segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

LIÇÃO 12 – SABEDORIA DIVINA PARA A TOMADA DE DECISÕES (I Re 4.29-34) - 4º TRIMESTRE DE 2016

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO 12 – SABEDORIA DIVINA PARA A TOMADA DE DECISÕES (I Re 4.29-34) - 4º TRIMESTRE DE 2016

INTRODUÇÃO
Veremos nesta lição a definição da palavra sabedoria; estudaremos algumas informações sobre o rei Salomão pontuando aspectos da sua habilidade; veremos exemplos de sabedoria em alguns personagens bíblicos; analisaremos o ensino bíblico sobre a busca do saber; e por fim, concluiremos citando os dois tipos de sabedoria, a terrena e a celestial.

I – DEFINIÇÃO DO TERMO SABEDORIA
1.1 - Definição de Sabedoria. O termo grego para sabedoria é “sophia” e significa: “habilidade nas questões da vida”, “sabedoria prática”, “administração sábia e sensata” ou “uso correto do conhecimento” (Lc 21.15; At 6.3; 7.10; Cl 1.28; 3.16; 4.5). A sabedoria é a capacidade espiritual de ver e avaliar nossa vida e conduta do ponto de vista de Deus. Inclui fazer escolhas acertadas e praticar as coisas certas de conformidade com a Palavra de Deus e na direção do Espírito Santo (STAMPS, 1995, p. 1926). Ter sabedoria é pensar bem e agir bem em qualquer empreendimento realizado, seja secular ou espiritual (CHAMPLIN, 2004, p. 7). A Bíblia diz que a sabedoria é:

a) um atributo divino (1Rs 3.28; Dn 2.20; Sl 104.24; Rm 11.33);
b) uma dádiva de Deus (Dt 34.9; Ed 7.25; Pv 2.6,7);
c) o temor do Senhor (Jó 28.28; Sl 111.10; Pv 9.10);
d) é dada por Deus (Sl 19.7; 119.98; Pv 8.33; Cl 3.16);
e) somos exortados a buscá-la (Pv 4.5,7; 23.23; Tg 1.5); e,
f) é mais valiosa que pedras preciosas (Pv 8.11; 16.16).

II – O REI SALOMÃO
2.1 - O rei Salomão. Era filho do rei Davi e o seu nome foi escolhido pelo próprio Deus (1Cr 22.9), e aparece na genealogia de Jesus (Mt 1.6,7). É mencionado quase trezentas vezes no AT e uma dúzia de vezes no NT. É citado como um exemplo de esplendor (Mt 6.29; Lc 12.27), e de sabedoria (Mt 12.42; Lc 11.31), e reinou em Israel durante quarenta anos (1Rs 11.42). É identificado também como o construtor do templo (At 7.47), e uma das colunas do templo recebeu seu nome (Jo 10.23; At 3.11; 5.12). Salomão passou sete anos construindo o templo de Deus, e treze anos construindo seus palácios para si mesmo (1Rs 6.37 até 7.1). Construiu uma casa em Jerusalém para sua esposa egípcia, a filha do Faraó (2Cr 8.11). Edificou ainda cidades para servir de celeiro em locais estratégicos (1Rs 9.15-19; 2Cr 8.1-6). O esplendor dessas construções era motivo de admiração para os visitantes do reino (1Rs 10.4-7) (WIERSBE, 2010, p. 401).

2.2 - O significado do seu nome. Salomão vem do termo hebraico “shalom”, que significa “paz”, e, durante seu reinado, Israel teve paz com seus vizinhos (1Rs 5.1-10). Seu pai, Davi, havia arriscado a vida no campo de batalha e derrotado as nações inimigas a fim de tomar suas terras para Israel, mas Salomão usou uma abordagem diferente em relação a diplomacia internacional. Fez tratados de paz com outros governantes casando-se com suas filhas, o que ajuda a explicar o fato de ele ter setecentas esposas princesas bem como trezentas concubinas (1Rs 11.3). No entanto, a lei de Moisés advertia que os reis de Israel não deveriam multiplicar esposas para si (Dt 17.14-20) (WIERSBE, 2010, p. 401).

