Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor
Presidente: Aílton José Alves
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LIÇÃO
08 – A BONDADE QUE CONFERE VIDA (Mt 5.20-26) - 1º TRIMESTRE DE 2017
INTRODUÇÃO
Nesta
lição estudaremos sobre a bondade – um dos aspectos do fruto do Espírito;
introduziremos o assunto trazendo uma definição desta virtude; veremos que a
bondade é um atributo que caracteriza o caráter divino e que ele compartilhou
com o homem quando o criou; pontuaremos a ligação que existe entre a bondade e
a generosidade; falaremos sobre a maldade como o contraponto da bondade; e, por
fim, quais as exortações bíblicas quanto a prática deste fruto do Espírito.
I
– DEFINIÇÃO DA PALAVRA BONDADE
A
sexta virtude elencada por Paulo em Gálatas 5.22 é a bondade. O Aurélio (2004,
p. 315) nos diz que a palavra bondade significa: “qualidade ou caráter de bom;
benevolência; clemência”. Segundo Gilberto (2004, pp. 92,93) “bondade como
fruto do Espírito é a tradução de uma palavra grega que encontrada apenas
quatro vezes na Bíblia: agathosune (Rm 15.14; Gl 5.22; Ef 5.9; 2 Ts 1.11). A
bondade é a prática ou a expressão da benignidade, ou seja, fazer aquilo que é
bom. Bondade, então, fala de serviço ou ministério uns aos outros, um espírito
de generosidade posto em ação; diz respeito a servir e a dar”.
1.1
- Deus é bondoso. Segundo Jesus a bondade era um atributo e um título próprio
da divindade “E Jesus lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão
um, que é Deus” (Mc 10.18). Campos (2002, p. 256) diz que a bondade de Deus é:
(a)
original: a bondade que os homens possuem lhes é comunicada, mas em Deus a
bondade é essencialmente infinita;
(b)
imutável: os homens podem ser bons, mas eles o serão por alguns momentos; mas a
bondade do Senhor “dura para sempre” (Sl 52.1); e,
(c)
necessária: Ele é bondoso e tudo quanto faz é cheio de bondade (Gn 1.31).
II
– ATRIBUTO COMUNICÁVEL
Bondade
é um dos atributos comunicáveis de Deus. Campos (2002, p. 256) nos diz que “o
termo comunicáveis indica que podemos encontrar em nossa personalidade traços
dos atributos divinos. Deus nos criou e comunicou esses atributos ao nosso ser,
mesmo que em medida infinitamente menor”.
2.1
- A bondade natural. O homem foi criado com bondade natural, quando foi feito a
imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26). No entanto, o pecado distorceu essa
imagem, e, se não houver arrependimento e consequente transformação, dia a dia
o pecado vai tomando o coração dos homens fazendo com que percam a afeição
natural (2 Tm 3.1-3).
2.2
- A bondade como fruto do Espírito. É natural que o homem não regenerado seja
bondoso com as pessoas que lhe são bondosas (Mt 5.46); mas, somente os que
foram regenerados podem ser bondosos como Jesus foi e também agir com bondade
até com os seus inimigos (Lc 6.27,35; Rm 12.14; 20,21). Portanto, somente após
o novo nascimento o Espírito Santo passa a restaurar a imagem moral de Deus no
homem, produzindo nele as virtudes de Cristo (Gl 5.22).
III
– CARACTERÍSTICAS DA BONDADE COMO ASPECTO DO FRUTO DO ESPÍRITO
3.1
- Bondade desinteressada. A bondade como fruto do Espírito não é feita em troca
de reconhecimento ou de favores. Assim como o amor, a bondade “não busca os
seus interesses” (I Co 13.5-b). Ela é altruísta e desprentenciosa, ou seja, não
faz o bem como moeda de troca. Segundo Jesus não receberá recompensa diante de
Deus aquele que age bondosamente com o seu próximo para barganhar algo (Mt
6.1-4). O verdadeiro ato de bondade consiste em fazermos o bem a quem não tem
condições de nos recompensar (Lc 14.12-14).
3.2 - Bondade imparcial. A bondade como fruto não faz distinção de pessoas, assim
como Deus não faz beneficiando até os ingratos e maus (Mt 5.45; Lc 6.35). Jesus
disse que se fizermos o bem apenas aqueles que nos amam e nos fazem bem nos
assemelhamos aos incrédulos (Lc 6.32-35). A bondade como fruto não faz
distinção de cor, raça, sexo, religião, status social. Tiago repreendeu
severamente aqueles que davam preferência aos ricos e subjugavam os pobres (Tg
2.1-4).
