segunda-feira, 25 de junho de 2018

LIÇÃO 01 – LEVÍTICO, ADORAÇÃO E SERVIÇO AO SENHOR – (Lv 27.28-34) 3º TRIM. DE 2018


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543

LIÇÃO 01 – LEVÍTICO, ADORAÇÃO E SERVIÇO AO SENHOR – (Lv 27.28-34)
3º TRIM. DE 2018

INTRODUÇÃO
Neste terceiro trimestre de 2018, estudaremos o tema: “Adoração, Santidade e Serviço – os princípios de Deus para a sua Igreja em Levítico”. Nesta primeira lição introduziremos o assunto trazendo importantes informações sobre este importante livro do AT, destacando suas características e quais ensinamentos podemos extrair dele sob a perspectiva da Nova Aliança.

I – INFORMAÇÕES A RESPEITO DO LIVRO DE LEVÍTICO
1.1 - Nome. Levítico é o terceiro livro do Pentateuco, chamado em hebraico “Wayyiqra”, que é a palavra inicial do livro e significa “E chamou […]” (Lv 1.1) segundo o costume judeu de intitular muitos dos livros do AT por sua primeira ou primeiras palavras (Gn 1.1; Êx 1.1). O título “Levítico” que significa: “relativo aos levitas”, derivou-se da Vulgata Latina (Tradução da Bíblia do grego para o Latim), que por sua vez pegou emprestado o vocábulo da Septuaginta (Tradução do AT para o grego). O nome Levítico foi atribuído ao livro devido ao fato de que nele é descrito o sistema de adoração e conduta levítica (CHAMPLIN, 2001, p. 477 – acréscimo nosso).

1.2 - Autoria. A autoria de Moisés é confirmada no próprio livro pelo fato de o texto declarar cinquenta e seis vezes: “Disse o Senhor a Moisés” (Lv 16.2; 21.1; Dt 1.1). Portanto, nenhum outro livro da Bíblia tem uma confirmação tão acentuada da autoria mosaica como este. Os cinco primeiros livros da Bíblia são citados nos livros do AT como obra de Moisés (Js 1.7,8; 23.6; 1Rs 2.3; 2Rs 14.6; Ed 3.2; 6.18; Ne 8.1; Dn 9.11-13). Após curar o leproso, Jesus orientou que este fosse ao sacerdote e apresentasse a oferta que Moisés havia determinado (Mt 8.1-4). Tal procedimento encontra-se no Livro de Levitíco (Lv 14.3,10). Os escritores do NT estão de pleno acordo com os do AT. Falam dos cinco livros em geral como “a lei de Moisés” (At 13.39; 15.5; Hb 10.28).

1.3 - Data e assunto. Levítico é o terceiro livro do AT. Ele foi escrito aproximadamente em 1440 a.C. (ELISSEN, 1984, p. 25). Levítico apresenta o plano de Deus para ensinar o Seu povo escolhido a se aproximar dEle de maneira santa. Destaque especial foi dado às funções sacerdotais, tomando reverente e santa esta aproximação a Deus. Assim, este livro apresenta o ofício sacerdotal ou “levítico”, ao qual foram feitas referências no Novo Testamento em Hebreus 7.11, onde o termo “sacerdócio levítico” se encontra (MOODY, sd, p. 01).

1.4 - Sua relação com os outros livros do Pentateuco. É importante verificar a mensagem de Levítico para acompanharmos a progressão do Pentateuco. Gênesis nos conta o chamado do patriarca Abraão e a eleição de sua família para exercer a função de concerto na história humana. Êxodo narra a grandiosa libertação dos descendentes de Abraão, os israelitas, da escravidão do Egito e o estabelecimento do concerto de Deus com este povo no Sinai. Êxodo também expõe o caráter legal deste concerto e o testemunho do concerto no Tabernáculo e o culto a ser administrado ali. Levítico é um tipo de manual dado aos sacerdotes e ao povo de Israel para que soubessem fazer a adoração exigida pelo concerto de maneira eficaz e aceitável ao Deus de Israel (BEACON, 2006, p. 254).

1.5 - Seu cumprimento no Novo Testamento. Citado por cerca de quarenta vezes no Novo Testamento, Levítico, era o primeiro livro estudado pelas crianças judias; no entanto, com frequência, é o último dos livros da Bíblia a ser estudado pelos cristãos. Muitas passagens do Novo Testamento, incluindo alguns conceitos-chaves da epístola aos Hebreus, não podem ser devidamente avaliadas se não tivermos um claro entendimento de suas contrapartidas no livro de Levítico. A afinidade entre Levítico e o Novo Testamento se torna óbvia no livro de Hebreus, considerado por alguns um comentário sobre Levítico no Novo Testamento (CHAMPLIN, 2001, p. 479).

1.6 - A importância de Levítico. Quando Jesus falou o segundo mandamento que resume toda a Lei, Ele citou Levítico 19.18 que diz: “Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR” (Mc 12.31; Lc 10.27). Paulo também fez citação desta parte de Levítico em suas epístolas (Rm 13.9; Gl 5.14). O apóstolo Pedro por sua vez, quando exorta aos cristãos sobre andar em santidade faz uma clara citação do Livro de Levítico. Compare (Lv 11.44; 20.26; 1Pe 1.16). Levítico 19 costuma ser chamado de o “Sermão do Monte” do Antigo Testamento (ELISSEN, 1993, p. 41).

