Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas
Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
10 – O PODER DA EVANGELIZAÇÃO NA FAMÍLIA - 3º TRIM/2016 (At 16.25-34)
INTRODUÇÃO
Na
lição de hoje traremos a definição de família; destacaremos o interesse de Deus
pela evangelização no seio familiar a fim de que a fé nEle fosse preservada e
propagada. Veremos também que o nosso lar deve ser uma extensão da igreja,
refletindo acerca da importância do ensino e adoração no lar, bem como, a
importância do culto doméstico como um meio de evangelização da família e
parentes; e, por fim, como devemos proceder com os familiares e parentes, que
ainda não são crentes.
I – DEFINIÇÃO DE FAMÍLIA
A família é uma instituição
criada por Deus, imprescindível à existência, formação e realização integral do
ser humano, sendo composta de pai, mãe e filhos - quando houver - pois o
Criador, ao formar o homem e a mulher, declarou solenemente: “Portanto, deixará
o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma
carne” (Gn 2.24). Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança e os fez
macho e fêmea: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou;
macho e fêmea os criou” (Gn 1.27), demonstrando a sua conformação
heterossexual. A diferenciação dos sexos visa à complementaridade mútua na
união conjugal: “Todavia, nem o varão é sem a mulher, nem a mulher, sem o
varão, no Senhor” (1 Co 11.11), necessária à formação do casal e à procriação.
Reconhecemos preservada a família, quando, na ausência do pai e da mãe, os
filhos permanecerem sob os cuidados de parentes próximos (Et 2.7,15; I Tm
5.16). Rejeitamos, no entanto, qualquer configuração social, que se denomine
família, cuja existência se fundamente em prática, união ou qualquer conduta
que atente contra a monogamia e a heterossexualidade consoante o modelo
estabelecido pelo Criador e ensinado por Jesus.
II – O INTERESSE DE DEUS PELA
EVANGELIZAÇÃO NO SEIO FAMILIAR
2.1 - Na chamada de Abraão. Quando chamou Abrão
para ser o pai de uma grande nação da qual viria o Messias, Deus lhe fez
diversas promessas, e a principal delas revela-nos o interesse divino pela
salvação das famílias “[...] e em ti serão benditas todas as famílias da terra”
(Gn 12.3-a). Após o chamado, Deus falou a cerca de Abrão que este cumpriria o
seu propósito quanto a perpetuação da fé em relação aos seus descendentes
“Porque eu o tenho conhecido, e sei que ele há de ordenar a seus filhos e à sua
casa depois dele, para que guardem o caminho do SENHOR [...]” (Gn 18.19).
2.2 - Nas famílias dos hebreus. O lar era a unidade básica da sociedade bem como a
primeira escola que um menino judeu conhecia. O Antigo Testamento mostra o
grande valor dado às crianças e a grande responsabilidade que pesava sobre os
ombros dos pais, porquanto os filhos eram tidos como dons de Deus (Jó 5.25; Sl
127.3; 128.3,4). As crianças eram treinadas em seus deveres religiosos ou
outros (I Sm 16.11; II Rs 4.18). Porém, o elemento religioso ocupava sempre o
primeiro plano, seguindo a orientação divina (Dt 6.4-9; Sl 78.3-6; Pv 4.3).
2.3.1 - A parte pedagógica das festas e dos memoriais. O próprio Deus determinou
por meio de Moisés, e depois, a Josué, servos do Senhor, que era dever dos pais
usarem as festas religiosas para ensinarem os seus filhos, a fim de que eles
soubessem o sentido que estava por trás de todo cerimonial da Páscoa e assim
entendessem o porquê da celebração (Êx 12.26,27; Js 4.1-7).
