Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
02 – PARA OUVIR E ANUNCIAR A PALAVRA DE DEUS – (Mc 4.3-20)
4º
TRIMESTRE DE 2018
INTRODUÇÃO
Nesta
lição estudaremos sobre a “parábola do semeador”; inicialmente veremos algumas
informações gerais a respeito dessa comparação contada por Jesus; também
destacaremos os elementos principais incluídos nessa passagem e a sua devida
explicação; e por fim, notaremos a aplicação dessa parábola no que diz respeito
ao anúncio da Palavra de Deus.
I
– INFORMAÇÕES SOBRE A PARÁBOLA DO SEMEADOR
Sobre
a parábola do semeador é importante destacar que ela não começa com a
expressão: “o Reino dos céus é semelhante […]”, pois descreve como o Reino de
Deus é chegado, por meio da pregação da Palavra. Notemos ainda algumas
considerações sobre esta parábola:
1.1
- Classificação. A parábola do semeador faz parte do conjunto de narrativas
denominadas de “parábolas do Reino”, ao seu lado estão:
(a)
a parábola do joio e do trigo (Mt 13.24-30),
(b)
do grão de mostarda (Mt 13.31-32);
(c)
do fermento (Mt 13.33);
(d)
do tesouro escondido (Mt 13.44);
(e)
da pérola escondida (Mt 13.45,46); e,
(f)
da rede (Mt 13.47-50).
A
parábola do semeador tem seu registro nos Evangelhos chamados sinóticos (Mt
13.1-23; Mc 4.1-20; Lc 8.4-15), sendo ela a mais extensa e uma das mais
conhecidas das que foram contadas por Jesus. Ela possui também uma outra
característica digna de nota, pois também é incluída no grupo das poucas
parábolas cuja explicação foi dada pelo próprio Cristo.
1.2
- Contexto e sua importância. O cenário para a apresentação desta parábola foi
à beira-mar (Mc 4.1), que presume-se seja o Mar da Galileia. Novamente a
pressão da multidão obrigou o Senhor a falar ao povo de dentro de um barco um
pouco afastado da praia. A importância desta parábola fica subentendida quando
Jesus indaga: “[…] não percebeis esta parábola? Como, pois, entendereis todas
as parábolas?” (Mc 4.13), por meio dessa expressão o Senhor está dizendo que
esta parábola é fundamental para o entendimento das outras. Esta unidade de
parábolas (Mc 4.3-32) é básica para se discernir tudo o que está acontecendo no
Reino de Deus.
1.3
- Propósito. Jesus inicia a parábola dizendo: “Ouvi […]” (Mc 4.3), do mesmo
modo finaliza exortando: “[…] Quem tem ouvidos para ouvir, ouça” (Mc 4.9),
ficando claro que Seu propósito, era expor a necessidade da audição atenta dos
seus ouvintes, e consequentemente levar as pessoas a reflexão, a fim de que a
mensagem pudesse penetrar em seus corações. O verbo ouvir e seus correlatos são
usados várias vezes em Marcos 4.1-34. É evidente que Jesus não estava
simplesmente se referindo ao ato físico de ouvir, mas sim a ouvir com
discernimento espiritual. O ouvir a Palavra de Deus significa entendê-la e
obedecer ao que ela diz (Tg 1.22-25).
II
– ELEMENTOS PRINCIPAIS DA PARÁBOLA E A SUA EXPLICAÇÃO
Em
resposta à pergunta dos discípulos (Mc 4.10), Jesus interpreta a parábola dos
solos, acentuando desse modo sua importância como chave para a compreensão de
qualquer outra parábola (Mc 4.13). Sua explicação é relevante para aqueles que
o ouviram naquele tempo e para nós hoje. Vejamos:
2.1
- O semeador (Mc 4.3). Diferente da parábola do joio e do trigo onde Cristo se
identifica claramente como o semeador (Mc 4.37), Jesus não identifica o
semeador nesta parábola em apreço. O ponto de partida da interpretação acerca
de quem era o semeador tem um caráter particular, porque indica subjetivamente
o próprio Cristo como o semeador. Todavia, essa característica particular da
interpretação não impede que se dê um sentido genérico aos cristãos como
semeadores (Jo 4.35- 38). Não acrescenta nem fere os princípios hermenêuticos
que regem a interpretação dessa parábola. Sendo assim, qualquer um que semeie a
Palavra está incluído na figura do semeador (1Co 3.5-9; 9.11).
