segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

LIÇÃO 11 – DESPERTEMOS PARA A VINDA DO GRANDE REI – (Mt 25.1-13) 4º TRIMESTRE DE 2018


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO 11 – DESPERTEMOS PARA A VINDA DO GRANDE REI – (Mt 25.1-13)
4º TRIMESTRE DE 2018

INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre “a parábola das dez virgens” uma das mais conhecidas contadas por Jesus; faremos algumas considerações importantes para melhor compreensão de sua mensagem; também destacaremos os principais elementos dessa narrativa e seus significados; e por fim, veremos sobre a necessidade de estarmos preparados para a vinda do grande Rei Jesus.

I – CONSIDERAÇÕES SOBRE A PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS
A parábola das dez virgens é mais uma das narrativas exclusivas do Evangelho escrito por Mateus, sendo também uma das denominadas parábolas do Reino. Vejamos ainda algumas informações adicionais sobre essa tão conhecida parábola:

1.1 - Motivação da parábola. Como se tem visto Jesus sempre contou parábolas, motivado por circunstâncias específicas (Lc 10. 29,30; 15.1-3), nesta das dez virgens como podemos ver também não foi diferente. O Mestre tinha feito referência a destruição futura do templo de Jerusalém: “[…] Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada” (Mt 24.2), e após tal pronunciamento estando Ele no monte das Oliveiras (Mt 24.3-a), seus discípulos o procuraram em particular fazendo uma tríplice pergunta: “[…] Dizenos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?” (Mt 24.3-b), diante disso segue-se uma série de ensinos com vistas a responder tal indagação (Mt 24.4-51), entre eles a parábola das dez virgens.

1.2 - A natureza da parábola. Esta conhecidíssima parábola também possui uma característica escatológica, visto que está inserida na continuação do sermão profético proferido por Jesus (Mt 24.3), ficando ainda mais claro quando observamos a forma como ela é iniciada: “Então o reino dos céus será semelhante […]” (Mt 25.1).

1.3 - Propósito da parábola. Mais uma vez o Mestre utiliza uma experiência típica dos costumes tradicionais da época para ensinar uma grande lição aos seus discípulos, a necessidade de se está em vigilância para a volta de Cristo: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do homem há de vir” (Mt 25.13). A parábola implica lições de prevenção para que ninguém seja tomado de surpresa quando o esposo chegar. O caráter dessa parábola tem um sentido profético, pois Jesus deixa bem claro sobre a Sua volta e a necessidade de estarmos preparados para aquele momento: “E, tendo elas ido comprá-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas […]” (Mt 25.10-a). A preparação é essencial, pois vem o tempo quando já não será possível preparar-se; a porta estará fechada (Mt 25.10-b).

II – PRINCIPAIS ELEMENTOS DA PARÁBOLA E SEUS SIGNIFICADOS
Na maioria das vezes o Senhor Jesus se utilizou de experiências da vida rural (Mc 4.1-9), da vida pesqueira (Mt 13.47-50), da vida política e religiosa (Lc 18.9-14), como também da vida social (Mt 18.21-35), para servirem de base para as suas parábolas; nesta feita Ele fez alusão a celebração relacionada a um casamento. Notemos alguns dos elementos dessa narrativa:

2.1 - As dez virgens. Jesus faz referência as damas de honra do cortejo nupcial. A noiva espera na casa de seus pais pelo noivo, que a buscará para o seu lar, junto dela suas damas de companhia esperam pela chegada do noivo (Sl 45.14,15). Por que havia exatamente dez moças não sabemos, poderia ser esse o costume, ou dez pode simplesmente ser um número redondo e alude a ideia de inteireza. Elas possuíam algumas coisas em comum:

(a) eram virgens (Mt 25.1-a);
(b) tinham lâmpadas (Mt 25.1-b);
(c) tinham o mesmo propósito: “saíram ao encontro do esposo” (Mt 25.1-c);
(d) Todas cochilaram (Mt 25.5);
(e) todas ouviram que o noivo se aproximava (Mt 25.6.7).

Alguns explicam que as virgens representam membros professos da Igreja à espera da volta de Cristo. Outros interpretam que elas representam aos judeus convertidos remanescentes na Tribulação. No entanto, o que se deve destacar é que a exortação central da parábola é a necessidade pessoal de estar preparado e em vigilância espiritual (Mt 24.42; 25.13; Mt 26.41;Ef 6.18), o que aplica-se a qualquer um dos grupos: “E as coisas que vos digo, digo-as a todos: vigiai” (Mc 13.37).

2.2 - O esposo. O noivo é a figura mais importante nessa parábola, visto que não se é feito em nenhum momento alguma menção da noiva, quer na indicação da intenção das dez virgens (Mt 25.1), quer no chamamento à ação (Mt 25.6) ou ainda, na chegada da comitiva do casamento (Mt 25.10), ficando assim a presença da noiva implícita no texto. A quem se refere o noivo, por certo a pessoa de Cristo que por vezes é assim identificado nas Escrituras (Mt 9.15; Jo 3.29; 2Co 11.2; Ap 19.7).