3.3
- Bondade decorrente do amor. Uma pessoa pode até agir com bondade sem ter
amor; mas, ninguém pode ter amor e não agir com bondade, pois o amor é a
virtude de onde flui todas as outras. Gilberto (2004, p. 46) diz: “o amor vem
primeiro, depois o serviço”. Paulo diz que até mesmo grandes feitos sem amor
não tem nenhum proveito “[...] ainda que distribuísse toda a minha fortuna para
sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e
não tivesse amor, nada disso me aproveitaria” (I Co 13.3). O apóstolo exorta
aos crentes de Corinto dizendo “todas as vossas coisas sejam feitas com amor”
(I Co 16.14).
IV
– A BONDADE E A GENEROSIDADE
A
bondade é um aspecto do fruto do Espírito que envolve ação. Gilberto (2004, p.
97) diz que “uma característica distintiva da bondade cristã no grego "agathosune" é a generosidade ou liberalidade”. O cristão deve ser uma pessoa
generosa, exercendo bondade da seguinte forma:
4.1
- Contribuindo para a obra de Deus. O apóstolo Paulo encorajou a igreja de
Corinto a prática de generosidade entre os necessitados. A Judéia enfrentava
tempos difíceis como resultado de uma escassez que deixou muitos santos aflitos
(At 11.28-29). Paulo sentiu que as igrejas dos gentios tinham uma divida de
gratidão para com Israel e Jerusalém, a Igreja mãe (Rm 11.13-25; 15.27), por
seu papel de trazê-los para a fé em Cristo. Precisamos entender que os nossos
dízimos e ofertas quando trazidos para a Casa do Senhor também são usados para
atender a obra social (Projeto Samuel) e os nossos irmãos que estão passando
por dificuldades. Além disto, podemos também ajudar aqueles que estão ao nosso
alcance.
4.2
- Auxíliando o próximo. A bondade está entre as três virtudes que estão
conectadas diretamente a nossa relação com o próximo: “[...] longanimidade,
benignidade, bondade [...]” (Gl 5.22). Auxiliar o próximo é assistí-lo em suas
necessidades físicas (Tg 2.15-17; I Jo 3.17,18); mas também visitá-lo nas
enfermidades (Rm 12.13); compartilhar sua dor e alegria (Rm 12.15). Paulo
também aconselha “[...] admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo,
sustenteis os fracos, e sejais pacientes para com todos” (I Ts 5.14).
V
– A MALDADE O OPOSTO DA BONDADE
O
Aurélio (2004, p. 1254) diz que “maldade” significa: “qualidade ou caráter de
mal; perversidade, crueldade, iniquidade”. A maldade está listada entre as
obras da carne de forma implicita e explícita (Gl 5.19-21; Rm 1.29). Ela tem
origem no mau uso do livre arbítrio (Gn 3.22). Desde a Queda do primeiro casal,
que todos os homens foram afetados pela inclinação natural para a prática do
mal (Gn 8.21; Sl 51.5; 14.3; 143.2; Rm 5.18,19). No AT observamos que foi pela
multiplicação da maldade que Deus trouxe o dilúvio como juízo sobre os homens
(Gn 6.5.7). Paulo profetizou que nos últimos dias a maldade estaria mais
presente na sociedade (2 Tm 3.1-9). Vejamos quais áreas a maldade está atuando:
VI
– EXORTAÇÕES BÍBLICAS QUANTO A PRÁTICA DA BONDADE
6.1
- Devemos desejar fazer o bem. No exercício do seu livre arbítrio o homem pode
ou não fazer o bem. O Espírito impulsiona, no entanto, precisamos ceder a esta
inclinação e não endurecermos a sua voz (Hb 3.8). Jesus ensinou que podemos
auxiliar as pessoas se quisermos (Mc 14.7). Portanto, a questão está mais no
querer do que em poder.
6.2
- Não podemos nos cansar de fazer o bem. Há pessoas que porque não são
reconhecidos pelos atos de bondade que realizam, desanimam. Todavia, o apóstolo
Paulo nos diz “e não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos,
se não houvermos desfalecido” (Gl 6.9). Confira também (2 Ts 3.13). Deus tem a
recompensa para aqueles que fazem o bem, tanto nesta vida quanto no porvir (Ap
22.12). 6.3 A omissão em fazer o bem é pecado. Aquele que conhece a vontade de
Deus e não obedece torna-se ainda mais transgressor do que aquele que não
conhece (Mt 24.45-51; Lc 12.35-48; II Pe 2.21; Tg 4.17).
CONCLUSÃO
Devemos
no uso do nosso livre arbítrio permitir que o Espírito Santo produza em nós a
virtude da bondade a fim de que possamos como filhos de Deus refletirmos o seu
caráter em palavras e obras beneficiando os nossos semelhantes de forma
imparcial e despretensiosa unicamente motivados por amor.
REFERÊNCIAS
CAMPOS,
Heber Carlos de. O Ser de Deus e seus atributos. CULTURA CRISTÃ.
FERREIRA,
Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. POSITIVO
GILBERTO,
Antonio. O fruto do Espírito: a plenitude de Cristo na vida do crente. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
STOTT,
John. A Mensagem de Gálatas. ABU.
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