II – CARACTERÍSTICAS DO LIVRO DE LEVÍTICO
2.1 - O livro dos sacrifícios. Em Levítico estão listados os cinco principais sacrifícios que os israelitas faziam para Deus a fim de terem os pecados perdoados e o relacionamento com Deus restaurado. Vejamos:

OFERTA
Oferta de manjares (Lv 2)
Holocausto (Lv 1)
Sacrifício pacífico (Lv 3)
Oferta pelo pecado (Lv 4)
Oferta pela culpa (Lv 5)

PROPÓSITO
Expiar os pecados em geral
Demonstrar honra e respeito a Deus
Expressar gratidão a Deus
Pagar pelo pecado cometido, involuntariamente por ignorância, negligência ou imprudência
Pagar pelos pecados cometidos contra Deus e as pessoas

SIGNIFICADO
Mostrava devoção a Deus
Reconhecia que todos pertencemos a Deus
Simbolizava paz e comunhão com Deus
Restabelecia a comunhão do pecador com Deus; mostrava a gravidade do pecado
Provia compensações para as partes lesadas

2.2 - O livro da santidade. A palavra “santo” consta setenta e três vezes no livro. O tabernáculo e seus móveis eram santos (Lv 8.10,11), santos os sacerdotes (Lv 8.12,13), santas as suas vestimentas (Lv 16.4,32), santas as ofertas (Lv 22.12), santas as festas (Lv 23.2,4), e tudo era santo para que Israel fosse santo (Lv 20.26). A santidade de Deus impõe leis concernentes às ofertas, ao alimento, à purificação, à castidade, às festividades e outras cerimônias (Lv 1-5; 11-14,18). Somente por seus mediadores, os sacerdotes, pode um povo pecaminoso aproximar-se do Deus santo. Tudo isto ensinou aos hebreus que o pecado é que afasta o homem de Deus, que Deus exige a santidade e que só o sangue espargido sobre o altar pode expiar a culpa (Lv 17.11). De modo que Levítico fala de santidade, mas, ao mesmo tempo, fala da graça, ou possibilidade de obter perdão por meio de sacrifícios (HOFF, 1995, p. 77 – acréscimo nosso).

2.3 - O livro da vocação sacerdotal. Os filhos de Levi eram antes uma tribo comum, mas que foi separada pelo Senhor para exercer as funções no Tabernáculo (Nm 8.14-17; 18.2-4,6). As obrigações menores, algumas até manuais, como de limpeza, arranjo e arrumação no templo, cabiam aos levitas não sacerdotais (1Cr 15.2). Deus separou para esta função os três filhos de Levi: Gérson, Coate e Merari (Nm 26.57). Desta tribo também Deus separou Arão e seus filhos para oficiarem o sacerdócio (Êx 28.1-3; Lv 8-10; Dt 18.5,7).

III – O QUE APRENDEMOS COM O LIVRO DE LEVÍTICO
O teor do livro revela os princípios básicos da religião do Antigo Testamento. E, para quem conhece o Novo Testamento, não é difícil identificar nele as raízes da teologia cristã. Talvez a expressão não esteja tão desenvolvida quanto a encontrada no Novo Testamento, mas os princípios são notavelmente os mesmos. Vejamos:

3.1 - O pecador só pode ser absolvido de forma substitutiva. Deus ordenou que nos sacrifícios pelo pecado um animal deveria morrer no lugar do pecador (Lv 1.4). Embora os sacrifícios realizados no sistema levítico desempenharam importante papel no AT, eram insuficientes para redimir o homem, representando apenas a “sombra dos bens vindouros” (Hb 10.1). Os profetas do AT já haviam vaticinado sobre isso (Is 1.11-15; Jr 7.21-23; Mq 6.6-8). Deus falou sobre a necessidade de um sacrifício superior que teve seu cumprimento cabal em Cristo (Sl 40.6-8; Hb 10.5-10). Jesus Cristo morreu de forma substituta pelo pecador a fim de que este fosse aceito por Deus (Is 53.4,5; 2 Co 5.21; 1Pe 2.24).

3.2 - A expiação da alma só pode acontecer com sangue. No livro de Levítico está escrito que o sangue faz expiação pela alma (Lv 17.11). O escritor aos hebreus asseverou também que “sem derramamento de sangue não há remissão” (Hb 9.22). O sangue dos sacrifícios do Antigo Concerto apenas cobriam os pecados, enquanto que o sangue do sacrifício do Novo Concerto, o de Cristo, purifica de todo pecado (Mt 26.28; Hb 9.13,14; 10.4,10; 1Jo 1.7; Ap 1.5; 7.14).

3.3 - A provisão do sacrifício pelo pecador é feita por Deus. O que o pecador oferecia para ser sacrificado em seu lugar, era um ato providencial da parte de Deus. Tal atitude é ensinada claramente em toda Bíblia que o sacrifício pelos pecados do homem foi suprido pelo próprio Deus, o Seu Filho Unigênito (Is 7.14; 53.4,5; Jo 3.16; 6.51).

3.4 - Exige-se do povo de Deus uma vida santificada. Levítico também nos ensina que Deus exige do Seu povo santificação em todas as áreas da vida (Lv 11.44; 20.26). Tal ensinamento também está bem presente no NT, que exige um comportamento santo daqueles que professam a sua fé em Cristo (1Ts 4.7; Tt 2.12; Hb 12.14; 1Pe 1.15,16).

CONCLUSÃO
O Livro de Levítico revela em seu conteúdo princípios que também são ensinados no NT. Logo, devemos nos dedicar a sua leitura, meditação e prática, a fim de que possamos progredir agradando a Deus.

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
APLICAÇÃO PESSOAL. Comentário do Novo Testamento. CPAD.
CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado – Gênesis a Números. HAGNOS.
ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.
HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
MOODY, D. L. Comentário Bíblico de Levítico. PDF.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

LIÇÃO 13 – ÉTICA CRISTÃ E REDES SOCIAIS – (Pv 4.10-15) 2º TRIMESTRE DE 2018


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais Pastor Presidente: Aílton José Alves Av. Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543

LIÇÃO 13 – ÉTICA CRISTÃ E REDES SOCIAIS – (Pv 4.10-15)
2º TRIMESTRE DE 2018

INTRODUÇÃO
Dentre os recursos tecnológicos que podemos usufruir atualmente, um deles é a Internet. Nesta lição mostraremos que esta ferramenta promove a informação e a interação social; veremos também qual a postura ética cristã que devemos ter no uso das redes sociais; e, como utilizar a internet para a glória de Deus.

