terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

LIÇÃO 09 – VIVENDO O FERVOR ESPIRITUAL - (Ef 5.15-20) 1º TRIMESTRE DE 2021

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais

Pastor Presidente: Aílton José Alves

Av. Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543


LIÇÃO 09 – VIVENDO O FERVOR ESPIRITUAL - (Ef 5.15-20)

1º TRIMESTRE DE 2021



INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição da palavra “fervor”; notaremos o que é ser fervoroso espiritualmente; pontuaremos o que diminui o fervor na vida do crente; falaremos sobre Laodicéia, uma igreja morna, pobre, cega e nua; e por fim; estudaremos como resgatar o fervor espiritual na vida do servo de Deus.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA FERVOR

1.1 - Conceito de fervor. A palavra “fervor” significa: “ação de ferver, condição do que foi submetido à fervura; grande calor; ardência, brasa”. Figuradamente significa: “empenho com que se busca satisfazer ou realizar algum desejo; dedicação” (HOUAISS, 2001, p. 1332). A palavra usada por Paulo em Romanos 12.11 exorta-nos “a manter o zelo em ponto de ebulição” ou sermos “incandescentes”. A Enciclopédia de Champlin (2004, p. 718) diz que ser fervoroso é “ser intenso, zeloso e resoluto no propósito tomado. Uma pessoa fervorosa caracteriza-se por sentimentos e convicções profundas. Essa qualidade de espírito faz contraste com a atitude de superficialidade, fingimento e vacilação, tão comum em nossos dias”.

II – O QUE É SER FERVOROSO ESPIRITUALMENTE

2.1 - Ser fervoroso é um mandamento. Trazendo vários conselhos práticos da vida cristã aos cristãos de Roma, o apóstolo Paulo exorta-os dizendo: “sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11). A expressão paulina “sede” é um imperativo para a vida cristã, um mandamento que não pode ser negligenciado.

2.2 - Ser fervoroso é uma necessidade. O fervor é necessário e vital ao cristão, relegar isso é cair num marasmo e decadência espiritual. O apóstolo Paulo diz que nós devemos buscar sempre uma renovação a fim de que nossa vida espiritual esteja sempre em dia (Rm 12.2; 2Co 4.16; Ef 4.23).

2.3 - Ser fervoro é uma parceria. É impossível uma vida de fervor sem o auxílio do Espírito Santo. É Ele que está ao nosso lado nos auxiliando na vida espiritual como prometeu Jesus (Jo 14.26). É sua habitação e constante renovação que torna a nossa vida dinâmica, por isso Paulo diz: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).

III – O QUE DIMINUI O FERVOR NA VIDA CRISTÃ

3.1 - O pecado. Quando o crente negligencia sua vida de santidade e permite que o pecado reine em seu coração, o fervor começa a diminuir. E quando isso acontece, esfria também o amor por Jesus, o amor próprio, e o amor pelo semelhante, como previu Jesus (Mt 24.12).

3.2 - A falta de dedicação. No AT o sacerdote tinha tarefas diárias, tais como: sacrificar, acender as lâmpadas do candelabro e ofertar incenso, diariamente. Tais atribuições apontam para a necessidade que temos, como sacerdotes de Deus (1Pd 2.9; Ap 1.6), de diariamente, apresentar a nossa vida em total consagração a Deus (Rm 12.1), se enchendo do Espírito (Ef 5.18), e ainda conservando uma vida de oração (Ef 6.18; 1Ts 5.17) e leitura da Bíblia (Sl 1.1-3).
3.3 - A negligência com o Espírito Santo. Paulo exortou a igreja de Éfeso que não entristecesse o Espírito Santo no qual eles foram selados (Ef 4.30). E aos crentes de Tessalônica Paulo diz também: “Não extingais o Espírito” (1Ts 5.19). O verbo “extinguir” no original grego “sbennumi” significa: “apagar, extinguir” e figuradamente “suprimir”. Esse verbo era usado para dar a ideia de “apagar fogo” (CHAMPLIN, 2002, p. 219). A vinda e atuação do Espírito Santo com frequência metaforicamente ao fogo (Mt 3.11; Lc 3.16; At 2.3; Rm 12.11; 2Tm 1.6). 
Se não tivermos o devido cuidado, infelizmente, poderemos apagar o Espírito em nossa vida, pois foi assim com Saul (1Sm 16.14) e Sansão (Jz 16.20).

IV – LAODICÉIA, UMA IGREJA MORNA, POBRE, CEGA E NUA

Jesus Cristo que está no meio dos castiçais e anda no meio dos deles, sondou esta igreja e em sua carta deixou claro que a igreja de Laodicéia estava com a cara da cidade: orgulhosa e autossuficiente, pois, ao invés de influenciar, tinha sido influenciada, e que apesar de pensarem estar bem, aos seus próprios olhos: “tu dizes”, não estavam aos olhos dEle “e não sabes que és”. Eis abaixo o seguinte diagnóstico dado por Jesus:

4.1 - A igreja que perdera seu fervor espiritual. O Cristo glorificado consegue detectar que aquela comunidade de cristãos o servia sem fervor, por isso afirmou categoricamente: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente” (Ap 3.15). Jesus diz que a temperatura espiritual daquela igreja se encontrava idêntica à da água que eles recebiam, e que estava sentindo náuseas “Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” (Ap 3.16). A água morna nem é quente nem é fria. Assim o crente em estado de mornidão é aquele que hesita entre dois pensamentos (1Rs 18.21); o coração está dividido (Os 10.2a); serve ao Senhor parcialmente (2Cr 25.2b) e é um bolo que não foi virado (Os 7.8b).

4.2 - A igreja tinha perdido seus valores. Apesar de igreja alegar possuir riqueza: “rico sou e estou enriquecido e de nada tenho falta” (Ap 3.17-a), porque a cidade possuía um importante centro bancário e de troca de moedas, o Senhor a reprova severamente dizendo: “és pobre” (Ap 3.17-b). Chaplin afirma que: “Supõe-se que a igreja estava desfrutando dessa aparente prosperidade porque ao contrário de Esmirna que se opunha ao culto ao imperador mesmo lhes custando a pobreza e a morte, os crentes de Laodicéia, pelo contrário, para evitarem a perseguição e não perderem seus bens, prestavam homenagem a Domiciano como um deus, alegando ser apenas por formalidade e não de coração” (2002, p. 432). Como disse Jesus, não podemos servir a dois senhores (Mt 6.24).

4.3 - A igreja tinha perdido sua visão. A medicina de Laodicéia estava tão avançada ao ponto de descobrirem o unguento oftálmico que trouxe muitos benefícios para alguns tipos de enfermidades nos olhos. No entanto, Jesus lhes confessa abertamente: “és pobre, e cego” (Ap 3.17-b). Os cristãos tinham olhos apenas para os bens materiais, perdendo assim a visão do Reino, que dá primazia aos bens espirituais “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam” (Mt 6.19,20).

4.4 - A igreja tinha perdido suas vestimentas. A igreja de Laodicéia também era famosa por sua indústria de lã e sua produção de excelentes peças de vestuários. Apesar disso, Cristo diz: “és pobre, cego e nu” (Ap 3.17-b). Como podemos ver, as vestes luxuosas dos crentes de Laodicéia não podiam cobrir sua nudez espiritual, tal qual as folhas de figueira não foram suficientes para cobrir a nudez do primeiro casal no Éden (Gn 3.7).

V – RESGATANDO O FERVOR ESPIRITUAL

Quando o crente sente que sua vida espiritual está perdendo o fervor, que já não tem mais o desejo ávido pelas coisas de Deus, ele deve imediatamente tomar as seguintes atitudes:

5.1 Quebrantar-se. O primeiro passo para se resgatar o fervor espiritual na caminhada cristã, é quebrantar-se diante de Deus, rogando-lhe com humildade a Sua misericórdia. Tal como fez Davi (Sl 51.1). Após reconhecer que não era o mesmo servo de Deus como antes, diferente de Saul, ele não prometeu dar ao senhor animais para serem sacrificados, pois prometeu-lhe um coração quebrantado: “Os sacrifícios para Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás” (Sl 51.17). Ele sabia que Deus está perto de quem procede assim (Sl 34.18).

5.2 - Arrepender-se. Quando o crente perde o fervor o pecado começa a se tornar atraente roubando-lhe a santidade. Para que haja uma renovação espiritual, é necessário que este crente esteja disposto a quebrantado confessar o seu pecado e abandoná-lo (Pv 28.13). Quando o povo de Israel veio ao profeta Samuel para se concertar com Deus, o homem de Deus lhes disse: “Se com todo o vosso coração vos converterdes ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos e os astarotes, e preparai o vosso coração ao Senhor, e servi a ele só, e vos livrará da mão dos filisteus” (1 Sm 7.3).

