segunda-feira, 31 de outubro de 2016

LIÇÃO 06 – DEUS: O NOSSO PROVEDOR (Gn 26.1-6) - 4º TRIMESTRE DE 2016

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 06 – DEUS: O NOSSO PROVEDOR (Gn 26.1-6) - 4º TRIMESTRE DE 2016

INTRODUÇÃO
Nesta preciosa lição estaremos estudando sobre um dos importantes temas da doutrina de Deus – a doutrina da providência, tendo por base a vida de Isaque. Introduziremos a vida do patriarca falando de informações sobre ele;  Destacaremos como Deus providenciou todas as necessidades da vida de Isaque; e, por fim, pontuaremos quais as lições que aprendemos com este nobre filho de Abraão.

I – INFORMAÇÕES SOBRE O PATRIARCA ISAQUE
Dos patriarcas da nação de Israel, o que a Bíblia dedica menos capítulos é Isaque. Ele teve uma vida longa (Gn 35.28) e nunca se afastou da região que sua semente herdaria (Gn 35.27). Isaque é um dos patriarcas de grande influência no meio do povo de Deus, para os quais a Terra de Canaã foi prometida (Gn 50.24; Êx 33.1); com quem a aliança foi feita (Êx 2.24; Sl 105.9); cujos nomes são parte da identificação do próprio Deus (Êx 3.6; 15.16).

1.1 - Seu nome (Gn 21.4). O nome de Isaque foi dado pelo próprio Deus (Gn 17.19). Seu significado quer dizer: “riso”. Talvez, uma alusão direta ao riso que tanto Abraão quanto Sara deram ao ouvirem de Deus a promessa que teriam filho, mesmo sendo avançados em idade e Sara sendo estéril (Gn 17.17; 18.12-14). Pode-se entender também que este nome fora dado a Isaque em virtude da alegria que sentiria sua mãe ao conceber um filho de forma milagrosa. Sara previu que todos os que conhecessem sua história teriam a mesma reação “E disse Sara: Deus me tem feito riso; todo aquele que o ouvir se rirá comigo” (Gn 21.6).

1.2 - Seus pais. Isaque era filho de Abraão e Sara (Gn 21.2), e foi o segundo dos três patriarcas hebreus: Abraão, Isaque e Jacó (I Cr 1.34; Mt 1.2). Isaque foi circuncidado como um filho prometido, porquanto nele é que a aliança com Abraão teria continuação (Gn 21.4,12; Hb 11.18).

1.3 - Sua esposa (Gn 25.20). A Bíblia nos diz que Isaque se consolou da morte de Sara quando casou com uma donzela chamada Rebeca (Gn 24.67). Assim como Sara, Rebeca também era estéril, todavia, Deus realizou um milagre fazendo-a conceber em resposta a oração de Isaque, seu marido (Gn 25.21-26).

1.4 - Seus filhos (Gn 25.24-26). Com Sara, Isaque teve dois filhos: Esaú e Jacó (Gn 25.25,26). Embora Esaú tenha sido o primogênito, o herdeiro da porção dobrada, Deus havia dito que Jacó seria este herdeiro (Gn 25.23). Jacó veio a tornar-se o terceiro dos grandes patriarcas hebreus, através dos quais se formou o povo de Israel, por meio de quem o pacto messiânico foi perpetuado (Gn 28.12-15; Êx 2.24; Dt 6.10; Lc 1.68).

II – DEUS, O PROVEDOR DA VIDA DE ISAQUE
Em toda a história de Isaque vemos Deus agindo com providência. Desde a sua infância até a sua velhice. Abaixo destacaremos este cuidado divino na vida deste nobre patriarca:

2.1 - Providência do nascimento (Gn 21.1,2). Desde muito cedo Isaque conheceu o que era providência divina. Sua mãe era estéril, ou seja, não podia gerar filhos. Todavia quando Deus chamou seus pais para fazer deles uma grande nação, prometeu-lhes um filho (Gn 12.2; 15.4; 17.16,19,21; 18.10). No entanto, três coisas impediam que o casal tivesse um filho, a saber:

(a) Sara era estéril (Gn 11.30; 16.2);
(b) a idade avançada de ambos (Gn 17.17; 18.12,13); e,
(c) Sara já não ovulava mais (Gn 18.11).

Deus de forma extraordinária, fez Sara conceber na sua velhice, contrariando todas as limitações humanas, com o seu poder extraordinário (Gn 21.7; Rm 4.19-21; Hb 11.11,12).

2.2 - Providência do sacrifício (Gn 22.1-17). Deus pediu que Abraão oferecesse Isaque seu filho em sacrifício de holocausto. O patriarca mostrou-se disposto a obedecer, indo com o seu filho e dois moços para o monte que Deus mostraria. Ao chegar no devido lugar, pediu que seus servos ficassem esperando, pois ele e o moço iriam adorar, mas depois retornariam. Durante a subida, Isaque perguntou ao seu pai, onde estava o cordeiro para o sacrifício, ao que Abraão respondeu: “[...] Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho” (Gn 22.8-a). Ao chegarem no cume do monte, Isaque entendeu que seria sacrificado, mas mesmo assim mostrou-se voluntário em obedecer a voz de Deus (Gn 22.9,10). No clímax da provação, quando Abraão levantou o cutelo para imolar seu próprio filho, o Senhor bradou impedindo-o e providenciando a vítima para ser sacrificado no lugar de Isaque (Gn 22.11-13). Por certo, este. momento ficou marcado na mente do pai e do filho, aperfeiçoando tanto a fé de um como de outro, no Deus da providência (Gn 22.14).

2.3 - Providência da esposa (Gn 24.1-67). Após a morte de Sara, Abraão enviou um seu servo preferido à casa dos seus parentes, a fim de encontrar ali esposa para Isaque. Isso teve o propósito de preservar os laços raciais de Abraão, pois as jovens da região onde ele habitava não eram aceitáveis com esse propósito (Gn 24.3,4). O servo de Abraão ficou tão preocupado com com essa tarefa que, orou ao Senhor para que Ele intervisse fazendo-o prosperar em sua missão (Gn 24.10-14). A Bíblia diz que Deus ouviu e encaminhou Rebeca ao encontro do servo de Abraão (Gn 24.15-21). Esta por sua vez, autorizada pelos pais, acompanhou o servo de Abraão e foi para Canaã. No caminho encontrou Isaque orando. Este veio ao seu encontro e tomando-a casou-se com ela (Gn 24.60-67). A Bíblia diz que “a casa e os bens são herança dos pais; porém do SENHOR vem a esposa prudente” (Pv 19.14).

2.4 - Providência de filhos (Gn 25.21). Após o casamento, Isaque descobriu que Rebeca era estéril, ou seja, não podia gerar filhos. Diante desta situação, o patriarca resolveu tomar uma decisão, baseado em tudo o que já visto Deus realizar em toda a trajetória de seu pai e na sua. A Bíblia diz: a quem Isaque recorreu: “Isaque orou […] ao Senhor”; acrescenta dizendo que ele recorreu através da oração “[...] orou […] ao Senhor”; e ainda, diz que Isaque orou com perseverança: “orou insistentemente ao SENHOR [...]”. Deus teve misericórdia de Isaque e Rebeca e respondeu as suas orações dando-lhe filhos gêmeos (Gn 25.21-24).

