Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
13 – UMA VIDA DE FRUTIFICAÇÃO (Jo 15.1-6) - 1º TRIMESTRE DE 2017
INTRODUÇÃO
Nesta
última lição deste trimestre, destacaremos à luz de João 15 que Jesus se
identificou com uma videira, o Pai como o agricultor e os crentes como os ramos
que estão nele ligados. Tal metáfora tem o propósito de nos mostrar que a
partir do momento que aceitamos a Cristo fomos enxertados nele e que estando
nessa posição podemos gerar os frutos que glorificam o Pai que está nos céus.
I
– A METÁFORA DA VIDEIRA
O
Evangelho de João registra sete vezes a declaração de “Eu Sou” proferidas por
Jesus. Ele usa essa construção para fazer asserções sobre si mesmo como o “pão
da vida” (Jo 6.35), a “luz do mundo” (Jo 8.12), “a porta” (Jo 10.7), “o bom
Pastor” (Jo 10.11), “a ressurreição e a vida” (Jo 11.25), o “caminho, e a verdade,
e a vida” (Jo 14.6), “a videira” (Jo 15.1). Zuck (2008, p. 202) diz que “cada
uma dessas metáforas ilustra algum aspecto da pessoa e da obra de Jesus”.
Analizemos João 15.1, quando Jesus disse: “Eu sou a videira verdadeira [...]” .
Vejamos nesta metáfora quais a figuras que a compõe e seus significados:
1.1
- Cristo é a videira. Jesus identifica-se nesta metáfora como a videira (Jo
15.1-a). Esta é uma planta cultivada no mundo inteiro por seus deliciosos
frutos, as uvas. Talvez Ele tenha proferido este sermão logo após a comemoração
da Páscoa e instituição da Ceia, onde junto com os seus discípulos haviam
tomado “o fruto da vide” – o vinho (Mt 26.27-29; Mc 14.25; Lc 22.18). Sobre
essa ilustração Champlin (2004, p. 652) diz: “a videira é um organismo vivo,
que supre vida a outros organismos vivos. Assim também sucede no caso de
Cristo, que vive mas também outorga vida a outros. Wycliffe (2007, p. 722), por
sua vez acrescenta dizendo: “como a videira verdadeira”, Ele provê a vitalidade
necessária para a frutificação”. Quando Jesus usa a expressão “videira
verdadeira” para descrever a si mesmo, implicitamente faz também alusão a
“videira falsa”. Em Habacuque 3.17 é dito que as árvores frutíferas que não dão
fruto “mentem”.
1.2
- O Pai é o lavrador. O lavrador ou agrilcultor dessa ilustração é uma figura
do Pai: “[...] meu Pai é o lavrador”. A expressão “lavrador” segundo Aurélio
(2004, p. 1189) significa: “aquele que trabalha na lavoura”. Champlin (2004, p.
539) diz que “Deus Pai é comparado aqui ao proprietário da vinha, que
pessoalmente pode ocupar-se em podar as videiras”. Para se cultivar uma vinha
era necessário bastante esforço. Isaías fez uma descrição vívida do trabalho
envolvido no preparo, plantio e cultivo de uma vinha (Is 5.1-7). Deus é o
proprietário e tratador da videira. Henry (2008, p. 988) diz que: “Deus tem não
somente a propriedade da videira e de todos os ramos, mas também o cuidado
deles. Ele cuidou de Cristo, a raiz, e o sustentou, e o fez florescer em uma
terra seca. Ele cuida de todos os ramos, e os poda, e os vigia, para que nada
os danifique”.
1.3
- Os crentes são os ramos. Aqueles que nasceram de novo são comparados aos
ramos ou galhos desta videira: “Eu sou a videira, vós as varas” (Jo 15.5-a). A
princípio não estávamos enxertados em Cristo, mas quando recebemos a Cristo
como nosso Salvador fomos enxertados pelo Espírito Santo em Cristo. Paulo
usando outra metáfora tratou desta verdade dizendo: “e tu, sendo zambujeiro,
foste enxertado […], e feito participante da raiz e da seiva da oliveira” (Rm
11.17). Este ato é chamado de Batismo (1 Co 12.13; Gl 3.27). Gilberto (2008, p.
