Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO
10 – AS MANIFESTAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO (At 2.1-6; 1 Co 12.1-7)
3º
TRIMESTRE DE 2017
INTRODUÇÃO
Na
lição de hoje, trataremos de uma importante doutrina “o Batismo com o Espírito
Santo e os dons espirituais”. Esclareceremos, a princípio, o que não é o
batismo com o Espírito Santo; veremos como a Biblia classifica essa importante
dádiva espiritual; e, por fim abordaremos qual o sinal físico inicial que
evidencia o recebimento do poder do alto.
I
– O QUE NÃO É O BATISMO COM O ESPÍRITO
1.1
- O batismo pelo Espírito. Embora a Bíblia chame de “batismo” tanto a inserção
do crente no corpo de Cristo (1 Co 12.13), quanto o revestimento de poder (At
1.5), existem diferenças claras entre embas as experiências, evidenciando que
são ministrações distintas uma da outra. “No batismo pelo Espírito Santo, o
batizador é o Espírito de Deus (1 Co 12.13); o batizando é o novo convertido; e
o elemento em que o recém-convertido é imerso, a Igreja, como corpo místico de
Cristo (1 Co 12.27; Ef 1.22, 23). Portanto, o Espírito Santo realiza esse
batismo espiritual no momento da nossa conversão, inserindo o crente na Igreja
(Mt 16.18)” (GILBERTO, 2008, p. 187).
1.2
- Não é o selo. O selo, a que se refere o NT, não é o batismo com o Espírito
Santo, mas a habitação do Espírito no crente, como prova de que o mesmo é
propriedade particular de Deus (Ef 1.13,14; 4.30). Embora algumas vezes o
batismo com o Espírito Santo seja chamado apenas de “Espírito Santo” (At
8.15,17-19; 10.44,47; 11.15; 19.2), não podemos confundir a habitação do
Espírito que se dá na regeneração; com o revestimento do Espírito que se dá
após a regeneração com a evidência física inicial do falar em línguas. O
Espírito Santo veio para habitar (Jo 14.17), encher (At 13.52; Ef 5.18); e,
batizar os crentes (At 2.38). Como podemos ver, estas três atuações são
distintas uma da outra. Portanto, todo crente salvo tem o Espírito Santo (Rm
5.5; 8.9; 1 Co 6.19; 2 Tm 1.14).
1.3
- Não é uma língua aprendida. Alguns estudiosos defendem que as línguas
prometidas por Jesus como sinais para os que creem seriam línguas humanas
naturais ou idiomas, tais como o grego, latim que os apóstolos aprenderiam. Tal
opinião é descabida, pois que, todos os sinais descritos em Marcos 16.17 são
sobrenaturais. Até porque a palavra “sinal” usada no referido texto refere-se a
atos milagrosos, e todos nós sabemos que não há nada milagroso em estudar um
idioma e falá-lo, mas, sim, falar algum idioma sem nunca ter aprendido, como
aconteceu no Dia de Pentecostes, evidenciando a sobrenaturalidade desta
manifestação (At 2.7,12).
1.4
- Não é a regeneração. A regeneração diz respeito há uma mudança no interior do
pecador (Ez 36.26; Jo 3.5,6; Tt 3.5; 1 Jo 5.18); já o batismo com o Espírito
Santo há um revestimento para capacitação (Lc 24.49). A Bíblia deixa claro que
os discípulos já eram regenerados quando foram batizados com o Espírito Santo
(Jo 13.10; 15.3; 17.12). Portanto, a regeneração não é o batismo com o Espírito
Santo; este deve seguir-se à regeneração (At 2.38,39; 19.1-6).