2.5 - Providência de bens materiais (Gn 26.12). A Bíblia diz que, nos dias de Abraão, uma fome severa atingiu Canaã (Gn 12.10). De forma semelhante nos dias de Isaque “e havia fome na terra, além da primeira fome, que foi nos dias de Abraão [...]” (Gn 26.1). Diante da escassez na Terra Prometida Isaque pensou em migrar para outro lugar a fim de buscar refúgio, no entanto a voz de Deus lhe advertiu dizendo: “[...] não desças ao Egito; habita na terra que eu te disser” (Gn 26.2-b). O Senhor acrescentou que mesmo na terra seca lhe abençoaria grandemente (Gn 26.3-6). Ali em Gerar, Deus começou a prosperar tudo o que Isaque punha sobre as suas mãos (Gn 26.12-14). Por estar sendo bem sucedido, Isaque despertou a inveja de seus vizinhos que procuraram prejudicá-lo, entulhando os poços que os servos de seu pai haviam aberto (Gn 26.14-22). Isaque mudava-se para outro lugar e Deus providenciava águas (Gn 26.22-25). A atitude pacífica de Isaque e a consequente prosperidade, levou Abimeleque que o havia expulsado, querer fazer aliança, reconhecendo que algo sobrenatural estava sobre o patriarca. Parecia que as águas corriam para onde Isaque ia (Gn 26.26-33).

III – O QUE APRENDEMOS COM A VIDA DE ISAQUE
Comparando a vida de Isaque com a de Abrão e Jacó, ele quase nada fez. Mas, segundo Gardner (1999, p. 281) “a importância de um homem diante do Senhor, não está em fazer mas em ser”. Eis algumas coisas que podemos extrair como aprendizado para a nossa vida:

3.1 - Ter comunhão com Deus. O relacionamento de Isaque com Deus caracterizava-se, pela confiança, pela submissão e pela devoção. Sua vida de oração e obediência nos mostra isso (Gn 22.9; 24.63; 25.21; 26.2,6,25). Jacó referiu-se a Deus como “o Temor de Isaque” (Gn 31.42,53), o que demonstra a completa devoção de Isaque ao Senhor. Para Isaque não bastava apenas ter um pai Abraão, e sim, ter a mesma fé e obras que ele (Lc 3.8; Jo 8.39).

3.2 - Ter a certeza que Deus cuida de nós. Assim como Deus providenciou para Isaque suas necessidades físicas, emocionais e espirituais, Ele também suprirá as nossas. A Bíblia registra inúmeros casos de homens e mulheres que diante de necessidade de obterem alguma coisa, recorreram a Deus e Ele lhes providenciou o que pediam. Eis alguns casos:

(a) o povo de Israel orou para ser liberto da escravidão no Egito e Deus lhes ouviu, enviando um libertador (Êx 3.7-9);
(b) Ezequias orou ao Senhor para ser curado e alcançou a graça de Deus (Is 38.1-5); e,
(c) muitos outros casos (I Sm 1.10-19; Sl 40.1; Jn 2.1-4; Dn 10.12; Lc 1.13; At 10.31).

Jesus exortou-nos a orarmos a Deus, pois Ele está disposto a nos atender (Mt 7.7,8). O escritor da Epístola aos Hebreus diz que Ele “é galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6).

3.3 - Ter caráter santo e as bençãos de Deus nos acompanharão. Isaque foi exortado por Deus a viver de forma santa em obediência a Palavra de Deus (Gn 26.5). Apesar do deslize da mentira que cometeu quanto a negação de que Rebeca era a sua esposa (Gn 26.7-10), não vemos em nenhum outro momento o patriarca comentando falhas morais. Em consequência disto observamos Deus fazendo-o prosperar extraordinariamente (Gn 26.12-14; 22-24). Apesar dos males que sofreu daqueles que lhe tinham inveja, Isaque permaneceu firme no Senhor, sem rebater as afrontas que sofreu, desfrutando assim das bençãos de Deus por onde quer que ia (Gn 26.18-33). A Bíblia diz que aquele que tem seu prazer na Lei do Senhor e nela medita de dia e de noite “tudo quanto fizer prosperará” (Sl 1.3-b).

CONCLUSÃO
Ao nos depararmos com a providência de Deus com o patriarca Isaque, nossa alma deve descansar, visto que, a manutenção da nossa vida por completo é certa, apesar das situações adversas que possamos enfrentar.

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. Vol. 01. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

LIÇÃO 05 – AS CONSEQUÊNCIAS DAS ESCOLHAS PRECIPITADAS (Gn 13.7-18) - 4º TRIMESTRE DE 2016

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 05 – AS CONSEQUÊNCIAS DAS ESCOLHAS PRECIPITADAS 4º TRIMESTRE DE 2016 (Gn 13.7-18)

INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre a escolha que Ló fez baseada na aparência e riqueza da cidade de Sodoma; pontuaremos que esta atitude foi baseada em sua inexperiência e precipitação; e por fim, veremos o contraste entre as escolhas de Ló e Abraão.

I - A ESCOLHA DE LÓ BASEADA NA APARÊNCIA
Segundo o Aurélio a palavra escolha significa: “ato ou efeito de escolher, preferência, eleger, opção, discernimento, capacidade de avaliar, selecionar uma coisa entre duas ou mais opções” (FERREIRA, 2004, p. 792). A partir do momento em que somos responsáveis por nossas vidas, devemos tomar muito cuidado com o que decidimos. Decisões são escolhas que fazemos, porém, jamais poderemos escolher as consequências dessas decisões. As escolhas que tomamos ontem refletem diretamente no que enfrentamos hoje e amanhã.

1.1 - As escolhas que fazemos não devem ser baseadas apenas na aparência (Gn 13.10-11). Quando olhamos para este texto bíblico, percebemos que o único critério que Ló usou para fazer a escolha de onde ele passaria morar, foi exatamente o que os olhos dele conseguiram ver: “E levantou Ló os seus olhos, e viu toda a campina do Jordão, que era toda bem regada […] era como o jardim do Senhor, como a terra do Egito [...]” (v. 10). Sobre a riqueza de Sodoma ver Ezequiel 16.49,50. Ló não usou o recurso da oração para ser orientado por Deus (Jr 33.3).

1.2 - Quando escolhemos baseado apenas na aparência corremos o risco de escolher o que Deus rejeita para nós (Gn 13.13). Sendo Abrão seu tio, e muito mais velho do que Ló, ele se quer passou a oportunidade de fazer a escolha primeiro para ele, mas, de forma precipitada achou que a terra que ele estava prestes a escolher era propícia para seu gado, devido a campina verde e também o rio Jordão que serviria de pasto e água para seu gado; ele escolheu baseado única e exclusivamente na vista dos seus olhos (Tg 1.14,15). Infelizmente a maioria dos seres humanos quando precisam escolher alguma coisa, quase sempre o único recurso usado são os olhos (1Sm 16.6-7; 2Co 10.7-a).

1.3 - Quando erramos em nossas escolhas não sofremos sozinhos (Gn 14.11-12). Foi exatamente isso que aconteceu com Ló; o texto mostra que ele foi raptado com toda sua família, seus criados e tudo que tinha. Toda sua família estava pagando por uma decisão que Ló tomou sozinho. A lei da semeadura não falha, colhemos exatamente o que plantamos. A lei da semeadura e da colheita rege tudo o que fazemos em nossa vida. O conceito bíblico de semear e colher se refere às consequências de nossos atos (Jó 4.8; Os 10.13; Gl 6.8), pois: “o que semear a perversidade colherá males” (Pv 22.8), e “o que semeia justiça recebe galardão seguro” (Pv 11.18). Por mais simples que seja a escolha, não devemos fazê-la com base apenas na aparência do que estamos vendo, mas devemos pedir orientação a Deus (Mt 7.7-11).

