terça-feira, 23 de agosto de 2016

LIÇÃO 09 – A EVANGELIZAÇÃO DAS CRIANÇAS (Mt 18.2-6; Mc 10.13-16) - 3º TRIMESTRE DE 2016

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
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LIÇÃO 09 – A EVANGELIZAÇÃO DAS CRIANÇAS (Mt 18.2-6; Mc 10.13-16) - 3º TRIMESTRE DE 2016

INTRODUÇÃO
Dentre os desafios que compõe a tarefa de evangelização um deles é de levar a mensagem de Cristo às crianças. Nesta lição destacaremos o que a Bíblia diz no AT e no NT sobre as crianças; veremos que há interesse em Deus na evangelização dos infantes. Veremos ainda quais os trabalhos que a igreja tem desenvolvido para alcançar os pequenos; e, por fim, quais os métodos que devemos utilizar ao apresentarmos o plano da salvação aos infanto-juvenis.

I – O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE A CRIANÇA
Nestes e em outros versículos da Bíblia, vemos que o ser humano é produto do poder criador de Deus (Gn 1.26,27; Sl 139.13-16; Jr 1.4,5). Toda criança nascida no mundo é descendente do primeiro homem criado por Deus e continua a ter fôlego de vida dado por Deus. A cerca disso descreve o salmista de forma poética no Salmo 139.13-15. Paulo acrescenta ainda que “[…] ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas” (At 17.25).

1.2 - Ela nasce pecadora (Rm 3.23; 5.12). Embora o homem tenha sido criado a imagem e semelhança de Deus, no uso do seu livre arbítrio ele pecou contra Deus (Gn 3.1-6). Tal falha trouxe implicações para toda a humanidade (Sl 14.3; 143.2; Ec 7.20; Rm 3.1-12, 19, 20, 23; Gl 3.22; Tg 3.2; 1Jo 1.8, 10). Várias passagens ensinam que o pecado é uma “herança” do homem desde a hora da sua concepção e seu nascimento, e, portanto, está presente na natureza humana (Gn 6.5). A Bíblia é muito explícita relativamente à extensão e/ou universalidade do pecado (Sl 51.5; Jó 14.4; Jo 3.6; Rm 5.12). Em Ef 2.3 diz o apóstolo Paulo que os efésios eram “por natureza” filhos da ira, como também os demais”. Nesta passagem a expressão “por natureza” indica uma coisa inata e original, em distinção daquilo que é adquirido. O sábio disse que “a estultícia está ligada ao coração da criança [...]” (Pv 22.15-a).

1.3 - Ela precisa de salvação (Lc 19.10; Jo 3.16). A criança até certa idade é despida de consciência moral, mas congenitamente possui a natureza pecaminosa herdada. Nesse sentido, toda criança até alcançar a idade da consciência do bem e do mal é pecadora por natureza, ainda que não tenha a culpa pessoal (Sl 51.5; Jn 4.11). No Juízo Final, as pessoas serão julgadas mediante o teste da conduta pessoal, enquanto estas crianças, nesta faixa etária, mesmo tendo uma natureza para o mal, são incapazes de transgressão pessoal; por isso, cremos que elas estarão entre os salvos (Mt 19.14; 21.16; 25.45,46; Lc 10.21). Mas, após o período da inocência (que a Bíblia não determina quando), já é responsável pelos seus atos, portanto, tem noção de certo e errado (Pv 20.11; Is 7.15). Assim que a criança tiver idade para compreender que pecou contra Deus e ficar triste pelo seu pecado, terá idade para confiar em Cristo. Portanto, se “[…] todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23), todos necessitam de salvação, inclusive as crianças (Tt 2.11).