2.2
- A semente (Mc 4.4-a). A semente é identificada como: “[…] a palavra de Deus”
(Lc 8.11). Em Mateus 13.19 é chamada de palavra do Reino, isto é, a palavra
poderosa que rege o Reino de Deus. Esse termo ainda é utilizado com referência
aos ensinamentos de Jesus (cf. Mc 2.2; 8.38; 13.31). Por que comparar a Palavra
de Deus a semente? Porque a palavra é: “[…] viva e eficaz […]” (Hb 4.12), uma
semente incorruptível (1Pe 1.23), que produz frutos nos que a recebe (Cl 1.5,6;
Hb 4.2).
2.3
- Tipos de solos (Mc 4.5). Para cada parábola, Cristo tinha uma lição especial,
e na parábola do semeador deixou-nos uma das mais extraordinárias lições sobre
os tipos distintos de corações (solos, terrenos), os quais recebem a semeadura.
Vejamos:
2.3.1
- À beira do caminho (Mc 4.4 – ARA). Esse tipo de solo representa pessoas que,
embora se diga: “[…] tendo eles a ouvido (Mc 4.15) ou seja, a mensagem do
Reino, “[…] não a compreendem” (Mt 13.19 – ARA), sendo vulneráveis ao ataque do
diabo tipificado pelas aves na parábola (Lc 8.5), cuja ação nesse caso, é
tirar-lhes do coração a palavra semeada, para que não creiam e sejam salvos (Lc
8.12).
2.3.2
- Entre os pedregais (Mc 4.5). Em lugares pedregosos a semente germina mais
rápido, pois a terra é pouco profunda e absorve mais o calor do sol, contudo,
essa mesma falta de profundidade a impede de lançar raízes firmes (Mt 13.5).
Esse tipo de terreno refere-se a uma classe de ouvintes, que: “[…] ouvindo a
palavra, logo com prazer a recebem” (Mc 4.16) porém, “[…] creem apenas por
algum tempo” (Lc 8.13), não perseveram na fé em Cristo e diante das provações
desta vida, por não terem raízes (Mc 4.17), o resultado é que: “[…] se desviam”
(Lc 8.13).
2.3.3
- Entre os espinhos (Mc 4.7). O terceiro tipo compreende aqueles que: “[…]
ouvem a palavra” (Mc 4.18); mas apesar disso: “os cuidados do mundo, a
fascinação das riquezas e as demais ambições, concorrendo, sufocam a palavra,
ficando ela infrutífera (Mc 4.19 – ARA). O materialismo e o mundanismo são
ameaças a vida de cada cristão (1Tm 6.10; Tg 4.4; 1Jo 2.15,16), e foi a causa
da morte espiritual de muitos, como por exemplo:
(a)
o jovem rico (Mc 10.17-24);
(b)
Judas Iscariotes (Jo 12.6; Mt 22.3-5);
(c)
Ananias e Safira (At 5.1-11);
(d)
Simão o mágico (At 8.9-13,18-24);
(e)
Demas (2Tm 4.10), servindo de exortação para os crentes da atualidade para que
não caim no mesmo erro (Mt 6.24).
2.3.4
- Em boa terra (Mc 4.8). Esse último solo é o reverso dos outros três. Por
isso, a semente lança raízes, não perde facilmente a umidade, e então a seiva e
a energia dão vida à planta que, subsequentemente, cresce e frutifica. Esse
terreno, diz respeito ao que: “[…] ouve e compreende a palavra” (Mt 13.23), e
ainda, “[…] de bom e reto coração, retêm a palavra e produzem frutos com
perseverança” (Lc 8.15), e de maneira diversificada: “[…] a trinta, sessenta e
a cem por um” (Mc 4.20) (ver Jo 15.2,5,8).
III
– LIÇÕES PRÁTICAS QUANTO AO ANÚNCIO DA PALAVRA DE DEUS
A
proclamação do evangelho é uma tarefa de muita importância dada a Igreja do
Senhor (At 1.8). O apóstolo Pedro lembra que a experiência de salvação resulta
entre outras coisas, no dever de anunciar as virtudes de Deus (1Pe 2.9).