2.3.2 - Onde deveriam
ensinar. A incumbência dos pais incluía ensinar os filhos a adorarem somente ao
Senhor (Dt 6.4); a amá-lo de todo coração, alma e força (Dt 6.5); e falar-lhes
as Escrituras, e isso deveria ser aplicado principalmente no lar (Dt 6.7-9). A palavra
“casa” nesse texto vem do hebraico “bayth”, e significa “casa, habitação ou
edificação na qual vive uma família” (Dt 20.5), mas também “pode se referir à
própria família” (Gn 15.2; Js 7.14; 24.15). O que Deus estava transmitindo é
que o principal local de ensinamento das verdades espirituais e morais aos
filhos é no seio familiar, pois é no lar onde os filhos gastam a maior parte do
seu tempo.
III – O LAR COMO EXTENSÃO DA IGREJA
3.1 - A importância do ensino no
lar. A Igreja é o ambiente propício para o louvor, adoração e pregação da
Palavra de Deus (Sl 27.4; II Cr 7.15,16), mas, não é o único lugar onde a
Palavra deve ser ensinada (At 5.42). O lar do cristão, deve ser uma extensão da
igreja onde os pais reproduzem a sã doutrina para os filhos (II Tm 3.14,15). Os
pais cristãos têm a incumbência e séria obrigação de transmitir sua herança
espiritual e moral aos filhos (Ef 6.4). Esse legado gira em torno da
experiência pessoal do livramento divino do pecado (Rm 6.23); da revelação de
Deus em Jesus Cristo (Jo 14.6; Hb 1.1); e, da sua morte por nós na cruz (Jo
3.16-18; Tt 2.11-14). Ainda que a criança tenha na igreja professores da Escola
Dominical e outros mestres importantes em sua vida, os pais não devem jamais se
omitir da responsabilidade que receberam de Deus de ser a fonte principal de
instrução espiritual e moral dos seus filhos (Pv 22.6).
3.2 - O Culto doméstico na evangelização e formação dos filhos e parentes. O lar é o
local onde os conceitos mais importantes da vida são ensinados e o caráter
cristão da criança é formado, por isso a importância do culto doméstico.
Através deste, os pais podem transmitir aos filhos os preceitos divinos, a fim
de que eles jamais os esqueçam. Em Dt 6.6- 7, o Senhor intimou os israelitas a
repassar aos seus filhos, com toda a diligência, os princípios da Palavra de
Deus: “E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; E as
intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo
caminho, e deitando-te e levantando-te.” Observe que a orientação divina é que
a Palavra de Deus, deve ser ensinada primeiramente “em casa”. Na Bíblia
encontramos vários exemplos de pais que colocaram em prática esta exortação,
tais como: Adão, que certamente ensinou seus filhos a oferecerem sacrifícios ao
Senhor (Gn 4.3,4); Abraão (Gn 18.19); os pais de Moisés (Hb 11.24-27); os pais
de Gideão (Jz 6.13); Eunice e Lóide (2 Tm 3.15), dentre outros que
influenciaram na vida espiritual de seus filhos. O que poderia ser melhor do
que adorar a Deus e estudar a sua Palavra? Fazer isso em família! O culto
doméstico é imprescindível à estabilidade espiritual desta instituição, porque
é o momento em que todos se reúnem para juntos louvar ao Criador da família e
aprender como servi-lo.
IV – EVANGELIZANDO OS FAMILIARES E PARENTES NÃO CRENTES
Nem sempre o cristão tem a alegria de ter os seus familiares e parentes
convertidos. Há casos em que os pais são crentes e os filhos não; os filhos são
crentes e os pais não. Há outros casos em que o marido é crente e a esposa não
e vice versa, e há ainda os casos de parentes que não são cristãos. Nestes e em
outros exemplos, a Bíblia dá algumas orientações, a fim que o convívio seja
harmonioso e para que estes possam ser alcançados pelo Evangelho. Abaixo
destacaremos algumas estratégias que contribuem nessa evangelização:
4.1 - Evangelismo silencioso. Nem todo familiar e parente não crente, aceita de bom
grado a conversão de um dos membros da família. Muitas vezes existe
resistência, perseguição, sofrimentos e angústia dentro do lar e entre a parentela.