II - A ESCOLHA DE LÓ BASEADA EM SUA AMBIÇÃO
Em nossas decisões nos deparamos diante de dois pontos importantíssimos: a) agradar a Deus, escolhendo aquilo que Ele tem de melhor para nossas vidas ou, b) simplesmente, agradar a nós mesmos, nossa carne, nosso desejo e escolher aquilo que achamos ser bom para nossa vida. Por isso, são as nossas escolhas e nunca a sorte que determinam nosso destino. “A cobiça e ambição foi o motivo da contenda entre Abrão e Ló […] Ló, sua família e seus trabalhadores queriam muito mais do que haviam conquistado até então […] a contenda tinha sua raiz na ambição e cobiça de Ló”. (CABRAL, 2002, p. 52). Notemos:

2.1 - O materialismo de Ló fez com que escolhesse Sodoma (Gn 13.10,11). Uma cidade próspera e muito rica, com sistema de irrigação já estabelecido, situada próximo a uma grande campina, fértil em vegetação, no entanto, essa escolha, aparentemente boa, levou Ló a ficar exposto à impiedade dessa cidade por causa do seu materialismo. Abraão e Ló tinham a mesma raça (Gn 11.31), estavam sujeitos ao mesmo ambiente, mas com caráter bem diferente e escolhas totalmente opostas (Gn 13.8,9).

2.2 - A ganância de Ló fez com que ele ganhasse influência, mas perdesse seus familiares (Gn 19.1,26). Além disso, ele perdeu o principal, que é o contato e a intimidade com Deus. Há escolhas que deixam resultados negativos na vida de nossa família. Quando os pais escolhem errado a tendência dos filhos é fazer o mesmo, e é aqui onde entra a mordomia da influência. “Então a primogênita disse a mais nova: Nosso pai está velho, e não há homem na terra que venha unir-se conosco […] demos a nosso pai vinho a beber, e deitemo-nos com ele [...]” (Gn 19.31).

III - A ESCOLHA DE LÓ BASEADA EM SUA PRECIPITAÇÃO
Observando os perigos das más escolhas, podemos ter base que nos ajudam a perguntar o que Deus quer ou o que Ele não quer que façamos. Vejamos as escolhas precipitadas de Ló:

3.1 - Aproximou-se do pecado. “… e Ló habitou nas cidades da campina, e armou as suas tendas até Sodoma” (Gn 13.12). Ló não se apercebeu que seus objetivos o estavam aproximando do pecado estabelecido em Sodoma. O cristão precisa ter sabedoria para não fazer negócios que o aproxime do pecado (1Jo 2.15-17). Ló foi terrivelmente influenciado pelos costumes de Sodoma e Gomorra e toda sua família foi prejudicada. “A escolha de Ló é típica do crente carnal, cuja concupiscência o envolve […]. A escolha materialista e egoísta converteu-se em morte e destruição.” (CABRAL, 2002, p. 53).

3.2 - Aproximou-se de homens ímpios e maus. “Ora, eram maus os homens de Sodoma, e grandes pecadores contra o Senhor” (Gn 13.13). É lamentável o número de crentes que se encontram em situações delicadas e deprimentes por haverem-se aliado a pessoas totalmente avessas aos princípios divinos. O coração de Ló já estava em Sodoma muito antes de seu corpo mudar-se para lá. Sem dúvida, ele se apaixonou pelo mundo quando foi para o Egito com Abraão (Gn 13.1, 10), e jamais superou essa paixão mundana, pois, seu coração estava em Sodoma (Tg 4.4). (WIERSBE, vol. 1, 2010, p. 120 – grifo nosso).

3.3 - Tornou-se indolente quanto ao obedecer à voz de Deus. “[…] os anjos apertaram com Ló, dizendo: levanta-te […], para que não pereças na iniquidade desta cidade. Ele, porém demorava-se [...]” (Gn 19.15,16). Deus estava querendo salvar Ló mas ele demorava-se em atender à voz do Senhor. Muita gente está brincando com Deus e zombando Dele. Deus adverte, mostra o caminho, mas as pessoas por acomodação, acabam demorando em obedecer e às vezes quando despertam é tarde demais.

3.4 - Tornou-se pessimista diante da vontade de Deus. “[…] disse um deles: Escapa-te, salva a tua vida; não olhes para trás de ti, nem te detenhas em toda esta planície; escapa-te lá para o monte, para que não pereças. Respondeu-lhes Ló: Ah, assim não, meu Senhor!” (Gn 19.17,18). Deus estava salvando a vida de Ló, mas ele estava reclamando.

IV – O CONTRASTE ENTRE AS ESCOLHAS DE LÓ E ABRAÃO
Os capítulos 13 e 19 de Gênesis relatam as tristes consequências do declínio espiritual e moral do sobrinho de Abraão que entrou em Sodoma rico e abastado (Gn 13.5,6; 19.30), e saiu pobre e miserável tendo que morar em uma caverna. Não é difícil visualizar o contraste entre esses dois homens, Abraão e Ló (WIERSBE, vol. 1, 2010, p. 120). Vejamos:

4.1 - A terra e o lugar das escolhas de Abraão e Ló. Abraão estava a porta da sua tenda e Ló por sua vez, estava sentado a porta de uma cidade perversa (Gn 13.12; 19.1). Abraão era um peregrino e um estrangeiro apenas de passagem neste mundo. Ló havia, gradativamente, abandonado sua tenda e se assentado em Sodoma. Em vez de manter seu olhar fixo na cidade celestial como fez Abraão (Hb 11.8-10), Ló olhou para Sodoma e começou a andar pelas aparências (Gn 13.10-12). E, por fim, foi para dentro da cidade e se conformou alí (Gn 14.12) (WIERSBE, vol. 1, 2010, p. 120).

4.2 - Ló sabia que a terra de Sodoma era má e mesmo assim voltou pra lá (Gn 13.10-12; 19.1). Ló começou a se aproximar cada vez mais da cidade, mesmo sabendo da sua pecaminosidade, maldade e perversidade (Gn 13.12-13). Na primeira vez em que Deus o salvou, ele era um prisioneiro de guerra (Gn 14.12,16). Ao se ver livre, ele voltou direto a Sodoma. Aquela experiência dolorosa deveria ter servido para adverti-lo. Deus precisou tomar Ló pela mão e arrastá-lo a força para fora de Sodoma. Primeiro, Ló demorou-se; depois, discutiu; e por último, implorou para que o deixassem seguir seu caminho (Gn 19.15-18).

4.3 - Ló e a sua preferência por Sodoma. O lugar onde Ló se encontrava na porta da cidade indica que ele era um homem de uma certa autoridade e influência, uma vez que era ali que se realizavam os negócios (Gn 19.1; Rt 4.1). A razão de todo problema foi o coração de Ló que estava nas riquezas e realizações do mundo. “De acordo com 1 Coríntios 2.14 até 3.3, existem apenas três tipos de pessoa no mundo: a) as naturais (não salvas); b) as carnais (salvas, mas vivem no mundo e na carne); e, c) as espirituais (dedicadas a Deus). Encontramos esses três tipos em Gênesis 13: a natural são os homens de Sodoma; a carnal que é Ló, e a espiritual representada por Abraão” (WIERSBE, vol. 1, 2010, p. 94 – negrito nosso).

4.4 - A mensagem de Deus a Abraão e a Ló. A mensagem de Deus para Abraão era uma mensagem de alegria: dentro de um ano, ele e Sara teriam o filho prometido (Gn 18.10). A mensagem para Ló, por outro lado, era assustadora: Deus iria destruir Sodoma e tudo o que havia na cidade (Gn 18.20,21). Sodoma tipifica o mundo e seus valores efêmeros (CABRAL, 200, p. 74)

4.5 - Ló perdeu os valores éticos e morais (Gn 19.6-8). Ló estava disposto a sacrificar suas duas filhas virgens a luxúria daquela multidão (Gn 19.8), mas os anjos intervieram. Estranha-nos ver o que aconteceu com os valores pessoais e morais de Ló a ponto de oferecer as filhas para satisfazer a sensualidade carnal de um bando de homens pecadores. Abraão, pelo contrário, ofereceu o filho em sacrifício ao Senhor (WIERSBE, vol. 1, 2011, p. 121). Enquanto Ló “levantou os olhos...” (Gn 13.10-a), com Abrão foi o Senhor quem disse: “… levante agora os teus olhos” (Gn 13.14-b).

