Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO
03 – ABRAÃO, A ESPERANÇA DO PAI DA FÉ (Gn 12.1-10) - 4º TRIMESTRE DE 2016
INTRODUÇÃO
Nesta
lição estudaremos sobre Abraão um dos personagens de maior destaque no AT.
Destacaremos aqui algumas informações sobre este patriarca; veremos como foi o
seu chamado e quais as dificuldades que enfrentou caminhando com Deus; veremos
também que em sua trajetória Abrão cometeu alguns deslizes os quais devemos
evitar; e, por fim, pontuaremos quais as lições que Deus ensinou a Abraão
durante a sua jornada de fé.
I
– INFORMAÇÕES SOBRE O PATRIARCA ABRAÃO
A
história de Abrão começa em Gênesis 11.26 com seu nascimento e termina em
Gênesis 25.9 quando é sepultado em Macpela, pelos seus dois filhos, Isaque e
Ismael. Segundo Hoff (1995, p. 25) “Abraão é o personagem mais importante do
Gênesis, e um dos mais importantes de toda a Bíblia. Moisés dedicou onze
capítulos ao que aconteceu antes de Abraão, enquanto treze capítulos se referem
quase exclusivamente à vida pessoal do patriarca”. Paulo o considerava como o
pai de todos os que creem (Rm 4.16).
1.1 - Local e data de nascimento (Gn
11.26-28). Abrão nasceu quando seu pai estava em Ur dos Caldeus (Gn 11.27,28).
Segundo Cabral (2002, p. 5) “esta cidade tinha uma grande movimentação
turística e comercial e constituía-se num importante complexo de atividades da
Suméria. Provavelmente Abrão nasceu no ano de 2166 a.C.”.
1.2
- Seu nome (Gn 11.26; 17.5). O nome primeiro de Abrão (Gn 11.26) significa:
“pai elevado”, ou “pai das alturas”. Posteriormente, depois de uma aliança
feita com Deus, seu nome passou a ser Abraão, que significa: “pai fecundo” ou
“pai de uma multidão”. Este último nome dado por Deus ao patriarca era
profético, pois, no tempo certo, ele haveria de ser o pai de uma numerosa
multidão (Gn 17.5,6).
1.3
- Seus ascendentes (Gn 11.10-26). Abraão era filho de Terá, o décimo na
linhagem depois de Sem, portanto ele era um semita. A Escritura diz que
enquanto os cananeus filhos de Cam receberam a maldição de Deus, os filhos de
Sem tornaram-se ancestral do povo de Deus e encabeçaram a genealogia que
introduziu Terá, o pai de Abraão (Gn 11.10-32) mencionado na genealogia de
Jesus (Lc 3.36).
1.4 - Sua esposa (Gn 11.29-31; 12.5). Abraão havia casado com
uma mulher chamada Sarai. A Bíblia diz que ela era estéril (Gn 11.30). Na
ocasião em que Deus mudou o nome de Abraão, também mudou o nome de sua esposa,
que ao invés de Sarai, agora seria chamada Sara, que significa: “princesa” (Gn
17.15).
II
– ABRAÃO E AS DIFICULDADES QUE ENFRENTOU
Abraão
recebeu um chamado divino e ele correspondeu a esta convocação de sair de sua
terra e ir para uma terra que Deus lhe mostraria (Gn 12.1-4). Todavia, apesar
de renunciar o que Deus havia lhe pedido e sair rumo a Sua vontade, o patriarca
enfrentou diversas dificuldades. Vejamos algumas delas:
2.1
- A terra prometida estava ocupada (Gn 12.5,6; 28.1). A primeira grande
dificuldade com a qual Abraão se deparou foi o fato de que a terra para onde
Deus o dirigiu para habitar já estava ocupada. Ele estava como estrangeiro e
peregrino, viajando de um lugar para outro. Nunca foi dono de um metro quadrado
de terra, a não ser o local de sua sepultura, pois os cananeus eram os senhores
daquela terra. Por certo eles não facilitariam a vida de Abraão e sua gente.