1.4 - O projeto divino de salvação inclui as crianças (Mt 19.14; Mc 10.14). Em seu ministério Jesus deu muita atenção as crianças. Em Mateus 19.14, os discípulos estavam censurando aqueles que traziam suas crianças até Jesus. Talvez achavam que elas não tinham importância, ou que o Mestre se voltara apenas aos adultos. Mas a atitude de Jesus foi muito diferente. Ele disse: “Deixai” - “permitam”, “consintam” - “os pequeninos e não os estorveis” - “não os impeçam” - “de vir a mim”. O Senhor apreciava muito recebê-los de bom grado. Então, Ele acrescentou: “porque dos tais é o Reino dos céus”. Amor, simplicidade de fé, inocência e, acima de tudo, humildade, são as características ideais das criancinhas, e dos súditos do reino (Mt 18.3; 21.16; Lc 9.48).

II – O INTERESSE DIVINO PELA EVANGELIZAÇÃO DAS CRIANÇAS
Deus sempre mostrou interesse de que as crianças fossem ensinadas desde muito cedo a temer o Seu Nome e obedecer os seus mandamentos. Embora já nascessem num contexto em que Deus tinha aliança para com a nação de Israel, as crianças deveriam aprender a Palavra a fim de servirem ao Deus verdadeiro, como veremos a seguir:

2.1 - No Antigo Testamento. Observamos que desde muito cedo, Deus orientou seus servos quanto a evangelização das suas crianças. Na escolha do nome, por exemplo, vemos que alguns pais tinham o interesse de identificar o infante a fé em Deus. Na instituição da circuncisão, que era para todo macho a partir do oitavo dia de nascido, vemos que os pequenos deveriam se submeter ao pacto com Deus desde muito cedo (Gn 17.10-14). A cerca de Abraão Deus disse: “Porque eu o tenho conhecido, e sei que ele há de ordenar a seus filhos e à sua casa depois dele, para que guardem o caminho do SENHOR [...]” (Gn 18.19). Na ocasião da instituição das festas, Deus ordenou que as crianças deveriam ser ensinadas pelos pais quanto ao motivo espiritual da celebração (Êx 12.25-27). Os primogênitos que foram poupados da morte na noite da primeira Páscoa celebrada no Egito (Êx 13.1,2). Em Deuteronômio 6 vemos que Deus delega aos pais a missão da evangelização dos seus filhos. O sábio Salomão frisou bem esta tarefa dada aos pais (Pv 22.6). Em momentos de convocação solene de arrependimento e conversão, as crianças também não podiam ficar de fora (2 Cr 20.4,13; Ed 10.1; Jl 2.16). O povo de Israel falhou quando os pais deixaram de evangelizar os filhos (Jz 2.10).

2.2 - No Novo Testamento. Nas páginas neotestamentárias encontramos entre o povo judeu cuidadoso quanto a observância das práticas ensinadas no AT. Jesus, foi circuncidado ao oitavo dia (Lc 1.59; 2.21). Como era o filho primogênito de Maria, após quarenta dias de nascido, a criança foi trazida para o Templo para ser apresentada ao Senhor (Lc 2.22-24). O Senhor Jesus foi ensinado desde muito cedo pelos seus pais a frequentar o Templo (Lc 2.41,42). Eunice e Lóide ensinaram as Escrituras ao jovem Timóteo como recomendou Deus na sua Lei (II Tm 3.14,15). Paulo orientou que os pais criassem os filhos “na doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6.4).

III - O PAPEL DA IGREJA LOCAL NA EVANGELIZAÇÃO DAS CRIANÇAS
A Igreja desenvolve vários trabalhos que contribuem eficazmente para evangelização dos pequenos. Abaixo citaremos quais são:

3.1 - A Escola Bíblica Dominical. A EBD é a única escola de educação religiosa popular de que a criança dispõe. Os objetivos do ensino giram em torno do aluno e de suas relações quanto a tudo que é importante para sua vida. A EBD complementa e, às vezes até corrige a educação ministrada nas escolas seculares. E, em muitas situações ela complementa a educação cristã ministrada nos lares. Pode-se acrescentar ainda a EBF (Escola Bíblica de Férias) que é uma das estratégias evangelísticas realizadas pela Escola Bíblica Dominical a fim de evangelizar crianças não salvas conduzindo-as a Cristo, bem como reforçar às crianças salvas, ensinos que enriqueçam sua vida espiritual.

