Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência
das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor
Presidente: Aílton José Alves
Av.
Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524
LIÇÃO
12 – ISAQUE, O SORRISO DE UMA PROMESSA - (Gn 21.1-8)
4º TRIMESTRE DE 2015
INTRODUÇÃO
Veremos
nesta lição, a definição da palavra “promessa” e pontuaremos a diferença entre
a promessa incondicional e a condicional. Estudaremos sobre a Aliança que Deus
fez com o patriarca Abraão prometendo-lhe um filho em sua velhice. Veremos
Isaque e Ismael como um tipo da natureza espiritual e carnal e concluiremos
analisando a tipologia que existe entre o “filho unigênito” de Abraão e o
“filho unigênito” de Deus.
I
– DEFINIÇÃO DE PROMESSA
A palavra promessa deriva do latim “promittere” que
significa: “obrigar-se verbalmente ou por escrito a fazer ou dar alguma coisa;
comprometer-se; dar esperanças ou probabilidades; fazer promessa” (FERREIRA,
2004, p. 1640). Já no grego é a palavra “epangelia” que significa:
“empreendimento para fazer ou dar algo, presente dado graciosamente” (VINE,
2002, p. 905). No contexto desta lição trata-se da promessa de Deus ao patriarca
Abraão em lhe dar um filho com Sara.
II
– DIFERENÇA ENTRE AS PROMESSAS CONDICIONAIS E INCONDICIONAIS
O Senhor prova a
sua soberania ao ser fiel no cumprimento de suas promessas (Dt 7.9). Ele é
absolutamente digno de confiança, pois suas promessas são infalíveis, portanto,
o seu povo pode descansar nele. A fidedignidade de Deus é absoluta por causa
daquilo que Ele é (Dt 32.4; Sl 89.8; 1Ts 5.23,24; Hb 10.23). Quando Deus faz
uma aliança com alguém, a sua promessa é um selo e garantia suficiente de sua
imutável natureza e propósitos (Hb 6.17; 10.23). No entanto, precisamos
entender que existem promessas condicionais e incondicionais. As promessas
condicionais são aquelas que o seu cumprimento depende da participação humana,
e que estão baseadas em determinadas condições ou pré-requisitos estabelecidos
por Deus. As promessas condicionais, geralmente, aparecem na Bíblia com a
conjunção “se” (Êx 19.5; 2Cr 7.14; Dt 28.1,2; Rm 10.9). As promessas
incondicionais são aquelas que independem da participação humana, ou seja, que
dependem unicamente da soberania de Deus para a sua realização (1Ts 4.17; Hb
9.28; 1Co 15; 1Ts 4.16; Jo 3.16,36; 1Jo 2.25).
III
– ABRAÃO, ISAQUE E A PROMESSA
O Senhor recompensou grandemente a fé que Abraão
demonstrou durante os vinte e cinco anos de sua peregrinação a Canaã. Também
interveio milagrosamente para dar-lhe um filho. Deus escolheu o nome
específico: Isaque “ele riu” (Gn 17.15-19), em alusão aos risos de
incredulidade de Abraão (Gn 17.17) e de Sara (Gn 18.12,15) e da alegria
posterior pelo nascimento de Isaque (Gn 21.6-7). Deus determinou a época exata:
“na primavera” (Gn 18.10-15; 21.1-3) do cumprimento desta promessa. Vejamos:
3.1
- O nascimento de Isaque mostra que Deus é fiel nas suas promessas. Durante
muitos anos Sara havia carregado consigo um fardo extremamente pesado, pois,
naquela cultura e época, era o da esterilidade. As pessoas deviam sorrir quando
ouviam que o nome de seu marido era Abraão que significa: "pai de uma
grande multidão", pois Deus já havia lhe feito uma promessa há 25 anos e
até aquele momento era pai de apenas um filho, Ismael (Gn 12.4; 21.5) e Sara
jamais havia dado à luz. Mas, agora, toda a sua vergonha havia se extinguido, e
Abraão e Sara estavam se regozijando com a chegada de seu filho, Isaque do
hebraico “riso; ele riu” (Gn 21.6), nome esse dado pelo próprio Deus (Gn
17.19). O nascimento de Isaque envolvia muito mais do que a alegria dos pais,
pois significava o cumprimento da promessa de Deus (Gn 12.2, 13.16; 15.4;
17.1-7; 21.1,2). O nascimento deste filho lembra que, a seu modo e a seu tempo
(Gn 18.10, 14; 21.1), Deus sempre cumpre suas promessas (Hb 11.8-11) (WIERSBE,
2010, p. 128).
