fé como fruto do Espírito, notaremos sua
importância em contraste com a natureza pecaminosa, ainda destacaremos que a
fidelidade deve ser demonstrada, como também lembrar do principio da
retribuição divina para os que são fiéis.
I
– A FIDELIDADE E O SEU SIGNIFICADO
1.1
- Definição do termo. O Aurélio diz que fidelidade significa: “lealdade,
perseverança. Observância rigorosa da verdade; exatidão” (FERREIRA, 2004, p.
894). Do hebraico “emunah”, que quer dizer: “firmeza, fidelidade, verdade,
honestidade, obrigação oficial”, desses significados o sentido mais freqüente é
“lealdade, fidelidade” (1Sm 26.23). No grego a palavra é “pistis”, que indica
“persuasão firme”, sendo também usada com referência à confiança (Rm 3.25; 1Co
2.5; 15.14,17; 2Co 1.24; Gl 3.23; Fp 1.25; 2.17; 1Ts 3.2; 2Ts 1.3; 3.2); à
fidedignidade, fidelidade, lealdade (Mt 23.23; Rm 3.3; Gl. 5.22; Tt 2.10)
(VINE, 2002, p.648). Em seu uso mais amplo, a palavra fé aponta ainda para
alguns significados:
(a)
A fé salvadora (Rm 5.1,2; 10.17; Ef 2.8);
(b)
A fé como conjunto de crença, ou seja, aquilo em que se acredita (At 6.7;
14.22; Rm 1.5; 1Co 16.13; Cl 1.23);
(c)
A fé como fidelidade (Lc 12.42; 1Co 4.2), o que subentende que o crente é fiel
para com Deus e também para com o próximo. Essa é uma característica insuflada
por Deus, pois aparece como uma das nove virtudes que, juntas, compõem o fruto
do Espirito (Gl 5.22,23) (CHAMPLIN, 2007, p.696 – acréscimo nosso).
1.2
- Como atributo Divino. Fidelidade é um dos atributos da Trindade, Deus Pai é
fiel (Dt 7.9); o Senhor Jesus é chamado de fiel e verdadeiro (Ap 19.11); e
também o Espírito Santo é fiel (Gl 5.22) (GILBERTO, 2004, p.110). A fidelidade
de Deus refere-se à Sua lealdade a si mesmo e a toda a Sua criação (Is 25.1;
1Co 1.9). Ele jamais mudará o Seu caráter (Sl 119.90; Is 11.5; Ml 3.6; 2Tm
2.13; Tg 1.17); nem deixará de cumprir o que prometeu (1Ts 5.24; Hb 10.23). A
fidelidade de Deus é claramente demonstrada na Bíblia:
(a)
Na natureza (Gn 8.22; SI 119.90; Cl 1.17);
(b)
No cumprimento das suas promessas a Adão (compare Gn 3.15 com G1 4.4); a Abraão
(compare Gn 15.4; 18.14 com 21.1,2); a Moisés (compare Êx 3.21,22 com Êx
12.35,36); a Davi (compare 2Sm 7.12,13 com Lc 1.31-33); etc.
(c)
Em momentos de tentação (1Co 10.13);
(d)
Na maneira como disciplina Seus filhos (Sl 119.75; Hb 12.6);
(e)
No perdão dos nossos pecados (1Jo 1.9) (WILLMINGTON, 2015, p.37).
1.3
- Como fruto do Espírito. A palavra fé refere-se normalmente à confiança em
alguém ou algo. No entanto, a palavra pode também referir-se ao que produz a
confiança e a fé, a saber, a fidelidade e a confiabilidade. Ambos os
significados estão no uso da palavra aqui como outra evidência da vida
controlada pelo Espírito (TYNDALE, 2010, p.703). De acordo com Gilberto (2004,
p.106), “Há quem prefira traduzir fé em vez de fidelidade como fruto do
Espírito em Gálatas 5.22, mas, como veremos, a palavra fidelidade é mais
precisa. Em seu sentido mais amplo, fé é nossa crença inabalável em Deus e no
evangelho, e, portanto, é o tronco, não o fruto. O fruto do Espírito é dado
como qualidade ou atributo; fidelidade é o atributo de quem tem fé”. Por essa
razão a versão da Bíblia ARA (Almeida Revista e Atualizada), traduz “fé” por
“fidelidade”. A fidelidade é a primeira das três características do fruto do
Espírito que estão relacionadas ao seu portador, ou seja, consigo mesmo.