5.3 - Buscar a Deus em oração. O cristão deve entender que a oração, assim como a leitura da Palavra, é algo indispensável ao seu desenvolvimento espiritual. É como a alimentação de uma criança, que determinará sua saúde. Se a criança tem uma alimentação deficiente, ela terá problemas de raquitismo, baixa imunidade, anemia, etc. Além do desenvolvimento espiritual, devemos orar porque:

a) A oração é um mandamento bíblico (1Cr 16.11; Is 55.6; Am 5.4,6; Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24).
b) É o meio pelo qual recebemos as bênçãos de Deus (Lc 11.5,13; At 1.14).

c) Na oração falamos com Deus, e Ele se faz presente (Dt 4.7).

d) Na oração Deus fala conosco (2Co 12.9,10).

e) Recebemos ajuda divina (Hb 4.16).

f) Alcançamos o que pedimos (Mt 7.7,8).

CONCLUSÃO
Na lição de hoje aprendemos que a nossa intensidade espiritual determina nossos resultados na vida cristã. Qualquer área em que dedicamos tempo e prioridade frutifica, cresce, se desenvolve, assim também é na nossa espiritualidade. Se desejamos desfrutar do poder de Deus em nossa vida é necessário sermos fervorosos espiritualmente.

REFERÊNCIAS
WILLIAMS, Dereck. Dicionário Bíblico Vida Nova. SP: VIDA NOVA, 2000

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal para Juventude. RJ: CPAD, 2018

LOPES, Hernandes Dias. Tiago: transformando provas em triunfo. SP: HAGNOS. 2015

HENRY Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. RJ: CPAD, 2010.

LIÇÃO 08 – COMPROMETIDOS COM A PALAVRA DE DEUS – (2Tm 2.14-19; 2Pe 1.20,21) 1º TRIMESTRE DE 2021

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais

Pastor Presidente: Aílton José Alves

Av. Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543


LIÇÃO 08 – COMPROMETIDOS COM A PALAVRA DE DEUS – (2Tm 2.14-19; 2Pe 1.20,21)

1º TRIMESTRE DE 2021


INTRODUÇÃO

Nesta lição ressaltaremos a nossa confissão de fé em relação à Palavra de Deus; destacaremos também as principais características e propósitos das Escrituras como regra de fé e prática; e, por fim, demonstraremos as principais razões pelas quais devemos seguir comprometidos com a Palavra de Deus.

I – A PALAVRA DE DEUS E A VISÃO ASSEMBLEIANA

1.1 - A declaração de fé e a Bíblia: “Cremos, professamos e ensinamos que a Bíblia Sagrada é a Palavra de Deus, única revelação escrita de Deus (Ap 1.1) dada pelo Espírito Santo (1Co 2.13,14), escrita para a humanidade e que o Senhor Jesus Cristo chamou as Escrituras Sagradas de a “Palavra de Deus” (Mc 7.13); que os livros da Bíblia foram produzidos sob inspiração divina: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil” (2Tm 3.16 – ARA). Isso significa que toda a Escritura foi respirada ou soprada por Deus, o que a distingue de qualquer outra literatura, manifestando, assim, o seu caráter sui generis. As Escrituras Sagradas são de origem divina; seus autores humanos falaram e escreveram por inspiração verbal e plenária do Espírito Santo (2Pe 1.21). Deus soprou nos escritores sagrados, os quais viveram numa região e numa época da história e cuja cultura influenciou na composição do texto. Esses homens não foram usados automaticamente; eles foram instrumentos usados por Deus, cada um com sua própria personalidade e talento. A inspiração da Bíblia é especial e única, não existindo um livro mais inspirado e outro menos inspirado, tendo todos o mesmo grau de inspiração e autoridade. A Bíblia é nossa única regra de fé e prática (Is 8.20), a inerrante, completa e infalível Palavra de Deus: “A lei do SENHOR é perfeita” (Sl 19.7). É a Palavra de Deus, que não pode ser anulada: “e a Escritura não pode falhar” (Jo 10.35 – ARA)” (SOARES (Org), 2017, p. 23 - grifo nosso).

1.2 - Definição do termo Bíblia. A palavra “Bíblia” não se encontra no texto das Sagradas Escrituras. É derivado do nome que os gregos davam à folha de papiro preparada para a escrita - “biblos”. Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado “biblion”, e vários destes era uma “bíblia”. Portanto, a palavra Bíblia quer dizer “coleção de livros pequenos”. “Atribui-se a João Crisóstomo a disseminação do uso desse vocábulo para se referir à Palavra de Deus. No Ocidente, a palavra em questão foi introduzida por Jerônimo — tradutor da Vulgata (tradução da Bíblia do grego para o latim) —, o qual, costumeiramente, chamava o Sagrado Livro de Biblioteca Divina” (ANDRADE, 2008, p. 20 – acréscimo nosso). Os nomes mais comuns que a Bíblia dá a si mesma são:

(a) Escrituras (Mt 21.42; 22.29; Mc 14.29; Lc 24.27; Jo 5.39);

(b) Sagradas Letras (2Tm 3.15);

(c) Livro do Senhor (Is 34.16); e,

(d) Palavra de Deus (Pv 30.5; Hb 4.12).

II – CARACTERÍSTICAS DA PALAVRA DE DEUS

A autoridade da Bíblia deriva de sua origem divina. O selo dessa autoridade aparece em expressões como: “assim diz o SENHOR” (Êx 5.1; Is 7.7); “veio a palavra do SENHOR” (Jr 1.2); “está escrito” (Mc 1.2). Isso encerra a suprema autoridade das Escrituras com plena e total garantia de infalibilidade, pois a Bíblia é a Palavra de Deus (Mc 7.13; 1Pe 1.23-25) (HORTON, 1996, p. 218). A Bíblia é um livro superior a qualquer outro livro, pois possui características que a fazem ser singular. Vejamos:

2.1 - A Palavra de Deus é inspirada. A Bíblia alega ser um livro de Deus e ter uma mensagem com autoridade divina. Paulo diz que: “Toda a Escritura é divinamente inspirada [...]” (2Tm 3.16). A palavra grega é “theopneustos”, e significa literalmente “soprada por Deus”. Portanto, a Bíblia não contém, nem se torna, ela é a Palavra de Deus. Geisler (2010, p. 460 - acréscimo nosso) define a inspiração da seguinte forma: “é a operação sobrenatural do Espírito Santo, que, por intermédio de diferentes personalidades e estilos literários dos autores humanos escolhidos, investiu as palavras exatas dos livros originais das Sagradas Escrituras, em separado ou no seu conjunto, como a própria Palavra de Deus, isenta de erro em tudo o que ensina, e é, dessa forma, a regra infalível e a autoridade final de fé e prática para todos os crentes”. As próprias Escrituras afirmam ser inspiradas no todo, em partes, em palavras e em cada letra:

(a) Inspiração do todo (Mt 5.17; 2 Tm 3.16);

(b) Inspiração de partes (Jo 12.14-16);

(c) Inspiração das palavras (Mt 4.4); e,

(d) Inspiração de cada letra (Mt 5.18).

2.2 - A Palavra de Deus é revelada. A Bíblia é a revelação escrita de Deus ao homem, pois através dela o Senhor se fez conhecido de forma especial (Jo 3.16). O conhecimento divino preservado nas Sagradas Escrituras, é posto à disposição da humanidade (Dt 8.3; Is 55.11; 2Tm 3.16; Hb 4.12). Por ela, conhecemos Seus atributos comunicáveis e incomunicáveis, dentre outras coisas (Sl 139.1-10; 1Jo 4.8). “Pela Bíblia, Deus fala em linguagem humana, para que o homem possa entendê-lo. Isto é, Deus, para fazer-se compreender, vestiu a Bíblia da nossa linguagem, bem como do nosso modo de pensar” (GILBERTO, 2004, p. 06 – acréscimo nosso). A revelação é a ação de Deus pela qual Ele dá a conhecer aos escritores da Bíblia, coisas e fatos desconhecidos, que eles saberiam, nem descrever, senão por revelação divina (Gn 1,2).

2.3 - A Palavra de Deus é inerrante. Segundo o Aurélio (2004, p. 1100) a palavra “inerrância” significa: “que não pode errar; infalível; não errante, fixo”. Teologicamente “a inerrância bíblica é a doutrina segundo a qual as Sagradas Escrituras não contêm quaisquer erros, por serem a inspirada, infalível e completa Palavra de Deus” (ANDRADE, 2008, p. 33). A palavra de Deus não pode mentir (Sl 19.8,9; Hb 6.18); não pode passar ou ser destruída (Mt 5.18); permanecerá para sempre (1Pe 1.25); e é a própria verdade (Jo 17.17).

