Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO 09 – VIVENDO O FERVOR ESPIRITUAL - (Ef 5.15-20)
1º TRIMESTRE DE 2021
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição da palavra “fervor”; notaremos o que é ser
fervoroso espiritualmente; pontuaremos o que diminui o fervor na vida do
crente; falaremos sobre Laodicéia, uma igreja morna, pobre, cega e nua; e por
fim; estudaremos como resgatar o fervor espiritual na vida do servo de Deus.
I
– DEFINIÇÃO DA PALAVRA FERVOR
1.1
- Conceito de fervor. A palavra “fervor” significa: “ação de ferver, condição
do que foi submetido à fervura; grande calor; ardência, brasa”. Figuradamente
significa: “empenho com que se busca satisfazer ou realizar algum desejo; dedicação”
(HOUAISS, 2001, p. 1332). A palavra usada por Paulo em Romanos 12.11 exorta-nos
“a manter o zelo em ponto de ebulição” ou sermos “incandescentes”. A
Enciclopédia de Champlin (2004, p. 718) diz que ser fervoroso é “ser intenso,
zeloso e resoluto no propósito tomado. Uma pessoa fervorosa caracteriza-se por
sentimentos e convicções profundas. Essa qualidade de espírito faz contraste
com a atitude de superficialidade, fingimento e vacilação, tão comum em nossos
dias”.
II
– O QUE É SER FERVOROSO ESPIRITUALMENTE
2.1
- Ser fervoroso é um mandamento. Trazendo vários conselhos práticos da vida
cristã aos cristãos de Roma, o apóstolo Paulo exorta-os dizendo: “sede
fervorosos no espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11). A expressão paulina “sede”
é um imperativo para a vida cristã, um mandamento que não pode ser
negligenciado.
2.2
- Ser fervoroso é uma necessidade. O fervor é necessário e vital ao cristão,
relegar isso é cair num marasmo e decadência espiritual. O apóstolo Paulo diz
que nós devemos buscar sempre uma renovação a fim de que nossa vida espiritual
esteja sempre em dia (Rm 12.2; 2Co 4.16; Ef 4.23).
2.3
- Ser fervoro é uma parceria. É impossível uma vida de fervor sem o auxílio do
Espírito Santo. É Ele que está ao nosso lado nos auxiliando na vida espiritual
como prometeu Jesus (Jo 14.26). É sua habitação e constante renovação que torna
a nossa vida dinâmica, por isso Paulo diz: “E não vos embriagueis com vinho, em
que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).
III – O QUE DIMINUI O FERVOR NA VIDA CRISTÃ
3.1
- O pecado. Quando o crente negligencia sua vida de santidade e permite que o
pecado reine em seu coração, o fervor começa a diminuir. E quando isso
acontece, esfria também o amor por Jesus, o amor próprio, e o amor pelo
semelhante, como previu Jesus (Mt 24.12).
3.2
- A falta de dedicação. No AT o sacerdote tinha tarefas diárias, tais como:
sacrificar, acender as lâmpadas do candelabro e ofertar incenso, diariamente.
Tais atribuições apontam para a necessidade que temos, como sacerdotes de Deus
(1Pd 2.9; Ap 1.6), de diariamente, apresentar a nossa vida em total consagração
a Deus (Rm 12.1), se enchendo do Espírito (Ef 5.18), e ainda conservando uma
vida de oração (Ef 6.18; 1Ts 5.17) e leitura da Bíblia (Sl 1.1-3).
3.3 - A negligência com o Espírito Santo. Paulo exortou a igreja de Éfeso que
não entristecesse o Espírito Santo no qual eles foram selados (Ef 4.30). E aos
crentes de Tessalônica Paulo diz também: “Não extingais o Espírito” (1Ts 5.19).
O verbo “extinguir” no original grego “sbennumi” significa: “apagar, extinguir”
e figuradamente “suprimir”. Esse verbo era usado para dar a ideia de “apagar
fogo” (CHAMPLIN, 2002, p. 219). A vinda e atuação do Espírito Santo com frequência
metaforicamente ao fogo (Mt 3.11; Lc 3.16; At 2.3; Rm 12.11; 2Tm 1.6). Se
não tivermos o devido cuidado, infelizmente, poderemos apagar o Espírito em
nossa vida, pois foi assim com Saul (1Sm 16.14) e Sansão (Jz 16.20).
IV
– LAODICÉIA, UMA IGREJA MORNA, POBRE, CEGA E NUA
Jesus
Cristo que está no meio dos castiçais e anda no meio dos deles, sondou esta
igreja e em sua carta deixou claro que a igreja de Laodicéia estava com a cara
da cidade: orgulhosa e autossuficiente, pois, ao invés de influenciar, tinha sido
influenciada, e que apesar de pensarem estar bem, aos seus próprios olhos: “tu
dizes”, não estavam aos olhos dEle “e não sabes que és”. Eis abaixo o seguinte
diagnóstico dado por Jesus:
4.1
- A igreja que perdera seu fervor espiritual. O Cristo glorificado consegue
detectar que aquela comunidade de cristãos o servia sem fervor, por isso
afirmou categoricamente: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente;
quem dera foras frio ou quente” (Ap 3.15). Jesus diz que a temperatura
espiritual daquela igreja se encontrava idêntica à da água que eles recebiam, e
que estava sentindo náuseas “Assim, porque és morno, e não és frio nem quente,
vomitar-te-ei da minha boca” (Ap 3.16). A água morna nem é quente nem é fria.