Isto fora profetizado por Jesus (Mt 10.34). No entanto, é preciso entender que
a melhor e mais eficaz forma de evangelizar nossos entes, é o nosso testemunho
pessoal(Mt 5.14,16; Jo 13. 34,35;2 Cor. 2.17; 3.2,3; Cl 2.6; 1 Jo 2.6). Se o
marido, por exemplo, resiste ouvir o evangelho, ele não deixará de ver o
testemunho vivido na prática por sua esposa, o que poderá resultar na sua
conversão “...para que também, se alguns não obedecem à palavra, pelo
procedimento [...] seja ganho sem palavra” (I Pe 3.1). O mesmo princípio se
aplica ao esposo não crente, aos filhos e toda a parentela.
4.2 - Evangelismo
sábio. De acordo com o Aurélio (2004, p. 1784) a palavra “sábio” significa:
“prudência, sensatez, reflexão”. É necessário sabedoria para evangelizarmos nossos
parentes, principalmente quando há diversidade religiosa (Tg 1.5; 3.17). Há
infelizmente aqueles que em vez de contribuírem para a conversão da família,
acabam atrapalhando. Devemos lembrar que a conversão é uma obra do Espírito que
revela ao homem o seu estado de pecado, e este no uso do seu livre arbítrio,
quando se arrepende é regenerado (Jo 3.5; 16.8).
4.3 - Evangelismo equilibrado.
De acordo com o Aurélio (2004, p. 1784) a palavra “equilíbrio” quer dizer:
“moderação, prudência, comedimento; autocontrole, autodomínio, controle”. O
autocontrole no grego “enkrateia”, é o “controle ou domínio sobre os impulsos”.
Esta virtude é um aspecto do fruto do Espírito também chamado de temperança e
domínio próprio (Gl 5.22), que capacita o crente a não revidar as retaliações
sofridas (Mt 5.39; Rm 12.17,21). Pedro orienta-nos sobre a forma como devemos
falar a cerca do que cremos (I Pe 3.15). Segundo ele, devemos dar razão da
nossa esperança com mansidão, reverência e piedade, pois o propósito não é
ganhar uma discussão, mas conduzir as almas para Cristo.
V – O PODER DA
INTERCESSÃO PELOS PARENTES
De acordo com o Aurélio (2004, p. 1118), a palavra
“interceder” significa: “pedir, rogar, suplicar (por outrem); intervir (a favor
de alguém ou de algo)”. No sentido bíblico do Novo Testamento é orar em favor
de outros, na direção e no poder do Espírito Santo. Na intercessão, o
intercessor põe-se diante de Deus no lugar da outra pessoa. Eis alguns
personagens bíblicos que intercederam pelos seus parentes e viram Deus livrá-los:
Abraão intercedeu por Ló (Gn 18.20-33; 19.12-16); Raabe rogou pela sua
parentela para que não fosse destruída com os demais habitantes de Jericó (Js
2.12- 14; 6.17); Jó intercedia pela saúde espiritual dos seus filhos (Jó
1.4,5); Neemias rogou pelo seu povo, quando soube da situação decadente deles
(Ne 1.1-11). Da mesma forma, devemos rogar a Deus pelos nossos entes queridos,
a fim de que venham ser alcançados pela imensurável graça divina (Tt 2.11).
CONCLUSÃO
É do interesse divino que a Sua Palavra seja semeada dentro dos lares
a fim de conduzir nossos parentes a Sua graça. Todavia, precisamos entender que
esse evangelismo precisa ser anunciado com testemunho pessoal, sabedoria e
equilíbrio, e ainda acompanhado de muita oração intercessória, a fim de que estes
tomem a decisão de seguir a Cristo.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Correa
de. Dicionário Teológico. CPAD.
BOYER, Orlando. Toda a Família: como
preservar a família em tempos de crise. CPAD.
CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de
Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 2. HAGNOS.
STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. CPAD.
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