2.4 - A Palavra de Deus é infalível. Segundo Andrade (2006, p. 229 – acréscimo nosso) é a “doutrina de acordo com a qual a Bíblia Sagrada é infalível em seus propósitos, promessas e profecias”. Ela pode ser assim considerada porque:

(a) seus propósitos jamais falham;

(b) suas promessas são rigorosamente observadas; e,

(c) suas profecias cumprem-se de forma detalhada, exata e clara.

Deus usou o profeta Isaías para dizer: “[...] a [...] palavra, que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei” (Is 55.11 ver ainda Hb 4.12-a).

2.5 - A Palavra de Deus é completa. Quando afirmamos que a Bíblia é um livro completo, dizemos que ela contém tudo aquilo que Deus quis revelar à humanidade (Dt 29.29). Ela é completa no que diz respeito ao seu propósito principal, que é revelar-nos a origem de todas as coisas (Gn 1-3); como o pecado passou a fazer parte da história (Gn 3.1-24); como o homem tornou-se destituído da glória de Deus (Rm 3.23); e apresentar o único meio de o homem obter a salvação, através da fé em Jesus Cristo (Jo 3.16; Rm 3.21-24).

III – PROPÓSITOS DA PALAVRA DE DEUS

3.1 - A Bíblia foi escrita para ensino nosso. Paulo diz: “Porque tudo o que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito […]” (Rm 15.4). Segundo Champlin (2004, p. 855), “Paulo faz aqui uma pausa momentânea a fim de relembrar aos seus leitores qual a autoridade e qual o devido uso das Escrituras. Ele também quis dar a entender, que ela está repleta de boas coisas para nossa instrução moral e espiritual, e a igreja tem feito bom emprego dela, quanto a esses propósitos”.

3.2 - A Bíblia foi escrita para aviso nosso. O mesmo apóstolo assevera acerca da Bíblia que as coisas que estão escritas “[…] estão escritas para aviso nosso […]” (1Co 10.11). Para exortar os crentes de Corinto, Paulo utiliza-se do mau comportamento do povo de Israel no deserto (1Co 10.1-6). O apóstolo diz que este exemplo negativo serve de aviso a fim de que não caiamos nos mesmos erros (1Co 10.6,11). Segundo Champlin (1995, p. 396 – acréscimo nosso) “a palavra “aviso” no original grego é: “nouthesia”, que significa: “admoestação”, “instrução”, “aviso”, que é utilizada tanto no sentido positivo quanto negativo, ou seja, uma atitude que pode ser reproduzida ou evitada”. Os bons exemplos quanto os maus exemplos de personagens das Escrituras também foram registrados para nos trazer advertências.

3.3 - A Bíblia foi escrita para nos instruir no caminho certo. Paulo descreveu para o jovem obreiro Timóteo quais os muitos propósitos da Escritura em relação ao homem: “Toda a Escritura é […] proveitosa para ensinar, […] redarguir, […] corrigir, […] instruir em justiça” (2Tm 3.16). Tudo que foi escrito, o foi para nos instruir no caminho da justiça. Segundo Champlin (1995, p. 396 – acréscimo nosso), no tocante à justiça que no grego é: “dikaiosune”, fica indicado o “treinamento naquilo que é reto”. Porém, no sentido cristão, “praticar o que é reto” consiste em cultivar o caráter moral de Cristo, o qual, por sua vez, reproduzirá a moralidade de Deus Pai”.

IV - POR QUE DEVEMOS NOS COMPROMETER COM A PALAVRA DE DEUS

4.1 - Porque a ela é o manual do crente (2Tm 2.15; 3.16). Ela é o livro-texto do cristão. Ela nos ensina como devemos amar, temer e obedecer a Deus (Dt 17.18,19; Ec 12.13; Lc 10.27); como devemos amar ao próximo (Mc 12.33; Lc 10.27-37); bem como nos ensina a viver neste mundo (Mt 5.13-16; 1Co 10.32). Por isso, devemos ler a Bíblia para ser sábio; crer na Bíblia para ser salvo e praticar a Bíblia para ser santo (1Tm 4.16; 2Tm 3.15).

4.2 - Porque a ela alimenta nossas almas (Mt 4.4; Jr 15.16; 1Pe 2.2). Sem dúvidas, a leitura da Palavra de Deus produz nutrição e crescimento espiritual. Ela é tão indispensável à vida espiritual como o alimento é para o corpo. Por isso, ela é comparada ao alimento. O texto de l Pedro 2.2, fala do intenso apetite do recém-nascido: “Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo”. Assim deve ser o nosso apetite pela Palavra de Deus. Bom apetite pela Bíblia, é sinal de saúde espiritual.

4.3 Porque a ela é a espada do Espírito (Ef 6.17; Hb 4.12). Escrevendo aos efésios, o apóstolo Paulo fala sobre a armadura de Deus (Ef 6.10-17), onde ele descreve diversas peças da armadura, que servem para defesa, tais como: capacete, couraça, escudo etc. A Palavra de Deus, que é chamada de “espada do Espírito”, é a única arma de ataque nessa descrição (Ef 6.17). O escritor aos Hebreus também compara a Bíblia a uma espada, quando diz que ela é mais penetrante do que qualquer espada de dois fios (Hb 4.12). Foi com esta arma que Jesus venceu a tentação (Mt 4.1-11).

4.4 - Porque a ela é um livro diferente dos demais livros. Desde a invenção da escrita e da imprensa, milhares de livros já foram escritos no mundo. Muitos deles se tornaram conhecidos no mundo, marcaram a história e até se tornaram best-seller, ou seja, mais vendidos. Mas, nenhum deles pode ser comparado à Bíblia. Isto por quê: a) Somente a Bíblia é inspirada por Deus (2Tm 3.16; 2Pe 1.20,21); é viva e eficaz (Hb 4.12; Is 55.10,11); é infalível (Is 40.8; 1Pe 1.24,25).

CONCLUSÃO

O comprometimento com a Palavra de Deus é uma característica preservada pelo verdadeiro pentecostalismo. Deus colocou à disposição dos seus servos a Bíblia: a Palavra de Deus, inspirada, revelada, inerrante, infalível e completa, a fim de que, por ela, todos possam conhecê-lo como também a Sua vontade.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.

GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. CPAD.

GILBERTO, Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. CPAD.

LIÇÃO 07 – CULTUANDO A DEUS COM LIBERDADE E REVERÊNCIA – (1Co 14.26-32) 1º TRIMESTRE DE 2021

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais

Pastor Presidente: Aílton José Alves

Av. Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543


LIÇÃO 07 – CULTUANDO A DEUS COM LIBERDADE E REVERÊNCIA – (1Co 14.26-32)

1º TRIMESTRE DE 2021


INTRODUÇÃO

Nesta lição destacaremos princípios que são indispensáveis ao modelo de culto aceito por Deus; elencaremos elementos que devem existir na liturgia da adoração oferecida ao Senhor; e por fim, pontuaremos características do verdadeiro culto pentecostal.

I – PRINCÍPIOS BÍBLICOS INDISPENSÁVEIS AO CULTO

Devemos lembrar que o culto não é espetáculo nem um show caracterizado por som alto e dançante, gelo seco, roupas extravagantes, músicas carregadas de agressividade e barulho, nos mais diversos ritmos, tais como rock, funk, rap, e axé, onde os participantes estão mais interessados em euforia, gritaria, diversão e auto satisfação. Todo elemento que intervém nesta relação, desviando a atenção para si, não atende à finalidade do culto, que é elevar o homem a Deus (Sl 73 25-28; 1Co 10.31). Como veremos, o culto é importante porque Deus atribui a ele um valor espiritual e singular. Notemos:

1.1 - O culto deve ser teocêntrico. “... preste culto somente a Ele” (Mt 4.10; Dt 6.13; Êx 20.4; Lv 26.1; Sl 97.7; Lc 4.8). Deus é zeloso da adoração e do culto oferecido a Ele. “Não adore essas coisas, nem preste culto a elas, porque eu, o Senhor, ... sou Deus zeloso...” (Dt 5.9 – NAA; Sl 78.58; 1Co 10.20-22). Deus quer ser adorado pelos seus filhos: “...Assim diz o Senhor: Israel é meu filho... deixe meu filho ir para que me adore...” (Êx 3.12 - NAA). Percebamos que a adoração precede ao culto: “Adore ... e preste culto somente a Ele” (Mt 4.10 - NAA); “Temam ... e sirvam a Ele...” (Dt 6.13 - NAA).

1.2 - O culto deve ser espiritual. A primeira característica da adoração é que ela deve ser de adoradores que “... adorem em espírito ...” (Jo 4.23). Somente uma adoração espiritual pode gerar um culto espiritual e verdadeiro. Por isso, os sacrifícios no culto cristão são espirituais:

(a) o corpo (Rm 12.1,2);

(b) o louvor (Hb 13.15);

(c) a prática do bem (Hb 13.16); e,

(d) a mútua cooperação (Hb 13.16; Fp 4.18).

