Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
01 – INSPIRAÇÃO DIVINA E AUTORIDADE DA BÍBLIA (2 Tm 3.14-17)
3º TRIMESTRE DE
2017
INTRODUÇÃO
Nesta
primeira lição deste terceiro trimestre trataremos de uma importante disciplina
da Teologia Sistemática - a doutrina da Bíblia chamada de Bibliologia;
introduziremos o assunto definindo a palavra “Bíblia”; pontuaremos as
características da Palavra de Deus; destacaremos também quais os pilares sobre
os quais ela encontra-se respaldada; e, quais os propósitos de Deus com a
Escritura Sagrada.
I
– O QUE SIGNIFICA O TERMO BÍBLIA
A
palavra “Bíblia” não se encontra no texto das Sagradas Escrituras. É derivado
do nome que os gregos davam à folha de papiro preparada para a escrita -
“biblos”. Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado “biblion”, e vários
destes era uma “bíblia”. Portanto, a palavra Bíblia quer dizer “coleção de
livros pequenos”. “Atribui-se a João Crisóstomo a disseminação do uso desse
vocábulo para se referir à Palavra de Deus. No Ocidente, a palavra em questão
foi introduzida por Jerônimo — tradutor da Vulgata (tradução da Bíblia do grego
para o latim) —, o qual, costumeiramente, chamava o Sagrado Livro de Biblioteca
Divina” (ANDRADE, 2008, p. 20 – acréscimo nosso). Os nomes mais comuns que a
Bíblia dá a si mesma são:
(a)
Escrituras (Mt 21.42; 22.29; Mc 14.29; Lc 24.27; Jo 5.39);
(b)
Sagradas Letras (2 Tm 3.15);
(c)
Livro do Senhor (Is 34.16); e,
(d)
Palavra de Deus (Pv 30.5; Hb 4.12).
II
– CARACTERÍSTICAS DA BÍBLIA
A
Bíblia é um livro superior a qualquer outro livro, pois possui características
que a fazem ser singular. Vejamos:
2.1
- Inspirada divinamente. A Bíblia alega ser um livro de Deus e ter uma mensagem
com autoridade divina. Paulo diz que: “Toda a Escritura é divinamente inspirada
[...]” (2 Tm 3.16). A palavra grega é “theopneustos”, e significa literalmente
“soprada por Deus”. Portanto, a Bíblia não contém, nem torna-se, ela é a
Palavra de Deus. Geisler (2010, p. 460 - acréscimo nosso) define a inspiração
da seguinte forma: “é a operação sobrenatural do Espírito Santo, que, por
intermédio de diferentes personalidades e estilos literários dos autores
humanos escolhidos, investiu as palavras exatas dos livros originais das
Sagradas Escrituras, em separado ou no seu conjunto, como a própria Palavra de
Deus, isenta de erro em tudo o que ensina, e é, dessa forma, a regra infalível
e a autoridade final de fé e prática para todos os crentes”. As próprias
Escrituras afirmam ser inspiradas no todo, em partes, em palavras e em cada
letra:
(a)
Inspiração do todo (Mt 5.17; 2 Tm 3.16);
(b)
Inspiração de partes (Jo 12.14-16);
(c)
Inspiração das palavras (Mt 4.4); e,
(d)
Inspiração de cada letra (Mt 5.18).
2.2
- Revelada. A Bíblia é a revelação escrita de Deus ao homem, pois através dela
o Senhor se fez conhecido de forma especial (Jo 3.16). O conhecimento divino
preservado nas Sagradas Escrituras, é posto à disposição da humanidade (Dt 8.3;
Is 55.11; 2 Tm 3.16; Hb 4.12). Por ela, conhecemos Seus atributos comunicáveis
e incomunicáveis, dentre outras coisas (Sl 139.1-10; I Jo 4.8). “Pela Bíblia,
Deus fala em linguagem humana, para que o homem possa entendê-lo. Isto é, Deus,
para fazer-se compreender, vestiu a Bíblia da nossa linguagem, bem como do
nosso modo de pensar” (GILBERTO, 2004, p. 06 – acréscimo nosso). A revelação é
a ação de Deus pela qual Ele dá a conhecer aos escritores da Bíblia, coisas e
fatos desconhecidos, que eles jamais poderiam saber, nem descrever, senão por
revelação divina (Gn 1,2).