4.6 - Ló perdeu a autoridade na família (Gn 19.14). Ló deixou-se envolver pela ambição e materialismo e com isto, perdeu o domínio e autoridade sobre sua mulher e sobre suas filhas que se corromperam. Por causa de seu apego as coisas do mundo, Ló não teve influência espiritual nem sobre sua cidade, nem sobre seu próprio lar. Suas filhas casadas com ímpios, e seus genros zombaram dele e recusaram-se a deixar a cidade (Gn 19.14). Até mesmo a esposa amava tanto Sodoma que precisou virar-se e olhar para a cidade uma última vez e por olhar para trás (Gn 19.26; Lc 17.32). As duas filhas solteiras fugiram da cidade com ele, mas acabaram numa caverna, embriagando o pai e cometendo incesto e deram a luz dois filhos, cujos descendentes seriam os grandes inimigos do povo judeu, os moabitas e os amonitas (Gn 19.37,38; Sf 2.9) (CABRAL, 2002, p. 58).

CONCLUSÃO
Concluímos a partir da vida de Ló, que nossas escolhas precisam estar debaixo do nosso livre arbítrio. Ló sofreu como resultado de sua escolha, e as consequências que enfrentou por sua escolhas foram: Guerra (Gn 14.11); sequestro (Gn 14.12); opressão e castigo por parte dos homens de Sodoma (2Pe 2.7-8); perda de toda a riqueza material (Gn 19.15-16,24-25); a morte de sua esposa (Gn 19.17,26); a vergonha do incesto com suas filhas (Gn 19.30-36). Todas estas coisas aconteceram apesar do fato de que o próprio Ló era um homem justo (2Pe 2.7-8). Perdeu totalmente seu testemunho, ao passo que nem sua própria família aceitava um conselho seu, pois suas filhas aceitaram o padrão moral de Sodoma (Gn 19.14).

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
CABRAL, Elienai. Abraão: as experiências de nosso pai na fé. CPAD.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

LIÇÃO 04 – A PROVISÃO DE DEUS NO MONTE DO SACRIFÍCIO (Gn 22.1-3) - 4º TRIMESTRE DE 2016

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 04 – A PROVISÃO DE DEUS NO MONTE DO SACRIFÍCIO (Gn 22.1-3) - 4º TRIMESTRE DE 2016

INTRODUÇÃO
Nessa lição teremos a oportunidade de refletir sobre a provisão de Deus na experiência do patriarca Abraão, compreender que o sacrifício exigido por Deus, era uma prova para com o seu servo e que Deus revela seus propósitos e atributos no monte do sacrifício. Abraão nos ensina como encarar e tratar as provas de nossa vida para a glória de Deus.

I – PROVAÇÃO DIVINA NA VIDA DE ABRAÃO
A despeito de sua comunhão com Deus, o patriarca Abraão passou por uma experiência nunca antes vivida. Nessa passagem bíblica, encontramos o pai da fé sendo provado. Deus fez um teste com Abraão, não para fazê-lo tropeçar e assistir a sua queda, mas para aprofundar sua capacidade de obedecer a Deus e verdadeiramente desenvolver seu caráter.

1.1 - Definição de provação. Segundo o Aurélio (2004, p. 1649) o termo prova significa: “Aquilo que atesta a veracidade ou autenticidade de alguma coisa”. No hebraico o termo é “nasah” que significa: “testar, tentar, provar, examinar, pôr a prova, fazer uma tentativa”. Na maioria dos contextos a palavra “nasah” tem a ideia de testar ou provar a qualidade de algo ou alguém, às vezes por meio de adversidades ou dificuldades. A tradução “tentar” em geral significa “provar”, “testar”, “pôr a prova”, e não no sentido que a palavra também admite de “atrair para cometer erro” (HARRIS, et all, 1998, p. 1373 – grifo nosso).

1.2 - Diferenças entre provação e tentação. “E aconteceu depois destas coisas, que tentou Deus a Abraão” (Gn 22.1). “A expressão “tentou” no hebraico “nasah” aparece aproximadamente quarenta vezes no Antigo Testamento e de forma frequente se refere a Deus testando a fé e a fidelidade de seres humanos, incluindo Abraão (Gn 22.1); a nação de Israel (Êx 15.25; 16.4; 20.20; Dt 8.2,16; 13.3; Jz 2.22; 3.1,4); Ezequias (2Cr 32.31); e Davi (Sl 26.2) (PALAVRA CHAVE, 2011, p. 800). Embora, a ideia de testar ou pôr a prova, sugere algumas vezes tentar ou atrair alguém ao pecado, dependendo do contexto. Abaixo destacaremos a diferença entre provação e tentação:

1.2.1 - A tentação tem um aspecto negativo. No aspecto negativo, a tentação é totalmente diferente da provação. Enquanto àquela visa o aperfeiçoamento e o crescimento do crente, esta visa a queda, destruição e o afastamento de Deus. É importante lembrar que este tipo de tentação jamais tem origem em Deus, mas no diabo que incita a concupiscência do homem (Gn 3.1,6; 1Cr 21.1; Tg 1.13; 2Pe 2.9). Quando o desejo do mal se levanta na mente, não pára aí. A cobiça dá à luz o pecado, e o pecado produz a morte “a morte é assim o produto amadurecido ou terminado do pecado” (MOFFATT, apud MOODY, sd, p. 7).

1.2.2 - A provação tem um aspecto positivo. A provação é o “sofrimento, angústia ou tribulação que tem por objetivo levar o crente a uma experiência mais profunda com Deus. A provação nas Escrituras, também é vista como aquilo que atesta a veracidade de algo. É o processo pelo qual se afere a legitimidade de uma intenção ou fato (Ml 3.10; At 1.3 Rm 5.8; I Jo 4.1)” (ANDRADE, 2006, p. 307). Na “escola da fé”, precisamos, regularmente, passar por provas. De outro modo, jamais ficaremos sabendo onde nos encontramos em termos espirituais.

II - PROPÓSITOS DE DEUS NA PROVAÇÃO DE ABRAÃO
A ordem para que oferecesse o seu filho em sacrifício dá-se em uma linguagem que faz com que a prova seja ainda mais penosa; aqui, cada palavra é uma espada. Assim como o fogo refina o minério para extrair metais preciosos, Deus nos refina através das circunstâncias difíceis. O sacrifício exigido por Deus, tinha consigo o objetivo de fazer Abraão aprender lições espirituais. O Senhor estava querendo aperfeiçoar quatro virtudes que Abraão já possuía, vejamos quais foram:

2.1 - Deus provou o seu amor (Gn 22.2). Não restam dúvidas de que Abraão amava a Deus, pois ele é chamado de seu amigo (2Cr 20.7; Is 41.8; Tg 2.23). Todavia, este amor precisava ser aperfeiçoado mediante as provações. Esse pedido exigiu muito de Abraão pelos seguintes motivos:

(a) Isaque era o seu filho “toma agora o teu filho”, abrir mão de Ismael foi menos difícil (Gn 21.9-14);
(b) o seu único filho “o teu único filho, Isaque”;
(c) que ele devotava grande afeição “a quem amas”;
(d) por quem esperou mais de vinte e cinco anos (Gn 12.2,4; 21.5);
(e) este filho seria seu sucessor e herdeiro das promessas (Gn 15.4);
(f) Deus estava lhe pedindo em sacrifício “e oferece-o ali em holocausto”.

Como servos do Senhor, devemos amá-lo acima de qualquer coisa (Dt 6.5; Mt 10.37,38; Mc 12.30).

2.2 - Deus provou a sua obediência (Gn 22.2,3). Porque Deus pediu que Abraão oferecesse sacrifício humano? As nações pagãs realizavam esta prática, mas Deus a condenava como um terrível pecado (Lv 20.1-5). Embora Abraão não tenha entendido o motivo da ordem de Deus, obedeceu imediatamente. Parece que enquanto caminhava para o monte Moriá meditava sobre o conflito entre a ordem de sacrificar Isaque e as promessas de perpetuar a aliança por meio dele. Todavia, preferiu obedecer à voz divina sem questionar (Gn 22.18). “Obedecer a Deus costuma ser uma luta porque pode significar abrir mão de algo que realmente desejamos” (APLICAÇÃO PESSOAL, 1995, p. 37).