I – A MODERNIDADE E O AVANÇO DA TECNOLOGIA
Modernidade é definida como um período ou condição identificado com a Era Progressiva, a Revolução Industrial, ou o Iluminismo. Esta presente Era é caracterizada pelo avanço tecnológico, crescimento e desenvolvimento do conhecimento científico. Portanto, não podemos nos esquivar disso, ficando alienados a modernização. É necessário entender que a tecnologia em si, não é nem boa nem ruim, pois apenas é um instrumento que leva à informação às pessoas, agilizando e facilitando a vida em sociedade. Quando colocada a serviço de Deus, é uma benção, porém, quando a serviço do diabo, uma maldição (Tt 1.5). Vejamos algumas sugestões práticas que o cristão deve observar na utilização da mídia:

- O cristão deve administrar bem o seu tempo para não desperdiçá-lo com coisas triviais (1Co 10.31; Ef 5.16);
- O cristão deve ser criterioso na escolha do que vai ter acesso (Fp 4.8; 1Ts 5.21; 1Co 6.12; 10.23);
- O cristão deve possuir domínio próprio, que é uma das características do fruto do Espírito (Gl 5.22,23);
- O cristão deve priorizar as coisas espirituais e não as coisas passageiras (Mt 6.33; Cl 3.1-3);
- O cristão deve permitir que o evangelho influencie todas as áreas da sua vida (Ef 4.22-32; 1Ts 5.23; 1 Pe 1.15).

II – INTERNET, UM MEIO DE COMUNICAÇÃO NA SOCIEDADE MODERNA
A internet é, sem dúvida, uma das maiores invenções, na área da comunicação, se tornando numa das grandes representantes de propagação cultural, científica, religiosa, política, filosófica e ideológica, procurando unir a comunicação, a tecnologia com a representação visual. Abaixo destacaremos alguns objetivos da internet e de como podemos utilizar para o bem. Vejamos:

2.1 - Informação. A internet tem contribuído para que a informação chegue ao nosso conhecimento numa velocidade ímpar. Por meio dessa mídia, é possível ficar sabendo das informações, muitas vezes, primeiro do que em outros veículos de comunicação, tais como: rádio, TV e jornal.

2.2 - Relacionamento. Com o advento da internet, muitas coisas boas tornaram-se possíveis. Ela encurtou distâncias, uniu pessoas, derrubou muralhas de comunicação e trouxe economia para quem se comunica com pessoas a distância, especialmente em outros países. Hoje, é possível conversar com pessoas em tempo real, vendo e ouvindo.

III – A ÉTICA CRISTÃ E A INTERNET
O mundo hoje está em rede, e muitas pessoas estão “caindo na rede”. Diante disto, nos perguntamos: como a ética cristã orienta sobre qual o comportamento que o cristão como sal da terra e luz do mundo deve evitar no uso da internet? Vejamos:

3.1 - Usar perfil falso. O Facebook é uma rede social com mais de um bilhão de pessoas. Infelizmente nem todos que utilizam esta ferramenta tem intenção honesta. No entanto, do cristão se espera transparência, honestidade e bom caráter. Portanto não convém ao servo de Deus usar um perfil falso, se passando por uma pessoa que realmente não é. A Bíblia condena a hipocrisia (Mt 23.28; 1 Tm 4.2). A palavra “hipócrita” no grego “hupokrites” denota primariamente “aquele que responde”; ou seja, representação, portanto, “ator de palco” (VINE, 2002, p. 691 – acréscimo nosso). Enquanto reprova a hipocrisia, a Escritura louva a sinceridade (Jó 31.6; Pv 2.7; 10.9; 20.7; 1 Co 5.8; Ef 6.24).

3.2 - Frequentar salas de bate papo para namoro. Como através da internet é possível relacionar-se com pessoas em sites de bate papo, não são poucas as pessoas que tentam achar o par perfeito através destes mecanismos. Não é recomendável construir um relacionamento virtual, pois, têm acontecido muito casos enganosos. Se num relacionamento pessoal existe a probabilidade da pessoa sofrer dano, muito maior probabilidade existe num relacionamento construído a distância pela internet. Infelizmente, há até pessoas casadas que estão traindo o cônjuge de forma virtual. “O Facebook é citado como motivo de uma em cada três separações na Grã Bretanha” (CARDOSO, 2012, p. 19). Certa revista de circulação nacional asseverou: “a internet criou uma nova maneira de ser infiel”. A Bíblia porém, exorta aos jovens solteiros a serem cautelosos e prudentes (Pv 1.4; 7.4; 8.12; 16.16); e, aos casados a serem fiéis ao seu cônjuge (Mt 5.27,28; 19.6; Hb 13.4).

3.3 - Compartilhar mensagens, áudios e vídeos que não condizem com a fé cristã. Existem circulando na internet inúmeras mensagens, áudios e vídeos que afrontam diretamente a Bíblia e os princípios nela exarados. É inevitável que alguns contatos que temos não nos enviem tais conteúdos, no entanto, é perfeitamente claro que não devemos vê-los, tampouco, espalhar para outros, pois tais conteúdos em nada contribuem para que o Nome de Jesus seja glorificado: “Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1 Co 10.31).

3.4 - Ter cuidado para não acessar sites pornográficos. Pornografia “é a representação, por quaisquer meios, de cenas ou objetos obscenos, destinados a serem apresentados a um público e também expor práticas sexuais diversas, com o intuito de despertar desejo sexual no observador” (RENOVATO, 2013, p. 49). Com o advento da internet, a pornografia tomou proporções mundiais e fora de qualquer controle, ficando mais acessível por meio de smartphone e computador, trazendo destruição física, psíquica, moral e espiritual, tanto na vida de solteiros quanto casados. Quanto aos males da pornografia é bom destacar que “o pecado virtual e secreto é comparado ao cupim que se infiltra no tronco da árvore” (SENNA, 2013, p. 103). A Bíblia nos adverte quanto a santificação do corpo (Êx 20.14,17; Sl 101.3; 1 Co 6.18-20; Fp 4.8; 1 Ts 4.1-3).

3.5 - Criar ou compartilhar frases, imagens ou vídeos jocosos contra a qualquer povo, sociedade, entidade e pessoas. Paulo lista várias obras da carne que o cristão não deve praticar, dentre elas as parvoíces (Ef 5.4). A palavra “parvoíce” segundo o Houaiss (2001, p. 2141) significa: “idiotice, imbecilidade”. Também não convém ao cristão utilizar a internet para mexericos, pois esta atitude é reprovável diante de Deus (Lv 19.16; 2 Co 12.20).

