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LIÇÃO
09 – O REINADO DE DAVI – (2 Sm 5.1-12)
4º
TRIMESTRE DE 2019
INTRODUÇÃO
Nesta
lição aprenderemos sobre o estabelecimento do reinado de Davi e os principais
fatos que marcaram este reino; destacaremos algumas lições práticas que podemos
aprender sobre o exercício da monarquia davídica; e, por fim, veremos as
similaridades entre o reinado de Davi e o reino messiânico de Cristo.
I
– O ESTABELECIMENTO DO REINADO DE DAVI EM ISRAEL
1.1
- A morte de Isbosete. Abner capitão do exército de Israel, havia constituído o
quarto filho de Saul chamado Isbosete, como o substituto de seu pai no trono
(2Sm 2.8-10). No entanto, essa coroação foi ilegítima, uma vez que o escolhido
por Deus para ser rei era Davi (1Sm 16.1,13; 2Sm 3.9,10), e esta consagração
não era da sua competência, visto que Abner era um capitão e não um profeta ou
sacerdote (1Sm 10.1; 1Rs 1.39,45; 19.16; 2Rs 9.6; 11.12). Após a morte de Abner
(2Sm 3.26,27), houve consternação e confusão ao povo de Israel e a Isbosete
(2Sm 4.1). Neste ponto, dois dos capitães das tropas de Saul, chamados Baaná e
Recabe, filhos de Rimom da tribo de Benjamim (2Sm 4.2), decidiram conspirar
contra Isbosete. Os dois conspiradores foram ao meio-dia, para a casa do rei
(2Sm 4.5,6). Ao encontrarem Isbosete reclinado em sua cama, mataram-no
covardemente (2Sm 4.7).
1.2
- Os anciãos de Israel procuram a Davi. Após a morte de Isbosete, todas as
tribos de Israel vieram a Davi (2Sm 5.1,3). Eles lembraram que:
(a) Davi já
havia se revelado um líder militar sob as ordens de Saul: “[…] sendo Saul ainda
rei sobre nós, eras tu o que saías e entravas com Israel […]” (2Sm 5.2-a; ver
1Sm 18.30); e,
(b) estavam cientes da promessa que Deus havia feito a Davi:
“[…] Tu apascentarás o meu povo de Israel e tu serás chefe sobre Israel” (2Sm
5.2-b).
As qualificações para o rei de Israel encontravam-se escritas na lei de
Moisés (Dt 17.14-20). O primeiro e mais importante requisito, era ser alguém
escolhido pelo Senhor dentre o povo de Israel (Dt 17.15). Israel sabia que
Samuel havia ungido Davi para ser rei cerca de vinte anos antes e que era da
vontade de Deus que Davi subisse ao trono (1Sm 16.1,13; 2Sm 3.9,10). A nação
precisava de um pastor, e Davi era exatamente a pessoa certa para este ofício
(1Sm 16.11,19; 17.15,34,35; Sl 78.70-72).
1.3
- Davi é ungido o rei de Israel. Abner estava morto, mas havia preparado o
caminho para Davi ser proclamado rei das doze tribos (2Sm 3.17-21). Na
sequência, os líderes de todas as tribos reuniram-se em Hebrom e coroaram Davi
com o seu rei. À luz do contexto, destacamos que: (a) quando Davi era adolescente,
havia recebido a unção de Samuel em particular (1Sm 16.13), (b) os anciãos da
tribo de Judá o haviam ungido quando se tornou seu rei (2Sm 2.4), e, (c) nessa
última reunião porém, os anciãos de todo Israel ungiram Davi e proclamaram-no
seu rei (2Sm 5.3). Com a coroação de Davi sobre todo o Israel, o reino estava
finalmente reunificado. A Bíblia diz que Davi reinou por quarenta anos, sendo
que, sete anos e meio em Hebrom e trinta e três anos em Jerusalém (2Sm 5.4,5).