187) diz: “o Espirito Santo realiza esse batismo espiritual no momento da nossa
conversão, inserindo o crente na Igreja”.
1.4
- O Espírito Santo é a seiva. Embora não encontremos diretamente a citação da
participação do Espírito na metáfora da videira verdadeira proferida por Jesus,
por inferência, vemos a sua atuação na figura da seiva que corre por dentro da
árvore espalhando-se para os ramos. Paulo nos diz que fomos feitos
participantes da seiva (Rm 11.17). A palavra “seiva” segundo Aurélio (2004, p.
1823) é “um líquido que círcula no organismo vegetal”. A função da seiva é
transmitir a vida da árvore para os ramos a fim de que possam produzir frutos.
Semelhantemente o Espírito Santo em nós comunica-nos a vida de Cristo,
habitando em nós (Jo 3.6-8; Jo 14.17; I Co 6.19), nos levando a produzir frutos
(Gl 5.22).
II
– AS ATITUDES DO AGRICULTOR EM RELAÇÃO A VIDEIRA
Além
de plantar a videira, é responsabilidade do agricultor cuidar dela, afim de que
seus ramos possam atingir o objetivo da frutificação. Vejamos quais as atitudes
do agricultor que ilustram o cuidado do Pai em relação à sua igreja:
2.1
- Corta a que não dá fruto. O propósito do ramo é dar fruto; se o ramo não faz
isso, não tem valor algum para o lavrador, tornando-se inútil: “toda a vara em
mim, que não dá fruto, a tira” (Jo 15.2-a). Diversas vezes a Bíblia exorta
quanto a possibilidade de Deus cortar pessoas que não dão fruto. Vejamos:
(a)
João Batista afirmou que o machado está posto a raiz das árvores que não
produzem bons frutos (Mt 3.10);
(b)
Jesus também exortou aos falsos profetas sobre isso (Mt 7.19,20); em forma de
parábola o Mestre exortou aos judeus, comparando-os como uma figueira que há
três anos não dava frutos ao seu proprietário, correndo o risco de ser cortada
(Lc 13.1-9). Paulo, por sua vez, disse que embora os judeus fossem ramos
naturais, por causa da incredulidade foram desligados da oliveira (Rm 11.7-a;
11.20-a). O apóstolo aproveitou para exortar aos gentios que não se
ensoberbecessem por terem sido enxertados na oliveira, mas que considerassem a
bondade e a severidade de Deus. Pois se Deus cortou os naturais por causa da
rebeldia, quanto mais não o fará com os enxertados (Rm 11.20-22). Não podemos
ser estéreis nem dar frutos maus (2 Pe 1.8; Ef 2.10).
2.2
- Limpa a que dá fruto. Além de cortar os ramos que não dão frutos, é
responsabilidade do agricultor limpar os ramos que dão fruto “e limpa toda
aquela que dá fruto” (Jo 15.2-b). Esse processo é chamado de poda. O Aurélio
(2004, p. 1584) diz que “podar” significa: “cortar ramos ou folhas de plantas”.
Esse processo pode ser chamado de santificação progressiva, onde Deus retira
dia a dia da nossa vida, algumas coisas que não se coadunam com a conduta de um
cristão verdadeiro. E isto, é claro exige a nossa participação (Lv 20.27; I Pe
1.15-16; 2 Tm 2.21; Hb 12.14; Ap 22.11). Jesus deixou claro que a poda com o
ramo frutífero tem um objetivo definido: “para que dê mais fruto” (Jo 15.2-c).
Jesus disse que somos limpos pela palavra “vós já estais limpos, pela palavra
que vos tenho falado” (Jo 15.3). A palavra é como a tesoura do agricultor que
remove áreas infrutíferas da nossa vida (Hb 4.12; Ef 6.17). Champlin, (2004, p.
654) diz: “não pode haver fruição, presente ou futura, sem a poda, isto é, a
disciplina (Hb 12.5-7)”.
