Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
02 – A PROVISÃO DE DEUS EM TEMPOS DIFÍCEIS (Êx 16.1-15) - 4º TRIMESTRE DE 2016
INTRODUÇÃO
Vivemos
em tempos difíceis na atual sociedade, essa condição foi predita pelo apóstolo
Paulo (2Tm 3.1), como sendo uma característica dos tempos finais; por motivos
diversos a crise tem sido instaurada em todas as áreas da humanidade, no
entanto, há provisão de Deus para os que tem depositado nele sua confiança.
Nesse esboço veremos o que significa a provisão divina, o alcance dessa
provisão e alguns propósitos da provisão de Deus.
I
– DEFINIÇÃO DE PROVISÃO
A
palavra “providência” vem do latim “providentia”, e a palavra “prover” do latim
“providere” (CAMPOS, 2001, p. 7). Segundo Aurélio provisão é: “ato ou efeito de
prover; fornecimento, abastecimento” (2004, p. 1650). Sendo assim, podemos
definir a provisão divina como a atividade do Deus Soberano, em provê as
necessidades da sua criação, intervindo para sua preservação (CAMPOS, 2001, p.
8). Diante das crises que nos cercam é natural nos preocuparmos como será o nosso
futuro, a orientação do nosso Salvador é que não devemos estar ansiosos, mas,
entender o cuidado do Pai Celestial para com seus filhos (Mt 6.25-34); não
significa dizer que o cristão deva ser omisso quanto as suas responsabilidades,
antes deve lembrar de que Deus suprirá em meio aos tempos difíceis, as suas
necessidades (Sl 10.14; 68.10; 132.15). Segundo o Dicionário vine (2002, p.
815) "necessidade" no grego é a palavra "ananke" que
refere-se a: "dificuldade, angústia, sofrimento, dor" (1Co 7.37; 9.16;
2Co 9.7; 6.4; 12.10). A palavra grega "chreia" denota "ter
necessidade de algo, precisar de alguma coisa" (Mt 3.14; 6.8; 9.12; 14.16;
Mc 14.63; Lc 5.31; 22.71; Ef 4.28; 1Ts 4.9). Já a palavra para
"necessitado" no hebraico é: "ebyon" é alguém que é pobre
em sentido material (Êx 23.11; Jó 30.25; 31.19; Sl 132.15).
II
– DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS TEMPOS DIFÍCEIS
Da
expressão “tempos difíceis”, no grego, temos o adjetivo “chapelos”, que
significa 'difícil', 'árduo', dando a entender um período de 'tensão', de
'maldade'; serão tempos difíceis de suportar, perigosos e problemáticos para a
igreja em geral (CHAMPLIN, 2014, p 502 – acréscimo nosso). Paulo focaliza a
proliferação de falsas doutrinas (2Tm 3.1), e enfatiza a degeneração social, a
perversidade das pessoas que se tornam totalmente egoístas e buscam apenas
satisfazer seus próprios desejos (antropocentrismo), sem nenhuma consideração
pelos outros (2Tm 3.3); elas tem pouco interesse na religião e zombam das
coisas de Deus (ateísmo), mas gostam de cultivar uma falsa espiritualidade (2Tm
3.4-5), amam os prazeres da carne (hedonismo) (2Tm 3.6), e se interessam por
novas idéias apenas pelo fato de serem novas (relativismo), porém, não estão
dispostas a chegar ao conhecimento da verdade (2Tm 3.7) (SIMPSON apud BARCLAY,
sd, p. 67 – acréscimo e grifo nosso). Vejamos ainda:
2.1
- Apostasia. O termo apostasia vem do grego “apostásis” e significa “o abandono
premeditado e consciente da fé cristã”. O termo grego “aphistemi” é definido
por: “apartar, decair, desertar, retirar, rebelião, abandonar, afastar-se
daquilo que antes se estava ligado” (STAMPS, 1995, p. 1903).
2.2
- Escarnecedores (Jd 1.17,18). O apóstolo Pedro predisse que nos últimos dias
surgiriam escarnecedores que andariam segundo a sua própria concupiscência e
negariam a vinda do Senhor (2Pe 3.3,4). Escarnecer: significa “zombar”,
“criticar”, “ridicularizar”. Embora muitos escarnecedores tenham surgido no
passado (Mt 27.29,31,41; Lc 23.11,36; At 17.32) eles estão se tornando cada vez
mais comum em nossos dias, principalmente por parte dos ateus, céticos e
incrédulos, que zombam da Bíblia e escarnecem do evangelho.
