Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência
das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor
Presidente: Aílton José Alves
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LIÇÃO
12 – QUEM AMA CUMPRE PLENAMENTE A LEI DIVINA (Rm 12.8-14) – 1º TRIMESTRE DE 2017
INTRODUÇÃO
Nesta
lição aprenderemos com o apóstolo Paulo, que o amor é a suprema virtude cristã
e não um mero sentimento como é difundido pela sociedade hodierna; que o amor
como fruto do Espírito, só encontra guarida na vida daquele que é nascido de
novo (1Jo 4.7,8); também destacaremos a abrangência dessa virtude na vida
cristã, e por fim, veremos algumas das suas características.
I
– O AMOR E O SEU SIGNIFICADO À LUZ DA BÍBLIA
Em
função de conceitos errôneos a respeito dessa palavra em nossos dias, e em
virtude de que há alguns termos que também são traduzidos por amor nas
Escrituras, precisamos ter em mente o conceito empregado por Paulo, quando fala
do amor como virtude do fruto do Espírito. Notemos:
1.1
- Definição do termo. Do grego “agape”, como substantivo aparece 116 vezes, e
como verbo “agapao” aparece 142 vezes no Novo Testamento (CHAMPLIN, 2004, p.
139); trata-se de: “uma virtude que predispõe alguém desejar o bem de outrem;
uma preocupação altruísta”. É a palavra característica do cristianismo, usada
no Novo Testamento para descrever:
(a)
a atitude de Deus para com o seu Filho (Jo 17.26), para com o gênero humano, em
geral (Jo 3.16; Rm 5.8), e para com aquele que crê no Senhor Jesus Cristo, em
particular (Jo 14.21);
(b)
a atitude que deve haver entre os irmãos (Jo 13.34: 1Jo 4.21) e para com todos
os homens (1Ts 3.12; 1Co 16.14; 2Pe 1.7); e
(c)
a natureza essencial de Deus (1Jo 4.8,16) (VINE, 2002, p. 395 – acréscimo
nosso).
1.2 - Como atributo Divino. Esse é o atributo de Deus mais “conhecido”
e infelizmente também mal entendido por muitos, pois, fundamentados em um
conceito errado justificam suas práticas pecaminosas, apoiando-se no amor
divino “[…] Deus é amor” (1Jo 4.8); usando em alguns casos de forma errônea, a
conhecida expressão: “Deus ama o pecador e aborrece o pecado”, como se essa
frase estivesse afirmando absolutamente, que Deus abomina apenas a prática e
não pune o praticante. A Bíblia declara que a ira de Deus é revelada contra
toda impiedade (Rm 1.18); também fala da ira Divina contra os indivíduos que
vivem na prática do pecado (Sl 5.5,6; Rm 2.5). O amor de Deus não pode ser
separado nem isolado da Sua santidade (Rm 11.22). A Bíblia destaca alguns
aspectos do amor de Deus:
(a)
Ele é imparcial (Dt 10.17; At 10.34; Rm 2.11);
(b)
universal (Jo 3.16);
(c)
eterno (Jr 31.3);
(d)
inesgotável (Ef 3.17-19);
(e)
sacrificial (Ef 5.25; Hb 7.27)
(WILLMINGTON,
2015, p. 39).
1.3
- Como fruto do Espírito. Paulo declara que o amor como é a maior das virtudes
cristãs (1Co 13.13; Cl 3.14); por esse motivo, instruiu os crentes de Éfeso
sobre a importância do amor como alicerce da vida do cristão (Ef 3.17; 4.2,16;
5.2; 6.23). Numa análise do fruto do Espírito, apontando o amor como o aspecto
destacado do mesmo fruto, escreve o Dr. Boyde: “Gozo é o amor obedecendo. Paz é
o amor repousando. Longanimidade é o amor sofrendo. Benignidade é o amor
mostrando compaixão. Bondade é o amor agindo. Fé é o amor confiando. Mansidão é
o amor suportando. Temperança é o amor controlando” (OLIVEIRA, 1987, p. 140 –
acréscimo nosso). O amor é o solo onde são cultivadas as demais virtudes
espirituais (Gl 5.22); é a prova da verdadeira espiritualidade e tem início na
regeneração (1Jo 4.7,8); é uma marca distintiva de quem pertence à família de Deus
(Mt 5.44,45; Jo 14.21; 15.10). O amor como característica do fruto do Espírito,
consiste de querer para os outros, aquilo que queremos para nós mesmos, é a
dedicação ao próximo e isso por meio do Espírito Santo (Rm 5.2); o amor inspira
e vitaliza a fé (Gl 5.6); de sorte que o cumprimento da lei é o amor “O amor
não faz mal ao próximo […]” (Rm 13.10).
