sábado, 25 de junho de 2016

LIÇÃO 13 – O CULTIVO DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS (Rm 16.1-16) - 2º TRIM/2016

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO 13 – O CULTIVO DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS - 2º TRIM/2016 (Rm 16.1-16)

INTRODUÇÃO
Nesta última lição deste trimestre, analisaremos quais as últimas palavras de Paulo na epístola escrita aos crentes de Roma. Veremos que o apóstolo lista um bom número de servos e servas de Deus, deixando entender que não estava sozinho no trabalho, mas dispunha de excelente amizade estes preciosos cooperadores que lhe auxiliaram bastante no trabalho do Senhor. Concluiremos destacando também a preocupação paulina exortando os cristãos quanto ao cuidado da ortodoxia.

I – PAULO RECONHECE A IMPORTÂNCIA DOS COOPERADORES DA OBRA DE DEUS
No capítulo 16 da Epístola aos Romanos, o apóstolo envia as suas saudações carinhosas às pessoas que ele conhece em Roma (Rm 16.1-16). A maioria delas não é mencionada em outros textos do NT, mas por trás da menção dos nomes obviamente está uma riqueza de personalidade, serviço e cordial comunhão, isto porque Paulo sabia cultivar um bom relacionamento interpessoal com os irmãos e seus cooperadores. Abaixo destacaremos estas saudações:

1.1 - Febe, a portadora da epístola aos Romanos (Rm 16.1,2).
Febe, era uma cristã que cooperava na igreja em Cencréia. A Bíblia nos fala pouco sobre ela. Ela apenas aparece no capítulo dezesseis da epístola aos Romanos sendo a pessoa que levaria esta carta aos crentes de Roma. “Talvez Febe tenha concordado em levar a carta de Paulo aproveitando uma viagem de negócios na capital” (RADMACHER, 2010, p. 403). Abaixo destacaremos algumas de suas características:

1.1.1 - Uma irmã recomendável (Rm 16.1-a). As cartas de recomendação eram comuns e necessárias naquele tempo (At 18.27; 2Co 3.1), uma vez que os crentes precisavam contar com a hospitalidade dos irmãos quando viajavam de uma cidade para outra. Igualmente, eram necessárias para proteger a igreja de charlatães”. A palavra “recomendar” significa: “indicar” (SOARES, 2008, p. 76). Tal indicação tinha um peso muito grande porque foi feita pelo próprio apóstolo Paulo, mostrando assim a extrema consideração que este tinha por esta nobre serva de Deus.

1.1.2 - Uma serva disposta (Rm 16.1-b). Febe também é destacada por Paulo como “nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencréia”. A expressão “serve” é a palavra grega 'diakonon', usada pelo apóstolo para descrever Febe, é o feminino do termo “diáconos”. O simples uso do termo não significa que Febe tivesse esse ofício, mas, o termo denota simplesmente o exercício da caridade e da hospitalidade que caracterizava a vida de todo verdadeiro crente e que Febe manifestava em assinalado grau. Na igreja primitiva, as mulheres se ocupavam da oração (At 1.14) e do serviço assistencial (At 9.36-42; Rm 16.1,2). Não há na Bíblia nenhuma referência a mulheres exercendo atividades ministeriais. Na escolha de Jesus foram convocados doze homens (Mt 10.1-4; Mc 3.13-19; Lc 6.12-16 ), na substituição de Judas foi eleito um homem (At 1.15-26), na escolha dos primeiros diáconos os apóstolos disseram: “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete varões…” (At 6.3), no concílio de Jerusalém os rumos da igreja foram traçados por homens (At 15), em Apocalipse 2 e 3, são mencionados os pastores (homens) das igrejas da Ásia. A Bíblia é clara, embora as mulheres tenham importante papel ao longo das páginas do NT aparecendo na linhagem e no ministério de Cristo (Mt 1.3,5,6,16; Lc 8.1-3), Deus conferiu apenas aos homens o exercício da liderança eclesiástica da igreja (Ef 4.8-11).

