Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
07 – A NECESSIDADE DO NOVO NASCIMENTO (Jo 3.1-12)
3º
TRIMESTRE DE 2017
INTRODUÇÃO
Nesta
lição definiremos o termo bíblico “novo nascimento”; destacaremos porque se faz
necessário que o pecador seja regenerado; pontuaremos que este ato espiritual
só pode ser experimentado por meio da Palavra de Deus e da ação do Espírito
Santo; e, por fim, elencaremos alguns resultados práticos na vida daquele que
teve esta experiência.
I
– O QUE É O NOVO NASCIMENTO
Teologicamente
o “novo nascimento” ou “regeneração” é “o milagre que se dá na vida de quem
aceita a Cristo, tornando-o participante da vida e da natureza divinas. Através
da regeneração o homem passa a desfrutar de um nova realidade espiritual”
(ANDRADE, 2006, p. 317 – acréscimo nosso). A palavra regeneração no grego é
“palinginesia” formada da expressão “pálin”, 'novamente', e “génesis”,
'nascimento', significa portanto: “novo nascimento”. O Pastor Eurico Bergstén
(2016, p. 174) diz que “a regeneração ou novo nascimento significa o ato
sobrenatural em que o homem é gerado por Deus (1 Jo 5.18) para ser seu filho
(Jo 1.12) e participante da natureza divina (2 Pe 1.4)”. A doutrina da
regeneração é bíblica e foi ensinada por Jesus e pelos seus santos apóstolos
(Jo 3.3,7; 2 Co 5.17; Gl 6.15; Jo 1.12.13; Ef 2.1,5; Cl 2.13; Tt 3.5; Tg 1.18;
1 Pe 1.23). A Bíblia destaca algumas verdades sobre isso. Vejamos:
1.1
- Um ato espiritual. A desobediência humana recebeu como sentença a morte,
tanto física quanto espiritual (Gn 2.16,17; Ez 18.4; Rm 6.23; Ef 2.1,5). Essa
morte espiritual implica na separação da presença de Deus (Rm 3.23). Portanto,
“morto espiritualmente” o homem necessita “nascer de novo” espiritualmente para
ter comunhão com Deus. Por isso, no discurso de Jesus com Nicodemos o Mestre
lhe diz: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não
pode ver o reino de Deus” (Jo 3.5). Segundo Beacon (2006, p. 49 – acréscimo
nosso) a palavra traduzida como “de novo” é “anothen”, que tem vários
significados e um deles é: “de cima”. Acerca disso Wilmington (2015, pp.
362,363) diz que: “o Messias estaria, então, dizendo que o único requisito para
viver nesta terra é ter um nascimento físico; igualmente, o único requisito
para viver um dia nos céus é ter um nascimento espiritual”. Esse “nascer do
Espírito” em nada tem a ver com a reencarnação, que é um ensinamento que não
encontra apoio nas Escrituras (2 Sm 12.21-23; Hb 9.27). Aliás, Nicodemos
perguntou se a regeneração era vir de novo a vida fisicamente, voltando ao
ventre materno (Jo 3.4). Jesus respondeu dizendo “o que é nascido da carne é
carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (Jo 3.6).
1.2
- Um ato interior. Os profetas predisseram este ato sobrenatural (Dt 30.6; Jr
24.7; Ez 11.19; 36.26,27). Embora o Antigo Testamento tenha em vista a nação de
Israel, a Bíblia emprega várias figuras de linguagem para descrever o que
acontece no novo nascimento. Nestas passagens bíblicas o novo nascimento é
comparado a uma “cirurgia interior”. Deixando claro que a regeneração é um ato
divino operado pelo Espírito Santo no espírito do homem. Segundo Macgrath
(2010, p. 525) “a regeneração altera a natureza interior do pecador”.