II
– AS TRÊS DIMENSÕES DO AMOR
2.1
- A dimensão vertical: amor em direção a Deus. Amar a Deus é nosso maior dever
e privilégio; pois, devemos amar a Deus de todo o nosso coração, alma, forças e
entendimento (Dt 6.5; Mt 22.37; Mc 12.29,30,33; Lc 10.27). A palavra “coração”,
como é usada na Bíblia, não se refere ao órgão físico; diz respeito ao nosso
ser interior, envolvendo nosso espírito e alma. Devemos amar a Deus com toda a
nossa mente, intelecto, vontade, força e emoções. Quando amamos a Deus com amor
“agape”, também amamos tudo o que é dEle e tudo o que Ele ama. Amamos sua
Palavra, seus filhos, sua obra, sua igreja, etc (Sl 26.8; 119.97,159; 1Jo 5.1).
O teste deste amor é a obediência, o amor cristão tem Deus por seu objeto
primário, e se expressa em obediência aos Seus Mandamentos (Jo 14.15,21,23;
15.10; 1Jo 2.5). Jesus disse: “Se me amardes, guardareis [obedecereis] os meus
mandamentos” (Jo 14.15). “Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda
[obedece], este é o que me ama […]” (Jo 14.21). “[…] se alguém me ama, guardará
[obedecerá] a minha palavra […] Quem não me ama não guarda [obedece] as minhas
palavras” (Jo 14.23,24).
2.2
- A dimensão horizontal: amor em Direção ao próximo. Não podemos amar ao
próximo com amor “agape”, a menos que amemos a Deus primeiramente. É o Espírito
Santo que produz o fruto em nós; que nos capacita a cumprir o segundo maior
mandamento da lei: “[…] Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19.18-b). Em
sua primeira epístola, o apóstolo João enfatizou a importância do amor na
dimensão horizontal (1Jo 4.7,8,12,20). É pelo amor ao próximo que somos
conhecidos como discípulos: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos,
se vos amardes uns aos outros” (Jo 13.35). É pelo amor como fruto do Espírito
que demonstramos que passamos da morte para a vida: “Nós sabemos que passamos
da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama a seu irmão permanece
na morte” (1Jo 3.14). É pelo amor que demonstramos que somos nascidos de Deus:
“Amados, amemo-nos uns aos outros; porque o amor é de Deus; e qualquer que ama
é nascido de Deus e conhece a Deus” (1Jo 4.7). É pelo amor que demonstramos que
conhecemos a Deus: “Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor”
(1Jo 4.8); também nos impulsiona a ajudar o próximo (1Jo 3.17,18). O amor
“agape” nos capacita a amar não apenas os nossos amigos, mas até nossos
inimigos (Lc 6.27-36).
2.3
- A dimensão interior: amor a si mesmo. Talvez pareça estranho e até egoísta
para alguém a verdade de que devemos amar a nós mesmos, contudo, o amor “agape”
implica em amar a si, pois quando Jesus disse que devemos amar nosso próximo
como a nós mesmos (Mt 22.39; Mc 12.33; Lc 10.27); ele reconheceu que é natural
cuidarmos de nossas necessidades humanas (Mt 6.31,32); e que o amor como fruto
do Espírito, faz também com que nos preocupemos com o nosso eu espiritual (1Tm
4.16). Devemos nos ver como Cristo nos vê, como pecador salvo pela graça, como
ser humano feitos à semelhança de Deus, criado para glorificá-lo. Cada uma
destas três dimensões do amor são dependentes uma das outras (GILBERTO, 1995,
pp. 38,39 – acréscimo nosso).