“Quando a fé como virtude do fruto do Espírito habita no crente o que realmente
marca sua vida é a fidelidade, ou seja, ele é uma pessoa confiável, leal”
(GOMES, 2016, p.110). A fé, como fruto do Espírito, opera permanentemente na
vida do salvo e é caracterizada pela firmeza de propósito, e por uma atitude e
devoção de alguém que está disposto a ser “fiel até a morte” (Ap 2.10)
II
– INFIDELIDADE OBRA DA VELHA NATUREZA
Podemos
afirmar que a infidelidade é uma das obras da carne. Paulo na lista aos
Gálatas, lembra: “[...] e coisas semelhantes a estas [...]” (Gl 5.21);
mostrando que as obras da carne não se limitam às que são mencionadas
diretamente. Segundo Aurélio (2004, p.1102) Infidelidade é: “Qualidade ou
caráter de infiel. Procedimento de infiel; deslealdade, traição, perfídia. O
infiel é aquele que não cumpre aquilo a que se obrigou ou se obriga, inexato,
inverídico”. Conforme anunciou o apóstolo Paulo, homens infiéis são uma das
marcas dos últimos tempos (1Tm 3.1-4). Encontramos por diversas vezes Deus
revelando seu pesar pela infidelidade dos homens em várias áreas:
2.1
- Social. No período Isaías, a injustiça social imperava, ocorria infidelidade
no trato com a causa alheia, não havia sinceridade, nem interesse pela verdade,
a vida humana era desconsiderada, e isso com vistas ao lucro pessoal (Is
1.21-23). Paulo informa que esse e outros tipos de comportamentos semelhantes,
tem como origem a “concupiscência do coração, paixões infames, sentimento
perverso” (Rm 1.24,26,28); sendo estes “néscios, infiéis nos contratos, sem
afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia” (Rm 1.31).
2.2
Religiosa. A idolatria, heresias, modismos doutrinários etc, são expressões da
infidelidade na área religiosa (Js 22.16; 1Cr 10.13; Rm 1.18-23). A palavra
idolatria fala de prestar culto a um ídolo e abrange tudo aquilo que usurpa o
lugar de Deus. O Senhor abomina qualquer tipo de idolatria sendo destacado que
é abominável para Deus (Dt 7.25); tola e sem sentido (Sl 115.4,8). Por esse
motivo é que logo no segundo mandamento, por meio de Moisés, O Senhor proíbe
qualquer tipo de idolatria (Êx 20.3-5).
2.3 Moral. No aspecto moral a
infidelidade é vista por meio da quebra dos preceitos divinos, nos quais se é
visto o propósito de Deus na preservação da família, por meio da fidelidade
conjugal (1Co 7.10,11,27) conservando o padrão monogâmico de casamento (1Co
7.1-3, 39; 1Tm 3.2, 11,12). A infidelidade é abominável aos olhos de Deus (Ml
2.14-16).
III – FIDELIDADE DEMONSTRADA
A fé como fruto do Espírito não é
subjetiva, antes, é verificável. Há pessoas que dizem possuí-la, mas negam com
suas obras (Tt 1.16). Tiago ensina que: “a fé, se não tiver as obras é morta em
si mesma” (Tg 2.17). A fidelidade é de uma importância vital para a vida cristã
em três aspectos, vejamos:
3.1
- Fidelidade a Deus. Para ilustrar a importância da fé e a sua praticidade, o
escritor da epístola aos Hebreus reúne na conhecida “galeria dos heróis da fé”,
exemplos de personagens que marcaram sua geração; podemos perceber essa enfase
pela expressão repetidamente usada “pela fé”. destacar que essa fé não é
estática, ou seja, não ficou no campo da crença, da reflexão, de forma teórica,
pois a expressão “pela fé” sempre é seguida de verbos (Hb 11.3-5, 7-9, 11,18, 20-24,
27,28,30,31,33-37,39); indicando ações que os homens e mulheres de Deus
tomaram, para demostrarem sua fidelidade a Deus.
