Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO
12 – A REBELIÃO DE ABSALÃO – (2 Sm 15.1-18)
4º
TRIMESTRE DE 2019
INTRODUÇÃO
Nesta
lição veremos informações gerais sobre Absalão; pontuaremos algumas
características de sua personalidade maligna; estudaremos sobre a conspiração
de Absalão contra o rei Davi; e por fim, notaremos as lições da sua rebelião.
I
– INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE ABSALÃO
1.1
- Nome. O nome Absalão não é tão comum no registro bíblico. Além do filho de
Davi, apenas outro personagem é assim chamado, sendo este um familiar do rei
Roboão (1Rs 15.1,2,10; 2Cr 11.20,21). O nome Absalão do hebraico: “avshalom”
significa: “pai de paz”. Apesar do significado do seu nome, a paz não foi algo
notável em sue caráter.
1.2
- Família. Durante o tempo em que o rei Davi esteve em Hebrom teve seis filhos
(2Sm 3.2-5). Absalão foi o terceiro filho de Davi com a sua terceira esposa
Maaca, a filha de Talmai, rei de Gesur (2Sm 3.3). Absalão teve três filhos
cujos nomes não são mencionados e uma filha por nome de Tamar (2Sm 14.27), esta
filha possuía o mesmo nome da irmã de Absalão (2Sm 13.1).
1.3
- Sua beleza. O terceiro filho de Davi era conhecido por sua beleza estética,
de modo que todo Israel apreciava sua aparência: “Não havia em todo o Israel
homem tão admirável pela sua beleza como Absalão; desde a planta do pé até o
alto da cabeça não havia nele defeito algum” (2Sm 14.25). O texto bíblico ainda
nos informa que, tão pesado era seu cabelo que, em cortes ocasionais, o peso do
cabelo cortado chegava a cerca de dois quilos (2Sm 14.26). “Josefo informa que
os judeus costumavam untar os cabelos com óleo e espargir nele ouro em pó, a
fim de que flamejassem ao sol” (apud SHEED, 2003, p. 456). No entanto, Absalão
não possuía um caráter digno, à altura de sua beleza física.
II
– O CARÁTER MALIGNO DE ABSALÃO
2.1
- Um homem iracundo. O iracundo é alguém possesso, irascível, colérico,
agastado, torvo e raivoso. Absalão por natureza já era uma pessoa com estas
características, e diante do pecado cometido por Amnom ao violar a sua meia
irmã Tamar (2Sm 13.1,2,14-19), e a omissão de seu pai Davi em relação ao caso
(2Sm 13.21), ele nutriu ainda mais em seu coração este ódio contra seu irmão
Amnom (2Sm 13.22), e desde então, concebeu um plano contra ele (2Sm 13.32).
Durante o período de dois anos Absalão manteve esse plano oculto (2Sm 13.23),
de modo que nunca havia confrontado Amnom (2Sm 13.22-a; Lv 19.17), antes
alimentou a raiz de amargura em seu coração (Hb 12.15), deixando a ira tomar
conta de seu ser (Ef 4.26). O que antes estava oculto se tornou público (Pv
26.26), Absalão desenvolveu seu plano maligno (2Sm 13.24-27), e ordenou a
execução de seu irmão (2Sm 3.2), colocando em prática a sua vingança (2Sm 13.28,29).
O aborrecimento de Absalão por causa do pecado do seu irmão era justificável,
mas, odiá-lo (1Jo 3.12,15) e assassiná-lo com o pretexto de supostamente
reparar a honra de Tamar, violando o sexto mandamento: “não matarás” (Êx 20.13)
não é aceitável.
2.2
- Um homem ardiloso. Ardiloso quer dizer: “o que se utiliza de ardis, de
esperteza para conseguir o que pretende; sagaz, astucioso, enganador”. Absalão
demostrou a sua sagacidade em algumas ocasiões (2Sm 13.20) entre elas
destacamos a sua fuga de Jerusalém. Após o assassinato de Amnom, Absalão foge
imediatamente (2Sm 13.34,37), ele sabia que nenhuma parte da terra de Israel
poderia protegê-lo e que ao permanecer ali seria devidamente punido por seu
crime hediondo. As cidades de refúgio existentes em Israel não ofereceriam
proteção a um assassino intencional (Nm 35.11,15). Absalão preferiu refugiar-se
entre os parentes de sua mãe, e foi hospedado pelo seu avô Talmai, rei de Gesur
por três anos (2Sm 13.37; 1Cr 3.2; 2Sm 13.38).