III
– CARACTERÍSTICAS DO AMOR
3.1
- Sincero (Rm 12.9). O amor como fruto do Espírito tem como marca a sinceridade
e pureza; por essa razão sua manifestação dever ter esse traço sem fingimento
ou hipocrisia (2Co 6.6); não deve possuir máscara, o amor não deve ser teatral,
antes deve ser autêntico, genuíno. O apóstolo João expressa esse mesmo
pensamento quando escreve: “Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de
língua, mas por obra e em verdade” (1Jo 3.18). De acordo com Champlin: “O
crente deve ser sincero, e não um ator na vida. Seu amor precisa ser autêntico,
genuíno, sem fraude e espetaculosidade, não desempenhando meramente um ato
conveniente, que exiba por alguma razão inerentemente egoísta” (2005, p. 816).
3.2
- Afetuoso (Rm 12.10). Paulo usa neste versículo duas palavras gregas para amor
respectivamente: “philadelphia” e “philostorgos”; a primeira descreve o amor
fraternal, ou seja, o amor de irmãos e irmãs uns pelos outros; a segunda
descreve a afeição natural que sentimos pelos nossos familiares, tipicamente o
amor dos pais pelos filhos. Ambas as palavras eram aplicadas a relações de
sangue dentro da família humana. Devemos amar nossos irmãos em Cristo como
amamos os membros da nossa família de sangue (LOPES, 2010, pp. 408,409). O amor
aos irmãos é sinal de que possuímos a vida eterna, conforme aprendemos: “Nós
sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele
que não ama permanece na morte” (1Jo 3.14; 1 Ts 5.9; Hb 13.1; 1Pe 1.22; 2
Pe.1.7).
3.3
- Sofredor ou Paciente (1Co 13.4). A palavra grega “makrothumia” é paciência
esticada ao máximo. O amor é paciente ou “longânimo” e lento para irar-se, e
não se ofende ante o primeiro insulto. Quem ama tem um ânimo longo. O amor é
paciente com as pessoas. Ele tem a capacidade de andar a segunda milha; quando
alguém o fere, ele dá a outra face; ele não paga ultraje com ultraje (1Pe 2.23;
Ef 4.2); “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1Co 13.7).
3.4
- Benigno (1Co 13.4). A palavra “benigno” dá a ideia de reagir com bondade aos
que nos maltratam e ser doce para com todos. Ser benigno do grego “chrestotes”
é ter um tipo de bondade e de cortesia que vem do coração e que representa a
contrapartida ativa da paciência. (BEACON, 2006, p. 345). A pessoa que a lei da
amabilidade está em seus lábios; seu coração é grande e sua mão está aberta. Ela
está pronta para mostrar favores e praticar o bem; procura ser útil; e não
somente aproveita oportunidades para fazer o bem, mas as busca (Rm 2.4; 2 Co
6.6; Gl 5.22; Tt 3.4).
CONCLUSÃO
Todas
as nossas atitudes se não estiverem fundamentadas no verdadeiro amor, não tem
valor algum, pois ele é vínculo da perfeição (Cl 3.14); uma dívida que temos
para com o próximo “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos
ameis uns aos outros […]” (Rm 13.8-a); e quem exercita o amor como fruto do
Espírito cumpre a lei (Rm 13.8,10).
REFERÊNCIAS
BEACON.
Comentário Bíblico Romanos a 1e 2 Coríntios. CPAD.
CHAMPLIN,
Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. HAGNOS.
LOPES,
Hernandes dias. Comentário Expositivo Romanos. HAGNOS.
OLIVEIRA,
Raimundo. As Grandes Doutrinas da Bíblia. CPAD
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
VINE, W.E et
al. Dicionário Vine.
CPAD.
WILLMINGTON, Harold L. Guia de Willmington para a Bíblia-Vol.2. ACADÊMICO.
WILLMINGTON, Harold L. Guia de Willmington para a Bíblia-Vol.2. ACADÊMICO.
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