quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

LIÇÃO 11 - O SOCORRO DE DEUS PARA LIVRAR O SEU POVO (Et 5.1-6) - 4°TRIMESTRE DE 2016

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO 11 - O SOCORRO DE DEUS PARA LIVRAR O SEU POVO (Et 5.1-6) - 4°TRIMESTRE DE 2016

INTRODUÇÃO
Deus sempre cuidou do povo judeu dando-lhe livramento em toda a sua trajetória, por causa da promessa que fez a Abraão seu amigo. Nesta lição, veremos um momento histórico em que este povo se viu diante de um possível massacre promovido por um dos seus inimigos. Diante do aperto, os judeus clamaram, Deus ouviu-lhes o clamor, e interviu na situação transformando a tristeza em alegria e o luto em festa.

I – PERSONAGENS DO LIVRO DE ESTER
1.1 - Assuero (Et 1.1). Rei da Pérsia, mais conhecido como Assuero (chamado de Xerxes em algumas versões bíblicas) é mencionado no livro de Ester e em Esdras 4.6. Um dos maiores reis do Império Persa, governou de 486 a 465 a.C. Era filho de Dario I, o Grande. No livro de Ester, Assuero é retrato como um rei poderoso, com um grande império “que reinou desde a Índia até Etiópia, sobre cento e vinte e sete províncias” (Et 1.1-b).

1.2 - Vasti (Et 1.9). Rainha da Pérsia, esposa do rei Assuero. No último dia do banquete oferecido por este monarca, Vasti foi convocada para mostrar sua beleza diante dos convidados. Ela recusou o convite e essa atitude gerou controvérsias entre os conselheiros do rei. Receosos de que a desobediência da rainha desacreditasse todos os homens do reino diante de suas esposas. Eles aconselharam o rei que depusesse Vasti do cargo e mandasse trazer as donzelas do reino para delas escolher uma nova rainha. O rei anuiu ao conselho e assim o fez (Et 1.9-22; 2.1-4).

1.3 - Mardoqueu (Et 2.5). Da tribo de Benjamin, filho de Jair, pai adotivo de Ester, também chamado Mordecai em algumas versões bíblicas. Vivia na fortaleza de Susã durante o exílio do povo judeu, reinado de Assuero, onde criou Ester como se fosse sua própria filha (Et 2.5-7).

1.4 - Ester (Et 2.7). O nome hebraico dessa mulher era “Hadassah”, que significa “murta”, o nome de uma planta. Ester era o nome persa que lhe foi dado, quando ela tornou-se parte do harém real. Era uma jovem judia, da tribo de Benjamin, cujos pais morreram na época do exílio babilônico. Foi criada por seu primo Mardoqueu (Et 2.5-7). Estavam entre os judeus que habitavam na fortaleza de Susã, sob o reinado de Assuero. A vida de Ester mudou, quando foi levada para o harém real junto com outras donzelas de Susã. Depois de um ano de embelezamento, ela foi eleita pelo rei como a mais linda jovem entre todas as que foram apresentadas (Et 2.8-17).

1.5 - Hamã (Et 3.1). Era Filho de Hamedata e tinha um alto cargo político no reinado de Assuero, na Pérsia. Josefo, historiador judeu, diz que Hamã era um amalequita (2004, p. 522). “Ele é descrito como 'agagita', talvez por causa da sua descendência de Agague, o rei amalequita (I Sm 15.8,33)” (BEACON, p. 550 – acréscimo nosso). Ele desfrutava de muita confiança do rei (Et 3.10). Hamã tinha um grande ódio de Mardoqueu, bem como de todos os judeus (Et 3.5-6;10).