2.3
- Um homem egocêntrico. Após o seu regresso para Jerusalém, pela intercessão de
Joabe (2Sm 14.21-23,28), Absalão passou dois anos sem ser chamado à presença de
seu pai (2Sm 14.24,28), algo que o incomodou muito (2Sm 14.32). Na intenção de
provocar uma audiência com o rei, Absalão de maneira egocentrista e
maquiavélica mandou atear fogo ao campo de Joabe para forçá-lo a ir em sua casa
e conseguir o que queria (2Sm 14.29-33). Ele era egocêntrico, do tipo de pessoa
que ultrapassava todos os limites para que a sua vontade fosse realizada, ainda
que se necessário usando de astúcia (Js 9.4; Jó 5.13; Sl 119.118; Lc 20.23; 2Co
11.3).
2.4
- Um homem traiçoeiro. Absalão esforçou-se em mostrar ao povo que existia um
contraste entre ele e o rei (2Sm 15.5,6), dizendo que o rei já era avançado em
idade e incompetente, pois não dava atenção necessária aos necessitados e não
punia os corruptos, enquanto que ele era jovem, cheio de ideais e planos, e
possuía já os conhecimentos necessários a um governante mais preparado,
desprezando a autoridade do seu pai e ganhando a simpatia entre o povo (2Sm
15.10-12).
2.5
- Um homem conspirador. Absalão trabalhou incansavelmente durante quatro anos
para pôr seu plano em prática (2Sm 15.1- 12). Ele dissimuladamente procurava
impressionar o povo se exibindo com carros, cavalos e homens que corriam
adiante dele com lisonjas. Agia demonstrando espírito de grandeza e sentava-se
à porta da cidade como juiz, mas não o era. Apresentava supostas falhas
administrativas do rei, dizendo que não havia pessoas capazes indicadas pelo rei
para atender ao povo. Dominado pela vaidade desejou alcançar a popularidade
através da mentira.
III
– A CONSPIRAÇÃO DE ABSALÃO CONTRA O REI DAVI
Do
latim: “conspiratio onis”, conspiração significa: “ação de construir um plano
que prejudica alguém, geralmente um governante ou uma pessoa poderosa;
maquinação. Ato de quem busca prejudicar alguém, com a ajuda de outrem;
conluio. Combinação secreta com alguém, contra uma terceira pessoa; trama”. Foi
exatamente isto que Absalão fez para com o seu pai Davi (2Sm 15.12). Vejamos os
passos da sua conjuração maligna:
3.1
- Furtou o coração do povo. Uma das estratégias de Absalão era apresentar-se
como amigo de todos, recusando até que as pessoas se inclinassem diante dele em
sinal de respeito, em detrimento disso, vivia criticando vigorosamente a
administração de Davi (2Sm 15.2-6). Prometeu que, se fosse juiz na terra
(naqueles dias equivalente a tornar-se rei), garantiria justiça para todos. O
príncipe egoísta mostrou-se pérfido e sem escrúpulo ao usar de todos os artifícios
a sua disposição para furtar o coração do povo e granjear seu apoio (2Sm 15.6).
Davi havia conquistado o coração do povo pelo sacrifício e serviço, mas Absalão
o fez do modo mais fácil, como se faz hoje em dia: criando uma imagem
irresistível de si mesmo às pessoas, conquistando alguns seguidores (2Sm
15.12). Absalão é o retrato de satanás que induziu outros anjos a se aliarem a
ele em sua rebelião contra Deus (Ez 28.16; Ap 12.14; Jd v.6).
3.2
- Foi oportunista. Absalão não era apenas um mentiroso e caluniador de primeira
linha, mas também um homem maliciador e capaz de discernir o momento certo de
agir traiçoeiramente contra seu líder (2Sm 14.33; 15.1,7). Esperou durante dois
anos até mandar matar Amnom (2Sm 13.23-29) e, posteriormente, esperou quatro anos
antes de rebelar-se abertamente contra o pai e tomar o trono (2Sm 15.7 - ARA).
Ao ler os "salmos do exílio" de Davi (Sl 41.1-3), temos a impressão
de que, nessa época, o rei se encontrava enfermo e não estava cuidando
diretamente dos assuntos do reino, dando a Absalão a oportunidade de tomar seu
lugar e de assumir o controle. Tal atitude é característica da ação de satanás,
que espera momentos oportunos para investir contra a vida dos servos de Deus
(Gn 3.1; 39.7-11; Lc 4.1-13; Ef 6.11).
3.3
- Foi demagogo. O demagogo: “É aquele que promove os próprios interesses ao
fingir profunda dedicação aos interesses do povo” (Pv 29.5) (WISERBE, 2010, p.