1.3 - O culto deve ser verdadeiro e reverente. A Bíblia nos ensina que o verdadeiro culto ao Senhor deve ser verdadeiro (Is 29.13; 1Sm 15.22; Is 1.10-17; Dt 10.12; Ez 33.31; Jo 4.23). Nossa liturgia é simples e pentecostal, conforme o modelo do Novo Testamento: “Que fareis, pois, irmãos? Quando vos ajuntais, cada um de vós tem salmo, tem doutrina, tem revelação, tem língua, tem interpretação. Faça-se tudo para edificação” (1Co 14.26). Ela consiste em oração, louvor, leitura bíblica, exposição das Escrituras Sagradas ou testemunho e contribuição financeira, ou seja, ofertas e dízimos. Entendemos que a adoração está incompleta na falta de pelo menos um desses elementos, exceto se as circunstâncias forem desfavoráveis ou contrárias (SOARES (Org.), 2017, p. 145). É preciso ter reverência nos cultos ao Senhor (Êx 19.16-25; 20.18-19; Ec 5.1; Hb 10.19-22; 1Co 14.40 Hb 12.28).

1.4 - O culto deve ser espontâneo e alegre (Êx 35.5,21,29; 2Cr 5.12-14). No NT há espontaneidade para orar e interceder: “Quero, pois, que os homens orem em todo lugar, levantando mãos santas” (1Tm 2.8). A espontaneidade chegou a tal ponto que houve necessidade de estabelecer ordem e limites na igreja primitiva (1Co 12.3;14).

II – O CULTO CRISTÃO E A LITÚRGICA NA BÍBLIA

Nos diversos atos litúrgicos registrados na Bíblia estão traçados os elementos do culto cristão. Notemos: 2.1 Elementos litúrgicos do Tabernáculo e do Templo. Fazia parte da liturgia judaica:

a) oração (2Cr 7.1);

b) sacrifício (1Sm 1.3);

c) oferta (Dt 26.10; 1Cr 16.29);

d) louvor e cântico (2Cr 7.3);

e) a oração antífona do Shema, “ouve Israel”, a confissão de fé dos judeus (Dt 6.4);

f) a leitura bíblica (Ne 8.1-8; Lc 4.16,17); e,

g) e a exortação (At 13.15) (SOARES (Org.), 2017, p. 145 – grifo nosso).

Os sacrifícios, apontavam de forma tipológica a Cristo e se cumpriram nEle, não sendo mais praticados pela Igreja (Hb 9;10). 2.2 Elementos litúrgicos de Esdras (Ne 8.1-12). Após a reconstrução do Templo o povo se congregou oferecendo um culto na seguinte ordem:

a) proclamação - leitura da Lei de Moisés;

b) pregação - interpretação da leitura;

c) adoração - tempo para oração e adoração coletiva; e,

d) comunhão - compartilhamento de alimentos e festejos.

2.3 - Elementos litúrgicos de Jesus (Jo 14-17; Mt 26). Nos últimos atos de Jesus, ao instituir a Ceia, são claros os elementos litúrgicos:

a) pregação (Jo 14-16);

b) oração e intercessão (Jo 17);

c) instituição dos símbolos do Pão e do vinho; e,

d) cântico de hino.

2.4 - Elementos litúrgicos no culto da Igreja Primitiva (At 2.42). Na Igreja Primitiva também havia uma liturgia bem definida:

a) ensino da Palavra;

b) comunhão através do comer juntos e das coletas (ofertas ou contribuições);

c) partir do Pão – Ceia do Senhor;

d) orações tanto na vida pessoal como comunitária ou congregacional.

O apóstolo Paulo instruiu a igreja a preservar com: hinos, sempre eram cantados os Salmos; exposição da Palavra; manifestação dos dons espirituais - profecia e mensagem em línguas quando houvesse interpretação; e ofertas – denominadas de coletas (1Co 14.26; 1Co 16.1-3).

III - DISTORÇÕES NO CULTO E NA LITURGIA DA IGREJA

O culto em algumas igrejas, infelizmente, tem se desviado dos padrões bíblicos e históricos, chegando-se a uma situação em que, em nome da liberdade e da espontaneidade, o culto se desvirtuou em muitas igrejas, sendo marcado pela irreverência, superficialidade e preocupação prioritária com as necessidades humanas, e não com a presença e a glória de Deus. Notemos algumas mudanças no culto e liturgia da igreja ao longo da história:

3.1 - O culto e liturgia na Igreja primitiva. O culto da igreja primitiva inspirou-se na liturgia das sinagogas. Nos cultos eram lidas passagens do Pentateuco e dos Profetas, seguindo-se uma exposição do texto. Também eram cantados salmos, especialmente o “Hallel” (Sl 113-118). O culto cristão foi extremamente simples (não simplório), constando de orações, cânticos, leituras do AT e dos livros dos apóstolos. Eram feitas exortações pelo dirigente, ensinamentos das verdades bíblicas, coletas (ofertório) e celebração da Ceia do Senhor (COUTO, 2016, pp. 47,48 – grifo nosso). Até o século III, o culto transcorria com a seguinte ordem litúrgica: a) Leitura da Palavra; b) Cântico de hinos; c) Oração em pé com a participação coletiva; d) celebração da Ceia do Senhor; e, e) Coleta para ajudar viúvas, enfermos, encarcerados (RODRIGUEZ, 1999. p. 43).

3.2 - O culto e liturgia na Igreja da contemporaneidade. Infelizmente têm surgido muitas formas estranhas e até exageros nos cultos e liturgias em algumas igrejas em nossos dias: a) regressão espiritual. Uma espécie de “segunda conversão”, algo que a Bíblia condena veementemente (Nm 23.23; Jo 8.32; Gl 3.13; 2Co 5.17); b) dança no espírito. Davi dançou patrioticamente, mas, nunca no Templo, pois o templo é o local de adoração e reverência (2Sm 6.14-16; 1Cr 15.29); no NT não há menção a este comportamento entre os elementos do culto e a manifestação do Espírito; c) entrevista espiritual. Caracterizada por ênfase desordenada na atuação de satanás no mundo e na igreja, com conversações e entrevistas com demônios; d) maldição hereditária. Consiste em pactos ascendentes da família feitos com demônios que trazem maldição. A Bíblia é clara ao mostrar que tal doutrina é herética (Jr 31.29,30; Ez 18.2-4,20; Rm 8.1); e) riso no espírito. Propagado no Brasil, principalmente pelos grupos neopentecostais, onde as pessoas caem rindo no chão, histéricas e dando gargalhadas sem nenhum controle de suas ações; e, g) outras inovações. Introdução de elementos judaicos (judaização) no culto cristão etc.

3.3 - Desafios quanto ao culto e a liturgia na atualidade. Diante do crescimento de outros movimentos denominados pentecostais e neopentecostais, bem como a comunicação global pela internet, a igreja tem vivenciado uma influência de modismos, substituindo, em alguns lugares, os elementos bíblicos que marcam o seu culto e liturgia como: Perda do costume da oração coletiva (Jz 21.2; Jz 2.4; 2 Cr 5.13; At 2.14; 4.24); diminuição de tempo para exposição da Palavra (Cl 3.16); perda da adoração cristocêntrica; perda da adoração ultracircunstancial; ênfase em mensagens de auto-ajuda; hinos, sem adoração, centrada apenas no homem e suas experiências (antropocentrismo); utilização de símbolos judaizantes (estrela de Davi, menorá, talit, kipá, shophar); aplausos substituindo a glorificação espontânea (Rm 15.9; Ap 4.9); e, danças e teatro nos cultos que retiram a centralidade da palavra, transferindo-a à estética.

IV – OS ELEMENTOS DO GENUÍNO CULTO PENTECOSTAL

Os principais elementos do culto pentecostal são:

4.1 - Oração. Oração é uma prece dirigida pelo homem ao seu Criador, com o objetivo de adorá-Lo e lhe pedir perdão pelas faltas cometidas, agradecer-Lhe pelos favores recebidos, buscar proteção e, acima de tudo, uma comunhão mais íntima com Ele (1Cr 16.11; Sl 105.4; Is 55.6; Am 5.4,6; Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24; Ef 6.17,18; Cl 4.2; 1Ts 5.17).

4.2 - Hinos. Um dos principais elementos do culto é o louvor a Deus. Louvar a Deus significa servi-lo em espírito e em verdade. A música esteve presente no culto de Israel e da Igreja primitiva (Nm 10.1-10; Jz 7.22; Jó 38.7; Ef. 5.19; 1Tm 3.16; At 16.25).

4.3 - Leitura Bíblica. A leitura da Bíblia é indispensável em um culto cristão e deve ser um momento de profunda reverência, onde os verdadeiros adoradores deverão acompanhar a leitura do texto. Encontramos diversos exemplos da leitura das Sagradas Escrituras, tanto no Antigo como no Novo testamento (Nm 24.7; Dt 31.26; Js 8.34,35; 2Cr 34.14-21; Ne 8.8; 9.3; Lc 4.14-21; At 17.11).

