terça-feira, 10 de maio de 2016

LIÇÃO 07 – A VIDA SEGUNDO O ESPÍRITO (Rm 8.1-17) - 2º TRIMESTRE DE 2016

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO 07 – A VIDA SEGUNDO O ESPÍRITO - 2º TRIMESTRE DE 2016 (Rm 8.1-17)

INTRODUÇÃO
Nesta lição, destacaremos a luz de Romanos oito, que embora estivéssemos condenados por causa do pecado, Deus mudou a nossa sorte, quando nos justificou; veremos também que o nosso comportamento depois de salvos, deve ser totalmente diferente da vida anterior; e, por fim, pontuaremos qual o papel do Espírito Santo na vida do pecador redimido, destacando as suas ministrações em seu favor.

I – A SITUAÇÃO DO HOMEM QUE FOI JUSTIFICADO
Por causa do pecado de Adão, além da culpa ter-nos sido imputada (Rm 3.23), herdamos a natureza pecaminosa, ou seja, a inclinação para o mal (Rm 7.18). A nossa situação espiritual parecia irremediável, mas não era (Rm 7.24,25). Principalmente, no capítulo oito da epístola aos Romanos, o apóstolo faz a seguinte declaração: “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus[...]” (Rm 8.1). Analisemos este versículo mais detalhadamente:

1.1 - O tempo (Rm 8.1-a). A expressão utilizada por Paulo no presente texto, mostra-nos uma mudança no tempo. Antes estávamos em pecado (Rm 5.12); destituídos da glória de Deus (Rm 3.23); condenados (Rm 5.16); e, mortos (Rm 6.23-a). Mas, “agora” a situação é totalmente diferente. Nossos pecados foram perdoados (I Jo 2.12); temos a esperança da glória (Rm 5.2-b); somos salvos (Rm 5.9,10; 8.24; I Co 1.18; Ef 2.5); e, temos vida (Jo 10.10; 5.24; Rm 6.4).

1.2 - A remoção da sentença (Rm 8.1-b). Paulo diz que antes estávamos sentenciados a condenação por causa do pecado (Rm 5.16,18). Mas, agora já que os nossos pecados foram perdoados “nenhuma condenação há”. Confira também (Jo 5.24). Aqueles que estão em Cristo não são condenados, porque Cristo foi condenado em lugar deles (Is 53.4-6; I Co 1.30). “A condenação do pecado, salvou os pecadores da condenação. Cristo foi feito pecado por nós (2 Co 5.21), e, assim, quando Ele foi condenado, o pecado foi condenado na carne de Cristo, condenado na natureza humana. Dessa forma, foi feita satisfação em relação a justiça divina e aberto um caminho para a salvação do pecador” (HENRY, 2008, p. 351).

1.3 O único meio de salvação (Rm 8.1-c; 8.3). Nenhum homem poderá desfrutar da salvação e das bençãos que a acompanham, senão for por intermédio de Cristo Jesus. Paulo nos diz que era impossível a Lei salvar o homem, visto que ela veio para revelar o pecado humano; e o homem por causa da sua natureza pecaminosa não podia atingir o padrão de justiça da Lei. Cristo, quando veio ao mundo, cumpriu toda a Lei e ainda sofreu a sentença do nosso pecado, em seu próprio corpo, tornando possível a nossa salvação. Portanto, Ele é o nosso Salvador (At 4.12; Fp 3.20; II Tm 1.10; Tt 1.4); Justificador (Rm 5.1; I Co 1.30); e, Santificador (I Co 1.30; I Co 6.11). Só em Cristo somos abençoados (Ef 1.3); eleitos (Ef 1.4); predestinados (Ef 1.5); nos tornamos agradáveis (Ef 1.6); e, fomos redimidos (Ef 1.7).