II – O PROJETO DIABÓLICO PARA DESTRUIÇÃO DOS JUDEUS
2.1 - A nomeação de Hamã (Et 3.1). O livro de Rute nos informa que Assuero engrandeceu a um homem chamado Hamã. Segundo Beacon (2008, p. 550): Hamã “foi elevado à posição de primeiro ministro. Esta posição lhe trouxe a maior condição entre os príncipes da corte persa, e tornou-se o segundo abaixo do rei em poder. De acordo com a ordem do monarca, segundo o costume dos governos orientais antigos, as princesas e nobres, assim como o povo em geral, todos precisavam inclinar-se perante o grão-vizir quando ele passava pelo palácio e pelas ruas de Susã”. De fato, todos os servos do rei se inclinavam diante de Hamã, no entanto, Mardoqueu o judeu, descumpria esta ordem (Et 3.2). Josefo (2004, p. 503) diz que: “Mardoqueu era o único que não lhe prestava essa homenagem, porque a lei de Deus o proibia”. Talvez uma alusão ao Decálogo, que condenava a adoração a qualquer coisa em lugar de Deus (Êx 20.3-6; Dt 5.7-10).

2.2 - O ódio de Hamã (Et 3.5,6). Ao ver que Mardoqueu não se prostrava diante de si, contrariando a ordenação real, Hamã encheu-se de furor. Sua atitude em seguida deste sentimento foi de executar Mardoqueu e também todo o povo judeu a quem ele pertencia. O registro bíblico nos diz que Hamã se tornou adversário dos judeus (Et 3.10).

2.3 - O decreto de Hamã (Et 3.7-15). Para levar adiante o seu plano de provocar um genocídio dos judeus, Hamã, que tinha acesso direto ao rei, lhe propôs exterminar e saquear os bens de um povo que segundo ele tinha leis e costumes diferentes dos povos que estavam sob o domínio de Assuero (Et 3.8). Além de Hamã estar propondo varrer do reino um povo “insubmisso ao rei”, prometeu-lhe também que pagaria ao rei por esta prestação de serviço (Et 3.9). Ao que o rei consentiu, colocando-lhe na mão o seu anel com o qual o decreto poderia ser assinado (Et 3.10). O decreto de morte então foi assinado, para ser colocado em prática no dia 13 do mês de Adar, segundo consultou os seus deuses (Et 3.7,12-14).

III – A REAÇÃO DO POVO JUDEU ANTE A AMEAÇA DE EXTINÇÃO
Depois que o edito real assinado por Hamã começou a ganhar notoriedade, a cidade de Susã “estava confusa” (Et 3.15). Mardoqueu e os judeus que estavam na Pérsia, resolveram agir (Et 4.3). Vejamos quais foram as suas atitudes:

3.1 - Oração (Et 4.1-3). Diante da ameaça iminente, os judeus se puseram a orar. Mardoqueu foi o primeiro (Et 4.1). Todo o povo começou a clamar também (Et 4.3). A oração é uma prece dirigida pelo homem ao seu Criador, com o objetivo de adorá-Lo, pedir-lhe perdão pelas faltas cometidas, agradecer-lhe pelos favores recebidos, buscar proteção e, acima de tudo, uma comunhão mais íntima com Ele. Essa atividade é descrita como: invocar a Deus (Sl 17.6); invocar o nome do Senhor (Gn 4.26); clamar ao Senhor (Sl 3.4); levantar nossa alma ao Senhor (Sl 25.1). Este deve ser o primeiro e não o último recurso utilizado pelo crente em todo tempo e principalmente diante das dificuldades (Sl 4.1; 18.6; 77.2; 91.15).

3.2 - Quebrantamento (Et 4.1-3). Além de os judeus orarem, o registro sagrado diz de que forma eles oraram: “e em todas as províncias aonde a palavra do rei e a sua lei chegava, havia entre os judeus grande luto, com jejum, e choro, e lamentação; e muitos estavam deitados em saco e em cinza” (Et 4.3). Segundo Champlin (2004, p. 620), “o ato de rasgar as próprias vestes era uma maneira comum e simbólica de exprimir alguma emoção forte, como ira, tristeza ou consternação”. O que Deus requer de cada um de nós é um espírito quebrantado (II Cr 7.14; Sl 34.18; 51.17; Is 57.15).