II
– O QUE É O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
2.1
- Uma promessa divina. No AT os profetas anunciaram que Deus daria esta bênção
ao Seu povo (Pv 1.23; Is 44.3; Jl 2.28). No NT, João Batista disse que batizava
com água, mas o Messias batizaria com o Espírito Santo (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc
3.16). Jesus, antes de ascender aos céus, anunciou de que esta promessa do Pai
viria sobre os seus seguidores (Lc 24.49; At 1.4). No dia de Pentecostes, o
Espírito Santo desceu sobre os discípulos, eles começaram a falar em línguas,
as pessoas se espantaram, e ao mesmo tempo acusaram os servos do Senhor de
embriagez (At 2.7,12,13). Pedro os respondeu mostrando que aquela manifestação
era o cumprimento de uma promessa bíblica (At 2.16-21; Jl 2.28,29). Paulo fez
semelhante declaração (1 Co 14.21). Joel anunciou que tal promessa se estende a
todo povo: “toda carne”, independente do sexo: “filhos e filhas”; faixa etária:
“jovens e velhos”; e, status social: “servos e servos” (Jl 2.28).
2.2
- Um revestimento de poder. Em uma das vezes que Jesus fez alusão ao batismo
com o Espírito Santo o chamou de revestimento de poder (Lc 24.49). Tal
capacitação viria sobre os seus discípulos a fim de que executassem a tarefa de
evangelização dos povos (At 1.8). Portanto, esse “revestimento” tem como
finalidade conceder poder para o serviço, resultando em uma expressão externa
de caráter sobrenatural” (PEARLMAN, 2006, p. 311).
2.3
- Um dom do Espírito. O apóstolo Pedro diz que o batismo com o Espírito Santo é
um dom (At 2.38; 10.45). A palavra “dom” no grego “charisma”, é usada para
indicar os dons do Espírito conferidos para a obra (1 Co 12.4,9,28,30,31).
“Dons são capacitações especiais e sobrenaturais concedidas pelo Espírito de
Deus ao crente para serviço especial na execução dos propósitos divinos por
meio da Igreja” (SOARES, 2017, p. 121).
2.4
- Uma experiência válida para a era da igreja. Embora haja quem advogue que os
dons espirituais ficaram restritos ao período apostólico o texto bíblico atesta
claramente que tanto o batismo com o Espírito Santo como os demais dons são
válidos para toda a era da igreja. O apóstolo Pedro afirmou: “Porque a promessa
vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos
quantos Deus nosso Senhor chamar” (At 2.38). Asseverar que os dons só eram
necessários enquanto o Cânon não estava fechado é um grave erro, por pelo menos
dois motivos:
a)
os dons não visam substituir a autoridade e supremacia das Escrituras, visto
que seu uso deve estar subordinado ao crivo da Palavra (1 Co 14.37);
b)
o texto usado pelos cessacionistas para justificar a “descontinuidade” das
manifestações do Espírito (1 Co 13.10), na verdade, não tem este sentido, senão
que Paulo está dizendo que os dons só terão utilidade até o retorno de Cristo,
afinal de contas, quando formos ao céu teremos deixado o conhecimento imperfeito,
pelo conhecimento perfeito.
O testemunho bíblico e histórico, confirma que os
dons espirituais são vigentes para todo o período da Igreja.
2.5
- Uma porta que dá acesso aos demais dons espirituais. É bom destacar que o
batismo com o Espírito Santo é a porta por meio da qual o crente tem acesso aos
demais dons listados por Paulo em 1 Coríntios 12.1-8. Isto podemos afirmar
pelos seguintes motivos:
a)
a “dispensação do Espírito” teve o seu início em Atos 2, quando o Espírito
desceu sobre a igreja para ficar com ela como havia sido prometido (Jo 15.26;
16.13);
b)
a primeira manifestação do Espírito na Sua vinda sobre a igreja foi com o
batismo com o Espírito Santo (At 2.1-4);
c)
o livro de Atos nos mostra que os servos de Deus só foram usados nos outros
dons a partir do momento em que foram batizados (At 3.6-8; 5.1-16; 6.8; 8.5-7;
9.40,41; 14.10; 19.11,12). Os dons espirituais são nove e podem ser
classificados da seguinte forma:
III
– FALAR EM LÍNGUAS: A EVIDÊNCIA FÍSICA DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO
Alguns
sinais manifestados no Dia de Pentecostes foram específicos para aquela ocasião
(At 2.1-4). No entanto, o sinal fônico: o “falar em outras línguas” (At 2.4),
foi o sinal visível e audível que sempre se manifestou quando houve a
manifestação do batismo com o Espírito Santo, como podemos ver nas seguintes
passagens:
a)
em Jerusalém: entre os judeus (At 2.1-4);
b)
em Samaria: entre os samaritanos de forma implícita (At 8.17,18); e,
c)
em Cesaréia e Éfeso: entre os gentios (At 10.44-46; 19.1-7).