1.1.3 - Uma mulher acolhedora (Rm 16.1-c). Paulo lembra que a irmã Febe “tem hospedado a muitos, como também a mim mesmo”. Por certo quando esteve em Corinto, o apóstolo foi acolhido em sua casa (At 18). Semelhante postura teve Lídia, quando o apóstolo esteve em Filipos (At 16.14,15). Febe usou seus recursos não apenas para seu deleite e conforto, mas para sustentar e socorrer muitos irmãos. Era uma mulher altruísta, abnegada, desapegada das coisas materiais e apegada às pessoas. Sua vida, sua casa e seus bens estavam a serviço da igreja.

1.2 - Priscila e Áquila, um casal servidor (Rm 16.3,4).
Priscila e Áqüila eram um casal, e haviam se tornado amigos íntimos de Paulo. Eles, juntamente com todos os outros judeus, tinham sido expulsos de Roma em 49 d.C. pelo Imperador Cláudio e tinham se mudado para Corinto (At 18.2,3). Ali eles conheceram a Paulo enquanto ele estava em sua segunda viagem missionária, e eles o convidaram para viver e trabalhar com eles. Em algum momento, eles regressaram de mudança para Roma quando tiveram a permissão de voltar. Mais tarde, eles voltaram a Éfeso (2 Tm 4.19).

1.2.1 - Um casal de cooperadores (Rm 16.3). Em Romanos 16, o apóstolo os chama de “meus cooperadores em Cristo”. A palavra “cooperador” no grego “sunergos” quer dizer “trabalhador com”, dando uma ideia de “ajuda, companheirismo” (VINE, 2002, p. 508). Este nobre casal destacou-se por prestar um serviço relevante ao apóstolo na cidade de Corinto (At 18.1-3). Depois, Paulo vai para Éfeso e Priscila e Áqüila o acompanharam (At 18.18). Lá se depararam com o eloquente e fervoroso pregador chamado Apolo, o qual foi instruído pelo casal mais acuradamente acerca do caminho do Senhor (At 18.24-26). Pelas saudações paulinas percebemos que este casal abrigou em sua casa, a igreja do Senhor, revelando que desde o começo foram pessoas que conservaram um coração aberto e uma porta aberta (Rm 16.5-a; I Co 16.10).

1.2.2 - Um casal disposto a se sacrificar (Rm 16.4). É extraordinário saber que Paulo dispunha de cooperadores ao seu lado, que estavam dispostos a até mesmo morrerem por ele, como o apóstolo mesmo assevera acerca deste casal “os quais pela minha vida expuseram as suas cabeças” (Rm 16.4-a). Não sabemos em que momento histórico do ministério de Paulo este fato se deu. Alguns supõem, pelas Escrituras, que tenha sido em Éfeso, onde houve vários tumultos que podiam resultar na iminente morte do apóstolo (At 19.23-31; I Co 15.32). Ele estava agradecido por terem salvado a sua vida, e as igrejas dos gentios também: “o que não só eu lhes agradeço, mas também todas as igrejas dos gentios”.

1.3 - Outros excelentes cooperadores (Rm 16.5-15).
Diversos outros cooperadores são citados pelo apóstolo Paulo no último capítulo da epístola aos Romanos. Há duas coisas interessantes para notar:

1.3.1 - Dos vinte e nove, nove são mulheres. Isto é digno lembrar-se, porque frequentemente se acusa a Paulo de menosprezar a situação das mulheres na Igreja. Se quisermos realmente ver a atitude de Paulo para com as mulheres na Igreja, deveremos ler uma passagem como esta, onde sua apreciação pelo trabalho que elas podiam fazer na Igreja brilha e reluz através de suas palavras. Esse capítulo menciona nove mulheres, a saber: Febe (v. 1), Priscila (v. 3), Maria (v. 6), Trifosa e Trifena (v. 12); Pérside (v. 12), a mãe de Rufo (v. 13), Júlia (v. 15) e a irmã de Nereu (v. 15).

1.3.2 - Dos vinte e nove, vinte são homens. Paulo, sem sombra de dúvidas, foi o maior missionário da igreja primitiva. No entanto, é preciso destacar que o sucesso do ministério confiado por Deus a este apóstolo, foi possível também pelos muitos cooperadores fiéis que estavam ao seu lado auxiliando-o. Paulo estava tão ciente disto que, no encerramento da epístola aos Romanos, ele elenca alguns destes nobres servos de Deus. Esse capítulo menciona dezoito homens, a saber: Áquila (v. 3), Epêneto (v. 5), Andrônico e Júnias (v. 7), Amplias (v. 8); Urbano e Estáquis (v. 9); Apeles e Aristóbulo (v. 10), Erodião e Narciso (v. 11), Rufo (v. 13), Asíncrito, Flegonte, Hermes, Pátrobas, Hermas (v .14), Filólogo, Nereu e Olimpas (v. 15).

