Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
05 – AMANDO E RESGATANDO A PESSOA DESGARRADA - (Lc 15.3-10)
4º TRIMESTRE DE 2018
INTRODUÇÃO
Nesta
lição estudaremos duas das parábolas mais conhecidas registradas no Evangelho
escrito por Lucas; pontuaremos também algumas de suas principais
características, para melhor compreensão de sua mensagem; e por fim, veremos
qual a devida aplicação dessa mensagem para a igreja atual.
I
– A PARÁBOLA DA OVELHA PERDIDA
Nenhum
outro capítulo do Novo Testamento é tão conhecido e tão querido como o décimo
quinto de Lucas, de modo a ser chamado de: “o evangelho no evangelho” (BARCLAY,
sd, p. 174). A história da ovelha perdida que nesse capítulo está registrada,
tem um paralelo em Mateus 18.10-14, cujo contexto focaliza no desejo do Pai
celestial de que: “Assim, também, não é vontade de vosso Pai, que está nos
céus, que um destes pequeninos se perca” (Mt 18.14). Em Lucas, o foco está na
ação graciosa de Deus que vai em busca do perdido, no arrependimento como o
caminho de volta do pecador ao pai e a sua respectiva aceitação (Lc
15.7,10,18,19,21). Vejamos ainda algumas considerações sobre esta parábola:
1.1
- A motivação do anúncio da parábola. O fato de Cristo ser procurado pelos
publicanos e pecadores (Lc 15.1), bem como a Sua atitude de em recebê-los
comendo com eles (Lc 15.2), resultou na murmuração dos fariseus e escribas. O
ódio desses religiosos pelos publicanos e pecadores é bem conhecido nas
Escrituras (Mt 9.10,11; Mc 2.15,16; Mt 18.9-11). Eles sentiam que qualquer um
que se associasse com estas pessoas desprezadas, o fazia por ter o mesmo caráter.
Diante disso, o Senhor Jesus passa a ilustrar e consequentemente justificar o
porque de sua atitude amorosa, e qual o sentimento que deveria existir nos
fariseus e escribas em relação a estas pessoas.
1.2
- O objetivo da parábola. Os fariseus e escribas reputavam aos publicanos e
pecadores como pessoas indignas do amor de Deus. Os publicanos (cobradores de
impostos) não eram tidos em alta estima, porque não somente auxiliavam os
romanos que subjugava os judeus, mas também enriqueciam ilicitamente as custas
de seus patrícios (Lc 19.2,8). Já os pecadores eram assim chamados porque não
interpretavam a Lei como os escribas e fariseus ou exerciam profissões pouco
honrosas. Para corrigir a visão distorcida daqueles em relação aos pecadores,
Jesus conta neste capítulo três parábolas (ovelha e moeda perdida e do filho
pródigo) que expressam o grande amor de Deus pelos perdidos, mostrando que
estes são amados e podem ser aceitos pelo Senhor mediante o arrependimento (Lc
15.7,10,32).
1.3
- Personagens da parábola. A figura usada por Jesus nessa parábola é algo muito
comum para seus ouvintes, é provável que enquanto ele a contava, era possível
ver naquela região de forma muito familiar os pastores cuidando de suas
ovelhas. A ovelha da história perdeu-se por irracionalidade. Esses animais têm
a tendência de se desencaminhar, por isso precisam de um pastor (Is 53.6; 1Pe
2.25). A imagem do pastor e as ovelhas é muito comum desde o AT para ilustrar o
cuidado de Deus para com os seres humanos (Sl 23.1; Jr 23.1-4; Is 40.11; Ez
34.11-16; 37.24).
II
– A PARÁBOLA DA DRACMA PERDIDA
As
narrativas desse capítulo podem também ser chamadas de: “As Parábolas dos
Quatro Verbos – Perder, Procurar, Encontrar, Regozijar-se”. Esses quatro verbos
certamente resumem a dinâmica do texto. A mensagem central desta parábola é a
mesma da ovelha perdida, e a respeito da parábola da dracma perdida, pontuamos
duas informações adicionais:
2.1
- Estrutura da parábola. As duas parábolas iniciais desse capítulo possuem uma
estrutura semelhante:
(a)
uma breve indicação dos personagens: “Que homem dentre vós […]” (Lc 15.4-a),
“Ou qual a mulher […]” (Lc 15.8-a);
(b)
uma declaração da perda: “[…] perdendo uma delas [ovelha]” (Lc 15.4-b), “[…] se
perder uma dracma” (Lc 15.8-b);
(c)
uma pergunta retórica: “[…] e não vai após a perdida até que venha a achá-la?”
(Lc 15.4-c), “[…] e busca com diligência até a achar?” (Lc 15.8-c);
(d)
uma reação: “E achando-a [ovelha], a põe sobre os seus ombros, cheio de júbilo
[…]” (Lc 15.5), “E achando-a, […] alegrai-vos comigo, porque já achei a dracma
perdida” (Lc 15.9); e,
(e)
uma afirmação conclusiva: “[…] assim haverá alegria no céu por um pecador que
se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de
arrependimento” (Lc 15.7), “Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de
Deus por um pecador que se arrepende” (Lc 15.10).
2.2
- Propósito da parábola. Esta parábola da dracma perdida repete o significado
da primeira, no entanto, com uma ilustração diferente. A ovelha perdeu-se por
não ter racionalidade, mas a moeda foi perdida por causa do descuido de alguém.