2.3 - Deus provou a sua fé (Gn 22.5-8). Abraão tinha convicção que Deus lhe faria uma grande nação por meio de Isaque seu filho, como Deus mesmo havia prometido (Gn 12.2; 15.4,5). Para isto precisaria demonstrar essa confiança para si mesmo, estando disposto a sacrificar o seu filho, acreditando que de alguma forma, Deus interviria naquela situação (Gn 22.5). “Porque Abraão já conhecia a fidelidade de Deus – e mesmo o caráter terno – da personalidade de Deus e das promessas de Deus, ele estava confiante de que Deus cumpriria sua promessa, de uma forma ou de outra” (COPAN, 2016, p. 51).

2.4 - Deus provou a sua perseverança (Gn 22.9,10). Abraão e Isaque viajaram aproximadamente 80 a 100 km de Berseba até o Monte Moriá, durante cerca de três dias (Gn 22.3,4). Este foi um momento difícil para Abraão, que estava a caminho de sacrificar o filho amado, Isaque. Sua perseverança estava sendo submetida à prova de obedecer até as últimas consequências. O Senhor o deixou subir ao monte, edificar o altar, pôr a lenha, colocar Isaque sobre o altar, levantar o cutelo e somente na hora final, no limite da perseverança, o Senhor apareceu para intervir (Gn 22.6-13).

III – A PROVISÃO DE DEUS NA PROVAÇÃO
Deus por meio dessa circunstância mostra-nos alguns de seus atributos, pelos quais ficará conhecido não só a Abraão como também aos seus descendentes. Vejamos quais atributos de Deus podem ser vistos no monte do sacrifício:

3.1 - O Deus da provisão. Quando interrogado pelo seu filho Isaque, sobre a falta da vítima para o holocausto, Abraão respondeu “Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho” (Gn 22.8). Providência: “É a resolução prévia tomada por Deus, visando a consecução de seus planos e decretos, a preservação de quanto Ele criou e a salvação” (ANDRADE,2006, p.307)Deus revela-se na história como o Deus da providência, nos levando a crer em sua intervenção por mais difícil que seja a provação. “E chamou Abraão o nome daquele lugar: o Senhor proverá; donde se diz até ao dia de hoje: No monte do Senhor se proverá” (Gn 22.14). A declaração: “No monte do Senhor se proverá” nos ajuda a compreender algumas verdades sobre a provisão do Senhor:

(a) é preciso adorar a Deus mesmo tendo falta de alguma coisa (Gn 22.5; Hc 3.17,18);
(b) devemos estar no altar como Abraão, senão não obteremos a sua provisão (Gn 22.9; Jr 33.3; Mt 6.6); e,
(c) é preciso esperar, pois Deus só intervém no momento certo providenciando o necessário (Gn 22.10-13; Fp 4.6; I Pe 5.7).

3.2 - O Deus todo poderoso. Deus já tinha se declarado a Abraão como o Todo poderoso (Gn 17.1). Diante dessa experiência anterior, Abraão se mantém firme diante de um novo desafio, pois tinha a fé para crer que o Onipotente providenciaria o necessário à sua maneira e na hora exata como disse o escritor aos hebreus (Hb 11.17,18).

3.3 - O Deus gracioso. No hebraico “Jeová Jiré”, é uma expressão profética da providência divina de um sacrifício substituto, o carneiro (v.13) (STAMPS, 2012, p. 64). “Moriá – derivada da palavra hebraica “raah”, “fornecer, ver, mostrar.” Assim na própria palavra Moriá “provisão”, temos uma sugestão de salvação e libertação” (COPAN, 2016, p. 52). Ao substituir Isaque por um cordeiro, Deus está proclamando sua graça que seria revelada de maneira plena por meio de seu Filho, que é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29). Profeticamente Cristo é visto por Abraão no momento da provisão (Jo 8.56). Isaque não chegou a morrer, mas, “figuradamente” (Hb 11.19), morreu e foi ressurreto dentre os mortos. Jesus, porém, morreu de fato e foi sepultado, mas foi ressurreto de modo triunfante, consumando a maior de todas as provisões, o perdão dos pecados.

IV – CRISTO E A PROVISÃO DE DEUS PARA A HUMANIDADE
A vida de Abraão com Deus sempre foi acompanhada pelas promessas divinas: a promessa da terra, descendentes e bênçãos; a promessa de um filho e de que Deus cuidaria de Ismael. Abraão sacrificava, mas sempre à luz de alguma promessa. No entanto, na situação descrita em Gênesis 22, Abraão não recebeu nenhuma promessa divina. Em vez disso, ele foi instruído a sacrificar a promessa viva, seu filho. Podemos dize que quanto ao sacrifício, Abraão compreendeu dois princípios essenciais. Vejamos:

4.1 - Ninguém, senão o próprio Deus pode oferecer o verdadeiro sacrifício e o meio de salvação. Certamente o Senhor proverá. Abraão eternizou esse princípio ao chamar o lugar de Jeová Jiré, que significa ‘O Senhor Proverá’. Moriá, conforme diz o texto, é o lugar para onde Abraão se dirigiu, obedecendo a ordem de Deus, com o fim de oferecer Isaque. (Gn 22:2). Passou a ser chamado de “monte santo”, ou de “monte da provisão” (Gn 22.14).

4.2 - O sacrifício real é de substituição, que salva a vida de Isaque. O carneiro foi oferecido ‘em lugar de’ Isaque (Gn 22.13). Esse animal, que Deus proveu, prefigurou o Cordeiro de Deus, Jesus Cristo, sobre quem ‘o Senhor fez cair [...] a iniquidade de nós todos’ (Is 53.6, 7; At 8.32).

CONCLUSÃO
Aprendamos com pai da fé que a provisão de Deus é garantida para os que nele confiam sem reservas, que agem obedientemente ainda que em detrimento das suas preferências e aspirações. Abraão é o modelo do crente que deseja viver na dependência divina e experimentar as suas grandiosas promessas.

REFERÊNCIA
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
HENRY, Matthew. Comentário Biblico de Gênesis. Pdf
COPAN, Paul. Deus é um mostro moral? SALCULTURAL.

terça-feira, 11 de outubro de 2016

LIÇÃO 03 – ABRAÃO, A ESPERANÇA DO PAI DA FÉ (Gn 12.1-10) - 4º TRIMESTRE DE 2016

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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Pastor Presidente: Aílton José Alves
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LIÇÃO 03 – ABRAÃO, A ESPERANÇA DO PAI DA FÉ (Gn 12.1-10) - 4º TRIMESTRE DE 2016

INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre Abraão um dos personagens de maior destaque no AT. Destacaremos aqui algumas informações sobre este patriarca; veremos como foi o seu chamado e quais as dificuldades que enfrentou caminhando com Deus; veremos também que em sua trajetória Abrão cometeu alguns deslizes os quais devemos evitar; e, por fim, pontuaremos quais as lições que Deus ensinou a Abraão durante a sua jornada de fé.

I – INFORMAÇÕES SOBRE O PATRIARCA ABRAÃO
A história de Abrão começa em Gênesis 11.26 com seu nascimento e termina em Gênesis 25.9 quando é sepultado em Macpela, pelos seus dois filhos, Isaque e Ismael. Segundo Hoff (1995, p. 25) “Abraão é o personagem mais importante do Gênesis, e um dos mais importantes de toda a Bíblia. Moisés dedicou onze capítulos ao que aconteceu antes de Abraão, enquanto treze capítulos se referem quase exclusivamente à vida pessoal do patriarca”. Paulo o considerava como o pai de todos os que creem (Rm 4.16).