Acrescenta-se ainda que seus costumes eram estranhos ao comportamento santo que
Deus exigia do patriarca (Gn 17.1; 24.3). Portanto, para o crente Abraão viver
neste ambiente hostil era um grande desafio. Nesta dificuldade, o patriarca
ergueu o altar e invocou o Senhor (Gn 12.7,8) e esperou no Senhor quanto a
promessa da terra que sua semente herdaria (Gn 13.14-17).
2.2
- A terra prometida estava em crise (Gn 12.10). A segunda dificuldade que
Abraão enfrentou naquela terra foi a fome. A terra da promessa, Canaã, era uma
região que estava passando por escassez, o que aparentemente não correspondia
ao que Deus prometeu. Não havia quase nada para a subsistência do seu povo nem
para os animais. Não foi fácil para Abraão sair de uma rica e próspera cidade,
atendendo ao chamado divino que lhes fez grandes promessas e agora de forma
paradoxal estar numa cidade em crise. Será que ele tinha fé para acreditar que
Deus estava guiando a sua história? A atitude de ir ao Egito mostrou que não.
Precisamos confiar em Deus em meio as crises e não procurarmos aparentes saídas
das provações a que fomos submetidos. Assim como Abraão, somos peregrinos e
forasteiros neste mundo e nessa peregrinação passamos por muitas provações (I
Pe 2.11). Um autêntico servo de Deus não está livre de turbulências (Tg 1.3).
Podemos ser contristados pelas dificuldades (I Pe 1.6), mas devemos ter em
mente que o Senhor livra os piedosos (2 Pe 2.9).
III
– OS ERROS DE ABRAÃO E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS
Como
na grande maioria dos personagens da Bíblia, a vida de Abraão não foi marcada
apenas por êxitos e conquistas, mas também, por erros e fracassos. Como a
Bíblia é um livro imparcial, ela descreve também os erros cometidos por nosso
“pai na fé”, com o intuito de nos alertar, para que não venhamos à praticá-los.
Vejamos alguns:
3.1
- Agindo sem a orientação divina (Gn 12.10). Quando se deparou com uma grande
fome na terra em que estava Abraão resolveu ir ao Egito. Nessa ocasião, não
vemos o patriarca consultando ou pedindo orientação a Deus sobre o que fazer
diante da crise que estava enfrentando. Pelo contrário, observamos Abraão
agindo de forma precipitada. Abraão desceu para o lugar errado “Egito”; tomou a
atitude errada “peregrinar”; com motivações erradas “a fome era grande”. Quando
as situações difíceis vierem sobre nós, devemos recorrer a Deus, consultando-o
através da Palavra e da oração (Jr 33.3; Sl 119.105). Precisamos confiar em
Deus, em meio as crises, acreditando que Ele tem uma direção sábia para nos dar
(Sl 17.5; 25.5; 37.23; 139.4; Pv 16.9).
3.2
- Mentindo para seu próprio benefício (Gn 12.11,12). Em duas ocasiões diferentes,
Abraão, temendo a morte, pediu para que Sara omitisse que era sua esposa. No
Egito, diante de Faraó (Gn 12.10-20), e em Gerar, diante de Abimeleque (Gn
20.1-18). No Egito, as consequências dessa atitude foram desastrosas (Gn
12.15,18-20). A Bíblia diz que:
(a)
a mentira é pecado (Mt 5.37);
(b)
originou-se de um anjo caído (Gn 3.1-5);
(c)
o pai da mentira é o diabo (Jo 8.43-44);
(d)
não escapará o que profere mentiras (Pv 19.5,9); e,
(e)
os mentirosos não herdarão o reino de Deus (Ap 21.27; 22.15).
3.3
- Precipitando-se com Agar (Gn 16.1-16). Abraão sofria muito com o fato de sua
esposa não gerar filhos. Principalmente dentro do contexto da época que:
(a)
atribuía a esterilidade diretamente a uma punição divina (Gn 16.2; I Sm 1.5);
(b)
atrelava a prosperidade do homem a quantidade de filhos (Jó 1.2,10); e,
(c)
um homem sem filhos ia ver a história se findar com a sua morte, pois seria uma
pessoa sem posteridade (Gn 15.2,3).