4.4 - Contribuição. As ofertas representam a expressão de gratidão do cultuador (Êx 35.29; 36.3; Lv 7.16; 22.18), bem como os dízimos (Ml 3.10). Devemos dar a Deus parte daquilo que dEle recebemos (Êx 23.15; 2Co 9.7). A contribuição no culto é bíblica e deve ser oferecida tanto pelos ricos como pelos pobres (Mc 12.41-44).

4.5 - Pregação. A pregação é a parte central do culto cristão e sem ela o culto fica sem brilho e objetivo, pois é através dela que a fé é gerada (Rm 10:14-17; Gl 3:2); é a vontade de Deus, que todos se arrependam e cheguem ao pleno conhecimento da verdade (Ez 18:23; At 17:30; 1Tm 2:4).

4.6 - Dons espirituais. Não se pode pensar em Culto Pentecostal sem a manifestação dos dons espiritais, pois ele é caracterizado não apenas pela verdadeira adoração ao Criador, mas também pelas manifestações espirituais e sobrenaturais do Espírito Santo entre os adoradores (1Co 14.26). Além da adoração “Salmos”, e do ensino “doutrina”, no culto pentecostal a manifestação dos dons é comum. Paulo faz menção a diversos dons, tais como: revelação, língua, interpretação, profecia e outros (1Co 14.26-40).

CONCLUSÃO

O culto verdadeiramente pentecostal é baseado no que Deus determinou por meio de sua Palavra. De modo que, os cultos que não possuem tais princípios, não fazem parte do verdadeiro pentecostalismo.

REFERENCIAS

COUTO, Vinicius. Culto Cristão: Origens, desenvolvimento e desafios contemporâneos. 1 ed. SP: Editora Reflexão, 2016.

HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. 1 ed. RJ: OBJETIVA, 2001.

KESSLER, Nemuel. O culto e suas formas. 1 ed. RJ:CPAD, 2016.

LUIZ, Gesse. Caminhos e Descaminhos na História da Liturgia Cristã. 1 ed. Curitiba: AD Santos, 2016.

MARTIN, Ralph P. Adoração na Igreja Primitiva. 2 ed. SP: Vida Nova, 2012.

SOARES, Ezequias (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. 1 ed. RJ: CPAD, 2017.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

LIÇÃO 06 – SANTIFICAÇÃO: COMPROMETIDOS COM A ÉTICA DO ESPÍRITO - (1Pd 1.13-23) 1º TRIMESTRE DE 2020

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais

Pastor Presidente: Aílton José Alves

Av. Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543


LIÇÃO 06 – SANTIFICAÇÃO: COMPROMETIDOS COM A ÉTICA DO ESPÍRITO - (1Pd 1.13-23)

1º TRIMESTRE DE 2020


INTRODUÇÃO

Nesta lição veremos a definição das palavras santificação e ética, e a sua importância na vida cristã, como marca da ação do Espírito; pontuaremos o alcance desta santidade na vida do crente salvo; e, por fim, elencaremos características de uma vida comprometida com a ética do Espírito Santo.

I – DEFININDO OS TERMOS

1.1 - Santificação. A expressão santificação advém do latim “sanctificatio” que quer dizer: “separação do mal e do pecado, e dedicação ao serviço do Reino de Deus”. É a forma pela qual o filho de Deus é aperfeiçoado à semelhança do Pai Celeste (Lv 11.44) (ANDRADE, 2006, p. 326). No NT o termo usual para santificação é: “hagiasmos” que significa: “consagração, separação”. Refere-se ao processo que leva o crente a tornar-se uma pessoa dedicada, santa, separada, única e exclusivamente para Deus; consiste na transformação moral segundo a imagem de Cristo (2Co 3.18).

1.2 - Ética. A palavra “ética” no grego “ethos” significa: “conjunto de costumes e hábitos fundamentais, no âmbito do comportamento e da cultura, característicos de uma determinada coletividade, época ou região” (HOUAISS, 2001, p. 1271). A ética cristã, segundo Andrade (2006, p. 173 – acréscimo nosso) “é o conjunto de princípios baseados nas Sagradas Escrituras, principalmente nos ensinos de Cristo e de seus apóstolos, cujo objetivo é orientar a conduta do cristão enquanto membro de uma sociedade politicamente organizada”. Desse modo, a ética do Espírito, diz respeito ao estilo de vida, a conduta do crente, que é marcada pela santificação, uma das principais atuações do Espírito Santo no cristão.

II – O ESPÍRITO SANTO E A SANTIFICAÇÃO

2.1 - A santidade do Espírito Santo. Assim como Deus é santo (1Pd 1.16); Jesus é santo (At 2.27), o Espírito também o é (Sl 51.11; Is 63.10,11; Mt 1.18,20; 3.11; Lc 1.35; Jo 14.26; 1Ts 4.7-8). A expressão Espírito Santo vem do hebraico: “ruah kadosh” e do grego: “pneuma hagios”. É chamado de Espírito Santo porque Sua obra principal é a santificação (Jo 3.5-8, 16.8; Rm 15.16;1Co 6.11; 2Ts 2.13; 1Pd 1.1,2). Um adjetivo muito comum, para indicar o Espírito de Deus, é “santo”, e no AT este título ocorre três vezes (Sl 51.11; Is 63.10,11). Porém, no NT, a expressão “Espírito Santo” ocorre por mais de 90 vezes, mostrando que, uma das suas principais ações na vida do crente é a santificação: “Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação [...]” (Rm 1.4).

2.2 - A ética do Espírito Santo. Sobre a conduta do cristão o apóstolo afirmou: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.1). Nessa nova vida, os homens precisam viver de forma diferente do que viviam na antiga (Ef 4.17-30). Se antes costumavam praticar as obras da carne, agora, devem agir na vontade do Espírito de Deus. A expressão “andar” fala de procedimento, modo de vida, práticas, obras. Para o apóstolo, não basta dizer que está em Cristo, é preciso evidenciar isto, andando no Espírito (Gl 5.16,18,25).

III – A IMPORTÂNCIA DE UMA VIDA DE SANTIFICAÇÃO

3.1 - O processo de santificação na vida do salvo. A Bíblia mostra claramente a necessidade de vivermos uma vida santa por meio de várias exortações (Rm 13.13,14; Ef 4.17-24; Fp 4.8,9; Cl 3.5-10; 1Ts 4.3). No processo da santificação progressiva o homem não é de todo passivo como na regeneração, antes, os cristãos recebem a ordem de mortificar os desejos da carne (Rm 8.13), nesse texto, Paulo indica que é pelo Espírito que fazemos isso, porém, diz que a atitude é nossa (Cl 3.5). A responsabilidade do crente quanto à santificação, é destacada pelo escritor aos Hebreus (Hb 12.14-a), ao usar o termo “segui”, do grego “dioko”, que significa: “perseguir, pressionar, correr após, esforçar-se por”, (CHAMPLIN, 2002, p. 647). Sobretudo, a necessidade de uma vida santa é vista ao afirmar que: “[…] sem a santificação ninguém verá ao Senhor” (Hb 12.14-b), ficando claro que os que se moldam às paixões da carne e do mundo, tornam-se reprováveis diante de Deus, não podendo estar em sua presença (Sl 15.1-5; 24.1-3; Mt 5.8; Gl 5.19-21; Ap 21.8; 22.14,15).

IV – A ABRANGÊNCIA DA SANTIFICAÇÃO

4.1 - A santificação como marca de uma vida guiada pelo Espírito. Para um cristão cuja vida é consagrada a Deus, a divisão entre “secular” e “sagrado”, em certo sentido não são duas coisas diferentes. Ao viver para a glória de Deus, a vida do servo de Deus em todos os aspectos deve ser marcada pela santidade, como exorta o apóstolo Pedro: “[…] em toda a vossa maneira de viver” (1Pd 1.15; ver Sl 103.1; 1Ts 5.23). Nenhum aspecto da nossa vida está excluído desse imperativo divino, até mesmo atividades comuns, como comer e beber, devem ser realizadas para a glória de Deus, como afirma o apóstolo Paulo: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1Co 10.31). Semelhantemente o apóstolo Paulo nos encoraja a nos manter puros no corpo e no espírito (2Co 7.1; ver 1Co 7.34). Sendo assim, nosso procedimento deve resplandecer o caráter de Deus, a santidade daquele que nos chamou por Seu Filho para a salvação (Rm 8.29; Ef 1.4) (LOPES, 2012, p. 50 – acréscimo nosso).