II – EXORTAÇÕES PAULINAS QUANTO AS AMEAÇAS INTERNAS CONTRA A IGREJA No capítulo 16 dos versículos o apóstolo passa da saudação a alguns crentes da igreja de Roma à exortação à igreja de Roma. Destacamos aqui alguns pontos:

2.1 - Discernimento para detectar os hereges (Rm 16.17-a). Paulo sabia que a Igreja não somente sofre ataques externos, mas também ataques internos. Quando trouxe esta exortação aos cristãos romanos, Paulo estava falando dos judaizantes e dos libertinos, ou de qualquer outro ensino contrário ao evangelho. “O verbo “notar” significa “vigie-os. mantenha os olhos neles”. É certo a igreja manter os olhos nos 'itinerantes eclesiásticos', que vão de uma igreja para outra, causando problemas e divisões” (WIERSBE, 2008, p. 446). Tal discernimento era peculiar também da igreja em Éfeso (Ap 2.1,2).

2.2 - Atitude de desviar-se deles (Rm 16.17-b). Para Paulo não bastava detectar o herege, era necessário afastar-se dele. “A expressão desviar-se significa, literalmente, “virar as costas para eles”. Paulo queria que os crentes evitassem ativamente a tais perturbadores, mas também queria que lhes fizessem oposição, frustrando-lhes os seus maus desígnios” (CHAMPLIN, 1998, p. 881). Sabendo de suas artimanhas, o apóstolo cita pelo menos três características deles, a saber:

2.2.1 - A quem realmente eles servem. Paulo diz que eles “não servem a nosso Senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre”. Segundo Champlin (1998, p. 881). A expressão “ao seu ventre”, indica aqui que o serviço ao próprio ‘eu’ é o grande alvo daquela gente; mas Paulo apresenta um fraseado tal que nos da a impressão de que podemos suspeitar que ele queria dizer que as 'ambições vis' e a ideia de lucro financeiro era o que ocupava os pensamentos daqueles homens, por detrás de qualquer serviço que supostamente prestassem a outros ou a igreja de Cristo”.

2.2.2 - Qual a sua metodologia. O apóstolo diz “e com suaves palavras e lisonjas enganam”; Segundo Barclay, (sd, p. 230 – itálico e negrito nosso), existe o termo que se traduz com suaves palavras que é 'crestologia'. Os próprios gregos definiam a um 'crestologos' como “um homem que fala bem e que age mal". É o tipo de homem que, atrás de uma fachada de palavras pias e religiosas, é uma má influência; o homem que faz desencaminhar, não por um ataque direto, mas sutilmente; o homem que pretende servir a Cristo, mas que na realidade está destruindo a fé.

2.2.3 - Quem é o seu público-alvo. Paulo diz que tais enganadores preferem seduzir “os corações dos simples”. “Estes são as pessoas inofensivas, que também não esperam jamais ser enganadas por outros; por essa mesma razão é que podem ser enganadas com tanta facilidade. Julgam o pregador por suas belas expressões verbais, ao mesmo tempo que se mostram insensíveis para com seus erros doutrinários e morais. Em si mesmas são inocentes, mas falta-lhes a prudencia necessária para aquilatar corretamente os outros” (CHAMPLIN, 1998, p. 881).

CONCLUSÃO
O apóstolo Paulo conclui a epístola aos Romanos destacando a maturidade dos crentes (Rm 16.19); relembrando a vitória final sobre Satanás, por meio da Igreja (Rm 16.20); desejando que a graça de Deus permaneça com eles (Rm 16.24); e, por fim, rendendo ações de graças ao Deus que se revelou em Cristo cumprindo as profecias do AT (Rm 16.25-27).

REFERÊNCIAS
BARCLAY, William. Comentário da Carta aos Romanos. PDF.
CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado – Gênesis a Números. HAGNOS. RADMACHER, Earl D. O Novo Comentário Bíblico: Novo Testamento. CENTRAL GOSPEL.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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