3.3 - Jejum (Et 4.15-17). Ester ficou sabendo por meio dos seus servos que o seu parente Mardoqueu estava a porta do rei clamando por misericórdia, mandou procurar saber do próprio Mardoqueu o porque daquela atitude (Et 4.4-7). Ele deu a ela uma cópia do decreto assinado de morte assinado pelo rei e mandou dizer-lhe que como era a rainha e estava no palácio, deveria comparecer diante do rei para suplicar em favor do seu povo (Et 4.7-9). Ester sabia que não podia comparecer ante o rei sem ser chamada (Et 4.11). Diante desta dificuldade, Ester propôs que junto com ela os demais judeus recorressem a Deus em jejum para que Ele pudesse intervir nesse caso (Et 4.10-16). O jejum é a abstinência parcial ou total de alimentos com finalidades específicas. Prática comum entre os judeus em ocasiões específicas, sendo a principal delas os momentos de aflição (II Cr 20.3; Dn 9.3; Jl 1.1-14).

IV – A AÇÃO DE DEUS PARA PROTEGER O SEU POVO
O livro de Ester descreve a soberania e o cuidado de Deus para com o seu povo. Ele relata o grande livramento dado por Deus ao povo judeu na Pérsia. Embora o nome de Deus não seja mencionado no livro, cada página está cheia dEle. Mattew Henry (2010, p. 845), diz: “Ainda que o nome de Deus não se encontre nele, o mesmo não se pode dizer da sua mão, guiando minuciosamente os fatos que culminaram na libertação de seu povo”. Vejamos:

4.1 - Agindo previamente. O livro de Ester nos mostra Deus agindo antes que o mal se levantasse sobre o seu povo, por exemplo: (a) a nomeação de Ester a rainha (Et 2.17), se deu antes da nomeação de Hamã para primeiro ministro (Et 3.1); (b) a recompensa pelo livramento que Mardoqueu deu ao rei Assuero (Et 2.21-23), somente aconteceu na ocasião que Hamã intentava lhe pendurar numa forca. Deus fez que ao invés de morto, Mardoqueu fosse honrado pelo próprio opositor (Et 5.14; 6.1-12).

4.2 - Agindo providencialmente. O povo de Israel é a semente de Abraão, a qual Deus fez a seguinte promessa: “e abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3-b). Portanto, pelejar contra a nação de Israel só resultará em desvantagem. Tal concepção foi assimilada pela própria mulher de Hamã, após ele ter chegado frustrado de sua tentativa de executar o judeu Mardoqueu (Et 6.13). Embora Satanás tente através de governantes e nações aniquilar a semente abraâmica jamais conseguirá (Zc 14.1-15). Mardoqueu estava convicto de que Deus providenciaria livramento de uma forma ou de outra (Et 4.14).

4.3 - Agindo sabiamente. Por certo, Deus orientou a Ester que junto com os judeus orassem e jejuassem por três dias, para que no no terceiro dia, mesmo sem ser chamada, ela comparecesse diante do trono real arriscando a sua própria vida (Et 4.11-16). No terceiro dia, Ester corajosamente compareceu diante do rei, o qual estendeu sobre ela o cetro dizendo que estava disposto a lhe conceder o que pedisse. Ester convidou o rei e Hamã para dois banquetes e neste a rainha revelou o propósito de Hamã de destruição de todos os judeus, do qual povo ela também pertencia (Et 7.1-6). Na mesma hora, o rei também ficou sabendo que Hamã intentava enforcar Mardoqueu, o benfeitor do rei (Et 7.9). Diante disto, o rei enfurecido mandou que Hamã fosse enforcado nela (Et 7.10). Quanto ao decreto real de destruição de todos os judeus, que foi assinado por Hamã com o anel do rei, e era irrevogável (Et 8.8), Deus sabiamente colocou no coração de Mardoqueu que assumiu o cargo de Hamã (Et 8.1,2), que se fizesse outro decreto dando aos jdeus o direito de se defenderem (Et 8.9-12). O luto dos judeus terminou em alegria, pois Deus mudou-lhes a sorte (Et 8.16,17; 9.17-32).

CONCLUSÃO
O livro de Ester nos ensina que o povo de Deus não está a deriva neste mundo tenebroso. O Senhor, Deus único e verdadeiro intervém na história, de forma que, antes mesmo do mal ser planejado para prejudicar os seus servos, Ele dispõe previamente do livramento. Diante desta verdade, devemos descansar no cuidado providencial de Deus.

REFERÊNCIAS
GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
HOWARD, R.E et al. Comentário Bíblico. CPAD.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.


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