Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor
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LIÇÃO
06 – QUEM DOMINA A SUA MENTE – (Fp 4.4-9)
1º TRIMESTRE DE 2019
INTRODUÇÃO
Na
presente lição trataremos da realidade de que o diabo age de forma astuta
contra os cristãos a fim de causar-lhes danos a vida espiritual; destacaremos
quais as áreas que o nosso inimigo poderá atuar no âmbito material e também o espiritual,
tendo como alvo a mente humana; e, por fim, concluiremos pontuando o que é
necessário fazer para vencermos os ardis do maligno contra a nossa mente.
I
– AS ASTUTAS CILADAS DO DIABO
Engana-se
quem pensa que o diabo age de forma desordenada. Ele é um ser calculista, ou
seja, que age de forma planejada para alcançar os seus objetivos malignos (2 Co
2.11; 1 Tm 3.7-b). Paulo nos falou sobre “as astutas ciladas do diabo” (Ef
6.11). A palavra “cilada” significa: “emboscada, armadilha, arapuca” (HOUAISS,
2001, p. 717). O apóstolo diz que estas ciladas são astutas, palavra que
significa: “esperteza, manha, sagacidade, malícia, treta, artimanha” (HOUAISS,
2001, p. 1895). Quando escolheu o animal para por meio dele enganar o primeiro
casal, o diabo preferiu a serpente por ser “a mais astuta das alimárias do
campo” (Gn 3.1). A serpente sabe esperar o momento certo de dar o bote, ela
não se precipita, e com muita cautela espera que a vítima esteja no lugar certo
e quando isso não sucede, ficando rodeando a mesma procurando uma posição que
facilite a investida. Paulo sabia disto, por isso exortou a igreja de Corinto dizendo:
“Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim
também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da
simplicidade que há em Cristo” (2 Co 11.3). Muitas vezes as ciladas perigosas
surgem com ares de inocência, mas que são preparadas para pegar de surpresa o
crente, tanto na esfera física, como moral, e espiritual.
II
– ÁREAS EM QUE O DIABO PROCURA ATUAR
Segundo
Paulo, o diabo pode disparar “dardos inflamados” contra os homens (Ef
6.16). Os dardos eram estopas embebidas em alguma substância inflamável, que
eram acesas e lançadas em flechas contra o adversário. Havia naquele tempo
escudos muito frágeis, feitos de madeira. Os inimigos lançavam esses “dardos
inflamados” para queimar o escudo e tornar vulnerável o corpo do soldado
para ser atingido (CABRAL, 1999, p. 91). Já vimos em outras lições que o diabo não
pode agir de forma autônoma, ele tem permissão condicionada por Deus (Jó
1.11,12; Mc 5.9,10; Lc 22.31). Dentro da soberania divina, ele pode atuar em
dois âmbitos da esfera humana. Vejamos:
2.1
- No âmbito material. O maligno também pode lançar seus dardos inflamados
contra aquilo que temos a fim de nos prejudicar. Ele tocou no patrimônio
financeiro e na família de Jó, a fim de fazê-lo blasfemar contra Deus (Jó
1.11-19). Em certos casos, Deus soberanamente permitiu que ele afligisse alguns
dos seus servos com enfermidades, que foi o caso de Jó (Jó 2.1-7) e talvez
tenha sido o de Paulo (2 Co 12.7). Aos crentes de Esmirna, por meio do
imperador, ele desencadeou uma perseguição feroz, conduzindo-os a prisão a fim
de negarem a fé em Jesus (Ap 2.10).
2.2
- No âmbito espiritual. Um dos lugares onde se dá o campo de batalha do homem
contra Satanás é na mente. A palavra “mente” no grego é “nous” é
um substantivo que significa a mente como: sede das emoções e sentimentos, do
modo de pensar e sentir, inclinação moral, equivalente ao coração (Rm 12.2; 1
Co 1.10; Ef 4.17,23); entendimento, intelecto (Lc 24.45; 1 Co 14.14,15,19; Fp
4.7; Ap 13.18) (PALAVRA-CHAVE, 2009, p. 3563). Pelo fato de nossa vida depender
do tipo de pensamento que produzimos ou desenvolvemos (Pv 23.7-a), Satanás, que
é um ser inteligente (Ez 28.3), e conhece o ser humano de maneira profunda (Mt
16.23-a), busca lançar dardos inflamados na mente humana para que o homem pense,
aja e reaja de acordo com a sua vontade (Ef 2.2,3). Nesse âmbito, o diabo pode
lançar as seguintes investidas ou sugestões:
Dúvidas
(Gn 3.4,5);
Rebelião
(Ap 20.8);
Medo
(Lc 22.57);
Pensamentos
negativos (Mt 27.5);
Culpa
(Zc 3.1; Ap 12.10);
Orgulho
(1 Cr 21.1);
Heresias
(1 Tm 4.1; 2 Tm 2.25,26);
Homicídio
(Gn 4.8; Jo 8.44);
Falta
de misericórdia (2 Co 2.10,11);
Tentação (Gn
3.6; 39.7; Jo 13.2; At 5.3; 1 Co 7.5; 1 Ts 3.5).