II
– FATOS QUE MARCARAM O REINADO DE DAVI EM ISRAEL
2.1
- Jerusalém como capital do reino. Um dos marcos da liderança de Davi sobre
Israel, foi a mudança da capital do reino, visto que, Abner e Isbosete haviam
estabelecido em Maanaim (2Sm 2.8). A mudança para Jerusalém, foi um ato
engenhoso de Davi:
(a) por estratégia política, já que a cidade de Jerusalém,
chamada de Jebus, era habitada pelos jebuseus (Jz 19.10; 2Sm 5.6; 1Cr 11.4,5) e
localizada na fronteira entre Benjamim (a tribo de Saul) e Judá (a tribo de
Davi), Jerusalém não havia pertencido a nenhuma das tribos, de modo que ninguém
poderia acusar Davi de favoritismo na instituição de sua nova capital; e,
(b)
pela localização geográfica, construída sobre um monte rochoso, a cidade era
uma fortaleza natural cercada de três lados por vales e montes, sendo assim,
Jerusalém era símbolo de segurança (2Sm 5.7-9; Sl 48.2; 50.2) (WIERSBE, 2010,
p. 309). Após a coquista de Jerusalém, esta se tornou conhecida como a cidade
de Davi (2Sm 5.7,9), e ali o monarca estabeleceu sua moradia (2Sm 5.9,11).
2.2
- A vitória contra os inimigos. A despeito da presença de Deus manifesta na
vida de Davi e a confirmação divina de seu reinado (2Sm 5.10,12), isso não o
isentou de enfrentar ataques por parte dos filisteus (2Sm 5.17-25). Aqueles que
estiveram satisfeitos em ver a nação divida em dois reinos pequenos e hostis
sob os governos de Isbosete e Davi, viram na união das doze tribos de Israel,
uma séria ameaça. Ao ouvirem dizer que Davi havia sido ungido rei, os filisteus
empreenderam uma batalha contra o monarca (2Sm 5.17,18). Apesar da resistência
destes inimigos (2Sm 5.22), Davi foi vitorioso como cumprimento da promessa
divina (2Sm 5.19,24,25). Vencendo aos inimigos de Israel que estavam à sua
volta: os filisteus (2Sm 8.1; 21.15-22); os moabitas (2Sm 8.2); os arameus e
sírios (2Sm 8.3-12); e, os edomitas (2Sm 8.13,14), sempre com a ajuda de Deus
(2Sm 8.14).
2.3
- A arca da aliança trazida a Jerusalém. Depois da reunificação do reino, Davi
trouxe a Arca da Aliança para Jerusalém, trazendo a restauração do culto ao Senhor
algo que havia sido negligenciado no reinado de Saul e Isbosete. Uma vez que
sua perda ocorrera durante uma das primeiras batalhas contra os filisteus (1Sm
4.5), a determinação de Davi em recuperá-la, seguida de sua impressionante
vitória contra os filisteus foi muito significativa. Essa transferência
aconteceu em dois estágios: um malsucedido (2Sm 6.1-11) e outro que obteve
êxito (2Sm 6.12-19). A Arca da Aliança para os israelitas simbolizava:
(a) a
presença visível de Deus (Êx 25.22);
(b) um sinal da proteção de divina (Js
3.3; 4.10); e,
(c) sua presença trazia júbilo e alegria para os israelitas (1Sm
4.4-6; 2Sm 6.15,21).
III
– LIÇÕES QUE APRENDEMOS COM O REINADO DE DAVI
3.1
- A certeza que Deus cumpre com as sua promessas. Davi havia sido ungido para ser
rei ainda muito jovem (1Sm 16.13), mas a sua coroação não aconteceu
imediatamente, entre a promessa e o cumprimento há um tempo, uma trajetória a
ser percorrida. Muitos desafios Davi enfrentou até tornar-se, de fato, rei
sobre todo o Israel, porém, nada pôde impedir que ele reinasse sobre as doze
tribos de Israel. Como disse o Senhor a Jeremias: “[…] eu velo sobre a minha
palavra para cumpri-la” (Jr 1.12). Davi teve que aprender a esperar
pacientemente o tempo de Deus em sua vida (1Sm 22.3; Sl 40.1), cofiando que
Deus cumpriria a promessa que lhe havia feito, uma vez que o Senhor é fiel para
cumprir com sua palavra (Dt 7.9; Nm 23.19; Sl 33.4; 146.5,6; Is 54.10; 2Tm
2.11-13). Sobre as promessas de Deus, a Bíblia afirma:
(a) o Senhor é fiel para
as cumprir (Hb 10.23);
(b) Ele nunca as esquece (Sl 105.42; Lc 1.54,55);
(c)
não hão de falhar (Js 23.14; Is 40.8); e,
(d) se cumprem no devido tempo (Jr
33.14; At 7.7; Gl 4.4).