2.3 - As lâmpadas. No Oriente por causa do calor, festeja-se o casamento apenas à noite. Como o cortejo realizava-se nesse horário, as moças precisavam ter lamparinas consigo. São lâmpadas diferentes das usadas em casa (Mt 5.15), pois eram próprias para o ar livre, nesse caso eram simples vasilhas fixadas na ponta de um cabo que continham apenas uma pequena quantidade de azeite, com um pavio ou um retalho de pano de algum tipo, existem indícios de que ardiam apenas quinze minutos (KEENER, 2004, p. 119), por isso as moças também precisavam levar vasilhas (jarras em formato de garrafa com alças) com óleo, para poderem colocar em ordem (Mt 25.7) ou seja, precisavam limpar o pavio das partes carbonizadas e adicionar azeite. Para aquelas virgens, as suas lâmpadas acesas significavam orientação, pois mostravam o caminho para a casa do noivo no meio das densas trevas da noite. Semelhantemente, temos a lâmpada divina, a palavra de Deus, para nos guiar com exatidão no meio das trevas morais e espirituais do mundo (Sl 119.105; 2Pe 1.19).

2.4 - O azeite. Na lamparina daquele tempo cabia pouco óleo, por isso a jarra de azeite ficava sempre ao lado, ela praticamente fazia parte da lâmpada. Era óbvio que precisava ser levada para uma caminhada ou um tempo de espera mais longos. Quem não o fazia era considerado desleixado, leviano, desorganizado, tolo. Foi precisamente dessa tolice que as cinco moças se tornaram culpadas (Mt 25.3). O azeite para as virgens foi:

(a) imprescindível (Mt 25.8,10);
(b) insubstituível (Mt 25.9); e,
(c) intransferível (Mt 25.7), o que aponta respectivamente para a preparação pessoal necessária para participar das bodas.

III – PREPARADOS PARA A VINDA DO GRANDE REI
Como as dez virgens da parábola tinham a obrigação de estarem devidamente preparadas aguardando o noivo, assim também todos os que professam Jesus como seu Senhor e Salvador devem estar prontos a recebê-lo quando de seu regresso. Vejamos como deve ser essa espera:

3.1 - Com prudência. Diversas mensagens foram proferidas pelo Senhor Jesus e seus discípulos, com o intuito de destacar a importância da prudência (Mt 24.32,33; Mt 25.1-13; Mt 24.45-47; Mt 24.37-39; Mt 24.43,44; Lc 12.39,40; 1Ts 5.2,3; 2Pd 3.10; Ap 3.3). O ladrão não avisa a hora da noite em que vai arrombar a porta e roubar uma casa, do mesmo modo o Senhor Jesus não vai avisar a hora em que virá buscar Seu povo. Então, Ele pede que vigiemos para não sermos pegos de surpresa: “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem” (Mt 24.27). Isto significa que ninguém terá tempo extra para se preparar (Mt 25.10,11); por isso, devemos vigiar.

3.2 - Em santidade. Jesus anunciou antecipadamente que os dias que antecedem a Sua vinda, serão de extrema corrupção moral, comparando com o período antediluviano e a geração de Sodoma e Gomorra (Mt 24.37; Lc 17.28). Os apóstolos também fizeram a mesma afirmação (2Tm 3.1-5; 2 Pd 3.3). Sabedores disto, nós cristãos, devemos no meio desta geração pervertida, vigiar em santidade, a fim de não nos contaminarmos com o pecado (Fp 2.15). A santidade é tipificada na Bíblia como vestes (Ap 19.8,14), por sua vez, a falta de santidade pode ser retratada como vestes sujas ou a nudez (Zc 3.3,4; Ap 3.18; 16.15). A exortação bíblica é que devemos estar vestidos e com vestes limpas em todo tempo (Ec 9.8; Ap 3.4). Somente aqueles que estiverem vigilantes e em santidade poderão desfrutar das bênçãos advindas da volta do Senhor: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14; ver 1Ts 5.23; 1Jo 3.3).

3.3 - Com perseverança. Paulo ao referir-se a bendita esperança da Igreja, aponta que devemos esperá-la com perseverança: “aguardando a bem-aventurada esperança […]” (Tt 2.13), o termo aguardando é a tradução da palavra “prosdechomai”, que significa: “dar boas-vindas, esperar”. E nessa forma verbal fica apontada uma contínua atitude de expectação, que a cada dia nos motiva a vivermos melhor. Ao termos essa esperança gloriosa em vista, somos fortalecidos para continuarmos sendo pacientes, ou seja, perseverantes, como adverte o apóstolo: “Sede pois, irmãos, pacientes até a vinda do Senhor […] sede vós também pacientes, fortalecei os vossos corações; porque já a vinda do Senhor está próxima” (Tg 5.7,8).

3.4 - Com anelo. Assim como em nossos dias toda noiva possui uma grande expectativa em relação ao dia de seu casamento, semelhantemente, a Igreja como noiva preparada (2Co 11.2; Ap 19.7), demonstra seu desejo de encontrar-se com o noivo que é Cristo: “E o Espírito e a esposa dizem: Vem. E quem ouve, diga: Vem […]” (Ap 22.17), aos que amam a vinda do Senhor, o apóstolo Paulo afirma que está garantida a coroa da justiça: “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amarem a sua vinda” (2Tm 4.8).

CONCLUSÃO
A vinda de Cristo é uma gloriosa promessa para os que o servem verdadeiramente. Diante dessa bendita promessa, devemos estar vigilantes, vivendo em santidade, esperando anelantemente este Dia em que estaremos definitivamente livres de todo sofrimento e estaremos para sempre com o Senhor Jesus Cristo, Aleluia!

REFERÊNCIA
LOCKYER, Herbert. Todas as Parábolas da Bíblia. VIDA
KEENER, Craig. S. Comentário Bíblico Atos: Novo Testamento. ATOS.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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