domingo, 13 de dezembro de 2020

LIÇÃO 12 – QUANDO DEUS SE REVELA AO HOMEM – (Jó 38.1-4; 39.1-6; 40.15-18,24; 41.1-3) 4º TRIMESTRE DE 2020

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco

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LIÇÃO 12 – QUANDO DEUS SE REVELA AO HOMEM – (Jó 38.1-4; 39.1-6; 40.15-18,24; 41.1-3)

4º TRIMESTRE DE 2020


INTRODUÇÃO

Nesta lição veremos a definição etimológica da palavra “revelação”; pontuaremos como Deus se revela ao homem; notaremos os aspectos da revelação geral e especial; e por fim; estudaremos porque Deus se revela ao homem.

I – DEFINIÇÃO DO TERMO REVELAÇÃO NA BÍBLIA

1.1 - Conceito etimológico da palavra revelação. O hebraico bíblico possui diversas palavras que correspondem ao termo revelação na língua portuguesa. Contudo, o vocábulo “gālâ”, isto é, “descobr”, é usado com o significado de “desnudarse ou revelar-se" (Gn 35.7). A Septuaginta (versão grega do AT) traduz o vocábulo na passagem citada por “epephánē”, que significa: “manifestação, aparição, revelação”. O grego ainda emprega a palavra “apokalypsis” com o sentido de “revelar, tirar o véu ou desvendar” (Lc 2.32). Em seu aspecto geral ou particular, revelação sempre estará atrelada aos conceitos de “manifestar, tornar claro, tirar o véu, dar a conhecer” (Rm 16.25). Por conseguinte, a doutrina da revelação de Deus nas Escrituras descreve a comunicação, revelação e manifestação sobrenaturais de Deus ao homem, revelando sua mensagem, propósitos e decretos (VINE; UNGER; WHITE JR., 2002, p. 952).

II – COMO DEUS SE REVELA AO HOMEM

Chamamos de revelação os meios pelos quais Deus se fez conhecido. A palavra “revelar” tem o sentido de “tirar o véu”. Portanto, tudo o que conhecemos sobre Deus foi porque Ele revelou-se aos homens. Vejamos, então, as duas principais revelações de Deus:

2.1 - A revelação geral. Foi a maneira que Deus se fez conhecido a todas as criaturas inteligentes, de modo geral e acessível a todo ser humano. Ela é encontrada na natureza, na história, na experiência pessoal e na consciência.

• A revelação de Deus na natureza. A natureza, chamada de “revelação não verbal” bem como toda a criação, revela, não apenas a existência de Deus, mas também seu poder, sua sabedoria e bondade para com os homens (Gn 1.31; Is 40.28; 42.5; 45.18; Mc 13.19; Ef 3.9; Cl 1.16; Hb 1.2; Ap 10.6). O salmista disse: “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1); e, o apóstolo Paulo diz aos romanos: “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entende, e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Rm 1.18-20; 2.15; ver ainda Sl 19.1; At 14.17);

• A Revelação de Deus na história. A Bíblia revela claramente como Deus intervém na História, pois Ele é soberano, e tem o poder sobre os filhos dos homens (Dn 5.21). Ele empobrece e enriquece; abate e exalta a quem quer (1Sm 2.7). Como disse o profeta Daniel ao rei Nabucodonosor: “E ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos” (Dn 2.21);

• A revelação de Deus através da experiência pessoal. A Bíblia registra diversos exemplos de pessoas que puderam desfrutar de uma profunda comunhão com o Senhor, como Enoque e Noé (Gn 5.21,24; 6.9), que “andaram” com Deus; como Adão, Abraão, Isaque, Jacó, e tantos outros, que falaram com Ele (Gn 3.8; 12.1-3; 26.24; 28.13); e, principalmente Moisés, que o Senhor lhe falava “cara a cara” (Nm 12.8). No entanto, devemos entender que esta revelação não está restrita aos tempos bíblicos, pois ainda hoje, é possível desfrutar de uma comunhão íntima e pessoal com o Senhor (Tg 4.8);

• A revelação de Deus na consciência do homem. O homem dispõe de natureza moral, isto é, a sua vida é regulada por conceitos do bem e do mal. Ele reconhece que há um caminho reto que deve seguir e um caminho errado que deve evitar. Esse conhecimento chama-se "consciência". Ao fazer o bem, a consciência o aprova; ao fazer o mal, ela o condena. Vejamos o que o apóstolo Paulo diz sobre este assunto: “Porque, quando os gentios, que não têm lei, fazem naturalmente as coisas que são da lei, não tendo eles lei, para si mesmos são lei; Os quais mostram a obra da lei escrita em seus corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-os, quer defendendo-os” (Rm 2.14,15). Mas, quem criou esses dois conceitos do bem e do mal? Deus, o Justo Legislador!

