Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO
07 – TENTAÇÃO – A BATALHA POR NOSSAS ESCOLHAS E ATITUDES - (Mt 4.1-11)
1º
TRIMESTRE DE 2019
INTRODUÇÃO
Introduziremos
esta aula trazendo a definição da palavra “tentação”; destacaremos
algumas verdades sobre a tentação a luz da Bíblia; pontuaremos também que Tiago
destaca o processo da tentação que culmina na consumação do pecado; por fim,
veremos quais as atitudes necessárias devemos tomar para vencer as tentações.
I
– DEFINIÇÃO
Segundo
o dicionário a palavra “tentação” significa: “impulso para a prática
de alguma coisa censurável ou não recomendável” (HOUAISS, 2001, p. 2695).
No original grego, a palavra tentação é “peirasmos”, que significa “teste”,
“provação”, “tentação para a prática do mal”. Esse vocabulário
pode incluir ou não a ideia de alguma questão moral envolvida.
Pode simplesmente indicar um teste difícil, uma prova, e não alguma tentação
tendente à prática do mal, uma incitação ao pecado. Por outro lado, essa
palavra pode envolver também a ideia de incitação ao pecado (CHAMPLIN, 2004, p.
351). Logo, esta palavra pode ter conotação tanto positiva (provação)
quanto negativa (tentação), dependendo do contexto (Sl 95.8; Mt 6.13; Lc
8.13; 11.4; Gl 4.14; Ap 3.10).
II
– ALGUMAS VERDADES SOBRE A TENTAÇÃO
2.1
- A tentação é algo do ser humano. A tentação é algo próprio do ser humano: “Não
veio sobre vós tentação, senão humana [...]” (1 Co 10.13). Jesus foi
tentado porque era plenamente humano: “em tudo foi tentado” (Hb 4.15).
Como Deus ele não podia ser tentado, mas como homem passou por diversas
tentações (Mt 4.3; Lc 22.28; Hb 2.18). Tiago nos diz que “[…] cada um é
tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (Tg
1.14). É bom acrescentar também que ser tentado não é pecado, o pecado está em
ceder a tentação (Mt 6.13; 26.41).
2.2
- A tentação tem um agente. O agente da tentação não é Deus. Tiago nos assevera
isso: “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou tentado; porque Deus não
pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta” (Tg 1.13). A Bíblia diz que Deus
prova os Seus filhos (Gn 22.1; Êx 20.20; Dt 8.2; Sl 11.5; Jo 6.6; 1 Pd
4.12-19). O diabo é quem aparece na Bíblia como o tentador, aquele que induz o
homem ao pecado (Mt 4.3; Lc 4.13; 1Ts 3.5). Logo nos primeiros capítulos da
Bíblia vemos ele tentando os nossos primeiros pais (Gn 3.1-7). Incitando Davi a
contar o povo (1 Cr 21.1). Em Mt 4.3 vemo-lo tentando a Cristo. Paulo
escrevendo aos Tessalonicenses diz: “temendo que o tentador vos tentasse” (1Ts
3.5). Aos coríntios escreveu dizendo que: “temia que eles fossem enganados
pela serpente” (2 Co 11.3); Pedro diz que o tentador “anda em derredor,
bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pd 5.8).
2.3
- A tentação pode ser vencida. Por mais forte que seja a tentação contra um
crente, ela pode ser vencida (Tg 4.7). Deus não permite que sejamos tentados
além das nossas forças: “[...] fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima
do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais
suportar” (1 Co 10.13). “O termo escape ‘ekbasis’ era usado como
referência a uma passagem na montanha. A imagem é de um exército ou de um grupo
de viajantes preso nas montanhas. Eles descobrem uma passagem e o grupo escapa
para algum lugar em que possa estar em segurança” (BEACON, 2006, p. 320). Isso
nos remete ao momento escatológico em que o exército de Israel será cercado pelo
anticristo para ser desbaratado por este, no período da grande tribulação, no
entanto, nesse momento, os judeus clamarão ao Senhor e Ele virá ao Seu encontro
para os defender e abrir o escape para o Seu povo quando pisar o monte das Oliveiras,
que se fenderá no meio (Zc 12.10; 14.1-5; Ap 19.11-21).