 

V – RAZÔES PARA UMA VIDA DE SANTIFICAÇÃO

5.1 - A santidade de Deus (1Pd 1.16). Santidade tanto no AT como no NT, é atributo que no seu sentido mais elevado e absoluto, se aplica a Deus. O Senhor é descrito como “o Santo de Israel”. Esse título aparece cerca de vinte e quatro vezes no livro do profeta Isaías (Is 10.20; 12.6; 17.7; 29.19; 30.11,12,15; 31.1; etc), aparecendo também em outras partes das Escrituras (2Rs 19.22; Jó 6.10; Sl 71.22; 78.41; 89.18; Pv 9.10; 30.3; Jr 50.29; 51.5; Ez 39.7; Hc 1.12; 3.3), tal título indica entre outras coisas, o fato de Deus estar separado da criação e de estar elevado acima da mesma (At 17.24,25), como também alude ao contraste com os deuses falsos (Êx 15.11). O Senhor nos chamou para si, e uma vez que ele é Santo (Lv 11.44; Is 6.3; 1Pd 1.15,16), devemos ser santos (Ef 1.14).

5.2 - A salvação em Cristo Jesus (1Pd 1.14,15). O apóstolo Pedro lembra a seus leitores de como eles viviam antes de crerem em Cristo: “[…] não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância” (1Pd 1.14) e destaca o que eles passaram a ser pela revelação da graça divina em suas vidas (1Pd 1.13), por meio da fé em Deus (1Pd 1.21), como Pedro declara (1Pd 2.9,10). O fato de terem sido resgatados da vã maneira de viver (1Pd 1.18), pelo precioso, imaculado e incontaminado sangue do Cordeiro, Jesus Cristo (1Pd 1.18,19), tendo a purificação e regeneração pela ação do Espírito Santo por meio da Palavra (1Pd 1.22,23). Portanto, a exigência divina é: “[…] sede vós também santos […]” (1Pd 1.15). Lembrando ainda que: a santidade não é o meio para se obter a salvação, mas, podemos afirmar que é a consequência dela.

5.3 - Uma característica do autêntico filho de Deus (1Pd 1.17). A santidade é a marca característica de um verdadeiro servo de Deus, tanto no AT, pois, o caráter santo de Deus deveria ser refletido na vida de Israel (Lv 11.44; Nm 15.40), como no NT, onde nos é dito que a nossa santificação é a vontade direta e perfeita de Deus para nós (1Ts 4.3). A afirmativa bíblica é que os salvos são filhos de Deus (Rm 8.16), sendo assim, temos aqui um argumento lógico e simples, os filhos herdam a natureza dos pais, logo, sendo Deus Santo, como seus filhos, devemos ter uma vida santa. Somos participantes da natureza divina e devemos revelar essa natureza em uma vida piedosa (2Pd 1.4).

VI – CARACTERÍSTICAS DE UMA VIDA COMPROMETIDA COM A SANTIFICAÇÃO Segundo Pearlman, são meios divinamente estabelecidos para a santificação do homem: “o sangue de Cristo (Hb 10.10,14; 13.12; 1Jo 1.7), a Palavra de Deus” (Sl 119.9; Jo 17.17; 15.3; Ef 5.26; Tg 1.23-25; 1Pd 1.23) e, o Espírito Santo (1Co 6.11; 2Ts 2.13; 1Pd 1.1,2; Rm 15.16) e (2009, pp. 255,256 – acréscimo nosso), que atuam interna e externamente. Notemos algumas características relacionadas a uma vida santa:

6.1 - Desprendimento (1Pd 1.13-a). Os povos do oriente usavam túnicas longas, e quando desejavam andar mais rápido ou sem impedimento, prendiam a túnica com um cinto (Êx 12.11). A imagem é a de um homem que prende as pontas do manto a seu cinto, ficando livre, assim, para correr. Aos que desejam viver uma vida piedosa, devem se abster de tudo que sirva de atrapalho em sua caminhada: “[…] deixemos todo o embaraço, e o pecado [...]” (Hb 12.1), evitando qualquer distração que impeça a sua conduta (2Tm 2.4), ocupando a mente com o que de fato é puro (Fp 4.8).

6.2 - Obediência e reverência (1Pd 1.14,17). Antes da conversão a Cristo o homem por natureza, é filho da desobediência (Ef 2.2). O apóstolo Pedro ressalta que agora, após a experiência da salvação, não podemos mais viver nas práticas do passado que determinavam o nosso modelo de vida (1Pd 1.14,15); “não vos amoldeis” significa não entrar no esquema, no modelo. Originalmente, a palavra significava assumir a forma de alguma coisa, a partir de um molde de encaixe, os cristãos são chamados a “mudar de forma”, e a assumir o padrão de Deus (Rm 12.2), vivendo respectivamente de maneira reverente, ou seja, tendo a atitude de quem fala cada palavra, cumpre cada ação e vive cada momento consciente de Deus tendo consciência de que nossas atitudes serão julgadas pelo justo juiz (Dt 10.17; Rm 2.11; 1Pd 4.17).

6.3 - Amor sincero (1Pd 1.22). A vida santa também tem como marca a prática do amor sincero, e isto Pedro afirma como resultado da regeneração: “[…] amai-vos, de coração, uns aos outros ardentemente, pois fostes regenerados […]” (1Pd 1.22,23 – ARA). Esse amor esperado é o que evidencia que passamos da morte para a vida (1Jo 3.14), e caracteriza o verdadeiro discípulo de Jesus (Jo 13.35; ver Rm 12.9; 1Jo 3.18). O amor é a marca do cristão, pois é a evidência mais eloquente da nossa salvação (LOPES, 2012, p. 58).

CONCLUSÃO

A Palavra de Deus, como regra de fé e prática do cristão, descreve os princípios divinos que direcionam e guiam a vida do verdadeiro servo de Deus. Para os que desejam andar na ética do Espírito, devem entender a necessidade de ter como estilo de vida, a santificação.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.

CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.

LOPES, Hernandes dias. Comentário Expositivo 1 Pedro: Com os pés no vale e o coração no céu. HAGNOS.

PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. VIDA

LIÇÃO 05 – FRUTO DO ESPÍRITO O EU CRUCIFICADO – (Gl 5.16-26) 1º TRIMESTRE 2021

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais

Pastor Presidente: Aílton José Alves

Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040-000 Fone: 3084 1524


LIÇÃO 05 – FRUTO DO ESPÍRITO O EU CRUCIFICADO – (Gl 5.16-26)

1º TRIMESTRE 2021


INTRODUÇÃO

Após sua conversão o cristão precisará evidenciar sua nova natureza, tais mudanças não advém simplesmente de sua busca por um caráter perfeito, antes por sua entrega plena ao Senhor que governará sua vida. Na lição de hoje estudaremos como isso acontece, entenderemos a importância do Fruto do Espírito e da batalha diária contra as obras da carne além de mostrar que o fruto do Espiro é o caráter de Cristo que se opõe as obras da carne.

I - DEFINIÇÕES DO TERMO FRUTO DO ESPÍRITO

1.1 - Definição etimológica. O termo fruto no Novo Testamento é a tradução do original “karpos”, que tanto pode significar “o fruto”, quanto “dar fruto”, “frutificar” ou ser “frutífero” (Mt 12.33; 13.23; At 14.17). (...) Para que o fruto seja gerado, é necessário que haja uma relação de interdependência entre o tronco e seus ramos (ARRINGTON; STRONSTAD, 2003, p. 15). O fruto do Espírito é o que resulta da vida de plena comunhão com Cristo. “Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto”, Jo 15.5. (Boyer, 1996, p.336). No novo testamento, o fruto é mostrado como o fator determinante e relativo de um caráter (ANDRADE, 1999, p. 163).

1.2 - Definição Teológica. O andar em Espírito é uma condição esperada daquele que nasceu do Espírito (Jo 3). Não é um processo simples, antes, requer consciência, determinação e o exercício da piedade (1 Tm 4.8). É uma troca de vida para a qual é necessário total dedicação, o que inclui oração, vigilância, aprendizado da Palavra de Deus, comunhão cristã, adoração, testemunho de vida e santificação (...) O cultivo de uma vida no Espírito requer resignação. Não é um processo fácil; porém, é glorioso e é o que se espera de todo salvo. (BRUNELLI, 2016, p. 352).

1.3 - Aplicação das definições. O fruto do Espírito é especificado nas Escrituras como sendo um só, e este pode ser comparado a uma laranja, que é um fruto com vários gomos. Na epístola aos gálatas o apóstolo Paulo apresenta as evidentes marcas daqueles que experimentam o novo nascimento. Aqueles que se deixam dominar pelo Espírito Santo dão “fruto”. Um conjunto de virtudes (nove ao total) que autenticam a vida daquele que é regenerado: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra essas coisas não há lei” (Gl 5.22-23).