III - A SABEDORIA DO REI SALOMÃO
Sem dúvida, uma das grandes virtudes do rei Salomão foi sua sabedoria. Quando o Senhor lhe apareceu em Gibeão e lhe disse: “pede-me o que queres que eu te dê” (1Rs 3.5) ele respondeu: “A teu servo, pois, dá um coração entendido para julgar a teu povo, para que prudentemente discirna entre o bem e o mal; porque quem poderia julgar a este teu tão grande povo?”. Esta palavra pareceu boa aos olhos do Senhor, e Ele lhe deu não apenas sabedoria, mas, também, riqueza e glória (1Rs 3.1-12). A oração de Salomão foi curta, direta e proferida com humildade, pois três vezes se referiu a si mesmo como “teu servo” (1Rs 3.6-9). É provável que, nessa época, Salomão tivesse cerca de 20 anos de idade. Referiu-se a si mesmo como “uma criança” (1Cr 22.5; 29.1).

3.1 - Salomão sentiu o peso da responsabilidade de governar um povo. Por esse motivo, não pediu riqueza ou outra coisa que lhe trouxesse vantagens pessoais. Ele pediu sabedoria para governar com justiça. O rei Salomão compôs três mil provérbios e mil e cinco cânticos (1Rs 4.31,32), e é autor de três livros: Provérbios, Eclesiastes e Cantares. As Escrituras afirmam que pessoas de todas as nações vinham a Jerusalém para ouvir suas palavras de sabedoria (1Rs 4.34; 10.6,7). Salomão buscou, em Deus, sabedoria para reinar (RICHARDS, 2010, p. 223).

3.2 - Salomão pediu a Deus a verdadeira sabedoria e não simplesmente inteligência. O texto bíblico destaca que Salomão “falou das árvores, desde o cedro que está no Líbano até ao hissopo que nasce na parede; também falou dos animais, e das aves, e dos répteis, e dos peixes. E vinham de todos os povos a ouvir a sabedoria de Salomão e de todos os reis da terra que tinham ouvido da sua sabedoria” (1Rs 4.33,34). De onde vinha tanta sabedoria? O texto bíblico revela que Salomão orou pedindo a Deus sabedoria (1Rs 3.9), e que o Senhor respondeu-lhe integralmente (1Rs 3.10-12). Esta é a fonte da sabedoria de Salomão e explica o porquê de ninguém conseguir superá-la.

IV – ALGUNS EXEMPLOS DE SABEDORIA NA BÍBLIA
A sabedoria é o reconhecimento que tudo que temos e somos vem do Senhor: “[...] porque dele é a sabedoria e a força [...] ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos” (Dn 2.20,21). A Bíblia registra diversos exemplos de pessoas que usaram a sabedoria. Vejamos alguns:

a) Abigail. Sua sabedoria fez com que Davi poupasse a sua vida e de sua família (1Sm 25.1-35);
b) A mulher anônima. Sua sabedoria fez com que Joabe poupasse uma cidade (2Sm 20.15-22);
c) O sábio anônimo. Com sua sabedoria ele livrou a sua cidade de um grande e poderosos exército (Ec 9.14,15);
d) Daniel. Ele era mais sábio do que todos em Babilônia; mas, atribuía sua sabedoria a Deus (Dn 1.17-20; 2.23-30);
e) Jesus. Sua sabedoria causava admiração em todos que lhe ouviam (Mt 13.54; Mc 6.2); e,
f) Paulo. Pregou e ensinou de acordo com a sabedoria de Deus (1Co 2.6,7; 2Pe 3.15).

V - O ENSINO BÍBLICO SOBRE A BUSCA DA SABEDORIA
5.1 - Precisamos desejar a sabedoria (Tg 1.5,6). O desejo de Deus é que andemos em sabedoria (Cl 1.9,28). O apóstolo Tiago ensina que a única maneira de alcançá-la é pedindo a Ele (Tg 1.5). Por isso, sempre que precisarmos de sabedoria devemos recorrer a Ele, que é a fonte de toda sabedoria (Dn 2.20; Rm 11.33; Tg 1.17). É interessante observar que o termo grego para pedir neste texto é “aiteõ” e tem o sentido de “implorar”, “desejar ardentemente”, ou seja, devemos recorrer a Deus pedindo-lhe sabedoria, tendo ardente desejo no coração, pois, ela é concedida a pessoas que reconhecem o seu valor e a buscam com diligência (Pv 4.5-7; 8.17).