Ao
perceberem que os anos estavam passando e, não vendo o cumprimento da promessa,
Abraão e Sara saíram da dimensão da fé e racionalizaram o nascimento de um
filho (Gn 16.1,2). Pelo processo natural, Sara não podia gerar filhos, pois,
além de ser estéril, estava na velhice (Gn 18.11). Ela convenceu o marido de
que, a melhor forma de ele ter um herdeiro legítimo, seria possuir sua serva
Agar. Abraão vacilou na fé, e, sem consultar a Deus, deu ouvido à voz de sua
mulher (Gn 16.2).
IV
– NO DISCIPULADO DA FÉ COM DEUS
A
estrada da maturidade da fé é um teste constante, no qual as pressões da vida
cooperam em forma de “provações” (Tg 1.2), as quais quando enfrentadas com fé e
perseverança, nos tornam “maduros e completos” (Tg 1.4). Deus permite
circunstâncias adversas a fim de que aprendamos algumas lições. Eis algumas
lições que Abraão aprendeu:
4.1
- Aprendeu renunciar (Gn 12.1-3). Não foi fácil para Abraão sair de sua terra,
de sua parentela e da casa do seu pai. Na verdade apesar da exigência divina de
lhe pedir tal renúncia, ele levou consigo seu pai e também seu sobrinho (Gn
11.31; At 7.2-4). No caminho, seu pai faleceu e seu sobrinho lhe trouxe grandes
problemas (Gn 11.32; 13.7; 14.12-14). Abraão aprendeu que não é bom caminhar
com aquilo que Deus pede para nos desvencilharmos (Mt 10.37; 16.24,25).
4.2
- Aprendeu a depender (Gn 12.10-20). Ao chegar na terra que por Deus foi
mostrada e nela encontrar dificuldades, Abraão deveria buscar a Deus sobre como
deveria agir nessa situação. Na verdade a sua própria voz falou mais alto e ele
desceu ao Egito afim de garantir sua sobrevivência. Esta descida quase resultou
num grande desastre familiar, senão fosse a intervenção divina. Abraão
reconheceu que agiu precipitadamente e saiu do Egito retornando para o lugar
que Deus lhe dissera (Gn 13.1-4). É melhor estar na dificuldade com Deus do que
na facilidade fora da vontade divina (I Pe 3.17).
4.3
- Aprendeu a confiar (Gn 16.1-16). Deus já havia prometido que daria um filho a
Abraão com a sua esposa Sara (Gn 12.2; 15.4), no entanto, entre a promessa e o
cumprimento, o casal resolveu tomar um atalho (Gn 16.1-4). As consequências de
tal atitude foram desastrosas, trazendo amargura dentro lar (Gn 16.4,5; 21.9).
O casal aprendeu na prática que, confiar na promessa de Deus é melhor, pois
trás satisfação e alegria (Gn 21.1-6).
4.4
- Aprendeu a amar (Gn 22.1-18). Abraão precisava aprender que o relacionamento
com Deus não deve ser mercantil, ou seja, obediência em troca de favores, senão
obediência por amor. Para ensinar isso, Deus lhe pediu em sacrifício o seu
único filho (Gn 12.4; 21.5; 22.1). O patriarca não hesitou em atender a voz
divina, levando o seu filho para o monte a fim de ser sacrificado (Gn 22.3). Lá
experimentou a providência divina que, enviou-lhe um carneiro a fim de poupar
Isaque (Gn 22.13). Abraão aprendera que embora ame algo ou alguém, este amor deve
estar sempre abaixo do amor que deve ser tributado a Deus que é a nossa
prioridade (Gn 22.11,12,16; Dt 6.5; Mc 12.30).
CONCLUSÃO
Apesar
de ser chamado por Deus, Abraão enfrentou diversas dificuldades, as quais
superou com a ajuda divina. De igual forma precisamos olhar as dificuldades sob
uma perspectiva positiva de que podemos aprender nos altos e baixos da vida a
amadurecermos no nosso relacionamento com Deus.
REFERÊNCIAS
CABRAL,
Elienai. Abraão: as experiências de nosso pai na fé. CPAD.
HOFF,
Paul. O Penteteuco. VIDA.
GARDNER,
Paul. Quém é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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