Portanto, Lucas
descreve a dádiva do Espírito Santo, sendo acompanhada e comprovada pelo falar
em línguas. A Bíblia nos mostra uma dupla forma da manifestação das línguas.
Vejamos: 3.1 - Línguas conhecidas. Os quase cento e vinte discípulos, no Dia de
Pentecostes, receberam o batismo com o Espírito Santo e uma manifestação do
falar em línguas conhecidas, ou seja, “línguas diferentes da sua língua
materna” (At 2.8). Apesar de serem todos galileus (At 2.7), eles de forma
sobrenatural começaram a falar das grandezas de Deus nos idiomas conhecidos dos
judeus que tinham vindo de várias partes do mundo para a comemoração do
Pentecostes em Jerusalém(At 2.5; 9-11). “O termo grego traduzido por língua em
Atos 2.6 e 8 é 'dialektos' e refere-se à linguagem ou dialeto de um país ou
região” (LOPES, 2012, p. 56 – acréscimo nosso). Além do batismo com o Espírito
Santo os discípulos nessa ocasião também foram agraciados com a manifestação da
xenolalía - “idiomas humanos, reais nunca antes aprendidos por aqueles que
falavam” (CARSON, 2013, p. 140). Confira: (At 2.4-11).
3.2
- Línguas desconhecidas. Paulo disse que nem sempre as línguas que se
manifestam no batismo são compreensíveis (1 Co 14.2). O falar em línguas não
identificáveis é chamado de glossolalía. A Bíblia mostra que existem diferenças
entre as línguas faladas no Dia de Pentecostes e as que são manifestadas em
outras ocasiões e em nossos dias. Esta diferença não ocorre na fonte das
línguas, pois todas “são concedidas pelo Espírito Santo” (At 2.4), no entanto:
“a forma” como se manifestam são distintas. Vejamos: as primeiras eram
entendidas: intelegíveis (At 2.4,8); a segunda não são entendidas, senão houver
interpretação: inintelegíveis (1 Co 14.2,9,14,16,23); a primeira pode ser
traduzida (At 2.11); a segunda pode ser interpretada (1 Co 14.5); a primeira
acontece esporadicamente (At 2.4); a segunda acontece frequentemente (At
10.44-46; 19.1-7). Sobre as línguas, a Bíblia assevera que o batizado pode:
orar em línguas (1 Co 14.15-a); cantar em línguas (1 Co 14.15-b); falar em
línguas de forma equilibrada (1 Co 14.28); e, buscar o dom de interpretação (1
Co 14.13).
CONCLUSÃO
Cremos
à luz das Escrituras que o batismo com o Espírito Santo e os demais dons
espirituais, foram concedidos pelo Espírito Santo, a Igreja, por ocasião do Dia
de Pentecostes e estão disponíveis durante toda a sua trajetória aqui na terra.
O termo “pentecostal” evoca as manifestações dos carismas “dons” do Espírito
enviado à igreja.
REFERÊNCIAS
BRUNELLI,
Walter. Teologia para Pentecostais. CENTRAL GOSPEL.
CARSON,
D.A. A manifestação do Espírito. VIDA NOVA.
FERREIRA,
Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa.
POSITIVO.
GILBERTO, Antonio, et al. Teologia
Sistemática Pentecostal. CPAD.
PEARLMAN,
Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. VIDA.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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