III
– AS FASES DA TENTAÇÃO
Alguns
judeus arrazoavam que tendo Deus criado tudo, devia também ter criado o impulso
do mal, e considerando que é o impulso do mal que tenta o homem ao pecado. Em
última análise é Deus que o criou, e por isso é o autor e responsável pelo mal
(BARCLAY, sd. p. 52). Tiago refuta essa ideia afirmando que “Deus não pode
ser tentado pelo mal, e ele mesmo a ninguém tenta” (Tg 1.13). Em vez
de acusar Deus pelo mal, o homem deve assumir a responsabilidade pessoal dos
seus pecados (Lm 3.39). “O homem faz de vítima a si mesmo” (CHAMPLIN, 2004, p.
24). É a sua própria cobiça
ou concupiscência que o atrai e o seduz: “Mas cada um é tentado, quando
atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (Tg 1.14,15). A palavra
“concupiscência” no grego “epithumia”, denota “desejo forte,
desordenado” de qualquer tipo seja bom ou ruim, sendo frequentemente
especificado por algum adjetivo. A palavra é usada em referência a um desejo
bom somente em (Lc 22.15; Fp 1.23; 1 Ts 2.17), em todos os outros lugares têm
um sentido negativo referindo-se aos maus desejos que estão prontos para se
expressar (Rm 13.14; Gl 5.16,24; Ef 2.3; 2 Pe 2.18; 1 Jo 2.16) (VINE, 2002, p.
487 – acréscimo nosso). Tiago vê o pecado não apenas como um ato, mas como um
processo em quatro estágios. Notemos:
3.1
- A atração. O primeiro passo da tentação é a atração: “Mas cada um é
tentado, quando atraído” (Tg 1.14-a). A palavra “atração” significa:
“sedução, sentimento de interesse, curiosidade” (HOUAISS, 2001, p. 338).
Isto significa dizer que jamais seremos tentados por aquilo que não nos sentimos
atraídos. Esaú não resistiu ao guisado, quando voltou da caça e vendeu seu
direito de primogenitura, para saciar o seu desejo (Gn 25.29,30,34); Sansão viu
uma mulher filistéia e não resistiu contraindo matrimônio com ela (Jz 14.1,3);
a mulher de Potifar se insinuou para José, um jovem de boa aparência, no
entanto, ele resistiu recusando a sua proposta indecente (Gn 39.7-9); quando
Jesus teve fome, que o diabo apareceu para induzi-lo a transformar as
pedras em pão (Mt 4.2,3); no entanto, o Mestre resistiu e não cedeu a
oferta de Satanás (Mt 4.4). A natureza carnal que ainda existe em nós, vez por
outra, sentirá atração pelo pecado, cabe ao crente, andar no Espírito, para não
cumprir este desejo: “Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência
da carne” (Gl 5.16). A Bíblia nos exorta a resistir aos desejos carnais, “deixando-os”
(Hb 12.1); “negando-os” (Mt 16.24); “mortificando-os” (Cl
3.5); e, se preciso for, “fugindo” deles (2 Tm 2.22).