III
– VENCENDO AOS ATAQUES DO DIABO NA MENTE
Que
estamos numa batalha contra as hostes espirituais da maldade, isto é fato (Ef
6.10-12). Ciente disto, devemos nos precaver tomando as atitudes certas a fim
de vencermos esta luta. Abaixo destacaremos algumas atitudes necessárias para
que tenhamos êxito nesta peleja. Notemos:
3.1
- Renovando a mente. O homem em seu estado natural “não compreende as coisas
do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura” (1 Co 2.14-a), pois ele
não foi regenerado, está morto espiritualmente em seus delitos e pecados (Ef
2.1,5);
está entenebrecido no entendimento (Ef 4.18); e, sob a cegueira de Satanás (2
Co 4.4). Somente quando nasce de novo é que este homem é transformado pela
renovação do seu entendimento (Rm 12.2). Somente por meio dessa operação do
Espírito é que o homem tem condições de vencer os ataques de Satanás “[...]
o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo, e o maligno não lhe toca” (1
Jo 5.18).
3.2
- Guardando a mente. Satanás é um inimigo externo. Portanto, seus ataques
contra o crente se dão de fora para dentro. Ele procura diariamente introduzir
na nossa mente seus dardos inflamados, logo, para vencermos precisamos guardar
a mente: “Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque
dele procedem as fontes da vida” (Pv 4.23). O verbo “guardar” significa:
“vigiar para defender, proteger, preservar” (HOUAISS, 2001, p. 1493).
Devemos guardar o nosso coração dos ataques de Satanás, deixando-o ocupado com
a oração (Mt 26.41; Ef 6.18; Cl 4.12) e a Palavra de Deus (Sl 119.11; Ef
6.17-b). Foi orando e com a mente impregnada da Palavra que Jesus venceu a mais
terrível batalha na mente: a tentação no deserto (Mt 4.1-11).
3.3
- Sujeitando a mente a Cristo. É inevitável que soframos ataques de Satanás, no
entanto, devemos para vencê-los, sujeitando a nossa mente a Cristo: “Sujeitai-vos,
pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). “Essa
palavra é um termo militar que significa fique no seu próprio posto, ponha-se
no seu lugar. Quando um soldado quer se colocar no lugar do general ele tem
grandes problemas” (LOPES, 2006, p. 89). Somos exortados a amar a Deus com toda
a nossa mente (Dt 11.13; Mc 12.30). Se consagrarmos a nossa vida inteiramente a
Cristo, não haverá espaço para que o pecado nos domine. Só assim venceremos a
Satanás (Rm 6.12,13).
3.4
- Ocupando a mente com coisas boas. A mente vazia ou exposta a coisas ruins é
terreno para a atuação do diabo. A mente humana funciona como uma esponja que
absorve tudo o que vemos, ouvimos e percebemos. Sendo assim, precisamos
selecionar muito bem aquilo a que assistimos, como também o que lemos e
ouvimos, estes são os canais que dão acesso à nossa mente (Sl 101.3; Mt 6.22).
Logo, precisamos ocupá-la com o que edifica. O apóstolo Paulo deixou bem claro
que aquele que serve a Deus deve preencher a mente com o que agrada ao Senhor: “Quanto
ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é
justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há
alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8). E, ainda: “pensai
nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” (Cl 3.2).
3.5
- Usando a fé. O diabo pode enviar suas sugestões na nossa mente, a fim de nos
prejudicar, no entanto, devemos rebatê-las por meio da fé: “Tomando
sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados
do maligno” (Ef 6.16). Neste versículo Paulo comparou a fé com um escudo.
“O escudo é a arma defensiva contra os ataques diretos do inimigo. O soldado
prendia o escudo num dos braços. Esse escudo tinha a forma de um prato gigante,
que servia para proteger todo o corpo. A fé diz respeito à nossa confiança e
crença doutrinária. Um soldado cristão sem escudo é soldado vulnerável aos
ataques satânicos. O conhecimento da Palavra de Deus forma o ‘corpo da fé’, ou
seja, o escudo da fé que protege o crente contra as heresias e mentiras
satânicas” (CABRAL, 1999, pp. 90,91). A fé é de vital importância para que
vençamos os ataques de Satanás, pois a fé mostra que somos dependentes de Deus
e que não podemos vencer sozinhos. Pedro diz também que podemos resistir ao
diabo pela fé: “Sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda
em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; ao qual resisti
firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos
no mundo” (1 Pd 5.8,9). A fé chama em nosso socorro a ajuda de Deus (1 Co
10.13; 2 Pd 2.9).
CONCLUSÃO
O
diabo investe ferrenhamente contra a nossa mente com o intuito de nos atingir e
provocar o nosso fracasso espiritual. No entanto, podemos vencer esta árdua
batalha tomando as atitudes corretas, guardando a nossa mente, sujeita-a domínio
de Cristo, ocupando-a com as coisas boas e utilizando o escudo da fé.
REFERÊNCIAS
BÍBLIA
DE ESTUDO PALAVRA-CHAVE. CPAD.
CABRAL,
Elienai. Comentário Bíblico: Efésios. CPAD.
GILBERTO,
Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
HOUAISS,
Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
LOPES,
Hernandes Dias. Comentário Bíblico: Tiago. HAGNOS.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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