3.6 - Debater assuntos teológicos ou procurar aconselhamento. Há muitos cristãos que estão utilizando a internet para discutir assuntos teológicos e com esta atitude provocam muitos malefícios e confusão. O apóstolo Paulo disse que os que se dão a discussão, o fazem “querendo ser mestres da lei, e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam” (1Tm 1.7). Devemos primar pelo aprendizado da Palavra de Deus no culto de doutrina, frequentando regularmente a EBD da congregação mais próxima e nos estudos devocionais (Sl 1.1-3; 27.4; Ef 4.11,12). Quanto a buscar aconselhamento, o cristão não deve jamais deixar ser “apascentado” por youtubers, mas em caso de necessidade deve procurar o seu pastor que foi constituído por Deus para este fim (Ef 4.11,12; Hb 13.7,17).

3.7 - Falta de privacidade e pudor. As redes sociais exploram muito as imagens e infelizmente não são poucos que estão comprometendo a sua privacidade se expondo demasiadamente. Não podemos estar desatentos aos que podem estar acessando maliciosamente as nossas informações com fins perversos. A Bíblia tanto orienta a privacidade quanto ao pudor (1 Tm 2.9; Tt 2.3,4). Por isso, não convém expormos a nossa intimidade de forma tão banal. O cristão precisa usar de forma sábia as redes sociais e só compartilhar fotos que honrem a Deus e a sua família, pois as bênçãos de Deus para o lar restringe-se aqueles que temem ao Senhor (Sl 128.1).

3.8 - Dependência tecnológica. A internet em si não é má e pode contribuir para o bem e para promoção do evangelho. No entanto, não podemos negar também que, se usada de forma descontrolada, poderá se tornar um vício destrutivo na vida de qualquer pessoa. Já existem clínicas de tratamento para viciados em tecnologia. Pessoas passam horas a fio na frente do computador, deixando até de se alimentar com regularidade. Especialistas afirmam que “o vício pela internet e por equipamentos eletrônicos pode ser tão forte quanto a dependência química. Por isso, há pessoas que estão ficando online no virtual e off-line na vida real. Outro grande mal no uso desta ferramenta tem sido a substituição do diálogo real pelo diálogo virtual. Tal prática está destruindo a interação social, familiar, entre amigos, e, na igreja. Há pessoas que não sabem mais o que é sentar na mesa na hora da refeição e colocar a conversa em dia, em família. Precisamos cultivar o diálogo e o relacionamento familiar, pois isto é muito salutar (Sl 133.1; Ec 4.9-12).

IV – UTILIZANDO A INTERNET PARA A GLÓRIA DE DEUS
A internet é usada pelas pessoas por diversos motivos, a saber:

(a) pesquisa;
(b) entretenimento; e,
(c) trabalho.

Sabedores de que diversas pessoas transitam por este veículo, devemos utilizá-lo da seguinte forma:
4.1 - Levando a mensagem de Cristo ao maior número de internautas. Esta mensagem é:

(a) as boas novas vindas do céu (Mt. 4.16; Is 9.2; Lc 2.10-a; Rm 3.21);
(b) que traz alegria (Lc 2.10-b);
(c) alcança todos os homens (Lc 2.10-c; Rm 1.16); e
(d) fala de salvação em Cristo (Lc 2.11; Rm 1.16).

Aproveitemos os contatos que temos pelas redes sociais e proclamemos o evangelho de Cristo (Mt 28.19; Mc 16.15; Lc 24.45-49; Jo 20.21-23; At. 1.1-5,8; Tt 2.11);

4.2 - Promovendo edificação dos irmãos. Um simples versículo enviado aos nossos contatos todos os dias, sem sombra de dúvidas, é uma ferramenta poderosa na edificação, pois a Palavra de Deus é:

(a) viva e eficaz (Hb 4.12);
(b) não torna vazia (Is 55.11);
(c) infalível (Jo 10.35); e,
(d) inspirada (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21).

CONCLUSÃO
Infelizmente, não são poucos aqueles que destroem a sua vida moral e espiritual na utilização da internet. Como cristãos devemos ter cuidado para não prejudicarmos a nossa comunhão com Deus, que exige que sejamos santos.

REFERÊNCIAS
CARDOSO, Renato & Cristiane. Casamento Blindado. THOMAS NELSON.
HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
RENOVATO, Elinaldo. A Família Cristã e os ataques do inimigo. CPAD.
SENNA, Arnaldo. Alerta Geral: seu filho pode estar brincando com o perigo. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.

segunda-feira, 11 de junho de 2018

LIÇÃO 12 – ÉTICA CRISTÃ E POLÍTICA - (Rm 13.1-7) 2º TRIMESTRE DE 2018


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543

LIÇÃO 12 – ÉTICA CRISTÃ E POLÍTICA - (Rm 13.1-7)
2º TRIMESTRE DE 2018

INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos o importante assunto sobre ética cristã e política; para tanto, veremos a definição e conceito básico da palavra política; elencaremos exemplos bíblicos de servos de Deus, cuja participação se deu na esfera política; bem como, qual deve ser a conduta do cristão no exercício de seu direito de votar; e, por fim, destacaremos ainda qual a postura e deveres cristãos exigidos por Deus em relação ao Estado.

I – DEFINIÇÃO E CONCEITO DA PALAVRA POLÍTICA
O vocábulo política vem do grego “polis”, que significa: “cidade”. A conotação do termo é muito abrangente, envolve as formas de governo e o Estado. Indica não apenas os procedimentos de governar e organizar o Estado, mas também os direitos e deveres do cidadão em participar, concordar ou discordar do governo (BOMENY apud BAPTISTA, 2018, p. 134). Houaiss diz que política é: “arte ou ciência de governar; ciência da organização, direção e administração de nações ou Estados” (2001, p. 2253). A política nasceu na Grécia Antiga como a “ciência ou arte de governar”. O surgimento da pólis (cidade-estado) constituída por um aglomerado de cidadãos livres, que abrangia toda a vida pública e social, despertou a necessidade de como deveria ser governada a pólis. Política pode ser entendida também como: “o conhecimento, a participação, a defesa e a gestão dos negócios da pólis (cidade-estado na Grécia)” (BAPTISTA, 2018, p. 134).