3.2 - O Círculo de Oração Infantil. Outro trabalho de evangelismo que a igreja exerce para alcançar as crianças se dá através do COI. Este tem como objetivo geral incentivar a criança a conhecer mais e melhor a Deus e Sua Palavra, para que possa com convicção professar a fé em Cristo a fim de se tornarem cidadãos do céu. 3.3 - No culto infantil. Quando o templo dispõe de espaço, pode-se realizar o culto infantil. Neste espaço se reúne as crianças de 3 a 12 anos e se realiza o culto com uma linguagem apropriada para elas. No culto infantil as crianças terão a oportunidades de serem evangelizadas, de aprenderem as doutrinas bíblicas, além de ter participação direta na liturgia.

IV – PORQUE EVANGELIZAR AS CRIANÇAS
a) Em Adão, todos pecaram, inclusive crianças (SI 58.3; Rm 3.23);
b) O coração do homem é mau desde da sua meninice (Gn 8.21; Sl 58.3).
c) A criança possui alma imortal (Ez 18.4), portanto, necessita de salvação (Mt 18.6);
d) É mandamento bíblico (Dt 4.9,10; 6.6,7; Pv 22.6; Mt 28.19; Mc 16.15);
e) Jesus deu o exemplo, por isso devemos imitá-lo (Mt 18.2; Mc 9.36,37);
f) Não é vontade de Deus que uma criança se perca (Mt 18.14; Mc 10.14);

V – COMO EVANGELIZAR AS CRIANÇAS
5.1 - Utilizar uma linguagem compreensível. Jesus utilizava-se de uma linguagem acessível para transmitir suas mensagens. A parábola do semeador (Mt 13.3-9), da ovelha perdida (Lc 15.3-7), das bodas (Mt 22.1-13), dentre outras, mostra-nos que o Mestre se valeu de experiências do seu cotidiano para ensinar a Palavra de Deus (Mc 13.34,35). De igual forma na evangelização de crianças precisamos utilizar uma linguagem compreensível a elas, a fim de que entendem o plano da salvação. Não podemos pregar sobre Cristo para uma criança da mesma forma como pregamos para um adulto. A mensagem é a mesma, mas a metodologia deve adequar-se a realidade do ouvinte.

5.2 - Utilizar recursos visuais. O cartaz faz parte da lista de recursos didáticos que apelam para a visão como fonte de experiência. É um meio de comunicação de massa de natureza visual cuja finalidade é anunciar os mais diversos tipos de mensagens (Hc 2.2). Existe um provérbio chinês diz: “O que eu ouço, esqueço; o que eu vejo, lembro; se eu faço, aprendo”. Estudiosos afirmam que a aprendizagem ocorre por meio dos cinco sentidos:

(a) 1 % pelo paladar;
(b) 1,5% pelo tato;
(c) 3,5% pelo cheiro;
(d) 11 % pela audição; e,
(e) 83% pela visão.

5.3 - Pelo exemplo pessoal. De nada adiantará evangelizar as crianças, se o comportamento do ensinador difere do que ele ensina. Jesus ensinou dando exemplo (Jo 13.15,34; 15.12). O apóstolo Paulo procurava imitar a Cristo e por isso podia dizer a igreja “sede meus imitadores, como também eu de Cristo” (I Co 11.1). Com frequência, as crianças reproduzem o que veem nos adultos, seja bom ou mau. Alguém já disse acertadamente: “as palavras ensinam, mas os exemplos arrastam”.

CONCLUSÃO
A fase infanto-juvenil é o período da vida em que o coração e a mente estão mais predispostos à influência do evangelho. Uma criança ganha para Cristo representa uma alma salva e uma vida que poderá ser empregada no serviço do Mestre. Sabendo disto, devemos nos empenhar para conduzir o maior número de crianças a Cristo.

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
DOERTHY, Sam. Bases Bíblicas para a evangelização das crianças. APEC.
GILBERTO, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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