Diante disso, aprendemos que o homem chamado por Deus
deve ser paciente e aguardar o cumprimento das promessas (Hb 6.15).
3.2
- A necessidade de depender da direção divina. Era muito comum antes de dar um
passo importante, Davi buscar a vontade do Senhor (1Sm 23.2,4; 30.8; 2Sm 2.1),
e contra os filisteus após assumir o reinado de Israel não foi diferente. Em se
tratando de guerra, Davi não era presunçoso, por isso, consultou ao Senhor para
saber se deveria e como atacar os inimigos (2Sm 5.19,23) e os derrotou
utilizando exatamente as táticas fornecidas por Deus (2Sm 5.20-21,22-25). O rei
Davi foi bem sucedido onde Saul havia fracassado, porque agiu em perfeita
obediência ao planos do Senhor (2Sm 5.25). Desse modo, aprendemos que, aos que
desejam ser bem sucedidos em todas as áreas de sua vida, precisam nos submeter
a direção de Deus (Sl 16.7; 25.12; 37.23; 43.3; 48.14; Pv 2.6-8; 3.6; 16.1,9;
20.24; Is 58.11).
3.3
- A humildade de atribuir a Deus as conquistas alcançadas. Desde muito cedo na
vida de Davi, havia um reconhecimento público que ele era um instrumento para
trazer vitórias nas guerras travadas pelo exército de Israel (1Sm 18.5,6,13-15;
2Sm 5.2). O seu reinado cresceu e se fortaleceu de maneira inimaginável (2Sm
5.10), ganhando popularidade até mesmo entre os estrangeiros (2Sm 5.11), de
modo que seu nome se tornou notável entre os homens (1Sm 18.30; 2Sm 7.9; 8.13).
No entanto, o rei Davi reconhecia que a razão de todas estas conquistas, se
dava pela ação Deus em sua vida (1Sm 17.37,45-47; 18.14; 23.14; 2Sm 5.12,24;
8.14), o mérito era divino e não humano. Todos devem render ao Senhor a glória que
lhe é devida (1Cr 16.28; Sl 115.1; Is 42.8; 1Co 10.31; Rm 11.36; 15.18; 2Co
3.5; Fp 4.20).
IV
– O REINADO DE DAVI UMA FIGURA DO REINO MESSIÂNICO
Uma
vez que Davi na tipologia é uma figura do Messias, o seu reinado prefigura o
reino messiânico de Cristo, que será estabelecido no milênio ao final da Grande
Tribulação (Ap 20.1-4). Vejamos portanto em ambos os reinos, algumas
similaridades:
REINO
DAVÍDICO
1 - Jerusalém,
capital do reino de Israel (2Sm 5.7; 1Rs 2.10; 1Cr 13.13; 15.1).
2 - Justiça
como marca de sua administração (2Sm 8.15);
3 - Foi
marcado pela paz em decorrência da ação divina (2Sm 7.1);
4 - Desfrutou
de alegria como resultado da presença simbólica de Deus entre o povo (2Sm
6.15,21).
REINO
MESSIÂNICO
1 - Jerusalém
será a sede do governo mundial de Cristo (Is 2.3; 60.3; 66.2; Jr 3.17);
2 - A
justiça caracterizará o governo do Messias (Is 62.1,2; 33.5; Is 32.1);
3 - Haverá
paz como fruto do reino do Messias, o Príncipe da paz (Is 9.6; 2.4; 9.4-7; 11.6-9;
32.17,18; 33.5,6; 54.13; 55.12; 60.18; 65.25; 66.12; Ez 28.26; 34.25,28; Os
2.18; Mq 4.2,3; Zc 9.10);
4 - A
alegria será marca característica da era milenar (Is 9.3,4; 12.3-6; 14.7,8;
25.8,9; 30.29; 42.1,10-12; 60.15; Jr 30.18,19; 31.13,14; Sf 3.14-17; Zc
8.18,19; 10.6,7).
CONCLUSÃO
A biografia de Davi e sua liderança a frente da nação de Israel, é uma
comprovação da fidelidade e soberania de Deus na história humana, onde
encontram-se atitudes que agradam ao Senhor, para que assim como Davi, sejamos
crentes segundo o coração de Deus.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN,
R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. vl 02. SP: HAGNOS, 2004
HOWARD,
R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1997.
WIERSBE
Warren W. Comentário Bíblico Claro e Conciso AT – Históricos. SP: GEOGRÁFICA,
2010.
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