2.3
- Inerrante. Segundo o Aurélio (2004, p. 1100) a palavra “inerrância”
significa: “que não pode errar; infalível; não errante, fixo”. Teologicamente
“a inerrância bíblica é a doutrina segundo a qual as Sagradas Escrituras não
contêm quaisquer erros, por serem a inspirada, infalível e completa Palavra de
Deus” (ANDRADE, 2008, p. 33). A palavra de Deus não pode mentir (Sl 19.8,9; Hb
6.18); não pode passar ou ser destruída (Mt 5.18); permanecerá para sempre (1
Pe 1.25); e é a própria verdade (Jo 17.17). Tais atribuições mostram claramente
a inerrância das Escrituras.
2.4
- Infalível. Segundo Andrade (2006, p. 229 – acréscimo nosso) é a “doutrina de
acordo com a qual a Bíblia Sagrada é infalível em seus propósitos, promessas e
profecias”. Ela pode ser assim considerada porque:
(a)
seus propósitos jamais falham;
(b)
suas promessas são rigorosamente observadas; e,
(c)
suas profecias cumprem-se de forma detalhada, exata e clara.
Deus
usou o profeta Isaías para dizer: “[...] a [...] palavra, que sair da minha
boca; ela não voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará
naquilo para que a enviei” (Is 55.11). O Escritor aos hebreus diz que “a palavra
de Deus é viva e eficaz [...]” (Hb 4.12-a).
2.5 - Completa. Quando afirmamos que
a Bíblia é um livro completo, dizemos que ela contém tudo aquilo que Deus quis
revelar à humanidade (Dt 29.29). Ela é completa no que diz respeito ao seu
propósito principal, que é revelar-nos a origem de todas as coisas (Gn 1-3);
como o pecado passou a fazer parte da história da humanidade (Gn 3.1-24); como
o homem tornou-se destituído da glória de Deus (Rm 3.23); e apresentar o único
meio de o homem obter a salvação, através da fé em Jesus Cristo (Jo 3.16; Rm
3.21-24).
III
– PILARES SOBRE OS QUAIS A BÍBLIA ENCONTRA-SE RESPALDADA
3.1
- História. A Tabela das Nações, de Gênesis 10, é um relato histórico
surpreendentemente exato. Nele temos descrito como se deu a gênese de três
grandes continentes, a saber: Ásia (os descendentes de Sem), África (os
descendentes de Cam) e, Europa (os descendentes de Jafé). Acerca da fidelidade
histórica da Bíblia, Albright um dos maiores e mais respeitados estudiosos orientais
que já existiu escreveu sob à luz de seus achados históricos: “O leitor pode
estar certo de que nada foi encontrado para abalar a fé, nem refutar uma única
doutrina teológica […]. Não temos mais o trabalho de tentar ‘harmonizar’
religião e ciência ou ‘provar’ a Bíblia. A Palavra de Deus pode sustentar-se
sozinha” (ALBRIGHT apud WILMINGTON, 2015, p. 395).
3.2
- Profecia. O cumprimento contínuo das profecias bíblicas é uma prova da sua
origem divina. Inúmeras profecias bíblicas já se cumpriram no passado; outras
estão se cumprindo em nossos dias; e muitas outras estão para se cumprir.
Somente um livro vindo de Deus poderia prever com exatidão os eventos futuros
(Is 45.1-5; Jr 25.11; Dn 2.26-46; Mt 24.2). Como disse o Senhor por intermédio
do profeta Isaías: “Seca-se a erva, e cai a flor, porém a palavra de nosso Deus
subsiste eternamente” (Is 40.8).
3.3
- Arqueologia. A Bíblia tem demonstrado sua inerrância na exatidão histórica
dos acontecimentos, personagens, civilizações, lugares e até moedas em achados
arqueológicos. Price (2006, p. 21) diz que: “a arqueologia revelou as cidades, palácios, templos e casas dos que conviveram com os indivíduos cujos nomes
aparecem nas Escrituras”. Portanto, a arqueologia faz emergir das pedras uma
nova certeza a respeito da Biblia, que vem agregar-se a convicção de que já
possuímos pelo Espirito.