1.1 - Local e data de nascimento (Gn 11.26-28). Abrão nasceu quando seu pai estava em Ur dos Caldeus (Gn 11.27,28). Segundo Cabral (2002, p. 5) “esta cidade tinha uma grande movimentação turística e comercial e constituía-se num importante complexo de atividades da Suméria. Provavelmente Abrão nasceu no ano de 2166 a.C.”.

1.2 - Seu nome (Gn 11.26; 17.5). O nome primeiro de Abrão (Gn 11.26) significa: “pai elevado”, ou “pai das alturas”. Posteriormente, depois de uma aliança feita com Deus, seu nome passou a ser Abraão, que significa: “pai fecundo” ou “pai de uma multidão”. Este último nome dado por Deus ao patriarca era profético, pois, no tempo certo, ele haveria de ser o pai de uma numerosa multidão (Gn 17.5,6).

1.3 - Seus ascendentes (Gn 11.10-26). Abraão era filho de Terá, o décimo na linhagem depois de Sem, portanto ele era um semita. A Escritura diz que enquanto os cananeus filhos de Cam receberam a maldição de Deus, os filhos de Sem tornaram-se ancestral do povo de Deus e encabeçaram a genealogia que introduziu Terá, o pai de Abraão (Gn 11.10-32) mencionado na genealogia de Jesus (Lc 3.36).

1.4 - Sua esposa (Gn 11.29-31; 12.5). Abraão havia casado com uma mulher chamada Sarai. A Bíblia diz que ela era estéril (Gn 11.30). Na ocasião em que Deus mudou o nome de Abraão, também mudou o nome de sua esposa, que ao invés de Sarai, agora seria chamada Sara, que significa: “princesa” (Gn 17.15).

II – ABRAÃO E AS DIFICULDADES QUE ENFRENTOU
Abraão recebeu um chamado divino e ele correspondeu a esta convocação de sair de sua terra e ir para uma terra que Deus lhe mostraria (Gn 12.1-4). Todavia, apesar de renunciar o que Deus havia lhe pedido e sair rumo a Sua vontade, o patriarca enfrentou diversas dificuldades. Vejamos algumas delas:

2.1 - A terra prometida estava ocupada (Gn 12.5,6; 28.1). A primeira grande dificuldade com a qual Abraão se deparou foi o fato de que a terra para onde Deus o dirigiu para habitar já estava ocupada. Ele estava como estrangeiro e peregrino, viajando de um lugar para outro. Nunca foi dono de um metro quadrado de terra, a não ser o local de sua sepultura, pois os cananeus eram os senhores daquela terra. Por certo eles não facilitariam a vida de Abraão e sua gente. Acrescenta-se ainda que seus costumes eram estranhos ao comportamento santo que Deus exigia do patriarca (Gn 17.1; 24.3). Portanto, para o crente Abraão viver neste ambiente hostil era um grande desafio. Nesta dificuldade, o patriarca ergueu o altar e invocou o Senhor (Gn 12.7,8) e esperou no Senhor quanto a promessa da terra que sua semente herdaria (Gn 13.14-17).

2.2 - A terra prometida estava em crise (Gn 12.10). A segunda dificuldade que Abraão enfrentou naquela terra foi a fome. A terra da promessa, Canaã, era uma região que estava passando por escassez, o que aparentemente não correspondia ao que Deus prometeu. Não havia quase nada para a subsistência do seu povo nem para os animais. Não foi fácil para Abraão sair de uma rica e próspera cidade, atendendo ao chamado divino que lhes fez grandes promessas e agora de forma paradoxal estar numa cidade em crise. Será que ele tinha fé para acreditar que Deus estava guiando a sua história? A atitude de ir ao Egito mostrou que não. Precisamos confiar em Deus em meio as crises e não procurarmos aparentes saídas das provações a que fomos submetidos. Assim como Abraão, somos peregrinos e forasteiros neste mundo e nessa peregrinação passamos por muitas provações (I Pe 2.11). Um autêntico servo de Deus não está livre de turbulências (Tg 1.3). Podemos ser contristados pelas dificuldades (I Pe 1.6), mas devemos ter em mente que o Senhor livra os piedosos (2 Pe 2.9).

III – OS ERROS DE ABRAÃO E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS
Como na grande maioria dos personagens da Bíblia, a vida de Abraão não foi marcada apenas por êxitos e conquistas, mas também, por erros e fracassos. Como a Bíblia é um livro imparcial, ela descreve também os erros cometidos por nosso “pai na fé”, com o intuito de nos alertar, para que não venhamos à praticá-los. Vejamos alguns:

3.1 - Agindo sem a orientação divina (Gn 12.10). Quando se deparou com uma grande fome na terra em que estava Abraão resolveu ir ao Egito. Nessa ocasião, não vemos o patriarca consultando ou pedindo orientação a Deus sobre o que fazer diante da crise que estava enfrentando. Pelo contrário, observamos Abraão agindo de forma precipitada. Abraão desceu para o lugar errado “Egito”; tomou a atitude errada “peregrinar”; com motivações erradas “a fome era grande”. Quando as situações difíceis vierem sobre nós, devemos recorrer a Deus, consultando-o através da Palavra e da oração (Jr 33.3; Sl 119.105). Precisamos confiar em Deus, em meio as crises, acreditando que Ele tem uma direção sábia para nos dar (Sl 17.5; 25.5; 37.23; 139.4; Pv 16.9).

3.2 - Mentindo para seu próprio benefício (Gn 12.11,12). Em duas ocasiões diferentes, Abraão, temendo a morte, pediu para que Sara omitisse que era sua esposa. No Egito, diante de Faraó (Gn 12.10-20), e em Gerar, diante de Abimeleque (Gn 20.1-18). No Egito, as consequências dessa atitude foram desastrosas (Gn 12.15,18-20). A Bíblia diz que:

(a) a mentira é pecado (Mt 5.37);
(b) originou-se de um anjo caído (Gn 3.1-5);
(c) o pai da mentira é o diabo (Jo 8.43-44);
(d) não escapará o que profere mentiras (Pv 19.5,9); e,
(e) os mentirosos não herdarão o reino de Deus (Ap 21.27; 22.15).

3.3 - Precipitando-se com Agar (Gn 16.1-16). Abraão sofria muito com o fato de sua esposa não gerar filhos. Principalmente dentro do contexto da época que:

(a) atribuía a esterilidade diretamente a uma punição divina (Gn 16.2; I Sm 1.5);
(b) atrelava a prosperidade do homem a quantidade de filhos (Jó 1.2,10); e,
(c) um homem sem filhos ia ver a história se findar com a sua morte, pois seria uma pessoa sem posteridade (Gn 15.2,3).

Ao perceberem que os anos estavam passando e, não vendo o cumprimento da promessa, Abraão e Sara saíram da dimensão da fé e racionalizaram o nascimento de um filho (Gn 16.1,2). Pelo processo natural, Sara não podia gerar filhos, pois, além de ser estéril, estava na velhice (Gn 18.11). Ela convenceu o marido de que, a melhor forma de ele ter um herdeiro legítimo, seria possuir sua serva Agar. Abraão vacilou na fé, e, sem consultar a Deus, deu ouvido à voz de sua mulher (Gn 16.2).

IV – NO DISCIPULADO DA FÉ COM DEUS
A estrada da maturidade da fé é um teste constante, no qual as pressões da vida cooperam em forma de “provações” (Tg 1.2), as quais quando enfrentadas com fé e perseverança, nos tornam “maduros e completos” (Tg 1.4). Deus permite circunstâncias adversas a fim de que aprendamos algumas lições. Eis algumas lições que Abraão aprendeu:

4.1 - Aprendeu renunciar (Gn 12.1-3). Não foi fácil para Abraão sair de sua terra, de sua parentela e da casa do seu pai. Na verdade apesar da exigência divina de lhe pedir tal renúncia, ele levou consigo seu pai e também seu sobrinho (Gn 11.31; At 7.2-4). No caminho, seu pai faleceu e seu sobrinho lhe trouxe grandes problemas (Gn 11.32; 13.7; 14.12-14). Abraão aprendeu que não é bom caminhar com aquilo que Deus pede para nos desvencilharmos (Mt 10.37; 16.24,25).