A moeda perdida deveria estar com as outras nove, a intensa busca da mulher em
procurar a dracma, expressa a intensidade da preocupação de Deus para recuperar
os perdidos (Lc 19.10: Jo 10.16). Logo, há mais alegria no céu por um pecador
encontrado: “Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se
arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”
(Lc 15.7), isso não quer dizer no entanto, que os justos não sejam amados, pois
estes estão seguros condicionalmente no aprisco (Lc 15.4; Jo 10.28,29); mas,
que a alegria nesse contexto está reservada para aqueles que são encontrados
depois que estiveram perdidos, e é isso que é peculiar sobre esta apresentação
do Reino de Deus nessa parábola (NEALE, 2015, pp. 168,169 – acréscimo nosso).
III
– A PARÁBOLA DA OVELHA E DA DRACMA PERDIDA E SUA APLICAÇÃO PARA A IGREJA
Um
notável traço das parábolas é o fato de retratarem a realidade espiritual do
ser humano, como também o caráter e a obra de Cristo, e por inferência o papel
da igreja no Reino de Deus. Notemos algumas dessas verdades:
3.1
- A necessidade do homem perdido. Tudo o que Deus criou, o fez perfeitamente
(Gn 1.31; Ec 7.29). Contudo, por causa do mal uso do livre-arbítrio, o pecado
teve o seu lugar na humanidade, manchando (não destruindo) a imagem de Deus
(imago Dei) no homem. Em Efésios 2.3 diz o apóstolo Paulo que os efésios eram:
“por natureza” filhos da ira, como também os demais”. Nesta passagem a
expressão “por natureza” indica uma coisa inata e original, em distinção
daquilo que é adquirido (Is 53.6). Então, o pecado é uma coisa da própria
natureza humana, da qual participam todos os homens e que os fazem culpados
diante de Deus (Is 59.16; Rm 5.12-14), por isso, que todos os homens se acham
sob condenação e necessitam da redenção (BERKHOF, 2000, p. 235).
3.2
- O amor de Deus pelos perdidos. As parábolas deste capítulo ilustram a
consideração de Deus pelos perdidos. Essa narrativa nos dá um quadro
impressionante da própria missão de Jesus na terra. Ele veio em busca das
ovelhas perdidas, este foi o seu objetivo por todos os lugares onde passou (Mt
9.36; 14.14; Lc 19.10: Jo 4.4). Em cada caso aquele que estava perdido era
considerado precioso, valia a pena buscá-los, e também valia a pena se alegrar
quando eram encontrados. Jesus estava dizendo que Deus procura os pecadores
perdidos! Não é de se admirar que os escribas e fariseus tivessem ficado
ofendidos, pois em sua teologia legalista não havia lugar para um Deus desse
tipo. Haviam esquecido que Deus procurou Adão e Eva quando pecaram e se
esconderam dele (Gn 3.8,9). Apesar de seu suposto conhecimento das Escrituras,
os escribas e fariseus se esqueceram que Deus é como um Pai que se compadece de
seus filhos rebeldes (Sl 103.8-14).
3.3
- A ação de Deus pelos perdidos. Devido à pecaminosidade do homem, este estava
destinado a condenação eterna (Jo 3.18; Rm 3.23; Ef 2.3). Mas, apesar dessa
condição, Deus por Sua graça e misericórdia (Ef 2.4,5) estabeleceu um projeto
salvífico para resgatar o homem (Gn 3.15; Jo 3.16; Ap 13.8). O projeto de
restauração do homem, tem como fonte a pessoa de Deus (Is 45.22; Tt 2.11). Na
condição de pecador, o homem jamais por si só produziria a sua salvação (Rm
3.10,11; Tt 3.5), por essa razão vemos partindo sempre de Deus a iniciativa de
resgatar o homem (Gn 3.9;15,21). A Bíblia diz que: “Deus amou”; “Deus deu”;
“Deus enviou” (Jo 3.16,17). Paulo diz ainda que: “[…] a graça de Deus se
manifestou […] (Tt 2.11); e que: “tudo isto provém de Deus” (2Co 5.18-a). Deus,
por Sua maravilhosa graça decidiu soberanamente salvar o homem caído em pecado,
por meio de Jesus Cristo: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo
[…]” (2Co 5.19), esperando do homem em resposta a essa graça, arrependimento e
fé (Mc 1.15; At 2.38; 3.19; 2 Co 7.10; Mc 16.16; Rm 10.9; Ef 2.8).
3.4
- A igreja e a busca pelos perdidos. Segundo Horton (2006, pp. 299,300), “a
Igreja é uma comunidade formada por Cristo em benefício do mundo. Cristo
entregou-se em favor da Igreja, e então a revestiu com o poder do dom do
Espírito Santo a fim de que ela pudesse cumprir o plano e propósito de Deus”.
Uma igreja que não tem a sensibilidade de ir em busca dos perdidos, está
perdida em si mesma, visto que um dos motivos pelos quais a igreja existe, é
para evangelizar afirmou o apóstolo Pedro: “Mas vós sois a geração eleita, o
sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as
virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1Pe
2.9). A Igreja tem diversas atribuições, no entanto, a mais excelente delas é a
que justifica a sua presença aqui na terra: a sublime tarefa da evangelização
(Mt 28.16-20; Mc 16.15).
CONCLUSÃO
Fica
claro por meio dessas duas parábolas o amor de Deus pelos pecadores. Como
também uma mensagem bem definida para a igreja atual, que como corpo de Cristo,
devemos buscar os que estão perdidos e lhes anunciar a boas novas de salvação.
O fervor que Jesus demonstrou deve arder em cada um de nós, e nos alegrarmos
com os anjos de Deus pelo pecador que se arrepende.
REFERÊNCIAS
BARCLAY,
William. Comentário do Novo Testamento. PDF
BERKHOF,
Louis. Teologia Sistemática. CULTURA CRISTÃ.
HOWARD,
R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
HORTON,
Stanley. Teologia Sistemática. CPAD.
NEALE,
David. A. Novo Comentário Bíblico Beacon. CENTRAL GOSPEL.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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