342). Demagogia é uma forma de atuação política na qual existe um claro
interesse em manipular ou agradar a massa popular, incluindo promessas que
muito provavelmente não serão realizadas, visando apenas à conquista do poder
político e ou outras vantagens correlacionadas. Na antiguidade, a porta da
cidade equivalia à prefeitura e ao fórum (Rt 4.1; Gn 23.10; Dt 22.15; 25.7), e
Absalão sabia que encontraria ali muita gente malcontente se perguntando por
que o sistema judicial não funcionava com eficiência (2Sm 19.1-8). Absalão
cumprimentava esses visitantes com o se fossem amigos de longa data e descobria
de onde haviam vindo e quais eram seus problemas (2Sm 15.2). Concordava com
todos que suas queixas eram válidas e que deveriam ser decididas em favor deles
no tribunal do rei (2Sm 15.4). Suas palavras não passavam de bajulação do tipo
mais desprezível, mas algumas pessoas por sua ingenuidade se deixavam enganar
(2Sm 15.11). Absalão afirmava que poderia cuidar melhor dos assuntos do reino
se fosse juiz, uma forma sutil de criticar o rei (2Sm 15.5).
3.4
- Foi maledicente. Todo rebelde é um maledicente: “característica do que ou de
quem vive falando mal de outras pessoas. Pessoa que propaga difamações;
malfalante, maldizente”. O maledicente gosta de se projetar falando mal dos
outros (Rm 16.17,18). Absalão para ganhar popularidade, fez acusações falsas e
infundadas contra Davi, insinuando que o rei não dava a atenção devida às
causas a ele levadas (2Sm 15.3), como também, acusavam de que o monarca agia
com injustiça (2Sm 15.4), cometendo assim um pecado abominável aos olhos de
Deus: espalhar intriga entre os irmãos (Pv 6.16-19). O maledicente sempre
constroe sua imagem desconstruindo a reputação dos outros. É muito comum aos
que são fieis a Deus, serem alvos desse tipo de pessoa (Mt 5.11). Foi assim com
os profetas do AT (Mt 5.12), com o próprio Senhor Jesus, durante seu ministério
terreno (Mc 14.56-59; 15.3), e com os crentes de um modo geral (At 6.11-14; 3Jo
v. 9,10).
IV
– LIÇÕES DA REBELIÃO DE ABSALÃO
4.1
- Revelou quem de fato era fiel a Davi. Davi foi traído por Absalão seu próprio
filho, por Aitofel seu melhor amigo que revelou sua deslealdade levantando-se
contra o ungido do Senhor (2Sm 15.12,31 ver Sl 41.9; Sl 55.12-14), e por Simei
da casa de Saul que saía amaldiçoando, lançando pedra e poeira (2Sm 16.5-13).
Em contra partida, outros homens são mencionados como sendo leais a Davi. O rei
foi ajudado por Sobí dos filhos de Amom; Maquir de Lodebar; e Barzilai de
Rogelim que trouxeram para o rei: “camas, bacias, vasilhas de barro, trigo,
cevada, farinha, grão torrado, favas, lentilhas torradas, mel manteiga,
ovelhas, e queijos de vacas” (2Sm 17.27-29). Além destes outros podem ser
mencionados como:
(a)
Itai, o giteu (2Sm 15.19-22);
(b)
Zadoque e Abiatar, os sacerdotes (2Sm 15.24,27,35);
(c)
os levitas (2Sm 15.24);
(d)
Husai, amigo de Davi (2Sm 15.37);
(e)
servos anônimos (2Sm 15.18); e,
(f)
seiscentos homens (2Sm 15.18).
Depois
do Vale de Cedrom Davi escreveu (Sl 3.1-8), e naquela noite, depois que Davi
adorou ao Senhor, Davi dormiu.
4.2
- Revelou o fim dos que são rebeldes. Absalão não teve sucesso na sua almejada
pretensão. O seu final não foi tão belo quanto pensava, pois tomou um caminho
perverso, onde não teve a aprovação de Deus. Sua dignidade foi corrompida,
porque deixou o diabo dominar o seu coração. Uma batalha foi travada em Efraim
onde Davi repartiu o seu exército sob a direção de Joabe, Abisai e Itaí (2Sm
18.2). Nesta batalha, quase vinte mil homens de Absalão morreram. Absalão
enquanto galopava em sua mula, seus cabelos se embaraçaram nos ramos de um
grande carvalho e suspenso, ele foi morto por Joabe e seus escudeiros (2Sm
18.14,15). Absalão perdeu a vida por entrar no caminho da desobediência,
arrogância e rebelião.
CONCLUSÃO
Com
este episódio, aprendemos que a rebelião aborrece a Deus. Evitemos, pois, o
pecado da rebeldia; busquemos a sabedoria e a prudência divinas, para que não
experimentemos a ira do Deus justo e verdadeiro.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
HOUAISS,
Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
VINE, W.E, et
al. Dicionário Vine.
CPAD.
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