II – EXEMPLOS BÍBLICOS DE HOMENS A SERVIÇO DE DEUS NA POLÍTICA
Podemos observar na Bíblia alguns homens de Deus que conduziram com sabedoria e obediência a cargos públicos, administrativos e políticos; ficando claro que não há nenhuma incompatibilidade entre ser um autentico cristão e exercer uma função política. A exemplo podemos citar:

2.1 - Daniel governador na Babilônia. Os oficiais do reino são citados em ordem decrescente de importância. Os sátrapas eram os chefes oficiais das províncias do império e Daniel era um dos governadores da Babilônia (Dn 2.48). Daniel na Babilônia foi o principal entre os príncipes, nomeado pelo rei Dario, e trabalhou de maneira tão exemplar que estava cotado para ser o governante sobre todo o reino (Dn 6.1-3). Ele foi um homem eminente conhecido por sua integridade, e também pela sua formação, estava apto a atuar na esfera governamental (Dn 1.17,19,20), e, pelo caráter como homem de Deus, foi um exemplo de gestor e conselheiro (Dn 5.10-12). A Bíblia diz que o rei Dario tinha a intenção de torná-lo um funcionário público de maior destaque ainda (Dn 6.1-3). De fato, ele era um homem notável de comprovada integridade moral e espiritual (Dn 6.4,5). Daniel foi um exemplo de administrador público em toda a sua vida: “é possível ser um homem ou mulher que tome decisões que agradem a Deus inclusive nos meios políticos e governamentais”.

2.2 - José governador no Egito. José foi nomeado governador do Egito (Gn 41.38-44). Deus o exaltou, levando-o à presença de Faraó, onde foi colocado como o segundo homem no comando político do Egito. Após chegar a uma posição de destaque José teve de lidar com a política egípcia para colocar seus projetos em voga conseguindo estocar alimentos para os períodos de fome na terra (Gn 41.48,49). É possível a uma pessoa, em posição de autoridade no mundo político, ser íntegra e trabalhar pelo povo honestamente.

2.3 - Neemias governador no reino Medo-persa. Neemias, um copeiro de confiança do Rei foi designado para reconstruir Jerusalém, tornando-se governador do reino Medo-persa (Ne 5.14; 10.1), sobretudo um político temente a Deus, destacando-se entre os que exerciam vida pública (Ne 5.15-18). Quer na vida particular, quer na pública, deve o cristão ser um exemplo de lisura e incorruptibilidade, principalmente se exercer algum cargo eletivo (ANDRADE, 2015, p. 218).

III - O CRISTÃO E O USO CORRETO DO SEU DIREITO DE VOTAR
Como o cristão está situado no meio social, político e econômico devemos lembrar-nos do nosso direito de escolher nossos representantes. Por isso é de grande importância que o cristão saiba exercer corretamente esse direito no momento da escolha. Vejamos algumas atitudes do cristão como eleitor. Notemos:

3.1 - Orar e analisar antes de votar. Antes de qualquer decisão, o crente em Jesus deve orar a Deus, pedindo sua direção pois um voto errado pode ser motivo de tristeza, frustração e arrependimento tardio. É votar por fé, pois “tudo o que não é de fé é pecado” (Rm 14.23). Todos devemos analisar as propostas dos candidatos e também pedir orientação a Deus inclusive na hora de eleger uma pessoa para um cargo político, com perfil sério, que sejam honestos e cumpridor de seus deveres (Pv 29.2). Existem casos de crentes que votaram em alguém, e depois choraram de amargura pelos prejuízos que sofreram; visto que os representantes que escolheram além de não trazer benefícios sociais, afrontam a sua fé. O grande diferencial está no modo de governar daqueles que temem a Deus e dos que não temem (Jó 24.2-4; Pv 28.28).

3.2 - Não negociar seu voto. O voto é uma arma de grande valor, e diante dos candidatos, o cristão jamais deve aceitar vender seu voto. Isso é antiético para um cidadão do céu e revela um profundo subdesenvolvimento cultural. É de grande importância que o servo ou serva de Deus saiba exercer o seu direito, quando do momento das eleições municipais, estaduais ou federais. É hora de mostrar que é cidadão do céu, exercendo o direito de cidadão da terra, visto que a cidadania celestial não anula a cidadania terrena. Por essa razão, devemos lembar de que somos sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13,14).

3.3 - Evitar o voto irresponsável. A Bíblia é realista: “Quando os ímpios sobem, os homens se escondem, mas, quando eles perecem, os justos se multiplicam” (Pv 28.28). Quando são eleitos ímpios, homens carnais, materialistas, infiéis aos compromissos, soberbos, corruptos, ingratos, insolentes e insensíveis, os quais, não querem servir e sim serem servidos, não temem a Deus e nem respeitam o próximo (Lc 18.2). Quando os tais são escolhidos, os verdadeiros homens de bem desaparecem de cena. Nem todo descrente é ímpio no sentido em que estamos usando o termo. Todo ímpio é incrédulo, mas nem todo incrédulo é ímpio. Há não evangélicos que são homens de bem. E há os que se dizem evangélicos que não são honestos. O crente deve votar em um cidadão de boa reputação. A Bíblia nos apresenta o princípio de examinar tudo e ficar com o bem (1Ts 5.21).

IV - O CRISTÃO E SEUS DEVERES EM RELAÇÃO AO ESTADO
Estado basicamente é a sociedade politicamente organizada num território, sob a égide das mesmas leis (ANDRADE, 2017, p. 171). A palavra latina que deu origem ao termo “estado”, é “status”, que quer dizer: “posição”; “ficar de pé” (CHAMPLIN, 2004, p. 525). De acordo com Houaiss Estado é: “o conjunto das instituições (governo, forças armadas, funcionalismo público, etc.) que controlam e administram uma nação” (2001, p. 1244). O Novo Testamento descreve o Estado como um instrumento de Deus para produzir certa medida de justiça e de ordem na sociedade, razão pela qual o Estado deve ser obedecido e respeitado (Rm 13.1-7). Jesus distinguiu as esferas da fé religiosa e do Estado, ordenando diligência em ambas (Mt 22.15-22). O servo de Deus, como é óbvio, precisa atuar em ambas essas esferas. Entre tantas considerações quanto a esta relação do cristão com o Estado, pontuamos algumas:

