terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

LIÇÃO 09 – VIVENDO O FERVOR ESPIRITUAL - (Ef 5.15-20) 1º TRIMESTRE DE 2021

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais

Pastor Presidente: Aílton José Alves

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LIÇÃO 09 – VIVENDO O FERVOR ESPIRITUAL - (Ef 5.15-20)

1º TRIMESTRE DE 2021



INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição da palavra “fervor”; notaremos o que é ser fervoroso espiritualmente; pontuaremos o que diminui o fervor na vida do crente; falaremos sobre Laodicéia, uma igreja morna, pobre, cega e nua; e por fim; estudaremos como resgatar o fervor espiritual na vida do servo de Deus.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA FERVOR

1.1 - Conceito de fervor. A palavra “fervor” significa: “ação de ferver, condição do que foi submetido à fervura; grande calor; ardência, brasa”. Figuradamente significa: “empenho com que se busca satisfazer ou realizar algum desejo; dedicação” (HOUAISS, 2001, p. 1332). A palavra usada por Paulo em Romanos 12.11 exorta-nos “a manter o zelo em ponto de ebulição” ou sermos “incandescentes”. A Enciclopédia de Champlin (2004, p. 718) diz que ser fervoroso é “ser intenso, zeloso e resoluto no propósito tomado. Uma pessoa fervorosa caracteriza-se por sentimentos e convicções profundas. Essa qualidade de espírito faz contraste com a atitude de superficialidade, fingimento e vacilação, tão comum em nossos dias”.

II – O QUE É SER FERVOROSO ESPIRITUALMENTE

2.1 - Ser fervoroso é um mandamento. Trazendo vários conselhos práticos da vida cristã aos cristãos de Roma, o apóstolo Paulo exorta-os dizendo: “sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11). A expressão paulina “sede” é um imperativo para a vida cristã, um mandamento que não pode ser negligenciado.

2.2 - Ser fervoroso é uma necessidade. O fervor é necessário e vital ao cristão, relegar isso é cair num marasmo e decadência espiritual. O apóstolo Paulo diz que nós devemos buscar sempre uma renovação a fim de que nossa vida espiritual esteja sempre em dia (Rm 12.2; 2Co 4.16; Ef 4.23).

2.3 - Ser fervoro é uma parceria. É impossível uma vida de fervor sem o auxílio do Espírito Santo. É Ele que está ao nosso lado nos auxiliando na vida espiritual como prometeu Jesus (Jo 14.26). É sua habitação e constante renovação que torna a nossa vida dinâmica, por isso Paulo diz: “E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18).

III – O QUE DIMINUI O FERVOR NA VIDA CRISTÃ

3.1 - O pecado. Quando o crente negligencia sua vida de santidade e permite que o pecado reine em seu coração, o fervor começa a diminuir. E quando isso acontece, esfria também o amor por Jesus, o amor próprio, e o amor pelo semelhante, como previu Jesus (Mt 24.12).

3.2 - A falta de dedicação. No AT o sacerdote tinha tarefas diárias, tais como: sacrificar, acender as lâmpadas do candelabro e ofertar incenso, diariamente. Tais atribuições apontam para a necessidade que temos, como sacerdotes de Deus (1Pd 2.9; Ap 1.6), de diariamente, apresentar a nossa vida em total consagração a Deus (Rm 12.1), se enchendo do Espírito (Ef 5.18), e ainda conservando uma vida de oração (Ef 6.18; 1Ts 5.17) e leitura da Bíblia (Sl 1.1-3).
3.3 - A negligência com o Espírito Santo. Paulo exortou a igreja de Éfeso que não entristecesse o Espírito Santo no qual eles foram selados (Ef 4.30). E aos crentes de Tessalônica Paulo diz também: “Não extingais o Espírito” (1Ts 5.19). O verbo “extinguir” no original grego “sbennumi” significa: “apagar, extinguir” e figuradamente “suprimir”. Esse verbo era usado para dar a ideia de “apagar fogo” (CHAMPLIN, 2002, p. 219). A vinda e atuação do Espírito Santo com frequência metaforicamente ao fogo (Mt 3.11; Lc 3.16; At 2.3; Rm 12.11; 2Tm 1.6). 
Se não tivermos o devido cuidado, infelizmente, poderemos apagar o Espírito em nossa vida, pois foi assim com Saul (1Sm 16.14) e Sansão (Jz 16.20).

IV – LAODICÉIA, UMA IGREJA MORNA, POBRE, CEGA E NUA

Jesus Cristo que está no meio dos castiçais e anda no meio dos deles, sondou esta igreja e em sua carta deixou claro que a igreja de Laodicéia estava com a cara da cidade: orgulhosa e autossuficiente, pois, ao invés de influenciar, tinha sido influenciada, e que apesar de pensarem estar bem, aos seus próprios olhos: “tu dizes”, não estavam aos olhos dEle “e não sabes que és”. Eis abaixo o seguinte diagnóstico dado por Jesus:

4.1 - A igreja que perdera seu fervor espiritual. O Cristo glorificado consegue detectar que aquela comunidade de cristãos o servia sem fervor, por isso afirmou categoricamente: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; quem dera foras frio ou quente” (Ap 3.15). Jesus diz que a temperatura espiritual daquela igreja se encontrava idêntica à da água que eles recebiam, e que estava sentindo náuseas “Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca” (Ap 3.16). A água morna nem é quente nem é fria. Assim o crente em estado de mornidão é aquele que hesita entre dois pensamentos (1Rs 18.21); o coração está dividido (Os 10.2a); serve ao Senhor parcialmente (2Cr 25.2b) e é um bolo que não foi virado (Os 7.8b).