Encontramos nas Escrituras que, após a sua ressurreição Cristo exorta sobre a
necessidade da pregação das boas novas a todas as pessoas (Mc 16.15), e quanto
a essa tarefa podemos destacar através da parábola do semeador algumas
verdades:
3.1
- A imparcialidade no anúncio da mensagem. Uma das importantes lições extraídas
dessa parábola, é a dedicação e fidelidade do semeador diante dos diversos
tipos de solo existentes e os resultados negativos, que não o fizeram
desanimar, como também não alterar o uso da semente em sua sementeira; ou seja,
ele não usou tipos diferentes de sementes, ou mesmo deixou de semear mesmo
sabendo da possibilidade de ela não vir a frutificar devido ao solo. Na grande
Comissão Cristo ensinou de que a mensagem do evangelho deve ser pregada e
ensinada a todos (Mt 28.19,20; Mc 16.15), visto que Ele não faz acepção de
pessoas (At 10.34; Rm 2.11), e dar a todos igualmente a oportunidade de ouvir e
de crer na mensagem de salvação (Tt 2.11; Jo 1.7; Ef 1.13;). As Escrituras
exortam quanto a fidelidade dos semeadores (1Co 4.1,2), e da sua incorrupção
quanto a pregação (At 20.20,27; 1Co 2.4; 1Ts 1.5), não falsificando o alimento
da palavra (1Pe 2.2).
3.2
- A oposição ao anúncio da mensagem. Devido ao poder que a Palavra tem e o que
ela pode fazer na vida de quem a recebe (Rm 1.16; 10.17), Satanás se opõe a
pregação do evangelho com o objetivo de impedir que as pessoas sejam salvas (At
13.6-10); diz o apóstolo Paulo: “[…] o deus deste século cegou os entendimentos
dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de
Cristo, que é a imagem de Deus” (2Co 4.4), e em muitos casos usa de meios
naturais, como leis e ideologias humanas para que o nome de Cristo não seja
anunciado (At 4.2,17,18).
3.3
- A possibilidade de rejeição à mensagem. A vontade de Deus é que todos sejam
salvos e venham ao pleno conhecimento da verdade (1Tm 2.4), no entanto o relato
bíblico e a experiência prática mostram que nem todos de fato o serão (Mt
7.13), e isso devido à resistência de alguns a ação do Espírito Santo em suas
vidas (Jo 16.8; At 7.51), de modo que a culpa não é do semeador nem da semente,
o problema é a natureza do solo, o coração humano que não se sujeita a Deus,
não se arrepende nem recebe a Palavra, portanto, não é salvo (Mt 23.37; Lc
7.30; Jo 1.11; 5.40; Hb 12.25). A Bíblia é clara sobre a resistência a Cristo e
a Sua mensagem quando diz: que Janes e Jambres “resistiram à verdade” (2Tm
3.8), que “nem todos os israelitas aceitaram as boas novas” (Rm 10.16), que
alguns “suprimem a verdade pela injustiça” (Rm 1.18), e que os judeus de
Antioquia “rejeitaram e não se julgaram dignos da vida eterna” (At 13.46; ver
At 17.32).
3.4
- A responsabilidade humana na aceitação da mensagem. Um fato que todo o que
semeia a Palavra precisa considerar, é que o resultado da semeadura não é de
sua competência, ou seja, nessa parábola fica evidente que os resultados têm a
ver com a aceitação de cada pessoa à mensagem do evangelho (Ez 2.5,7). A
Palavra de Deus trará fruto na vida de um ouvinte ou não, isso depende apenas
da condição do coração de cada pessoa. Como resultado dessa aceitação surge a
frutificação: “[…] os que ouvem a palavra e a recebem, e dão fruto, um a trinta,
outro a sessenta, outro a cem, por um” (Mc 4.20). O fruto é a prova da
verdadeira salvação (Mt 7.16), e inclui santidade (Rm 6.22), caráter cristão
(Gl 5.22,23), prática de boas obras (Cl 1.10), testemunho cristão (Rm 1.13),
disposição de compartilhar os bens (Rm 15.25-28) e louvor a Deus (Hb 13.15).
CONCLUSÃO
Fica
evidente por meio desta parábola que é nosso dever prioritário semear a Palavra
de Deus, utilizando os meios necessários, em tempo e fora de tempo (2Tm 4.2),
só assim o Reino de Deus se expandirá, pois o Senhor dá semente a quem semeia
(2Co 9.10), com vistas a salvação das almas.
REFERÊNCIAS
CABRAL,
Elienai. Parábolas de Jesus: advertências para os dias atuais. CPAD.
HOWARD,
R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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