5.2 - Precisamos pedir a sabedoria (2Cr 1.10; 1Rs 3.8). O apóstolo ensina ainda que Deus tem prazer em dar sabedoria. Ele dá liberalmente, ou seja, sem limites ou reservas (Êx 28.3; 31.3,6; 35.31; Dt 34.9; I Rs 3.28; 5.12; Ed 7.25; Pv 2.6). “Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas?” (Rm 8.32).

5.3 - Precisamos procurar a sabedoria (Pv 2:4-5). O maior exemplo bíblico pela busca da sabedoria é o do rei Salomão, que diante da grande responsabilidade de reinar sobre todo o povo de Israel, não hesitou em pedir um coração sábio e entendido (1Rs 3.7-9). O Senhor, então, lhe deu sabedoria, mais do que a todos os homens (1Rs 3.10-14; 4.29,30,34; 10.24; 1Cr 1.10-12). E, mesmo quando o rei pecou, Deus não lançou-lhe em rosto a sabedoria que lhe havia dado (1Rs 11.1-13). O verdadeiro tesouro não está exposto e não é tão fácil de se conseguir. Ele está escondido esperando para ser descoberto (Pv 2.6).

VI – DOIS TIPOS DE SABEDORIA
A sabedoria que vem de Deus, e o apóstolo Tiago fala desta sabedoria que vem do alto para distingui-la da humana de origem terrena e má (Tg 3.13-17). Irrefutavelmente, a sabedoria que vem de Deus é o meio pelo qual o homem alcança o discernimento da boa, agradável e perfeita vontade divina (Pv 2.10-19; 3.1-8,13-15; 9.1-6; Rm 12.1,2). Sem esta sabedoria, o ser humano vive à mercê de suas próprias iniciativas, dominado por suas emoções, sujeitando-se aos mais drásticos efeitos das suas reações. Vejamos a diferença entre a sabedoria terrena e a divina:

6.1 - A sabedoria que é de baixo (Tg 3.15). Esta sabedoria não procede de Deus e possui três características principais. Vejamos:

a) terrena: É a sabedoria deste mundo, em contraste com a que procede do céu (Jo 3.12; I Co 1.20,21; Tg 1.5). É uma sabedoria limitada, egocêntrica, como a dos inimigos da cruz de Cristo, que só pensam nas coisas terrenas (Fp 3.19);
b)animal: É uma sabedoria totalmente à parte do Espírito de Deus; e
c)diabólica: Essa foi a sabedoria usada pela serpente para enganar Eva, induzindo-a a querer ser igual a Deus e fazendo-a descrer de Deus para crer nas mentiras do diabo (Gn 3.1-5).
6.2 - A sabedoria que é do alto (Tg 3.17). A verdadeira sabedoria vem de Deus (Tg 1.5; 17). Essa sabedoria está em Cristo (1Co 1.30; Cl 2.3). Essa sabedoria está na Palavra, visto que ela nos torna sábios para a salvação (2Tm 3.15). Ela nos é dada como resposta de oração (Ef 1.17; Tg 1.5).

Podemos ver algumas características desta sabedoria:

a)Ela é pura: A sabedoria que vem do alto não pode conduzir o homem ao pecado e impureza (Pv 2.7; 4.11);
b) Ela é pacífica: A sabedoria divina não é contenciosa, nem facciosa (Pv 3.17; Mt 5.9; Tg 3.14);
c)Ela é moderada. A sabedoria do alto trata de não criar conflitos;
d)Ela é tratável: Essa sabedoria faz uma pessoa comunicável e de fácil acesso (Fp 3.7);
e)Ela é cheia de misericórdia: A verdadeira sabedoria produz profundo sentimento de misericórdia no homem (Rm 12.30; Cl 2.12); e
f)Ela é justa e sem parcialidade. Quando a temos julgamos conforme a verdade (1Rs 3.16-28).

CONCLUSÃO
Podemos entender que Deus dá inteligência aos homens para que estes possam analisar as situações da vida e tirar delas conclusões que servirão para si mesmos e para outras pessoas, em forma de conselhos e advertências, como ocorreu na vida de Salomão. Ninguém pode ser considerado sábio se os seus conselhos não revelarem princípios do saber divino. O sábio não se caracteriza apenas por ter muita informação ou inteligência, mas é alguém que aprendeu o temor do Senhor como a base de toda sua vida e, por isso, sabe viver e conviver (Tg 3.13-18).

REFERÊNCIAS
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
ELLISEN, Stanley. Conheça Melhor o Antigo Testamento. VIDA.
CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.

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