1.3
- Um ato instantâneo e distinto. Diferente da santificação que é um processo, a
regeneração é um ato instantâneo. A palavra “instantâneo” segundo o Aurélio
significa: “que se dá num instante; rápido; súbito” (2004, p. 1113). O apóstolo
Paulo nos diz: “assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é [...]” (2
Co 5.17). É bom destacar também que a regeneração é uma etapa da salvação
distinta da justificação, da santificação e da glorificação. A ordem segue-se
assim: primeiro “o pecador é declarado justo” (justificação); em seguida “ele é
feito justo” (regeneração); depois “ele vai se tornando justo” (santificação);
e, por fim, ele “será perfeitamente justo” (glorificação).
II
– A NECESSIDADE DO NOVO NASCIMENTO
Deus
criou os seres humanos em um estado de perfeição: “Deus fez ao homem reto” (Ec
7.29-a). Uma das perfeições que Deus concedeu ao homem foi o poder do livre
arbítrio (Gn 2.16). O primeiro casal fez uso da liberdade que desobedecer a
Deus (Gn 3.1-6). O que seguiu-se a este mau uso da liberdade humana foi um
estado de pecaminosidade, do qual não podemos escapar e reverter sem o auxílio
divino. Dentre as consequências que o pecado trouxe ao homem, a principal delas,
foi a morte espiritual (Gn 2.16,17; 3.2,3; Rm 6.23). A morte espiritual é a
separação espiritual de Deus (Is 59.2). Como toda a humanidade estava
representada em Adão, quando ele caiu em transgressão, também toda a humanidade
caiu com ele. O apóstolo Paulo deixa isso bem claro quando assevera: “por um
homem entrou o pecado [...] por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Confira
também: (Rm 2.10-12; 3.23; 5.13-16). Geisler (2010, p. 104) acrescenta dizendo:
“todo descendente de Adão — toda pessoa nascida de pais naturais desde o tempo
da Queda — também está espiritualmente morto”. Diante de tal situação
espiritual de morte, faz-se necessário o homem nascer espiritualmente de novo.
Portanto, a regeneração é um imperativo (Jo 3.3,5).
2.1
- Sem o novo nascimento o homem permanece morto espiritualmente. Paulo diz que
o homem não regenerado “está morto em delitos e pecados” (Ef 2.1,5). Vale
salientar que essa “morte” não é a incapacidade de corresponder ao chamado de
Deus, mas a separação espiritual da presença dEle (Rm 3.23). Paulo disse que o
homem nessa condição não compreende as coisas de Deus (1 Co 2.14). O pecador só
pode ser vivificado, quando exposto a pregação da Palavra que ilumina o seu
entendimento (Ef 1.18; 6.4; 2 Co 6.4), até então obscurecido pelo pecado (Ef
4.18) e pelo diabo (2 Co 4.4). No entanto, mesmo sendo iluminado, a pessoa pode
optar por aceitar ou rejeitar o plano da salvação (Mt 16.24; Jo 7.37; Ap
22.17).
2.2
- Sem o novo nascimento, o homem não tem acesso ao Reino de Deus. Por melhor
que seja uma pessoa, ela não pode produzir sua salvação (Is 64.6; Tt 3.5).
Jesus declarou ao religioso Nicodemos três vezes que “é necessário nascer de
novo” (Jo 3.3,5,7). Moody (sd, p. 18) diz que esta “não é simplesmente uma
exigência pessoal, mas universal”. Segundo o Mestre, o novo nascimento é
necessário porque:
(a)
sem ele o homem não pode ver o Reino de Deus (Jo 3.3); e,
(b)
tampouco entrar nele (Jo 3.5).
O
homem do jeito que está não pode ter acesso ao Reino de Deus, pois é “filho da
ira por natureza” (Ef 2.3); e andando na carne não pode agradar a Deus (Rm
8.8). Somente quando nasce de novo, este homem é criado em verdadeira justiça e
santidade requeridas por Deus para que tenha acesso ao Reino (Ef 4.24).