4.1 - O cristão pode e deve exercer funções políticas. O cristão, como cidadão brasileiro, tanto pode votar, como candidatar-se a cargos eletivos. Sendo um direito público subjetivo de natureza política, o sufrágio (processo de escolha por votação), decorre naturalmente de nossa condição de cidadão, pelo que, como cidadãos cristãos, podemos votar, ser votados e participar da organização e da atividade do poder estatal. “Temos na Lei de Moisés a base e a estrutura social e política do Estado” (SOARES, 2017, p. 85). É bom lembrar o que diz a Bíblia: “Não havendo sábia direção, o povo cai, mas, na multidão de conselheiros, há segurança” (Pv 11.14). Um servo de Deus que tem vocação para a vida pública, deve ter “sábia direção” na condução de cargos públicos, administrativos ou políticos. Os cidadãos cristãos precisam orar a Deus para que levante candidatos que honrem Seu nome ao serem eleitos, pois: “Quando os justos triunfam, há grande alegria; mas, quando os ímpios sobem, os homens escondem-se” (Pv 28.12).

4.2 - O cristão deve submissão “condicional” ao Estado. Como discípulos de Cristo, devemos exercer plena e exemplarmente a nossa cidadania terrena, pois somente assim viremos a glorificar o Pai Celeste, afinal, somos representantes do Reino de Deus. É o ensinamento bíblico que aponta os deveres do cidadão às leis e deliberações do governo secular. Estas são as principais obrigações do cristão numa sociedade politicamente organizada: orar e promover a paz da cidade (Jr 29.7); honrar os governantes: “Portanto, dai a cada um o que deveis […] a quem honra, honra” (Rm 13.7); submeter-se às autoridades: “Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores […]” (Rm 13.1); e, pagar impostos (Mt 22.21; Mc 12.17; Rm 13.7). Enquanto organização civil, a Igreja está submetida ao Estado, porém, tendo como limite de tal submissão os preceitos bíblicos, de sorte que, em caso de conflito entre as normas emanadas do Estado e a Bíblia, esta prevalece sobre aquelas: “[…] mais importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5.29).

4.3 - O cristão deve orar pelas autoridades constituídas. Os judeus reconhecendo a importância de um tranquilo relacionamento com os governantes seculares, para o benefício da fé e da inquirição espiritual, oravam e sacrificavam por seus governantes (Ed 6.10; Jr 29.7) (CHAMPLIN, 2014, p. 383 – acréscimo nosso). As orações em favor dos governantes, isto é, presidência da república, senadores, governadores, deputados federais, deputados estaduais, prefeitos e vereadores, etc, de acordo como o NT, devem visar três coisas:

(a) a salvação deles (1Tm 2.4,5);
(b) um “bom governo”, pois devemos enquanto cidadãos obedecer autoridades civis, desde que não infira o princípio da moral (Rm 13.1-7; At 5.29); e,
(c) que não se tornem perseguidores da fé religiosa, conforme com frequência tem sucedido.

CONCLUSÃO
A Igreja do Senhor Jesus Cristo vive em sociedade e respeita o Estado, colaborando com as autoridades que o representam na preservação da ordem pública e na formação de cidadãos de caráter íntegro e honesto, produtivos e conscientes de que a autoridade “é ministro de Deus para teu bem” (Rm 13.4).

REFERÊNCIAS
ANDRADE. Claudionor. As Novas Fronteiras da Ética Cristã. CPAD.
BAPTISTA, Douglas. Valores Cristãos: enfrentando as questões morais do nosso tempo. CPAD.
CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

LIÇÃO 11 – ÉTICA CRISTÃ, VÍCIOS E JOGOS - (Pv 28.1-10) 2º TRIMESTRE DE 2018


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543

LIÇÃO 11 – ÉTICA CRISTÃ, VÍCIOS E JOGOS - (Pv 28.1-10)
2º TRIMESTRE DE 2018

INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos uma breve abordagem sobre os jogos de azar na história e na legislação brasileira, bem como qual é o posicionamento do crente face a ética cristã diante desta prática; pontuaremos quais os princípios bíblicos que são contrários ao uso das drogas; e por fim, analisaremos qual a orientação bíblica quanto ao uso da bebida alcoólica no AT e no NT.

I – OS “JOGOS DE AZAR” NA HISTÓRIA E NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
Uma definição genérica para vício é: “um hábito, ou prática, imoral ou mau; conduta imoral; comportamento depravado e degradante” (HENRY, 2007, p. 596). A expressão “jogos de azar”, para os efeitos penais, é definida como sendo o jogo em que o ganho e a perda dependem exclusiva ou principalmente da sorte. O décimo mandamento do Decálogo condena a cobiça, que é a raiz de todos os jogos de azar (Êx 20.17) […] Depositar a esperança na sorte é pecado e implica não confiar na providência divina (Jr 17.5-7) […] pois “o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males” (1Tm 6.10). Para livrar o cristão do sofrimento de tais males, o Senhor nos orienta a ajuntar tesouros nos céus (Mt 6.21) (BAPTISTA, 2018, pp. 127,128). A propaganda das loterias, dos bingos e outros meios da jogatina, ilude os incautos, prometendo-lhes riqueza fácil.

1.1 - Os jogos de azar na história. “De acordo com a definição mais comum, um jogo é um risco que envolve dinheiro, que se pode ganhar ou perder mediante uma aposta […]” (CHAMPLIN, 2010, pp. 568-9). A arqueologia registra que a origem dos “jogos de azar” remontam à Suméria por volta do século III a.C. Os sumérios implantaram um jogo que consistia em um grupo de dados fabricado em ossos de animais com símbolos cunhados nas faces, com valores determinados e específicos. Nesse jogo, o vencedor era aquele que alcançasse uma maior pontuação, arremessando os dados. Essa cultura de jogatina também foi encontrada no Egito com tabuleiros (séc. II a.C.), e na Roma Antiga com o jogo de dados e outros (séc. I a.C.). Historiadores afirmam que esses jogos somente terminavam após um dos participantes perder todos os seus bens, muitos, inclusive, perdiam a liberdade, tornando-se escravos (FERNANDES, 2012 apud BAPTISTA, 2018, p. 124). Todo e qualquer tipo de vício escraviza o ser humano, e com o viciado em jogos não é diferente. Um incontável número de jogadores perdeu tudo o que tinha em apostas variadas; eles não perderam apenas dinheiro, perderam a dignidade, a confiança, o respeito e até a moral.

