Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
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LIÇÃO 09 – A VERDADEIRA SABEDORIA SE MANIFESTA NA PRÁTICA - 3º TRIM. 2014
(Tg 3.13-18)
INTRODUÇÃO
Nos dias de Tiago, muitos mestres se diziam sábios, mas, viviam em contendas, se auto gloriando e eram invejosos. Por isso, o apóstolo adverte que a verdadeira sabedoria não se manifesta, necessariamente, em discursos e palavras, mas, principalmente, em obras: “Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria” (Tg 3.13). Em outras palavras: aquele que é sábio não é invejoso e nem contencioso. Nesta lição veremos a definição de sabedoria; estudaremos o contraste entre a sabedoria que vem de Deus e a que vem do diabo; e, finalmente, a diferença entre o mestre que é carnal e o que é espiritual.
I – DEFINIÇÃO
O termo grego para sabedoria é “sophia” e significa “habilidade nas questões da vida”, “sabedoria prática”, “administração sábia e sensata” ou “uso correto do conhecimento” (Lc 21.15; At 6.3; 7.10; Cl 1.28; 3.16; 4.5). “A sabedoria é a capacidade espiritual de ver e avaliar nossa vida e conduta do ponto de vista de Deus. Inclui fazer escolhas acertadas e praticar as coisas certas de conformidade com a Palavra de Deus e na direção do Espírito Santo (STAMPS, 1995, p. 1926). “Ter sabedoria é pensar bem e agir bem em qualquer empreendimento realizado, seja secular ou espiritual” (CHAMPLIN, 2004, p. 7).
II – DOIS TIPOS DE SABEDORIA
No capítulo 3 de sua epístola, o apóstolo Tiago enumera dois tipos de sabedoria. Vejamos:
2.1 - A sabedoria que não vem do alto (Tg 3.15). Esta sabedoria não procede de Deus e possui três características principais: é terrena, animal e diabólica. É a sabedoria que produz maus frutos e não promovem a paz e a comunhão. Vejamos:
• É terrena. O termo deriva-se do grego “epigeios” e significa “da terra”, “terrestre”. É a sabedoria deste mundo, em contraste com a que procede do céu (Jo 3.12; I Co 1.20,21; Tg 1.5). É uma sabedoria limitada, egocêntrica, como a dos inimigos da cruz de Cristo, que só pensam nas coisas terrenas (Fp 3.19).
• É animal. Ou seja, não é espiritual. A palavra grega para animal é “psykikos” e é traduzida por natural em contraste com a sobrenatural ou espiritual (ICo 2.14; 15.44,46). É uma sabedoria totalmente à parte do Espírito de Deus.
• É diabólica. O termo grego é “daemon” e significa “demoníaca” ou “diabólica”. Essa foi a sabedoria usada pela serpente para enganar Eva, induzindo-a a querer ser igual a Deus e fazendo-a descrer de Deus para crer nas mentiras do diabo (Gn 3.1-5). O diabo tenta os homens de várias formas: pela cobiça (Lc 22.3); pelo ódio (Jo 8.44) e pelo engano e pela malícia (II Co 11.3).
2.2 - A sabedoria que vem do alto (Tg 3.17). “A verdadeira sabedoria vem de Deus, do alto, visto que ela é fruto de oração (Tg 1.5), ela é dom de Deus (Tg 1.17). Essa sabedoria está em Cristo: Ele é a nossa sabedoria (ICo 1.30). Em Jesus temos todos os tesouros da sabedoria (Cl 2.3). Essa sabedoria está na Palavra, visto que ela nos torna sábios para a salvação (2Tm 3.15). Ela nos é dada como resposta de oração” (Ef 1.17; Tg 1.5). (LOPES, 2006, p. 77)
É pura. A sabedoria de Deus é incontaminada, sem qualquer defeito moral e livre de impureza. O termo deriva-se de “hagnos” e pode ser traduzido por “limpo”, “puro”, “inocente”. A sabedoria que vem do alto não pode conduzir o homem ao pecado e impureza (Pv 2.7; 4.11).
É pacífica. A palavra deriva-se de dois termos gregos “eirene”, que significa “paz” e “poeiõ”, que quer dizer “fazer” e pode ser traduzida por “pacificador” ou “fazer a paz”. A sabedoria divina não é contenciosa, nem facciosa (Pv 3.17; Mt 5.9). Logo, aquele que é sábio não vive em contendas e dissenções (Tg 3.14).
É moderada. O termo grego traduzido por moderada é “piekes”, e significa: “cheio de consideração”, “gentil”, qualidades essas que os homens facciosos e ambiciosos não possuem (Tg 3.14,16). Essa característica da sabedoria do alto trata da atitude de não criar conflitos nem comprometer a verdade para manter a paz. •
É tratável. A palavra grega é eupeithes e significa “facilmente persuadido” ou “contrário de obstinado”. Essa
sabedoria é aberta à razão. É ser uma pessoa comunicável, de fácil acesso, que é capaz de mudar de opinião quando necessário (Fp 3.7).
É cheia de misericórdia. A palavra misericórdia significa lançar o coração na miséria do outro. É inclinar-se para socorrer o aflito e sentir ternura pelo necessitado e estender-lhe a mão, ainda que ele nada mereça. A
verdadeira sabedoria produz profundo sentimento de misericórdia no homem interior (Rm 12.30; Cl 2.12).
É cheia de bons frutos. A sabedoria de Deus é prática. Ela muda a vida e produz bons frutos para a glória de Deus. Nesse texto, os bons frutos tem o sentido de boas obras (Gl 5.22; Ef 5.8; Fp 1.11). Uma das principais características da epístola de Tiago é o ensino sobre a teoria e a prática. Ele já havia ensinado sobre a necessidade de ouvir e praticar a Palavra (Tg 1.19-27); e entre a fé e as obras (Tg 2.14-16). Agora ele fala da necessidade de demonstrar a sabedoria pelas obras (Tg 3.13-18).
É sem parcialidade. A palavra grega é adiákritos e significa “não dividido em julgamento”. Quando temos a sabedoria de Deus, julgamos conforme a verdade e não conforme a pressão ou conveniência (I Rs 3.16-8).
É sem hipocrisia. A palavra traduzida por hipocrisia é “anypokritos” e significa “sinceridade”, “sem fingimento”, “sem disfarce”, “não fingido”. O hipócrita é como um ator que representa um papel diferente ao da sua vida real. Onde existe a verdadeira sabedoria não há lugar para hipocrisia (Rm 12.9; II Co 6.6).
III - A DIFERENÇA ENTRE O MESTRE CARNAL E O ESPIRITUAL
“Quem dentre vós é sábio e inteligente?...” (Tg 3.13-a). Essa pergunta de Tiago evidencia que entre os membros da igreja do primeiro século a quem ele dirigiu esta epístola havia aqueles que se consideravam mestres e sábios, mas, suas obras não demonstravam a prática da sabedoria. Por isso, o apóstolos os exorta a demonstrarem sua “sabedoria” pelo seu proceder “...mostre, pelo seu bom trato, as suas obras em mansidão de sabedoria?” (Tg 3.13-b). Para Tiago, o mestre carnal difere do espiritual a partir dos seus frutos, conforme destacaremos abaixo:
O MESTRE CARNAL (TG 3.14-16)
a) É invejoso. Considera os outros mestres como inimigos que têm que ser aniquilados e não como amigos que devem ser persuadidos. A inveja é obra da carne (I Co 3.3; Gl 5.16-21).
b) Promove facção. Está mais disposto a dividir, atraindo discípulos para si, do que para Cristo. Este era um dos problemas da igreja de Corinto (I Co 1.11-13; 3.1-4).
c) Auto gloria-se. Toda sua atitude é orgulhar-se de seu próprio conhecimento, antes, que humilhar-se por sua ignorância. A Bíblia ensina que ninguém deve gloria-se, a não ser em conhecer ao Senhor (I Co 1.29,31; II Co 10.17).
d) É mentiroso. Está mais interessado em exibir-se a si mesmo do que mostrar a verdade. A mentira é um mal que não deve existir no meio do povo de Deus (Jo 8.44; Ef 4.25).
O MESTRE ESPIRITUAL (TG 3.13;17-18)
a) É moderado. Trata os outros mestres como superiores a ele, tendo-os em máxima consideração. A Palavra de Deus nos diz que devemos considerar os outros como superiores a nós mesmos (Fp 2.3).
b) Promove unidade. Empenha-se ao ensino com o objetivo de unir, conduzindo as pessoas a Cristo. A comunhão é uma característica do povo de Deus (At 2.42; Ef 4.1-6).
c) É humilde. O verdadeiro erudito está muito mais consciente daquilo que não sabe, do que aquilo que já aprendeu. Sabedoria e humildade são duas virtudes que devem andar juntas (Pv 11.2; Jr 9.23).
d) Fala a verdade. Tem maior interesse na verdade do que em suas próprias opiniões. A Bíblia nos exorta a falar sempre a verdade (Ef 4.15; 6.14).
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, a verdadeira sabedoria não deve ser demonstrada por discursos e palavras, e sim, pelas ações. Alguém que se diz sábio e inteligente e vive em contendas, invejas e auto glorificação, não pode ter a sabedoria de Deus, e sim, a que é terrena e diabólica. A verdadeira sabedoria consiste em viver de acordo com os preceitos divinos e é pura, pacífica, cheia de misericórdia e de bons frutos. Assim, podemos identificar os verdadeiros e falsos mestres pelas suas obras, assim como podemos identificar as árvores pelos seus frutos.
REFERÊNCIAS
• Bíblia de Estudo Palavras Chave. CPAD.
• CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
• CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. HAGNOS.
• COELHO, Alexandre; DANIEL, Silas. Fé & Obras. CPAD.
• LOPES, Hernandes Dias. Tiago - transformando provas em triunfo. HAGNOS.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Fonte: www.rbc1.com.br
Fonte: www.rbc1.com.br
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