II – O COMPORTAMENTO DAQUELE QUE FOI JUSTIFICADO
“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm 8.1). Neste capítulo, o Espírito é contrastado com a carne. Nessa nova vida, os homens precisam viver de forma diferente do que viviam na antiga. Se antes costumavam praticar as obras da carne, agora, devem agir na vontade do Espírito de Deus. A expressão “andar” fala de procedimento, modo de vida, práticas, obras. Para o apóstolo, não basta dizer que está em Cristo, é preciso evidenciar isto, andando no Espírito. Vejamos na tabela abaixo, quais as consequências na vida daquele que anda na carne e daquele que anda no Espírito:

A INCLINAÇÃO DA CARNE
Gera morte (Rm 8.6-a)
Inimizade contra Deus (Rm 8.7)
Não agradar a Deus (Rm 8.8)

A INCLINAÇÃO DO ESPÍRITO
Gera vida (Rm 8.6-b)
Gera paz (Rm 8.6-c)
Não há condenação (Rm 8.1)

III – O PAPEL DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DO HOMEM JUSTIFICADO
O Espírito Santo é mencionado no AT como “Espírito” (Gn 1.2; Êx 31.3; Sl 104.30; Is 44.3; 37.14). Já no NT, onde se dá especificamente a dispensação do Espírito, Ele é mais citado como “Espírito Santo”, o que destaca seu principal ministério na igreja: santificar o crente. Essa distinção de ofício do Espírito Santo no Antigo e NT é claramente percebida em 2 Corintios 3.7,8. O versículo 8 assevera: “Como não será de maior glória o ministério do Espirito?”. Abaixo destacaremos algumas ministrações do Espírito Santo ao crente, baseado no capítulo oito da Epístola aos Romanos:

3.1 - O Espírito Santo habita (Rm 8.9). No AT, o Espírito agia entre o povo de Deus (Ag 2.5; Is 63.11-b), mas com o advento de Cristo e por sua mediação, o Espirito habita no crente, conforme profetizou nas Escrituras (Jr 31.31-34; cf. Hb 10.14-17; Ez 36.26-27). Este privilégio é também reafirmado em (I Co 3.16; 6.19; 2 Co 6.16; e Gl 4.6). A palavra “habitar” no grego “oikeõ” que significa: “ocupar uma casa”, isto é, no sentido figurado, “habitar”, “residir”, “permanecer” (PALAVRA-CHAVE, 2009, p. 2316 – acréscimo e negrito nosso). “É o Espírito quem aplica a obra da redenção em nós. Sem sua presença e ação, nenhum homem pode tornar-se um cristão. Passamos a pertencer a Cristo quando o Espírito habita e opera em nós” (LOPES, 2010, p. 286).

3.2 - O Espírito Santo liberta (Rm 8.2). Nos nossos membros, temos a lei do pecado, da qual não conseguimos por nossos próprias forças nos desvencilharmos (Rm 7.21-24). Todavia, por intermédio do Espírito, fomos libertos dessa escravidão. “Quando dependíamos de nós mesmos para atender às demandas da lei, vivíamos prisioneiros do pecado e caminhávamos para a morte; mas, agora, uma vez que o Espírito Santo habita em nós, saímos da masmorra do pecado e fomos libertados da sua tirania” (LOPES, 2010, p. 283).

3.3 - O Espírito Santo inclina (Rm 8.5). Segundo o Aurélio (2004, p. 285) a palavra “inclinação” significa: “disposição, tendência, propensão, pendor”. O apóstolo Paulo nos diz que, antes éramos inclinados para as coisas da carne, e a consequência deste pendor é a morte (Rm 8.6-a). No entanto, depois de justificados, nos tornamos habitação do Espírito e passamos a ser inclinados para as coisas do Espírito, a medida que nos submetemos diariamente à Sua vontade.

3.4 - O Espírito Santo vivifica (Rm 8.11). O Aurélio diz que a palavra “vivificar” significa: “dar vida ou existência a” (FERREIRA, 2004, p. 2071). “Por causa do pecado o homem é separado de Deus (Is 59.2), e o seu espírito está morto (Ef 2.1-3; Lc 15.32; Cl 2.13), sem poder para exercer a função de ser o meio de contato com Deus. Todavia, quando o pecador é justificado, o Espírito Santo lhe comunica vida, a vida de Deus, dando-lhe a certeza da salvação (Rm 8.16), a qual faz com que ele clame “Abba Pai” (Rm 8.15; Gl 4.16)” (BERGSTÉN, 1981, p. 20 – acréscimo nosso).