4.2 - Aprendeu a depender (Gn 12.10-20). Ao chegar na terra que por Deus foi mostrada e nela encontrar dificuldades, Abraão deveria buscar a Deus sobre como deveria agir nessa situação. Na verdade a sua própria voz falou mais alto e ele desceu ao Egito afim de garantir sua sobrevivência. Esta descida quase resultou num grande desastre familiar, senão fosse a intervenção divina. Abraão reconheceu que agiu precipitadamente e saiu do Egito retornando para o lugar que Deus lhe dissera (Gn 13.1-4). É melhor estar na dificuldade com Deus do que na facilidade fora da vontade divina (I Pe 3.17).

4.3 - Aprendeu a confiar (Gn 16.1-16). Deus já havia prometido que daria um filho a Abraão com a sua esposa Sara (Gn 12.2; 15.4), no entanto, entre a promessa e o cumprimento, o casal resolveu tomar um atalho (Gn 16.1-4). As consequências de tal atitude foram desastrosas, trazendo amargura dentro lar (Gn 16.4,5; 21.9). O casal aprendeu na prática que, confiar na promessa de Deus é melhor, pois trás satisfação e alegria (Gn 21.1-6).

4.4 - Aprendeu a amar (Gn 22.1-18). Abraão precisava aprender que o relacionamento com Deus não deve ser mercantil, ou seja, obediência em troca de favores, senão obediência por amor. Para ensinar isso, Deus lhe pediu em sacrifício o seu único filho (Gn 12.4; 21.5; 22.1). O patriarca não hesitou em atender a voz divina, levando o seu filho para o monte a fim de ser sacrificado (Gn 22.3). Lá experimentou a providência divina que, enviou-lhe um carneiro a fim de poupar Isaque (Gn 22.13). Abraão aprendera que embora ame algo ou alguém, este amor deve estar sempre abaixo do amor que deve ser tributado a Deus que é a nossa prioridade (Gn 22.11,12,16; Dt 6.5; Mc 12.30).

CONCLUSÃO
Apesar de ser chamado por Deus, Abraão enfrentou diversas dificuldades, as quais superou com a ajuda divina. De igual forma precisamos olhar as dificuldades sob uma perspectiva positiva de que podemos aprender nos altos e baixos da vida a amadurecermos no nosso relacionamento com Deus.

REFERÊNCIAS
CABRAL, Elienai. Abraão: as experiências de nosso pai na fé. CPAD.
HOFF, Paul. O Penteteuco. VIDA.
GARDNER, Paul. Quém é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

LIÇÃO 02 – A PROVISÃO DE DEUS EM TEMPOS DIFÍCEIS (Êx 16.1-15) - 4º TRIMESTRE DE 2016

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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Pastor Presidente: Aílton José Alves
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LIÇÃO 02 – A PROVISÃO DE DEUS EM TEMPOS DIFÍCEIS (Êx 16.1-15) - 4º TRIMESTRE DE 2016 
INTRODUÇÃO
Vivemos em tempos difíceis na atual sociedade, essa condição foi predita pelo apóstolo Paulo (2Tm 3.1), como sendo uma característica dos tempos finais; por motivos diversos a crise tem sido instaurada em todas as áreas da humanidade, no entanto, há provisão de Deus para os que tem depositado nele sua confiança. Nesse esboço veremos o que significa a provisão divina, o alcance dessa provisão e alguns propósitos da provisão de Deus.

I – DEFINIÇÃO DE PROVISÃO
A palavra “providência” vem do latim “providentia”, e a palavra “prover” do latim “providere” (CAMPOS, 2001, p. 7). Segundo Aurélio provisão é: “ato ou efeito de prover; fornecimento, abastecimento” (2004, p. 1650). Sendo assim, podemos definir a provisão divina como a atividade do Deus Soberano, em provê as necessidades da sua criação, intervindo para sua preservação (CAMPOS, 2001, p. 8). Diante das crises que nos cercam é natural nos preocuparmos como será o nosso futuro, a orientação do nosso Salvador é que não devemos estar ansiosos, mas, entender o cuidado do Pai Celestial para com seus filhos (Mt 6.25-34); não significa dizer que o cristão deva ser omisso quanto as suas responsabilidades, antes deve lembrar de que Deus suprirá em meio aos tempos difíceis, as suas necessidades (Sl 10.14; 68.10; 132.15). Segundo o Dicionário vine (2002, p. 815) "necessidade" no grego é a palavra "ananke" que refere-se a: "dificuldade, angústia, sofrimento, dor" (1Co 7.37; 9.16; 2Co 9.7; 6.4; 12.10). A palavra grega "chreia" denota "ter necessidade de algo, precisar de alguma coisa" (Mt 3.14; 6.8; 9.12; 14.16; Mc 14.63; Lc 5.31; 22.71; Ef 4.28; 1Ts 4.9). Já a palavra para "necessitado" no hebraico é: "ebyon" é alguém que é pobre em sentido material (Êx 23.11; Jó 30.25; 31.19; Sl 132.15).

II – DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS TEMPOS DIFÍCEIS
Da expressão “tempos difíceis”, no grego, temos o adjetivo “chapelos”, que significa 'difícil', 'árduo', dando a entender um período de 'tensão', de 'maldade'; serão tempos difíceis de suportar, perigosos e problemáticos para a igreja em geral (CHAMPLIN, 2014, p 502 – acréscimo nosso). Paulo focaliza a proliferação de falsas doutrinas (2Tm 3.1), e enfatiza a degeneração social, a perversidade das pessoas que se tornam totalmente egoístas e buscam apenas satisfazer seus próprios desejos (antropocentrismo), sem nenhuma consideração pelos outros (2Tm 3.3); elas tem pouco interesse na religião e zombam das coisas de Deus (ateísmo), mas gostam de cultivar uma falsa espiritualidade (2Tm 3.4-5), amam os prazeres da carne (hedonismo) (2Tm 3.6), e se interessam por novas idéias apenas pelo fato de serem novas (relativismo), porém, não estão dispostas a chegar ao conhecimento da verdade (2Tm 3.7) (SIMPSON apud BARCLAY, sd, p. 67 – acréscimo e grifo nosso). Vejamos ainda:

2.1 - Apostasia. O termo apostasia vem do grego “apostásis” e significa “o abandono premeditado e consciente da fé cristã”. O termo grego “aphistemi” é definido por: “apartar, decair, desertar, retirar, rebelião, abandonar, afastar-se daquilo que antes se estava ligado” (STAMPS, 1995, p. 1903).

2.2 - Escarnecedores (Jd 1.17,18). O apóstolo Pedro predisse que nos últimos dias surgiriam escarnecedores que andariam segundo a sua própria concupiscência e negariam a vinda do Senhor (2Pe 3.3,4). Escarnecer: significa “zombar”, “criticar”, “ridicularizar”. Embora muitos escarnecedores tenham surgido no passado (Mt 27.29,31,41; Lc 23.11,36; At 17.32) eles estão se tornando cada vez mais comum em nossos dias, principalmente por parte dos ateus, céticos e incrédulos, que zombam da Bíblia e escarnecem do evangelho.

2.3 - Perda da identidade cristã. Em tempos passados, o cristão era conhecido pela forma de andar, falar e se trajar (Mt 26.73; At 4.13). Por essa razão, os discípulos foram em Antioquia, chamados cristãos (At 11.26). Nos dias atuais, devido à influência desta sociedade relativista, antropocêntrica e secular, é notório que muitos perderam as características que o identificam como cristãos, alegando que “Deus só quer o coração”. Mas, a palavra de Deus nos diz que devemos ser santos em toda maneira de viver (1Pe 1.15,16; 1Ts 5.23).