II – AS OBRAS DA CARNE E O FRUTO DO ESPÍRITO

2.1 - Andar na carne e o andar no Espírito. Paulo adverte os crentes mostrando que os que vivem segundo a carne, ou seja, uma vida dominada pelo pecado, jamais agradarão a Deus: “Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm 8.8). O viver na carne opera morte (espiritual e física), mas o viver no Espírito conduz o crente à felicidade, à vida eterna (Rm 8.11; 1Co 6.14). Paulo foi enfático ao afirmar: “andai em Espírito” (Gl 5.16). O Espírito Santo nos ajuda a viver em santidade e de maneira que o nome do Senhor seja exaltado. Andar na carne, ou seja, ser dominado pela velha natureza adâmica, leva a pessoa a portar-se de modo pecaminoso. Infelizmente, muitos crentes, como os de Corinto, estão se deixando dominar pelas obras da carne (1Co 3.3). O conflito espiritual interiormente no crente envolve a totalidade da sua pessoa. Este conflito resulta ou numa completa submissão às más inclinações da ‘carne’, o que significa voltar ao domínio do pecado; ou numa plena submissão à vontade do Espírito Santo, continuando o crente sob o senhorio de Cristo (Rm 8.4-14). O campo de batalha está no próprio cristão, e o conflito continuará por toda a vida terrena, visto que o crente por fim reinará com Cristo (Rm 7.7-25; 2Tm 2.12; Ap 12.11)” (STAMPS, 1999, p. 1801).

2.2 - As obras da carne, um contraste do viver no Espírito. As obras da carne é o contraste entre o modo de vida do crente cheio do Espírito e aquele controlado pela natureza humana pecaminosa. Carne do grego “sarx” é a natureza pecaminosa com seus desejos corruptos, a qual continua no cristão após a sua conversão, sendo seu inimigo mortal (Rm 8.6-8,13; Gl 5.17,21). Aqueles que praticam as obras da carne não poderão herdar o reino de Deus (Gl 5.21). Por isso, essa natureza carnal pecaminosa precisa ser resistida e mortificada numa guerra espiritual contínua, que o crente trava através do poder do Espírito Santo (Rm 8.4-14; ver Gl 5.17). Paulo diz: “Porque as obras da carne são manifestas […]” (Gl 5.19). A palavra traduzida por “conhecidas”, significa “claro e manifesto”. “A carne propriamente dita, ou seja, a natureza pecaminosa é secreta e invisível; mas as suas obras, as palavras e atos pelos quais se manifesta, são públicos e evidentes” (STOTT, 2007, p.134). Por mais que alguém tente negar a pecaminosidade do homem, as obras da carne é a clara evidência da sua existência. Há várias listas de pecados semelhantes ao que o apóstolo faz referência na epístola aos gálatas (Rm 1.18-32; 1Co 5.9-11; 6.9; 2Co 12.20,21; Ef 4.19; 5.3-5; Cl 3.5-9; lTs 2.3; 4.3-7; lTm 1.9,10; 6.4,5; 2Tm 3.2-5; Tt 3.3,9,10). Essa lista, embora extensa, não é exaustiva, uma vez que Paulo conclui dizendo: “[…] e coisas semelhantes a estas” (Gl 5.21).

III - A VIDA CONTROLADA PELO ESPÍRITO

O fruto do Espírito desenvolve no crente um caráter semelhante ao de Cristo, que reflete a imagem de sua pessoa e a natureza santa de Deus. O Fruto do Espírito são os hábitos e princípios misericordiosos que o Espírito Santo produz em cada cristão. Esses hábitos e princípios são o resultado de uma vida de comunhão com Deus. Depois de liberto do pecado, o crente precisa desenvolver o Fruto do Espírito (Rm 6.22). O ensino de Jesus a respeito da videira verdadeira mostra que não pode haver um indivíduo que seja salvo e não produza o fruto do Espírito Santo. Notemos o que acontece com uma vida controlada pelo Espírito Santo:

3.1 - Uma vida frutífera. Quando o crente não se submete ao Espírito Santo, cede aos desejos da natureza pecaminosa. Mas, ao permitir que Ele controle sua vida, torna-se um solo fértil, onde o fruto é produzido. Mediante o Espírito, conseguimos vencer os desejos da carne e viver uma vida frutífera. Para mostrar o quanto é acentuado o contraste entre as obras da carne e o fruto do Espírito, o escritor aos Gálatas alistou-os no mesmo capítulo (Gl 5). Desde que o Espírito Santo dirija e influencie o crente, o fruto se manifestará naturalmente nele (Rm 8.5-10). Da mesma maneira acontece ao ímpio, cuja natureza pecaminosa é quem o governa e a Palavra de Deus é absoluta ao declarar que: “os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gl 5.21b). Estas obras da carne são características dos que vivem em pecado (Rm 7.20).

3.2 - Uma vida com maturidade e equilíbrio. A Palavra de Deus afirma que o crente é recompensado ao dar toda a liberdade ao Espírito Santo para produzir, em seu interior, as qualidades de Cristo. O capítulo 1 de 2 Pedro trata da necessidade de o crente desenvolver as dimensões espirituais da vida cristã. Com este crescimento, vem a maturidade e a estabilidade fundamentais para uma vida vitoriosa sobre a natureza velha e pecaminosa do homem (2Pe 1.10b.11).

3.3 - Uma vida com os dons espirituais junto ao o fruto do Espírito. Os dons espirituais e o fruto do Espírito devem caminhar juntos para que a Igreja seja plenamente edificada e o nome do Senhor, glorificado (Ef 2.10). Uma árvore é identificada e conhecida mediante os seus frutos (Lc 6.44). Portanto, só viremos a aferir a espiritualidade de um crente através de suas obras realizadas mediante o fruto do Espírito e não apenas por seus dons espirituais (1Tm 5.25). Os dons estão relacionados ao que fazemos para Deus, enquanto o fruto está relacionado ao que Deus, através do Espírito Santo, realiza em nós, moldando-nos o caráter de acordo com a entrega do nosso inteiro ser a Ele, e de conformidade com as demandas de sua Palavra (Mt 5.16).

IV – O FRUTO DO ESPÍRITO E O TESTEMUNHO CRISTÃO

O fruto do Espírito aparece quando deixamos Jesus Cristo agir em nossas vidas (Gl 2.20; At 17.28). Através do Fruto do Espírito Santo o caráter de Cristo é novamente formado no homem. O pecado afetou consideravelmente imagem de Deus em nós levando-nos a produzir as obras da carne. (Ef 2.2,3; Gl 5.19-21). Entretanto através do novo nascimento, Cristo é novamente formado em nós e assim somos transformados constantemente de glória em glória, crescendo na graça e no conhecimento de Jesus Cristo. (2Co 3.17,18).

4.1 - O fruto é o resultado da presença do Espírito Santo na vida do Cristão. A Bíblia deixa bem claro que todos recebem o Espírito Santo quando acreditam em Jesus Cristo (Rm 8.9; 1Co 12.13; Ef 1.13-14). Um dos propósitos principais do Espírito Santo ao entrar na vida de um Cristão é transformar aquela vida. É a tarefa do Espírito Santo conformar-nos à imagem de Cristo, fazendo-nos mais e mais como Ele.

4.2 - A pessoa é identificada pelo seu fruto. Em Mateus 7.15-23, deparamo-nos com declarações notáveis, proferidas pelo Mestre, acerca da importância do caráter. Assim como nós, os falsos profetas são reconhecidos pelo tipo de fruto que produzem (Mt 7.16-19). Jesus acrescentou que algumas pessoas fariam muitas maravilhas, expulsariam demônios em seu nome, porém, Ele jamais as conheceria (Mt 7.22,23). Como é possível? A resposta é encontrada em 2 Tessalonicenses 2.9. Este trecho bíblico comprova ser possível Satanás imitar milagres e dons do Espírito. Contudo, o fruto do Espírito é a marca daqueles que possuem comunhão com o Senhor (Mt 7.17,18; 1Jo 4.8), e jamais poderá ser imitado.

CONCLUSÃO

Se entregarmos todo o controle de nossa vida ao Espírito Santo, Ele, infalivelmente, vai produzir o seu fruto em nós através de uma ação contínua e abundante. Como cristão, tudo que concerne ao caráter santificado, ou seja, a nossa semelhança com Cristo, é obra do Santo Espírito “até que Cristo seja formado em vós” (Gl 4.19).

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.

ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.

BRUNELLI, Walter, Teologia para Pentecostais Vol. 2. CENTRAL GOSPEL.

KELLER, Timothy. Gálatas para você. VIDA NOVA

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

STOTT, John. A Mensagem de Gálatas. ABU

VINE, W.E et al. Dicionário Vine. CPAD.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

LIÇÃO 04 – A ATUALIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS - (1Co 12.1-11) 1º TRIMESTRE DE 2021

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais

Pastor Presidente: Aílton José Alves

Av. Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543


LIÇÃO 04 – A ATUALIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS - (1Co 12.1-11)

1º TRIMESTRE DE 2021


INTRODUÇÃO

Nesta lição trataremos uma definição da palavra “dom”; falaremos sobre o propósito de Deus com os dons espirituais; refutaremos a teoria cessacionista; e, por fim, veremos ainda algumas advertências acerca dos dons e quais os dons espirituais elencados na primeira epístola aos coríntios.