3.5 - O Espírito Santo mortifica (Rm 8.13). O homem mesmo justificado, ainda conta a presença do pecado em sua natureza humana. Ele não conseguirá vencê-la por suas próprias forças, senão pelo Espírito Santo “mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”. A velha natureza não irá prevalecer se andarmos no Espírito “Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne” (Gl 5.16). Isso exige um trabalho em parceria do homem com o Espírito (Cl 3.5). A nova maneira de viver se realiza no crente à medida que ele permite que o Espírito dirija e influencie sua vida de tal maneira que ele (o crente) subjugue o poder do pecado, especialmente as obras da carne, e ande em comunhão com Deus (Rm 8.5-14; 8.14; 2Co 6.6; Ef 4.2,3; 5.9; Cl 3.12-15; 2Pe 1.4-9).

3.6 - O Espírito Santo guia (Rm 8.14). A palavra “guiar” segundo Aurélio (2004, p. 1015) quer dizer: “servir de guia a; orientar; dirigir”. Jesus havia prometido que ia rogar ao Pai, que enviasse o Consolador para guiar os seus seguidores: “Mas, quando vier aquele, o Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade” (Jo 16.13-a). “Sermos guiados pelo Espirito de Deus é o mesmo que caminhar em conformidade com o Espirito Santo. Caminhar implica a participação ativa e
o esforço do cristão. Ser conduzido sublinha o lado passivo, a dependência submissa de cada cristão ao Espirito. Esses são filhos de Deus” (RADMACHER, 2010, p. 383).

3.7 - O Espírito Santo testifica (Rm 8.16). No presente versículo, Paulo nos diz que o Espírito Santo “testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus”. A palavra “testificar” segundo Aurélio (2004, p. 1943) significa: “afirmar, assegurar, comprovar, atestar”. “Esse testemunho é uma plena convicção produzida no crente pelo Espírito Santo de que Deus é o nosso Pai celeste e de que somos filhos de Deus. É, pois, um testemunho objetivo e subjetivo, da parte do Espírito Santo, concernente a nossa salvação em Cristo” (GILBERTO, 2008, p. 187). O apóstolo acrescenta ainda a informação de que “E, se nós somos filhos, somos logo herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo” (Rm 8.17-a).

3.8 - O Espírito intercede (Rm 8.26,27). Apesar de sermos salvos, ainda permanecemos na fraqueza do nosso atual corpo. Todavia, Paulo nos diz que o Espírito Santo está bem presente para nos ajudar. Frequentemente, por causa das nossas limitações, não sabemos quais são nossas reais necessidades. Queremos realizar a vontade de Deus, mas nem sequer sabemos orar conforme deveríamos. Então, o Espírito vem nos socorrer, intercedendo por nós com gemidos inexprimíveis.

CONCLUSÃO
A nossa condição de pecado parecia ser irremediável, todavia, Deus, por meio de Cristo assumiu a nossa culpa, e, assim, de condenados agora somos salvos. Deus também nos fez habitação do Seu Espírito, a fim de que fôssemos libertos do poder do pecado e pudéssemos viver segundo a Sua vontade.

REFERÊNCIAS
• BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. CPAD.
• CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática. CPAD.
• CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
• GILBERTO, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
• GREGO E HEBRAICO. Bíblia de Estudo Palavras- Chave: Hebraico e Grego. CPAD.
• HENRY, Matthew. Comentário Bíblico de Atos a Apocalipse. CPAD.
• LOPES, Hernandes dias. Comentário Exegético de Romanos. HAGNOS.
• RADMACHER, Earl D. O Novo Comentário Bíblico: Novo Testamento. CENTRAL GOSPEL.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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