Assim o crente em estado de mornidão é aquele que hesita entre dois pensamentos
(1Rs 18.21); o coração está dividido (Os 10.2a); serve ao Senhor parcialmente
(2Cr 25.2b) e é um bolo que não foi virado (Os 7.8b).
4.2
- A igreja tinha perdido seus valores. Apesar de igreja alegar possuir riqueza:
“rico sou e estou enriquecido e de nada tenho falta” (Ap 3.17-a), porque a
cidade possuía um importante centro bancário e de troca de moedas, o Senhor a
reprova severamente dizendo: “és pobre” (Ap 3.17-b). Chaplin afirma que: “Supõe-se
que a igreja estava desfrutando dessa aparente prosperidade porque ao contrário
de Esmirna que se opunha ao culto ao imperador mesmo lhes custando a pobreza e
a morte, os crentes de Laodicéia, pelo contrário, para evitarem a perseguição e
não perderem seus bens, prestavam homenagem a Domiciano como um deus, alegando
ser apenas por formalidade e não de coração” (2002, p. 432). Como disse Jesus,
não podemos servir a dois senhores (Mt 6.24).
4.3
- A igreja tinha perdido sua visão. A medicina de Laodicéia estava tão avançada
ao ponto de descobrirem o unguento oftálmico que trouxe muitos benefícios para
alguns tipos de enfermidades nos olhos. No entanto, Jesus lhes confessa abertamente:
“és pobre, e cego” (Ap 3.17-b). Os cristãos tinham olhos apenas para os bens
materiais, perdendo assim a visão do Reino, que dá primazia aos bens
espirituais “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem,
e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça
nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam” (Mt 6.19,20).
4.4
- A igreja tinha perdido suas vestimentas. A igreja de Laodicéia também era
famosa por sua indústria de lã e sua produção de excelentes peças de
vestuários. Apesar disso, Cristo diz: “és pobre, cego e nu” (Ap 3.17-b). Como
podemos ver, as vestes luxuosas dos crentes de Laodicéia não podiam cobrir sua
nudez espiritual, tal qual as folhas de figueira não foram suficientes para cobrir
a nudez do primeiro casal no Éden (Gn 3.7).
V
– RESGATANDO O FERVOR ESPIRITUAL
Quando
o crente sente que sua vida espiritual está perdendo o fervor, que já não tem
mais o desejo ávido pelas coisas de Deus, ele deve imediatamente tomar as
seguintes atitudes:
5.1 Quebrantar-se. O primeiro passo para se resgatar o fervor espiritual na caminhada cristã, é quebrantar-se diante de Deus, rogando-lhe com humildade a Sua misericórdia. Tal como fez Davi (Sl 51.1). Após reconhecer que não era o mesmo servo de Deus como antes, diferente de Saul, ele não prometeu dar ao senhor animais para serem sacrificados, pois prometeu-lhe um coração quebrantado: “Os sacrifícios para Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás” (Sl 51.17). Ele sabia que Deus está perto de quem procede assim (Sl 34.18).
5.2
- Arrepender-se. Quando o crente perde o fervor o pecado começa a se tornar
atraente roubando-lhe a santidade. Para que haja uma renovação espiritual, é
necessário que este crente esteja disposto a quebrantado confessar o seu pecado
e abandoná-lo (Pv 28.13). Quando o povo de Israel veio ao profeta Samuel para
se concertar com Deus, o homem de Deus lhes disse: “Se com todo o vosso coração
vos converterdes ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos e os
astarotes, e preparai o vosso coração ao Senhor, e servi a ele só, e vos
livrará da mão dos filisteus” (1 Sm 7.3).
5.3
- Buscar a Deus em oração. O cristão deve entender que a oração, assim como a
leitura da Palavra, é algo indispensável ao seu desenvolvimento espiritual. É
como a alimentação de uma criança, que determinará sua saúde. Se a criança tem
uma alimentação deficiente, ela terá problemas de raquitismo, baixa imunidade,
anemia, etc. Além do desenvolvimento espiritual, devemos orar porque:
a)
A oração é um mandamento bíblico (1Cr 16.11; Is 55.6; Am 5.4,6; Mt 26.41; Lc
18.1; Jo 16.24).
b) É o meio pelo qual recebemos as bênçãos de Deus (Lc 11.5,13; At 1.14).
c)
Na oração falamos com Deus, e Ele se faz presente (Dt 4.7).
d)
Na oração Deus fala conosco (2Co 12.9,10).
e)
Recebemos ajuda divina (Hb 4.16).
f)
Alcançamos o que pedimos (Mt 7.7,8).
CONCLUSÃO
Na lição de hoje aprendemos que a nossa intensidade espiritual determina nossos
resultados na vida cristã. Qualquer área em que dedicamos tempo e prioridade
frutifica, cresce, se desenvolve, assim também é na nossa espiritualidade. Se
desejamos desfrutar do poder de Deus em nossa vida é necessário sermos
fervorosos espiritualmente.
REFERÊNCIAS
WILLIAMS, Dereck. Dicionário Bíblico Vida Nova. SP: VIDA NOVA, 2000
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal para Juventude. RJ: CPAD, 2018
LOPES,
Hernandes Dias. Tiago: transformando provas em triunfo. SP: HAGNOS. 2015
HENRY
Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. RJ:
CPAD, 2010.
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