III
– COMO SE DÁ O NOVO NASCIMENTO
O
novo nascimento não é produzido pelo próprio homem, nem pela religião, centros
de ressocialização ou qualquer outro meio terreno. Abaixo destacaremos os meios
pelos quais o homem pode ser regenerado:
3.1
- Pela Palavra de Deus. O Mestre Jesus ensinou que o novo nascimento é operado
através da Palavra de Deus “Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que
aquele que não nascer da água [...], não pode entrar no reino de Deus” (Jo
3.5). A água de que fala o Senhor é meramente um símbolo de purificação, como
ensinava o AT. Logo, esta água aqui é símbolo da Palavra (Jo 15.3; Ef 5.26) e
não as águas do batismo. O batismo em si não pode lavar pecados nem regenerar o
pecador. Na verdade a Palavra de Deus é a divina semente (1 Pe 1.23) e o agente
purificador (Jo 15.3; 17.17). Quando ela é aplicada em nosso coração pelo
Espírito Santo, acontece o milagre do novo nascimento. É o que Tiago nos diz:
“[...] ele nos gerou pela palavra da verdade [...]” (Tg 1.18). A expressão
“palavra da verdade” refere-se ao Evangelho (2 Co 6.7; Cl 1.5; 2 Tm 2.15).
Normalmente no NT, o vocábulo “palavra” indica a mensagem cristã. O uso mais
comum é “palavra de Deus” (At 6.2; 8.14; 13.46; Rm 9.6; 1 Co 14.36; Ef 6.17; 2
Tm 2.9).
3.2
- Pelo Espírito Santo. A regeneração é mencionada nas Escrituras como uma ação
do Espírito. No AT os profetas falaram dessa atividade do Espírito Santo (Is
32.15; Ez 36.27; 37.14; 39.29; Zc 12.10). Jesus disse a Nicodemos que o homem
precisa “nascer da água e do Espírito” (Jo 3.5). O apóstolo Paulo também
ensinou isto (Ef 4.24; Tt 3.5). O Espírito Santo esteve presente na criação do
homem (Gn 2.7; Jó 33.4); de igual modo está presente na recriação deste homem
(Jo 3.5; 20.22). A menção ao vento, aludindo a atividade do Espírito mostra que
se trata de algo sobrenatural (Jo 3.8). Veja também (Ez 37.9; At 2.2). Zuck
(2008, p. 220) é categórico ao afirmar que “alcança-se a regeneração apenas por
intermédio da obra do Espírito Santo, não por meio de qualquer esforço humano”.
IV
– RESULTADOS DO NOVO NASCIMENTO
Embora
a regeneração seja um ato interno, esta mudança interior, gera uma notável e
visível mudança exterior. Acerca disso afirmou Pastor Antônio Gilberto (2008,
p. 186): “o novo nascimento abrange a regeneração e a conversão, que são dois
lados de uma só realidade. Enquanto a regeneração enfatiza o nosso interior, a
conversão, o nosso exterior. Quem diz ser nascido de novo deve demonstrar isso
no seu dia-a-dia”. Vejamos alguns resultados do novo nascimento, segundo a
Bíblia Sagrada:
a)
O crente agora é nova criatura em Cristo e tudo se fez novo (2 Co 5.17);
b)
O crente agora pratica atos de justiça (1 Jo 2.29);
c)
O crente já não pratica o pecado como estilo de vida (1 Jo 3.9; 5.18);
d)
O crente agora ama a Deus e ao homem (1 Jo 4.7; 5.18);
e)
O crente agora afirma corretamente a divindade de Jesus Cristo (1 Jo 5.1);
f)
O crente agora é protegido contra o maligno (1 Jo 5.18);
g)
O crente agora pode vencer este mundo perverso (1 Jo 5.4).
CONCLUSÃO
O
pecado atingiu o homem e o destituiu da glória de Deus. Todavia, Deus tomou a
iniciativa de restaurar a comunhão outrora perdida com o homem, através do
evangelho, que iluminando o entendimento humano, pode vivificá-lo, transformar
o seu interior e levá-lo a ser participante da natureza divina.
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
FERREIRA,
Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. POSITIVO.
GEISLER,
Norman. Teologia Sistemática. CPAD.
GILBERTO,
Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
MCGRATH,
Alister E. Teologia sistemática, Histórica e Filosófica. SHEDD.
MOODY,
D. L. Comentário Bíblico de João. PDF.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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