3.2
- Fidelidade ao próximo. Como possuidores dessa virtude do fruto do Espírito,
nos tornamos pessoas dignas de confiança, daí a sua importância para o
relacionamento interpessoal. O crente deve inspirar confiança aos que estão à
sua volta, tendo algumas atitudes, tais como: (a) mantendo sempre sua palavra
(Mt 5.37;1Tm 3.8); (b) assumindo as responsabilidades no lar (Ef 5.22-28;
6.1-4; 1Tm 5.8); (c) cooperando na obra de Deus (1Co 4.1,17; 6.21); (d) sendo
fiel com o que é alheio (Mt 24.45,46; Lc 16.1-12); como empregado (Ef 6.5-8; Cl
3.22-25); ou como empregador (Ef 6.9; Cl 4.1).
3.3
- Fidelidade a si mesmo. Nesse aspecto a fidelidade é vista quando somos aquilo
que dizemos ser. Davi em um de seus Salmos afirma: “Aborreço a duplicidade,
porém amo a tua lei” (Sl 119.113). Quem vive uma vida dúbia, é inconstante, não
há firmeza nem resistência (Tg 1.8). Deus quer que sejamos o que dizemos que
somos, não mostrando duplicidade ou falsidade quanto a nossa devoção a ele (1Sm
12.24).
IV
– FIDELIDADE RECOMPENSADA
Para
os que são fiéis Cristo fez uma promessa (Ap 22.12); vejamos alguns exemplos de
fidelidade e sua respectiva recompensa:
4.1
- Moisés. Era um homem fiel, e, por isso, foi escolhido para libertar o povo de
Deus do Egito (Êx 3.1-10; Hb 3.5). Em Hb 11.24-27 encontramos três atitudes que
demonstram claramente sua fidelidade a Deus:
(a)
Ele recusou ser chamado filho da filha de Faraó, uma posição elevadíssima, para
um escravo hebreu;
(b)
ele escolheu ser maltratado junto com o povo de Deus, mesmo podendo desfrutar de
todo conforto do palácio;
(c)
ele deixou o Egito, não temendo a ira do rei. Somente a fé (fidelidade) poderia
fazê-lo tomar tais atitudes e como recompensa foi usado nas mãos de Deus,
desfrutando de intima comunhão com Ele (Nm 12.7,8).
4.2
- Daniel e seus companheiros. Demonstraram sua fidelidade a Deus na corte em
Babilônia em diversas ocasiões:
(a)
quando lhe foi determinado que ele comesse do manjar do rei, que o levaria a
desobedecer a palavra de Deus, Daniel intentou no seu coração não se contaminar
(Dn 1.8);
(b)
ao serem obrigados a se prostrar diante da estátua do rei Nabucodonosor, não se
curvaram para a adorar a imagem (Dn 3.1-30);
(c)
diante do decreto real e sua sentença, Daniel perseverou em oração (Dn 6.10).
Ele
preferiu ser jogado na cova dos leões, e como recompensa foram honrados nas
mais diversas áreas (Dn 1.17-21; 3.28-30; 6.21-28).
CONCLUSÃO
Por
ocasião da Queda, o pecado afetou o relacionamento do homem com Deus, consigo
mesmo e com o próximo. Mas, a partir da conversão, o Espírito Santo passa a
habitar no crente e a produzir o fruto do Espírito, com suas virtudes morais e
espirituais, dando-lhe condições de viver em novidade de vida e de obter o
caráter e a natureza de Cristo, que é fiel e verdadeiro.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN,
Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. HAGNOS.
GILBERTO,
Antônio. O Fruto do Espírito.CPAD.
GOMES,
Oziel. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito Santo. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
TYNDALE,
Dicionário Bíblico. GEOGRÁFICA.
VINE,
W.E et al. Dicionário Vine. CPAD.
WILLMINGTON,
Harold L.Guia de Willmington para a Bíblia-Vol.2. ACADÊMICO.