I - O QUE SÃO OS DONS ESPIRITUAIS

A palavra “dom” no grego “charisma”, é usada para indicar os dons do Espírito conferidos para a obra (1 Co 12.4,9,28,30,31). “Dons são capacitações especiais e sobrenaturais concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para serviço especial na execução dos propósitos divinos por meio da Igreja” (SOARES, 2017, p. 121). Segundo o Dicionário Teológico de Claudionor Corrêa de Andrade (2006, p. 150 - acréscimo nosso), “os dons espirituais são recursos extraordinários que o Senhor Jesus Cristo, mediante o Espírito Santo, colocou à disposição da Igreja”, visando:

(a) o aperfeiçoamento dos santos (1 Co 14.32);

(b) a ampliação do conhecimento, do poder e da proclamação do povo de Deus (At 1.8; 1 Co 2.4,5); e,

(c) chamar a atenção dos incrédulos a realidade divina (Mc 16.20; At 4.29,30)”.

II - PROPÓSITOS DOS DONS ESPIRITUAIS

O apóstolo Paulo explica que os dons são "faculdades divinas operando na pessoa humana", capacitando homens e mulheres a servirem melhor a Deus no crescimento e edificação da Igreja: "Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil" (1Co 12.7). Ainda comenta o seguinte: "Porque desejo ver-vos, para vos comunicar algum dom espiritual a fim de que sejais confortados" (Rm 1.11). Analisemos os propósitos dos dons espirituais:

• Edificar a Igreja (1Co 12.12-27; 1Co 14. 4, 5, 12);

• Edificar o crente (Ef 4.11-12);

• Capacitar o crente a testemunhar de Cristo (At 6. 8-10; 1Co 2. 4,5);

• Capacitar o crente para ganhar almas para Cristo (At 8.5-8; 9.32-42);

• A glorificação do Senhor Jesus (Jo 16.14);

• A confirmação da Palavra de Deus (Mc 16.17-20; Hb 2.3-4);

• Utilidade no serviço cristão (1Co 12.7; Ef. 4.12; 1Pd 4.10).

III – A ATUALIDADE DOS DONS ESPIRITUAIS

A nossa Declaração de fé diz assim acerca dos dons espirituais: “CREMOS, professamos e ensinamos que os dons do Espírito Santo são atuais e presentes na vida da Igreja. O batismo no Espírito Santo é um dom: “e recebereis o dom do Espírito Santo”(At2.38) é para todos os crentes: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39); mas os dons do Espírito Santo, ou “espirituais” na linguagem paulina: “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes” (1Co 12.1) são restritos, aos que são batizados com o Espírito Santo e ainda assim nem todos recebem os mesmos dons (1 Co 14.29,30). Esses dons são capacitações especiais e sobrenaturais concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para serviço especial na execução dos propósitos divinos por meio da Igreja: “Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” (1Co 12.7). São recursos sobrenaturais do Espírito Santo operados por meio dos seres humanos, os crentes em Jesus, enquanto a Igreja estiver na terra, pois, no Céu, não precisaremos mais deles. É por meio da Igreja que o Espírito Santo manifesta ao mundo o poder de Deus, usando os dons espirituais” (SOARES et al, 2017, p. 171 - acréscimo e negrito nosso).

IV – A TEORIA CESSACIONISTA

O verbo “cessar” significa literalmente “fazer parar, dar fim, interromper” (Houaiss, 2001, p. 682). Portanto a teoria “cessacionista” é a cosmovisão de alguns grupos cristãos que defende que parte dos chamados dons do Espírito Santo, apesar de terem sido de fundamental utilidade e importância nos primórdios da igreja cristã, cessaram sua atividade ainda no período da Igreja Primitiva. Vejamos duas de suas alegações e a devida refutação bíblica:

4.1 - Os dons ficaram restritos. Esta teoria afirma que os dons do Espírito Santo elencados em 1 Coríntios 12.8-10 ficaram restritos a era apostólica. Ou seja, dizem estes que essas dádivas, foram enviadas com o propósito exclusivo de confirmar a divindade de Jesus, e autenticar somente os primeiros pregadores do Evangelho e sua mensagem. No entanto, o texto bíblico atesta claramente que tanto o batismo com o Espírito Santo como os demais dons são válidos para toda a era da igreja (Mc 16.17,18; At 2.39). Portanto, o testemunho bíblico e histórico, confirma que os dons espirituais são vigentes para todo o período da Igreja.

4.2 - Os dons foram necessários enquanto os escritos do NT não haviam sido concluídos. Essa teoria assevera também que os dons só eram necessários enquanto o Cânon da Escritura não estava fechado. Isto é um grave erro de interpretação, por pelo menos dois motivos:

(a) os dons não visam substituir a autoridade e supremacia das Escrituras, visto que seu uso deve estar subordinado ao crivo da Palavra (1Co 14.37);

(b) o texto usado pelos cessacionistas para justificar a “descontinuidade” das manifestações do Espírito (1Co 13.10), na verdade, não tem este sentido, senão que Paulo está dizendo que os dons só terão utilidade até o retorno de Cristo, afinal de contas, quando formos ao céu teremos deixado o conhecimento imperfeito, pelo conhecimento perfeito. O testemunho bíblico e histórico, confirma que os dons espirituais são vigentes para todo o período da Igreja.

V – ADVERTÊNCIAS QUE A BÍBLIA NOS FAZ ACERCA DOS DONS ESPIRITUAIS

A Bíblia nos faz algumas advertências acerca dos dons espirituais, entre elas estão:

• Conhecer os dons: “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.” (1Co 12.1).

• Buscar os dons: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; (...)” (1Co 12.31).

• Zelar pelos dons: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons; (...)” (1Co 12.31).

• Ser abundante nos dons: “(...) procurai abundar neles, para edificação da igreja.” (1Co 14.12);

• Ter autodisciplina nos dons: “E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas.” (1Co 14.32);

• Ter decência e ordem no exercício dos dons: “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem”. (1Co 14.40).

• Não desprezar os dons espirituais: “Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias”. (1Ts 5.19,20);

• Não proibir a manifestação dos dons: “(…) e não proibais falar línguas.” (1Co 14.39).

VI - OS DONS DO ESPÍRITO SANTO MENCIONADOS EM 1 CO 12. 8-11

Os dons mencionados em 1 Coríntios 12.8-11 são tecnicamente chamados “os nove dons espirituais”. Vejamos:

• Dom da Palavra da Sabedoria: Trata-se de uma mensagem vocal sábia, enunciada mediante a operação sobrenatural do Espírito Santo;

• Dom da Palavra do Conhecimento: Trata-se de uma mensagem vocal, inspirada pelo Espírito Santo, revelando conhecimento a respeito de pessoas e situações específicas;

• Dom da Fé: Não se trata da fé para a salvação, mas uma fé sobrenatural e especial, capacitando o crente a crer e realizar coisas extraordinárias e milagrosas;

• Dons de Curar: São concedidos à igreja para a restauração da saúde física dos seus membros;

• Dom de Operação de Milagres: Trata-se de atos sobrenaturais de poder, que intervêm nas leis da natureza;

• Dom da Profecia: Trata-se de um dom que capacita o crente a transmitir uma palavra da parte de Deus. Não se trata da entrega de um sermão previamente preparado.

• Dom de Discernimento de espíritos: Trata-se de uma dotação especial dada pelo Espírito Santo, para o portador discernir e julgar corretamente as manifestações espirituais e sobrenaturais;

• Dom de Variedade de Línguas: Trata-se do falar em outras línguas humanas e vivas a “xenolália” (At 2.4) ou uma língua desconhecida do falante “glossolália” (1Co 13.1; 14.2);

• Dom de Interpretação de Línguas: Trata-se da capacidade pelo Espírito Santo, para o portador deste dom compreender e transmitir o significado de uma mensagem dada em línguas estranhas.

CONCLUSÃO

Cremos à luz das Escrituras que o batismo com o Espírito Santo e os demais dons espirituais, foram concedidos pelo Espírito Santo, a Igreja, por ocasião do Dia de Pentecostes e estão disponíveis durante toda a sua trajetória aqui na terra, isto é uma verdade bíblica e histórica irrefutável.

REFERÊNCIAS

FRANCISCO. Raimundo F. de Oliveira. Pentecostes Hoje. CPAD.

GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.

PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. VIDA.

SILVA, Severino Pedro da. A Existência e a Pessoa do Espírito Santo. CPAD.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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