2.3
- Perda da identidade cristã. Em tempos passados, o cristão era conhecido pela
forma de andar, falar e se trajar (Mt 26.73; At 4.13). Por essa razão, os
discípulos foram em Antioquia, chamados cristãos (At 11.26). Nos dias atuais,
devido à influência desta sociedade relativista, antropocêntrica e secular, é
notório que muitos perderam as características que o identificam como cristãos,
alegando que “Deus só quer o coração”. Mas, a palavra de Deus nos diz que
devemos ser santos em toda maneira de viver (1Pe 1.15,16; 1Ts 5.23).
III
– PROPÓSITOS DA PROVISÃO DE DEUS EM TEMPOS DIFÍCEIS
A
provisão de Deus é um ensino claro na Bíblia Sagrada. Apesar das crises que
enfrentamos em nossa nação temos uma promessa garantida, o soberano do universo
permanecerá com suas fortes mãos derramando das suas copiosas bênçãos; outro
ensino claro nas Escrituras é que, na provisão divina Deus possui propósitos
pedagógicos. Vejamos algumas lições aprendidas na provisão divina:
3.1
- Ressaltar a dependência do homem de seu Criador (Sl 40.17; Pv 16.1). Embora
vivamos em uma sociedade extremamente antropocêntrica, em que o homem tende a
alimentar a sensação de total independência, sempre terá um momento em que o
homem precisará da provisão divina (Mc 5.25,26).
3.2
- Manifestar o controle absoluto de Deus (Rm 11.36; Rm 8.28; Sl 24.1). Deus é o
soberano da história, que tem não só o domínio geral, mas também o individual
das coisas: “[...] eis que eu ordenei ali a uma mulher viúva que te sustente”
(1Rs 19.9).
3.3
- Demostrar seu grande amor. Através de sua Palavra, o Senhor demonstra todo o
seu amoroso cuidado para com os seus filhos (Sl 145.9; Mt 6.26). Deus embora
sendo auto suficiente e transcendente também se revela imanente já que se
mostra preocupado com todos, individual e particularmente: “E até os cabelos da
vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois; mais valeis vós do que
muitos passarinhos” (Lc 12.7).
3.4
- Exercitar a fé no provedor (Hb 11.6). A ação providencial de Deus se dá
mediante a fé obediente: “Foi pois, e fez conforme a palavra do SENHOR...” (1Rs
17.5); “ Então, ele se levantou e foi [...]” (1Rs 17.10).
IV
- O ALCANCE DA PROVISÃO DIVINA EM TEMPOS DIFÍCEIS
Os
seres humanos são essencialmente dependentes de Deus (Jo 15.5); como seres
limitados por natureza a nossa subsistência está na provisão divina (At
17.25,28), que tem como alcance todas as dimensões da vida humana (1Ts 5.23; Fp
4.19). Tomando como exemplo o profeta Elias, veremos a providência de Deus em
tempos difíceis. Notemos:
4.1
- Necessidades físicas. Após apresentar-se ao ímpio Rei Acabe e profetizar um
período de estiagem na nação de Israel (1Rs 17.1) encontramos a ordem de Deus
para o profeta: “Vai-te daqui, e vira-te para o oriente, e esconde-te junto ao
ribeiro de Querite, que está diante do jordão” (1Rs 17.3). Para motivar a sua
obediência, Deus antecipa a informação de que proverá as necessidades físicas
de Elias (1Rs 17.4); e como prometido Deus lhe envia pão e carne diuturnamente
por meio de corvos e bebia da água do ribeiro (1Rs 17.6). Enquanto a nação
começava a sentir os efeitos da seca, pois a Escritura afirma que: “a fome era
extrema em Samaria” (1Rs 18.2), Elias recebia as bênçãos da provisão, que Deus
havia prometido para os que são obediente (Lv 26.3-5). Durante o longo período
de estiagem de três anos e meio no Reino do Norte (Tg 5.17), observamos o
cuidado pessoal do Senhor com o profeta e Aprendamos que Deus é um Deus
provedor. Há sempre uma provisão de Deus para aquele que o serve obedientemente
em tempos difíceis (Sl 23.1; Sl 37.3, 25).