3.4
- Ciência. Nesse ponto, chamamos de evidência científica as afirmações de maior
exatidão científica que, na época da produção do texto, era de absoluto
desconhecimento dos fatos por parte dos escritores, mas que sob a orientação do
Espírito Santo puderam afirmar verdades que só o Senhor sabia. Por exemplo: de
que o tempo, o espaço e a matéria tiveram um princípio (Gn 1.1); de que cada
animal só gera outro segundo a sua espécie (Gn 1.21,24,25); que a terra está
suspensa sob o nada e seu interior está cheio de fogo (Jó 26.7; 28.5); que as
nuvens retém águas (Jó 26.87). Acerca disso afirma Macdowell (2001, p. 20)
“embora a Bíblia não seja um livro científico e não esteja escrita em linguagem
científica, é maravilhosa, porque, em todas as suas observações particulares
referentes à ciência, ela é exata, fiel às evidências científicas, e revela
dramático constraste com as outras obras primitivas e mitologias religiosas”.
IV
– QUAIS OS PROPÓSITOS DE DEUS COM A BÍBLIA
4.1
- A Bíblia foi escrita para ensino nosso. Paulo diz: “Porque tudo o que dantes
foi escrito, para nosso ensino foi escrito [...]” (Rm 15.4). Segundo Champlin
(2004, p. 855), “Paulo faz aqui uma pausa momentânea a fim de relembrar aos
seus leitores qual a autoridade e qual o devido uso das Escrituras. Ele também
quis dar a entender, que ela está repleta de boas coisas para nossa instrução
moral e espiritual, e a igreja tem feito bom emprego dela, quanto a esses
propósitos”.
4.2
- A Bíblia foi escrita para aviso nosso. O mesmo apóstolo assevera acerca da
Bíblia que as coisas que estão escritas “[...] estão escritas para aviso nosso
[...]” (1 Co 10.11). Para exortar os crentes de Corinto, Paulo utiliza-se do
mau comportamento do povo de Israel no deserto (1 Co 10.1-6). O apóstolo diz
que este exemplo negativo serve de aviso a fim de que não caiamos nos mesmos
erros (1 Co 10.6,11). Segundo Champlin (1995, p. 396 – acréscimo nosso) “a
palavra “aviso” no original grego é “nouthesia”, que significa: “admoestação”,
“instrução”, “aviso”, que é utilizada tanto no sentido positivo quanto
negativo, ou seja, uma atitude que pode ser reproduzida ou evitada”. Portanto,
tanto os bons exemplos quanto os maus exemplos de personagens das Escrituras também
foram registrados para nos trazer advertências.
4.3
- A Bíblia foi escrita para nos instruir no caminho certo. Paulo descreveu para
o jovem obreiro Timóteo quais os muitos propósitos da Escritura em relação ao
homem: “Toda a Escritura é [...] proveitosa para ensinar, [...] redarguir,
[...] corrigir, [...] instruir em justiça” (2 Tm 3.16). Tudo que foi escrito, o
foi para nos instruir no caminho da justiça. Segundo Champlin (1995, p. 396 –
acréscimo nosso), “no tocante à “justiça” que no grego é “dikaiosune”, fica
indicado o “treinamento naquilo que é reto”. Porém, no sentido cristão,
“praticar o que é reto” consiste em cultivar o caráter moral de Cristo, o qual,
por sua vez, reproduzirá a moralidade de Deus Pai”.
CONCLUSÃO
Deus
colocou a disposição dos seus servos e do mundo – a Bíblia: a Palavra de Deus,
inspirada, revelada, inerrante, infalível e completa, a fim de que, por ela, os
homens pudessem conhecê-Lo e também a Sua vontade.
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
CHAMPLIN,
Norman R. N. O Antigo Testamento interpretado versículo por versículo. HAGNOS.
FERREIRA,
Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. POSITIVO.
GEISLER,
Norman. Teologia Sistemática. CPAD.
GILBERTO,
Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
MACDOWELL,
Josh. Responde. CANDEIA.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD