terça-feira, 8 de julho de 2014

LIÇÃO 02 – O PROPÓSITO DA TENTAÇÃO (Tg 1.2-4, 12-15) - 3º Trimestre de 2014

Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
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LIÇÃO 02 – O PROPÓSITO DA TENTAÇÃO (Tg 1.2-4, 12-15)
3º Trimestre de 2014

INTRODUÇÃO
Veremos nesta lição as definições das palavras provação e tentação, analisaremos as diferenças entre ambas e estudaremos os canais que “provocam” tanto uma como a outra. Perceberemos também, que em português utilizamos duas palavras diferentes: “provação e tentação”, mas no original grego o termo é o mesmo. Por fim, concluiremos vendo o que a Bíblia nos diz para suportarmos as provações e também como vencermos as tentações que nos sobrevém.

I DEFINIÇÕES DAS PALAVRAS TENTAÇÃO E PROVAÇÃO
Os termos empregados na Bíblia para tentação e provação são no hebraico “massah” e no grego “peirasmos” que significam respectivamente: “prova, provação, teste da fé, juízo”. Já o verbo correspondente, “peirazein” é traduzido por “tentação dirigida para um fim proveitoso”, em alusão as tentações com propósitos e efeitos benéficos (Lc 4.1-11). A expressão pode estar também relacionada ao conflito moral, isto é, a uma incitação aos desejos da carne, ou seja, o ato de pecar (VINE, 2002, p.1014 – grifo e acréscimo nosso). A idéia não é nos seduzir para que peca, mas sim para nos fortalecer, nos purificar e nos provar. (BARCLAY, sd. p. 52). Assim, a palavra “peirasmos” tem dois significados em Tiago que são: "adversidades externas, provações, processo de testar, provar", no versículo 2. Já nos versículos 13 e 14 ela significa "impulso íntimo para o mal, tentação" (MOODY, sd, p. 5). Logo, A palavra pode ter conotação tanto positiva quanto negativa, dependendo do contexto (ver Sl 95.8; Mt 6.13; Lc 8.13; 11.4; Gl 4.14; Ap. 3.10)

II – A DIFERENÇA ENTRE A PROVAÇÃO E A TENTAÇÃO 

2.1 O ASPECTO POSITIVO – A Provação. 
Havia uma grande necessidade de Tiago nos tempos da Igreja primitiva trazer um ensinamento sobre os sofrimentos por causa das sucessivas ondas de perseguição (At 8.13; 5.17,18,40; 7.59). “Meus amados irmãos, considerai motivo de júbilo o fato de passardes por diversas provações” (Tg 1.2 – Bíblia King James). O fruto da provação é a perseverança do grego “hypomone” (MOODY, sd, p. 5). O próprio Jesus disse: “...no mundo tereis aflições...” (Jo 16.33); e, o apóstolo Paulo sabia muito bem o que era padecer, pois enfrentou diversas aflições e tribulações (II Co 11.23-29). Mas, ele tinha a convicção que, em meio às aflições, podia contar com o consolo divino. Por isso, ele diz: “Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos” (II Co 4.8,9). Ainda disse: “...para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação...” (II Co 1.4b). Nossas angústias têm um propósito, e nossas feridas tornam-se fontes de consolo: “... com a consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus” (II Co 1.4c). A Bíblia mostra que Deus nos consola em toda a nossa tribulação (II Co1.4a). A palavra “consolar” aqui é “paraklesis” e significa “colocar-se ao lado de uma pessoa, encorajando-a e ajudando-a em tempos de aflições”.

2.2 O ASPECTO NEGATIVO – A Tentação. 
No aspecto negativo, a tentação é totalmente diferente da provação. Enquanto àquela visa o aperfeiçoamento e o crescimento do crente, esta, visa a queda, destruição e o afastamento de Deus. É importante lembrar que este tipo de tentação jamais tem origem em Deus, mas no próprio homem (Tg 1.13; 2Pe 2.9). Quando o desejo do mal se levanta na mente, não pára aí. A cobiça dá à luz o pecado, e o pecado produz a morte. "A morte é assim o produto amadurecido ou terminado do pecado" (MOFFATT, apud MOODY, p. 7). A morte aqui é a morte espiritual em contraste com a vida que Deus dá àqueles que o amam (Tg 1.12). O ponto que o apóstolo Tiago quer explicar é que Deus, em vez de ser a fonte da tentação (do mal), como alguns estavam defendendo, ELE é a fonte de todo o bem na experiência dos homens. “Devemos considerar que todo mal procede de nós e que todo bem vem de Deus” (HENRY, sd, p.1).

III – O CANAL DA PROVAÇÃO
É Deus quem permite o sofrimento na vida de seus filhos e podemos dizer que é o responsável pelas nossas provações (Tg 1.3; 1Pe 1.7; 4.12-14). “Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo” (II Co 1.5). Paulo ainda diz: “Regozijome agora no que padeço por vós, e na minha carne cumpro o resto das aflições de Cristo, pelo seu corpo, que é a igreja” (Cl 1.24). O apóstolo já havia suportado muitas provações e sofrimento (At 13.45; 14.5; 14.19,20; 16.22,23). Por isso, ele tinha convicção que é Deus que nos livra no sofrimento e nos socorre. “Mas, se somos atribulados, é para o vosso conforto e salvação...” (II Co 1.6). Não estamos isentos do sofrimento, mas temos a convicção do consolo divino. “A nossa esperança a respeito de vós está firme, sabendo que como sois participantes dos sofrimentos, assim o sereis da consolação” (II Co 1.7). Por isso ele ainda diz “Grande é a ousadia da minha fala para convosco, e grande a minha jactância a respeito de vós; estou cheio de consolação; transbordo de gozo em todas as nossas tribulações” (II Co 7.4). A provação deve até ser acolhida com prazer (Rm 5.3). Tais provações têm algumas finalidades. São elas:
1 - Mostrar ao homem a sua própria fraqueza e conscientizá-lo de sua dependência divina (Dt 8.3,16);  
2 - Aperfeiçoar o seu caráter (Is 48.10);
3 - Aprofundar o seu conhecimento em relação a Deus (Jó 42.5);
4 - Conceder-lhe experiências (Rm 5.3; II Co 1.3); 
5 - Provar e aperfeiçoar a sua fé (I Pe 1.7); 
6 - Corrigir os erros cometidos (Sl 119.67,71; Dt 8.5; Hb 12.6). 