1.2 - Os jogos de azar e legislação brasileira. Os jogos de azar são classificados como contravenções penais (Art. 50, DecretoLei nº 3.688/1941), ou seja, quem joga, presencialmente ou online, ou ainda administra tal serviço está sujeito às penalidades legais […] Existem dois projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional que visam à legalização desses jogos: o projeto de lei nº 442/1991 e o projeto de lei nº 186/2016 (Senado Federal), que deseja legalizar o funcionamento de cassinos, bingos, jogo do bicho e jogos em vídeo (BAPTISTA, 2018, p. 129). Os jogos de azar, assim como o álcool, o cigarro e as demais drogas, causam dependência química e psíquica. A Organização Mundial de Saúde concluiu que jogar faz mal à saúde e incluiu o jogo compulsivo no Código Internacional de Doenças […] Tal como os outros viciados, os jogadores compulsivos tendem ao desenvolvimento de doenças psiquiátricas […] A doença denominada de “ludopatia” refere-se o jogo compulsivo ou patológico, que leva uma pessoa a não poder resistir ao impulso de jogar mais e mais, provocando graves problemas econômicos, psicológicos e familiares (BAPTISTA, 2018, p. 130 – grifo nosso).

1.3 - O crente e os jogos de azar. O cristão precisa adotar uma postura ética contrária a qualquer tipo de jogo de azar. Pelas seguintes razoes:

a) O jogo de azar incentiva a ambição, a avareza ou o amor ao dinheiro (Ec 5.10; 1Tm 6.10; Pv 28.22);
b) O jogador acaba envolvendo-se em outras práticas ilícitas e passa a confiar mais na “sorte” do que em Deus (Pv 10.22; 13.11; 23.5);
c) O jogador é tentado a continuar na jogatina e deixar de se interessar pelo trabalho e a Bíblia manda trabalhar com afinco (Gn 3.19; Pv 21.25,26; 2Ts 3.10-12; Ef 4.28; 1Co 10.23; Gl 5.13,14; Mt 22.37; 1Ts 5.22; Rm 12.9);
d) O vício aprisiona a mente e leva a pessoa a uma compulsão, que a obriga a jogar mais e mais, na esperança de superar as perdas e torna o homem escravo do jogo (Cl 3.5);
e) O jogo conduz à exploração;
f) O jogo associa-se a praticas ilícitas, pois os impostos arrecadados não justificam os males sociais decorrentes da jogatina, que se associa a bebidas, drogas, prostituição e outros vícios; e,
g) O jogo de azar prejudica a mordomia familiar trazendo desajustes financeiros (Is 55.2; Jr 17.11; 1Tm 6.9,10).

II – PRINCÍPIOS BÍBLICOS CONTRA OS VÍCIOS
A Bíblia nos diz que: “[…] Ele (Deus) conhece os homens vãos e vê o vício […]” (Jó 11.11). Procuraram algum vício que manchasse a índole de Daniel, mas não acharam: “[…] procuravam achar ocasião contra Daniel […] mas não podiam achar […] porque ele era fiel, e não se achava nele nenhum vício nem culpa” (Dn 6.4). Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam o alcoolismo como a terceira causa de morte no mundo e define como droga toda a substância que, sendo introduzida no organismo, pode modificar uma ou mais funções, alterando o sistema nervoso com a introdução da dependência física e/ou psíquica do indivíduo (BAPTISTA, 2018, p. 124). A Bíblia é categórica e irredutível: “Não vos embriagueis com vinho em que há contenda […]” (Ef 5.18), Paulo, aqui, não se refere apenas ao efeito entorpecente do vinho, mas a embriaguez provocada por qualquer tipo de bebida (ver ainda Lv 10.9-11; Jz 13.4-7; Pv 31.4; Nm 6.3; Pv 23.29-35; Lc 12.45,46; 1Ts 5.6; Tt 2.2).

2.1 - A bebida alcoólica no Antigo Testamento. A Bíblia vê o alcoolismo de modo diferente do mundo. Nela, verificamos que o alcoolismo, a bebedeira e outros vícios, são vistos como atos pecaminosos (Is 5.11,12; 28.1,7). Apreende-se com tal afirmação que o uso do álcool resulta em situações danosas e constrangedoras para a família (Pv 20.1; 23.21,31,32; 31.4,5; Os 4.11; Lc 21.34; Ef 5.18; 1Co 6.10). De acordo com a Bíblia Pentecostal (STAMPS, 1995, p. 241), no AT existem diversas palavras para designar “vinho”. Uma delas é “yayin”, termo usado cerca de 141 vezes, indicando “vários tipos de vinhos fermentados” (Gn 9.20,21; 19.32,33). A expressão “yayin” também se aplica ao “suco doce não-fermentado da uva”. O uso do vinho fermentado sempre foi motivação para praticas ilícitas (Gn 9.20-29; 19.31-38). Por isso, o sacerdote deveria afastar-se da bebida alcoólica (Lv 10.9-11). O “yayin” fermentado é sempre relacionado à embriaguez, “é escarnecedor” (Pv 20.1; 23.31). Outra palavra é “tirosh”, com o significado de “vinho novo”, refere-se à bebida extraída da vide, não-fermentada, ou o suco doce da uva (Dt 11.14; Pv 3.10; Jl 2.24). A palavra “tirosh” aparece cerca de 38 vezes no AT sempre referindo-se ao vinho não-fermentado, onde “tem benção nele” (Is 65.8). A Bíblia faz uma referência quanto ao uso do vinho pelos sacerdotes (Is 28.7-8). O posicionamento do crente a respeito da bebida alcoólica deve ser taxativo, é pecado usar bebida alcoólica, pois a Bíblia não faz concessão à bebedice (Pv 6.27,28; Is 5.11-12).