4.2 - A igreja tinha perdido seus valores. Apesar de igreja alegar possuir riqueza: “rico sou e estou enriquecido e de nada tenho falta” (Ap 3.17-a), porque a cidade possuía um importante centro bancário e de troca de moedas, o Senhor a reprova severamente dizendo: “és pobre” (Ap 3.17-b). Chaplin afirma que: “Supõe-se que a igreja estava desfrutando dessa aparente prosperidade porque ao contrário de Esmirna que se opunha ao culto ao imperador mesmo lhes custando a pobreza e a morte, os crentes de Laodicéia, pelo contrário, para evitarem a perseguição e não perderem seus bens, prestavam homenagem a Domiciano como um deus, alegando ser apenas por formalidade e não de coração” (2002, p. 432). Como disse Jesus, não podemos servir a dois senhores (Mt 6.24).

4.3 - A igreja tinha perdido sua visão. A medicina de Laodicéia estava tão avançada ao ponto de descobrirem o unguento oftálmico que trouxe muitos benefícios para alguns tipos de enfermidades nos olhos. No entanto, Jesus lhes confessa abertamente: “és pobre, e cego” (Ap 3.17-b). Os cristãos tinham olhos apenas para os bens materiais, perdendo assim a visão do Reino, que dá primazia aos bens espirituais “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam” (Mt 6.19,20).

4.4 - A igreja tinha perdido suas vestimentas. A igreja de Laodicéia também era famosa por sua indústria de lã e sua produção de excelentes peças de vestuários. Apesar disso, Cristo diz: “és pobre, cego e nu” (Ap 3.17-b). Como podemos ver, as vestes luxuosas dos crentes de Laodicéia não podiam cobrir sua nudez espiritual, tal qual as folhas de figueira não foram suficientes para cobrir a nudez do primeiro casal no Éden (Gn 3.7).

V – RESGATANDO O FERVOR ESPIRITUAL

Quando o crente sente que sua vida espiritual está perdendo o fervor, que já não tem mais o desejo ávido pelas coisas de Deus, ele deve imediatamente tomar as seguintes atitudes:

5.1 Quebrantar-se. O primeiro passo para se resgatar o fervor espiritual na caminhada cristã, é quebrantar-se diante de Deus, rogando-lhe com humildade a Sua misericórdia. Tal como fez Davi (Sl 51.1). Após reconhecer que não era o mesmo servo de Deus como antes, diferente de Saul, ele não prometeu dar ao senhor animais para serem sacrificados, pois prometeu-lhe um coração quebrantado: “Os sacrifícios para Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás” (Sl 51.17). Ele sabia que Deus está perto de quem procede assim (Sl 34.18).

5.2 - Arrepender-se. Quando o crente perde o fervor o pecado começa a se tornar atraente roubando-lhe a santidade. Para que haja uma renovação espiritual, é necessário que este crente esteja disposto a quebrantado confessar o seu pecado e abandoná-lo (Pv 28.13). Quando o povo de Israel veio ao profeta Samuel para se concertar com Deus, o homem de Deus lhes disse: “Se com todo o vosso coração vos converterdes ao Senhor, tirai dentre vós os deuses estranhos e os astarotes, e preparai o vosso coração ao Senhor, e servi a ele só, e vos livrará da mão dos filisteus” (1 Sm 7.3).

5.3 - Buscar a Deus em oração. O cristão deve entender que a oração, assim como a leitura da Palavra, é algo indispensável ao seu desenvolvimento espiritual. É como a alimentação de uma criança, que determinará sua saúde. Se a criança tem uma alimentação deficiente, ela terá problemas de raquitismo, baixa imunidade, anemia, etc. Além do desenvolvimento espiritual, devemos orar porque:

a) A oração é um mandamento bíblico (1Cr 16.11; Is 55.6; Am 5.4,6; Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24).
b) É o meio pelo qual recebemos as bênçãos de Deus (Lc 11.5,13; At 1.14).

c) Na oração falamos com Deus, e Ele se faz presente (Dt 4.7).

d) Na oração Deus fala conosco (2Co 12.9,10).

e) Recebemos ajuda divina (Hb 4.16).

f) Alcançamos o que pedimos (Mt 7.7,8).

CONCLUSÃO
Na lição de hoje aprendemos que a nossa intensidade espiritual determina nossos resultados na vida cristã. Qualquer área em que dedicamos tempo e prioridade frutifica, cresce, se desenvolve, assim também é na nossa espiritualidade. Se desejamos desfrutar do poder de Deus em nossa vida é necessário sermos fervorosos espiritualmente.

REFERÊNCIAS
WILLIAMS, Dereck. Dicionário Bíblico Vida Nova. SP: VIDA NOVA, 2000

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal para Juventude. RJ: CPAD, 2018

LOPES, Hernandes Dias. Tiago: transformando provas em triunfo. SP: HAGNOS. 2015

HENRY Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. RJ: CPAD, 2010.

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