2.2 - A revelação especial. Chamamos de “revelação especial” a maneira que Deus se fez conhecido em momentos especiais e a povos específicos. Este tipo de revelação ocorreu através da Bíblia, do Espírito Santo, e, principalmente, através de Jesus. Vejamos:

• A revelação de Deus através das Escrituras. A Bíblia é a revelação escrita de Deus aos homens. Através dela Ele se fez conhecido e revela a sua vontade para com a humanidade. É por isso que ela é chamada de Palavra de Deus (Pv 30.5; Lc 4.4; At 4.31; Hb 4.12); os profetas podiam dizer: “Assim diz o Senhor” (Is 43.1; Jr 4.3,27; Ez 5.5); e, o Senhor Jesus disse: “A tua palavra é a verdade” (Jo 17.17) e “a Escritura não pode falhar” (Jo 10.35);

• A revelação de Deus através do Espírito Santo. O Espírito Santo quando Jesus ressuscitou e voltou para o céu, ele enviou o Espírito Santo para ensinar cada crente pessoalmente. O Espírito Santo nos revela Deus diretamente, nos capacitando para entender e aplicar a Bíblia em nossas vidas (Jo 14.15-17, 26). O Espírito Santo nos revela a mente de Deus e como Ele vê o mundo (1Co 2.11-12). Através do Espírito Santo, Deus também pode falar diretamente ao crente, se revelar em sonhos ou visões, ou fazer milagres em sua vida. O Espírito Santo revela Deus em ação, hoje.

• A revelação de Deus através de Jesus Cristo. O Senhor Jesus é a mais perfeita revelação de Deus aos homens. Ele mesmo disse: “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo 14.9). E, o escritor aos Hebreus disse: “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho” (Hb 1.1). Em suas epístolas, o apóstolo Paulo diz que Ele é a imagem do Deus invisível (Cl 1.15), e nEle habita toda plenitude da divindade (Cl 2.9). Por isso, seu nome é Emanuel, que traduzido é: “Deus conosco” (Is 7.14; Mt 1.23).

III – PORQUE DEUS SE REVELA AO HOMEM

A Bíblia nos mostra que Deus é um ser que se dá a conhecer e se comunica com o homem (Gn 1.29; 3.3; 6.13; 12.1-3; Êx 3.14). O Deus verdadeiro sempre quis, e quer ser conhecido do ser humano, de forma pessoal, para demonstrar seu amor, cuidado e salvação. Eis algumas razões porque Deus se revela e se dá a conhecer ao homem:

3.1 - Deus se revela para se dar a conhecer. O Deus apresentado nas Escrituras Sagradas não tem prazer em se envolver num jogo de “esconde-esconde” com os seus filhos. Um dos propósitos da “auto-revelação” de Deus é se fazer conhecido. Ele quer que saibamos mais a respeito da sua pessoa, da sua vontade para a nossa vida, dos seus propósitos para o seu povo e dos seus atributos (Jr 9.24; 24.7; Ez 20.5). A vida eterna que recebemos consiste no conhecimento que temos dele (Jo 17.3) e por sua vez, a morte é exatamente o resultado do desconhecimento (Os 4.6).

3.2 - Deus se revela para relacionar-se. Um dos objetivos de Deus ao se fazer conhecido é estabelecer um relacionamento com o seu povo (Êx 6.7; Lv 26.12; Jr 7.23; 11.4; 30.22; 32.38; 2Co 6.16; Hb 8.10; Ap 21.3). A Bíblia não apresenta um Deus impessoal, pelo contrário, ele é “tripessoal”. Desde o início da criação vemos a iniciativa de Deus em desenvolver um relacionamento (Gn 3.8). Deus deseja se revelar ao ser humano (Jr 29.13; 33.3; Mt 6.6; Tg 4.8).

3.3 - Deus se revela para ser glorificado. Por fim, podemos mencionar também como propósito da revelação de Deus o objetivo de ser glorificado. Deus se manifesta aos seus filhos proporcionando-lhes o conhecimento a respeito de si e se relacionando com eles. Esses, em atitude de reconhecimento, respondem glorificando-o (Sl 104.24).

3.4 - Deus se revela para mostra que é vivo. Diferente dos ídolos mudos que muitos de nós antes reverenciávamos, agora servimos ao Deus que fala (Gn 12.1; Êx 3.4; Lv 1.1; Dt 34.4; 1Ts 1.9). Ele é um Deus vivo (1Sm 17.36; Is 37.17; Jr 10.10; Dn 6.26). É deste Deus que a alma humana tem sede (Sl 42.2; 84.2).

CONCLUSÃO

Nesta lição mostramos como Deus se revela ao homem de uma maneira maravilhosa. O que Jó tanto desejava finalmente aconteceu: o encontro com Deus. Este se revelou a Jó não para recriminá-lo, mas para revelar-lhe o quão imperfeito ele era e o quanto conhecia pouco acerca da majestade divina. O Criador mostrou a Jó que, apesar de seu silêncio, Ele sempre esteve presente e no controle de todos os acontecimentos.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.

GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.

HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.

STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

VINE, W. E; UNGER, M. F; WHITE, W. JR. Dicionário Vine. CPAD.

HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento: Jó a Cantares de Salomão. CPAD.

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