2.2 - A bebida alcoólica no Novo Testamento. Paulo colocou no mesmo nível de condenação os bêbados, os devassos, os idolatras, os homossexuais e os ladrões, os quais não herdarão o Reino de Deus (1Co 6.9-10; Rm 13.13; 1Pe 3.3-5). Nosso posicionamento deve ser o de total condenação ao álcool. À luz da Palavra, podemos dizer que o alcoolismo é um pecado grave contra o Senhor e contra o corpo que é o templo do Espírito Santo (1Co 6.19-20). O consumo do álcool é tanto um vício como um pecado (Ef 5.18). O apóstolo Paulo ainda recomendou ser: “não dado ao vinho[…]” (1Tm 3.3 ver ainda 1Tm 3.8; Tt 1.7, 2.3). Na Santa Ceia Jesus não tomou vinho embriagante (Mt 26.29), Ele tomou “do fruto da vide” do grego “guenematos tês ampelou”, indicando tratar-se do “suco fresco da uva” (Mt 26.29; Mc 14.25; Lc 22.18). Se fosse vinho fermentado (alcoólico) a palavra seria “guenematos tês oinos”. O cristão não deve ingerir vinho, cerveja com ou sem álcool, champanhe ou qualquer outra bebida mesmo que seja considerada “leve”, mas, deve “afastar-se da aparência do mal” (1Ts 5.22; 1Pe 3.11 ver Jó 28.28; Sl 34.14; 42.7a; Pv 4.27; 14.16; 27.12). A Bíblia condena a embriaguez e o alcoolismo com veemência. O posicionamento do crente a respeito da bebida alcoólica deve ser taxativo, é pecado usar bebida alcoólica, e a Bíblia não faz concessão à bebedice. O vício é um tipo de suicídio a prestação, onde a pessoa se auto-destroi.

2.3 - As drogas ilícitas e lícitas. O termo “droga” vem do grego “pharmakeia”, de onde vem a palavra farmácia. As drogas podem ser ingeridas, inaladas ou injetadas e quase sempre conduzem o indivíduo à dependência. Existem, pelo menos, dois tipos de drogas: As drogas lícitas que se comercializam livremente, tais como álcool, cigarros e alguns medicamentos; e as drogas ilícitas que são proibidas e são comercializadas clandestinamente, como cocaína, crack, heroína, maconha, etc. Há nas Escrituras várias referências que condenam os vícios e seus funestos resultados (Pv 20.1; 21.7; 31.4; Is 5.22; 28.7; Ef 5.18). Deus condena terminantemente todo tipo de vício, inclusive as drogas. A legislação brasileira se posiciona contra o uso e contra a venda de entorpecentes (Lei nº 11.343/2006). […] o uso de entorpecentes é imoral, antiético, bem como prejudicial à saúde do usuário e das pessoas do seu convívio social (BAPTISTA, 2018, p. 126 – grifo nosso). O fato de não haver de maneira explícita alguma orientação a respeito do fumo (cigarro), a Bíblia não permite, em absoluto, considerar que seu uso seja permitido embora seja uma droga “lícita”. Nem tudo que é lícito convém ao crente mesmo que seja algo legalizado pela legislação (1Co 10.23; 6.12).

III – POR QUE A BÍBLIA CONDENA O USO DE DROGAS ILÍCITAS?
A palavra vício significa: “condição de ser fisiologicamente ou psicologicamente dependente de uma substância viciosa”. As drogas afetam a vida escolar, financeira, profissional, familiar e, principalmente, espiritual. Apesar de a Bíblia não falar especificamente sobre entorpecentes, podemos observar que as Escrituras são contrárias ao seu uso. Vejamos porque:

3.1 - Porque as drogas escravizam e causam sofrimento. As drogas conduzem o ser humano à dependência química e ao vício. Deus não criou o homem para viver dominado pelo vício (Rm 8.5,6). Por isso, o apóstolo Paulo diz que o cristão não deve se deixar dominar por coisa alguma (1Co 6.12). Milhares de pessoas sofrem no mundo por causa das drogas. Salomão diz que a bebida fermentada provoca: brigas (Pv 20.1), pobreza (Pv 23.20,21), contenda (Pv 23.29,30), e injustiça (Pv 31.4,5).

3.2 - Porque as drogas conduzem o homem a perdição. Se não houver o arrependimento e o abandono do vício, os viciados em drogas não herdarão o reino de Deus “[…] bebedices […] os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus” (Gl 5.21). O apóstolo Paulo ainda diz: “bêbados […] não herdarão o reino de Deus” (1Co 6.9,10 ver ainda Rm 13.13; 1Pe 4.3-5).

3.3 - Porque as drogas destroem o corpo. Assim como a prostituição é um pecado deliberado contra o corpo (1Co 6.18-20), também o são as drogas (1Co 3.17). Nosso corpo é propriedade do Criador, e não podemos violar os padrões de vida estabelecidos por Ele, nosso corpo, é templo do Espírito Santo (1Co 6.19). Deus considerava qualquer quantidade de bebida embriagante incompatível com seus elevados padrões de piedade (Pv 23.29-35; 1Tm 3.3; Tt 2.2).

3.4 - Porque as drogas causam sofrimento ao usuário e ao próximo. Apesar de o viciado ser o principal prejudicado pelas drogas (Pv 5.22,23), os familiares sofrem bastante com a situação (Pv 4.17; 23.29-35). É incontestável o fato de que as drogas afastam o homem dos caminhos do Senhor (1Co 6.10; Gl 5.21; 1Pe 4.3). Por trás dos vícios, existe uma influência maligna, com o intuito de escravizar o ser humano e distanciá-lo de Deus. A Bíblia descreve claramente a ação do diabo na humanidade (Jo 10.10; Ef 2.1,2; 1Pe 5.8). A Bíblia adverte a fugir dos desejos da mocidade (2Tm 2.22).

CONCLUSÃO
Concluímos que a Bíblia enaltece a vida moderada, o trabalho honesto e a boa administração da família. Desse modo, as Escrituras eliminam qualquer possibilidade de o cristão envolver-se na prática dos vícios ou jogos de azar. De igual modo o cristão deve abster-se da prática de todo e qualquer envolvimento com o uso de qualquer droga.

REFERÊNCIAS
HENRY, Carl (Org). Dicionário de Ética Cristã. Editora Cultura Cristã.
BURNS, J. Uma palavra sobre sexo, drogas & rock'n' roll. CPAD.
BAPTISTA, Douglas. Valores cristãos. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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