III – PROPÓSITOS DA PROVISÃO DE DEUS EM TEMPOS DIFÍCEIS
A provisão de Deus é um ensino claro na Bíblia Sagrada. Apesar das crises que enfrentamos em nossa nação temos uma promessa garantida, o soberano do universo permanecerá com suas fortes mãos derramando das suas copiosas bênçãos; outro ensino claro nas Escrituras é que, na provisão divina Deus possui propósitos pedagógicos. Vejamos algumas lições aprendidas na provisão divina:

3.1 - Ressaltar a dependência do homem de seu Criador (Sl 40.17; Pv 16.1). Embora vivamos em uma sociedade extremamente antropocêntrica, em que o homem tende a alimentar a sensação de total independência, sempre terá um momento em que o homem precisará da provisão divina (Mc 5.25,26).

3.2 - Manifestar o controle absoluto de Deus (Rm 11.36; Rm 8.28; Sl 24.1). Deus é o soberano da história, que tem não só o domínio geral, mas também o individual das coisas: “[...] eis que eu ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente” (1Rs 19.9).

3.3 - Demostrar seu grande amor. Através de sua Palavra, o Senhor demonstra todo o seu amoroso cuidado para com os seus filhos (Sl 145.9; Mt 6.26). Deus embora sendo auto suficiente e transcendente também se revela imanente já que se mostra preocupado com todos, individual e particularmente: “E até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos” (Lc 12.7).

3.4 - Exercitar a fé no provedor (Hb 11.6). A ação providencial de Deus se dá mediante a fé obediente: “Foi pois, e fez conforme a palavra do SENHOR...” (1Rs 17.5); “ Então, ele se levantou e foi [...]” (1Rs 17.10).

IV - O ALCANCE DA PROVISÃO DIVINA EM TEMPOS DIFÍCEIS
Os seres humanos são essencialmente dependentes de Deus (Jo 15.5); como seres limitados por natureza a nossa subsistência está na provisão divina (At 17.25,28), que tem como alcance todas as dimensões da vida humana (1Ts 5.23; Fp 4.19). Tomando como exemplo o profeta Elias, veremos a providência de Deus em tempos difíceis. Notemos:

4.1 - Necessidades físicas. Após apresentar-se ao ímpio Rei Acabe e profetizar um período de estiagem na nação de Israel (1Rs 17.1) encontramos a ordem de Deus para o profeta: “Vai-te daqui, e vira-te para o oriente, e esconde-te junto ao ribeiro de Querite, que está diante do jordão” (1Rs 17.3). Para motivar a sua obediência, Deus antecipa a informação de que proverá as necessidades físicas de Elias (1Rs 17.4); e como prometido Deus lhe envia pão e carne diuturnamente por meio de corvos e bebia da água do ribeiro (1Rs 17.6). Enquanto a nação começava a sentir os efeitos da seca, pois a Escritura afirma que: “a fome era extrema em Samaria” (1Rs 18.2), Elias recebia as bênçãos da provisão, que Deus havia prometido para os que são obediente (Lv 26.3-5). Durante o longo período de estiagem de três anos e meio no Reino do Norte (Tg 5.17), observamos o cuidado pessoal do Senhor com o profeta e Aprendamos que Deus é um Deus provedor. Há sempre uma provisão de Deus para aquele que o serve obedientemente em tempos difíceis (Sl 23.1; Sl 37.3, 25).

4.2 - Necessidades emocionais. A provisão de Deus não se limita apenas no aspecto físico ou material, mas alcança também as necessidades emocionais e/ou psíquicas ou ainda afetivas (Sl 34.4, 19; Sl 55.22). O profeta Elias após a grande experiência no monte Carmelo (1Rs 18); demonstra sua fragilidade emocional e a necessidade da provisão divina:

· Elias fugiu. “E ele se foi ao deserto” (1 Rs 19.4);
· Elias quis ficar sozinho. “... e de Judá deixou ali o seu moço.” (1Rs 19.3);
· Elias sentiu-se fracassado. “Já basta, toma agora, ó Senhor, a minha alma...” (1Rs 19.4);
· Elias sentiu-se desanimado. “... e assentou-se debaixo de um zimbro” (1Rs 19.4);
· Elias perdeu o sentido de viver. “... e pediu em seu ânimo a morte” (1Rs 19.4);
· Elias sentiu solidão. “Eu fiquei só...” (1Rs 19.10;14);
· Elias enfrentou perigo físico. “... e procuraram tirar-me a vida” (1Rs 19.14);
· Elias sentiu-se menosprezado. “... pois não sou melhor do que meus pais” (1Rs 19.4); 

Elias se revela fisicamente exausto e emocionalmente abatido (Sl 42.5); Elias era um homem comum, ele não era um anjo, ou um semideus, mas um homem que mesmo com todas as suas fragilidades amava a Deus (1Rs 19.3). Devemos ser crentes espirituais, mas não esquecendo de que ainda habitamos neste tabernáculo (2Pe 1.14). Elias também era humano ele estava sujeito aos “mesmos sentimentos”. Elias, portanto, precisava urgentemente da ajuda do Senhor; para tanto o Deus da provisão, age em seu benefício mostrando a preocupação divina também pela área emocional do ser humano, vejamos ainda:

· Deus lhe permite um momento de descanso e refrigério “... e tornou a deitar-se” (1Rs 19.5,6);
· Deus quebra o silêncio e fala com Elias. “... e eis que a palavra do SENHOR veio a ele e disse: ...” (1Rs 19.9,11,13);
· Deus renovou sua vocação. “E o SENHOR lhe disse: Vai, volta pelo teu caminho...” (1Rs 19.15,16);
· Deus lhe providencia um amigo próximo e pessoal. “Partiu, pois, Elias dali e achou a Eliseu”... ; “... então, se levantou, e seguiu a Elias, e o servia”... (1Rs 19.19, 21);

4.3 - Necessidades espirituais. Deus sabia das necessidades de Elias, da forma como ele se encontrava abalado fisicamente, emocionalmente e espiritualmente, Elias estava no seu limite, num esgotamento espiritual; o homem que havia orado a Deus e ele lhe havia respondido de maneira sobrenatural (1Rs 18.36, 38) agora está dentro de uma caverna vivenciado uma crise. Elias é um homem de Deus, mas tem os pés de barro. À semelhança de Elias, é comum ao crente passar por momentos difíceis na vida espiritual, diante dos desafios pertencentes a esta vida, isso acontece quando as coisas fogem do nosso controle ou quando não saem como gostaríamos. A provisão divina se manifesta quando vemos Deus dizendo: “... Sai e põe-te neste monte perante a face do Senhor”. O Senhor renova espiritualmente o profeta Elias, chamando-o a comunhão. É no altar da oração que Deus supri as necessidades espirituais (Sl 37.23, 24; 1Sm 1.10, 18; 1Pe 5.7; Fp 4.6, 7).

CONCLUSÃO
Que estamos enfrentando no Brasil e no mundo uma crise sem precedentes é uma realidade, no entanto, baseados nas Escrituras, podemos crer que Deus nos ajuda em nossas dificuldades, pois a Bíblia apresenta os precedentes necessários a essa certeza. Ele tem o poder de providenciar os recursos necessários à nossa subsistência (Êx 16.15; 2Rs 4.42-44; 1Rs 17.8-16). Aprendemos nesta lição, que devemos confiar em Deus independentemente de qualquer situação em nossa vida, pois, a sua Palavra nos garante que Deus cuida de cada um de nós.

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
SWINDOLL, Charles R. Elias. série heróis da fé. MC.

CAMPOS, Heber. A Provisão e a sua realização histórica. CULTURA CRISTÃ.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.

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