IV - OS CANAIS DA TENTAÇÃO 
Em Tiago nos versos 12 e 13 o apóstolo fala sobre as provações internas, isto é, as tentações. A palavra tentação na versão Almeida e Corrigida carrega a ideia de seduzir ao pecado. Tiago provavelmente tinha em mente a doutrina judia do “Yetzer ha ra'”, que é o "impulso do mal". “Alguns judeus arrazoavam que tendo Deus criado tudo, devia também ter criado o impulso do mal, e considerando que é o impulso do mal que tenta o homem ao pecado. Em última análise é Deus que o criou, e por isso é o autor e responsável pelo mal”(BARCLAY, sd. p. 52). Tiago aqui REFUTA essa ideia afirmando que “Deus não pode ser tentado pelo mal, e ele mesmo a ninguém tenta”. Em vez de acusar Deus pelo mal, o homem deve assumir a responsabilidade pessoal dos seus pecados. É a sua própria cobiça que o atrai e o seduz (Tg 1.14,15). Vejamos os agentes da tentação: 4.1 O Diabo. Do grego “diablos”, é o principal agente da tentação (Mt 4.3; Lc 4.13; 1Ts 3.5). Logo nos primeiros capítulos da Bíblia vemos ele tentando os nossos primeiros pais (Gn 3. 1-7). Em Mt 4.3 vemo-lo tentando a Cristo. Paulo escrevendo aos Tessalonicenses diz: “temendo que o tentador vos tentasse” (I Ts 3.5). Aos coríntios escreveu dizendo que: “temia que eles fossem enganados pela serpente” (II Co 11.3); Pedro diz que o tentador “anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (I Pe 5.8). 4.2 A carne. Do grego “sarx”, refere-se a natureza caída, as paixões, os desejos e apetites desordenados que reinam em nossa natureza (I Co 10.13; Tg 1.14,15). Podemos dizer que a carne é o mais perigoso de todos os inimigos. Pois, enquanto os demais são externos, este inimigo reside em nós mesmos. “Cada um, porém, é tentado pelo PRÓPRIO MAU desejo, sendo por esse iludido e arrastado. Em seguida, esse desejo, tendo concebido, faz nascer o pecado, e o pecado, após ter se consumado, gera a morte” (Tg 1.14,15 – Bíblia King James). 4.3 O mundo. Do grego “aion”. Escrevendo a Tito, Paulo disse que a graça de Deus nos ensina a renunciar as paixões mundanas (Tt 2.12). Sendo assim, podemos dizer que o mundo também é um agente da tentação (I Jo 2.15-17). 

- COMO VENCER AS TENTAÇÕES 
Todo servo de Deus deve saber que não há tentação invencível. Por duas razões dizemos isto: A primeira é que Jesus venceu todos os nossos inimigos e nos garante a vitória (Jo 16.33; Cl 2.15). A segunda é que quando somos tentados, Deus sempre nos dá um escape “Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar” (1Co 10.13). Deus não ignora nossa estrutura, mas se lembra que somos pó (Sl 103.14), por isto o nosso socorro é garantido pela compaixão do nosso Deus (Hb 4.15; 2.18). 

VI - MEIOS PARA VENCER AS TENTAÇÕES 
Orando e vigiando (Mt 26.41); Renunciando a si m Tomando toda a armadura de Deus esmo (Ef 6.1018); Refugiando (Gn 39.712); Evitando a ociosidadese em Jesus (II Sm 11.1,2; II Pe 1.810); Sujeitando (Hb 2.18); Evitando tudo que possa levar a tentação se a Deus (Pv 27.12; 1Ts 5.22); Resistindo ao (Tg 4.7a); Lendo e meditando na Palavra de Deus Diabo (Js 1.7,8) (Tg 4.7b); Andar em Espírito Estando cheio do Espírito Santo (Gl 5:16); e ocupar a mente com o que é santo Viver uma vida de santidade (Ef 5.18) (Ef 4:22 (Fp 4.8; Cl. 3.2)5:1;1 Ts 5:23; 1Pe 1:16); A mando a Deus e ao próximo (1 Cor 13; Col 3; 1217; 1 Jo 4:7,8); Manifestando o fruto do Espírito 5,16; Gl 5:22,23; Ef 2:10).

CONCLUSÃO (Jo 15.1) Tiago nunca sugeriu aos crentes que o cristianismo seria um caminho fácil. Pelo contrário, adverte-os que se encontrariam envoltos em “várias provações” (Tg 1.2). Assim somos, sabemos que enfrentaremos muitas “provas e tentações”, porém de todas nos livrará o Senhor da glória. Amém! 

REFERÊNCIAS 
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS. MOODY, D. L. Comentário Biblico de Tiago. PDF HENRY, Matthew. Comentário Biblico de Tiago. PDF BARCLAY, William. Comentário Biblico de Tiago. PDF 

Fonte: www.rbc1.com.br

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