3.2
- O engodo. A segunda coisa destacada pelo apóstolo Tiago na tentação é o
engodo. A expressão “engodo” quer dizer: “isca usada para atrair
animais; chamariz” (HOUAISS, 2001, p. 1149). O simbolismo, talvez seja o da
pesca. Os homens usam de uma isca para enganar o peixe, o qual, apanhado pelo
engodo, paga com sua vida” (CHAMPLIN, 2004, p. 23). Da mesma forma, o homem é
atraído por algo que desperta a sua concupiscência. O diabo é especialista em
colocar a isca certa para atrair e despertar a concupiscência humana. Vejamos
alguns exemplos bíblicos:
(a)
para o primeiro casal ele tinha a curiosidade pelo fruto (Gn 3.6);
(b)
Para Noé ele tinha uma taça de vinho (Gn 9.20,21);
(c)
para Davi uma mulher se banhando (2 Sm 11.2);
(d)
para Ananias e Safira o desejo de se tornar notório (At 4.35-37; 5.1-10);
(e)
para Judas o dinheiro (Mt 26.15; Jo 12.6); e,
(f)
para Demas, o presente século (2 Tm 4.10).
3.3
- A concepção. A terceira fase da tentação é a concepção. Esta fase é bastante
perigosa, pois aproxima o homem da queda que é o próximo passo. O verbo “conceber”
quer dizer: “ser fecundado por, engravidar, gerar, acalentar” (HOUAISS,
2001, p. 1149). Todos somos tentados diariamente por coisas que se colocam na
nossa frente. Diante disto, nós podemos renunciar ou permitir que
este desejo seja alimentado em nosso interior, tal como uma semente que quando cai
na terra, se encontrar terreno propício e for irrigada, poderá criar raízes e
florescer até gerar o fruto maligno que é a consumação (Tg 1.15). Devemos com a
ajuda da graça (2 Tm 2.1) e do poder de Deus (Ef 6.10), resistir aos apelos da carne,
do mundo e do diabo que dia a dia procuram nos seduzir a prática das obras da
carne, que são um obstáculo na nossa caminhada (Hb 12.1).
3.4
- A consumação. Este é o último estágio da tentação. Quando a pessoa não
procura resistir as demais fases da tentação, não conseguirá evitar o passo
seguinte: a consumação. O verbo “consumar” quer dizer: “levar a
termo; concluir, rematar; cometer, praticar” (HOUAISS, 2001, p. 815). O
resultado da consumação do pecado é a morte: “[…] o pecado, sendo consumado,
gera a morte” (Tg 1.15-b). Foi o que foi dito ao primeiro casal (Gn 2.17),
e o que eles receberam pela desobediência (Rm 5.12; 6.23). Essa morte é
essencialmente espiritual, mas pode também ser física (At 5.5,10; 1 Co 11.30) e
eterna (1 Co 6.10; Gl 5.19-21; Ap 22.15), senão houver arrependimento sincero e
abandono do pecado (Pv 28.13).
IV
- COMO VENCER AS TENTAÇÕES
MEIOS
PARA VENCER AS TENTAÇÕES
- Orando e vigiando (Mt 26.41);
- Renunciando a si mesmo (Gn 39.7-12);
-Tomando toda a armadura de Deus (Ef 6.10-18);
- Refugiando-se em Jesus (Hb 2.18);
- Evitando a ociosidade (2 Sm 11.1,2; 2 Pe 1.8-10);
- Sujeitando-se a Deus (Tg 4.7-a);
- Evitando tudo que possa levar a tentação (Pv 27.12; 1 Ts 5.22);
- Resistindo ao Diabo (Tg 4.7-b);
- Lendo e meditando na Palavra de Deus (Js 1.7,8);
- Vivendo cheio do Espírito Santo (Ef 5.18);
- Andando em Espírito (Gl 5.16);
- Vivendo em santidade (Ef 4.22-25: 1 Pe 1.16);
- Ocupando a mente com o que é santo (Fp 4.8; Cl 3.2);
- Manifestando o fruto do Espírito (Gl 5.22,23).
CONCLUSÃO
As
tentações na vida cristã são diárias. Precisamos da ajuda de Deus para vencer o
pecado e conservarmos a nossa vida espiritual saudável até a vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo.
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
BARCLAY,
William. Comentário Bíblico de Tiago. PDF.
CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
HOUAISS,
Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
HOWARD, R.E, et
al. Comentário Bíblico
Beacon. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
VINE, W.E, et
al. Dicionário Vine. CPAD.
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