III
– TRÊS CONDIÇÕES PARA DAR FRUTO
Já
vimos que o agricultor proporciona todas as condições necessárias para que o
ramo produza frutos, no entanto ele pode ainda assim não produzir. Este
portanto, é um problema do ramo (Jo 15.2). De igual forma, o Pai, nos dá todas
as condições para que possamos produzir o fruto do Espírito. Ele nos ligou a
Cristo, nos fazendo participantes da raiz e da seiva (Rm 11.17). Todavia, se
faz necessário a nossa colaboração (Gl 5.16). Champlin (2004, p. 654) afirma
que: “a produção espiritual se dá pelo labor do Espírito, mas deve contar com a
cooperação da vontade humana (Gl 5.22; Fp 2.12; Tg 2.22)”. Portanto, os ramos
só podem dar os devidos frutos se atenderem alguns pré-requisitos, a saber:
3.1
- Estar na videira. Assim como os ramos não podem frutificar se não estiverem
ligados a videira, Jesus explica que o homem por si só não pode produzir suas
características morais sem estar nele “Estai em mim, e eu em vós; como a vara
de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se
não estiverdes em mim” (Jo 15.4). Paulo chama as virtudes de Gálatas 5.22 de
fruto do Espírito, corroborando com o ensinamento de Cristo de que tais
qualidades são produzidas pelo Espírito no homem quando este nasce de novo (2
Co 5.17; Tg 1.18; 1 Pe 1.23). A expressão “estai em mim, e eu em vós”, fala de
ligação, comunhão. Isto significa dizer que: um ramo separado da árvore, seca e
morre. De igual forma se não estivermos em Cristo cultivando diariamente uma
vida de comunhão nossa vida secará e não conseguiremos produzir os devidos
frutos “se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará;
e os colhem e lançam no fogo, e ardem” (Jo 15.6).
3.2
- Depender da videira. Dentre as muitas lições que Jesus quis ensinar com esta
metáfora a mais destacável delas foi a humildade: “Eu sou a videira, vós as
varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada
podeis fazer” (Jo 15.5). Assim como o ramo é totalmente dependente da árvore
para existir e produzir frutos, seus discípulos também são. Sem Cristo, o que
produzimos é obra da carne (Gl 5.19-21). Somente com ele produzimos o fruto (Gl
5.22). É necessário entender que a parte mais importante da árvore não é o ramo
para gerar o fruto, mas a árvore e principalmente a raiz, pois a árvore
sobrevive sem ramo, mas o ramo não sobrevive sem a árvore. Todos os membros do
corpo são importantes mas nenhum deles supera a importância da cabeça. Pois
nenhum corpo sobrevive sem cabeça. Cristo é chamado de raiz e de cabeça, devido
a sua importância vital (Is 11.1; 53.2; Rm 11.18; Ef 1.22; 4.15; 5.23; Cl 1.18;
2.10).
3.3
- Permanecer na videira. Jesus disse que era necessário o ramo permanecer na
videira para poder frutificar (Jo 15.9,10). O verbo “permanecer” segundo o
Aurélio (2004, p. 1542) significa: “persistir, perseverar, insistir”. Na
parábola do semeador Jesus disse que a semente que caiu em boa terra “são os
que, ouvindo a palavra, a conservam num coração honesto e bom, e dão fruto com
perseverança” (Lc 8.15). Se descuidarmos do nosso contato constante com Cristo,
deixaremos de frutificar. A Bíblia está repleta de exortações quanto à
perseverança, por exemplo: a perseverar na fé (2 Co 13.5; Hb 10.38.39); na
oração (Rm 12.12; Ef 6.18); na santificação (Fp 3.13,14; 2 Jo 1.9); no amor (Jo
15.9); no verdadeiro evangelho (I Tm 4.16); e, por fim, em Cristo (1 Jo 2.28).
CONCLUSÃO
Estar,
depender e permanecer são três atitudes que todos aqueles que professam a sua
fé em Cristo devem tomar, a fim de que possam pelo Espírito Santo produzir os
frutos que revelam que de fato estamos nele e Ele em nós. Esta aula nos
ensinou: qual a nossa posição: “somos ramos”; condição: “somos dependentes”; e,
responsabilidade: “dar frutos”.
REFERÊNCIAS
BRUCE,
F.F. João: Introdução e comentário. MUNDO CRISTÃO
CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
FERREIRA,
Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. POSITIVO.
GILBERTO,
Antonio. O fruto do Espírito: a plenitude de Cristo na vida do crente. CPAD.
HENRY,
Matthew. Comentário Bíblico Novo Testamento. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
ZUCK,
Roy B. Teologia do Novo Testamento. CPAD.
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