4.2
- Necessidades emocionais. A provisão de Deus não se limita apenas no aspecto
físico ou material, mas alcança também as necessidades emocionais e/ou
psíquicas ou ainda afetivas (Sl 34.4, 19; Sl 55.22). O profeta Elias após a
grande experiência no monte Carmelo (1Rs 18); demonstra sua fragilidade
emocional e a necessidade da provisão divina:
· Elias fugiu. “E ele se foi ao
deserto” (1 Rs 19.4);
· Elias quis ficar sozinho. “... e de
Judá deixou ali o seu moço.” (1Rs 19.3);
· Elias sentiu-se fracassado. “Já
basta, toma agora, ó Senhor, a minha alma...” (1Rs 19.4);
· Elias sentiu-se desanimado. “... e
assentou-se debaixo de um zimbro” (1Rs 19.4);
· Elias perdeu o sentido de viver. “...
e pediu em seu ânimo a morte” (1Rs 19.4);
· Elias sentiu solidão. “Eu fiquei
só...” (1Rs 19.10;14);
· Elias enfrentou perigo físico. “... e
procuraram tirar-me a vida” (1Rs 19.14);
· Elias sentiu-se menosprezado. “... pois
não sou melhor do que meus pais” (1Rs 19.4);
Elias se revela fisicamente
exausto e emocionalmente abatido (Sl 42.5); Elias era um homem comum, ele não
era um anjo, ou um semideus, mas um homem que mesmo com todas as suas
fragilidades amava a Deus (1Rs 19.3). Devemos ser crentes espirituais, mas não
esquecendo de que ainda habitamos neste tabernáculo (2Pe 1.14). Elias também
era humano ele estava sujeito aos “mesmos sentimentos”. Elias, portanto,
precisava urgentemente da ajuda do Senhor; para tanto o Deus da provisão, age
em seu benefício mostrando a preocupação divina também pela área emocional do
ser humano, vejamos ainda:
· Deus lhe permite um momento de
descanso e refrigério “... e tornou a deitar-se” (1Rs 19.5,6);
· Deus quebra o silêncio e fala com
Elias. “... e eis que a palavra do SENHOR veio a ele e disse: ...” (1Rs
19.9,11,13);
· Deus renovou sua vocação. “E o SENHOR
lhe disse: Vai, volta pelo teu caminho...” (1Rs 19.15,16);
· Deus lhe providencia um amigo próximo
e pessoal. “Partiu, pois, Elias dali e achou a Eliseu”... ; “... então, se
levantou, e seguiu a Elias, e o servia”... (1Rs 19.19, 21);
4.3
- Necessidades espirituais. Deus sabia das necessidades de Elias, da forma como
ele se encontrava abalado fisicamente, emocionalmente e espiritualmente, Elias
estava no seu limite, num esgotamento espiritual; o homem que havia orado a
Deus e ele lhe havia respondido de maneira sobrenatural (1Rs 18.36, 38) agora
está dentro de uma caverna vivenciado uma crise. Elias é um homem de Deus, mas
tem os pés de barro. À semelhança de Elias, é comum ao crente passar por
momentos difíceis na vida espiritual, diante dos desafios pertencentes a esta
vida, isso acontece quando as coisas fogem do nosso controle ou quando não saem
como gostaríamos. A provisão divina se manifesta quando vemos Deus dizendo:
“... Sai e põe-te neste monte perante a face do Senhor”. O Senhor renova
espiritualmente o profeta Elias, chamando-o a comunhão. É no altar da oração
que Deus supri as necessidades espirituais (Sl 37.23, 24; 1Sm 1.10, 18; 1Pe
5.7; Fp 4.6, 7).
CONCLUSÃO
Que
estamos enfrentando no Brasil e no mundo uma crise sem precedentes é uma
realidade, no entanto, baseados nas Escrituras, podemos crer que Deus nos ajuda
em nossas dificuldades, pois a Bíblia apresenta os precedentes necessários a
essa certeza. Ele tem o poder de providenciar os recursos necessários à nossa
subsistência (Êx 16.15; 2Rs 4.42-44; 1Rs 17.8-16). Aprendemos nesta lição, que
devemos confiar em Deus independentemente de qualquer situação em nossa vida,
pois, a sua Palavra nos garante que Deus cuida de cada um de nós.
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
SWINDOLL,
Charles R. Elias. série heróis da fé. MC.
CAMPOS,
Heber. A Provisão e a sua realização histórica. CULTURA CRISTÃ.
CHAMPLIN, R. N.
Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
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