3.2
- O nascimento de Isaque mostra que há recompensa pela paciência. Abraão e Sara
tiveram de esperar vinte e cinco anos pelo nascimento do filho, pois,
"pela fé e pela longanimidade, [herdamos] as promessas" (Hb 6.12; 10.36).
Confiar nas promessas de Deus não apenas nos propicia uma bênção no final, mas
também nos concede uma bênção enquanto esperamos. A fé é uma jornada, e cada
destino feliz é o início de uma nova caminhada. Quando Deus deseja desenvolver
nossa paciência, ele nos dá promessas, nos manda provações e nos diz para
confiar nele (Tg 1.1-8).
3.3
- O nascimento de Isaque mostra a revelação do poder de Deus. Esse foi um dos
motivos pelos quais Deus deu tanto tempo. Ele queria que Abraão e Sara
estivessem "amortecidos" (sem forças) para que o nascimento de seu
filho fosse um milagre de Deus e não algum tipo de maravilha da natureza humana
(Rm 4.17-21). Abraão e Sara experimentaram o poder de ressurreição de Deus em
sua vida, pois se entregaram a ele e creram em sua Palavra. A fé nas promessas
de Deus libera o poder divino (Ef 3.20, 21). Porque para Deus não haverá
impossíveis em todas as suas promessas (Gn 18.14; Lc 1.37).
3.4
- O nascimento de Isaque mostra o plano de Deus para redenção do mundo. A
futura redenção de um mundo perdido encontrava-se no nascimento de Isaque, que
geraria Jacó; Jacó daria ao mundo as doze tribos de Israel; e de Israel
nasceria o Messias prometido (Gn 12.1-4; Mt 1,2; Lc 3.34). Deus cumpre suas
promessas não importa quanto tempo demore (WIERSBE, 2010, p. 128).
IV
– ISAQUE E ISMAEL - UM TIPO DA NATUREZA ESPIRITUAL E CARNAL
A
vida de Abraão é uma história da dádiva da aliança numa série de seis encontros
com o patriarca e Deus. Vejamos:
1º)
Deus estabeleceu a aliança (Gn 12.1-3);
2º)
Deus confirmou a aliança (Gn 12.7);
3º)
Deus ampliou a aliança (Gn 13.14- 17);
4º)
Deus ratificou a aliança (Gn 15.8-18);
5º)
Deus simbolizou a aliança (Gn 17.10); e
6º)
Deus acrescentou o juramento da aliança (Gn 22.16-18).
Apesar
de parcialmente cumprida esta promessa na história de Israel, e espiritualmente
na primeira vinda de Cristo, o cumprimento absoluto de todos os seus elementos
aguarda a segunda vinda do Senhor, que é o “descendente” de Abraão (Gl 3.16).
Analisemos os símbolos desta aliança:
4.1
- Isaque e Ismael como símbolos da natureza carnal e espiritual. Em Gálatas
4.28, 29, Paulo deixa claro que Ismael representa o primeiro nascimento do
cristão (a carne) e que Isaque representa o novo nascimento (o Espírito).
Ismael foi "nascido da carne", pois Abraão ainda não estava
"amortecido" e ainda podia gerar filhos. Isaque foi "nascido do
Espírito", pois, quando foi concebido, seus pais estavam
"amortecidos", e só o poder de Deus seria capaz de concretizar sua
concepção e nascimento. Isaque não nasceu pelo poder da providência comum, mas
pelo poder de uma promessa especial.
4.2 - Isaque e Ismael como símbolos da
natureza carnal vindo antes da espiritual (1Co 15.46). Quando se crê em Jesus
Cristo, passa-se por um nascimento miraculoso que vem de Deus (Jo 1.11-13;
3.1-8). Abraão representa a fé e Sara representa a graça (Gl 4.24-26), de modo
que Isaque nasceu "pela graça […] mediante a fé" (Ef 2.8, 9). Essa e
a única maneira de um pecador entrar para a família de Deus (Jo 3.16-18). Ao
que parece, Ismael era um filho obediente até que Isaque entrou na família.
Então, a "carne" começou a opor-se ao "Espírito" (WIERSBE,
2010, p. 129).
4.3
- Isaque e Ismael como símbolos da natureza livre e da natureza escrava (Gl 4.22).
A liberdade é um dos principais temas de Gálatas (5.1) e uma das maiores
bênçãos da vida cristã (Gl 4.31). É claro que a liberdade cristã não é sinônimo
de anarquia, uma vez que esse é o pior tipo de escravidão. A lição é,
simplesmente, que os filhos de Deus devem viver sob as bênçãos da liberdade da
graça e não sob a escravidão da Lei. Agar deu à luz um escravo, e quando se
decide viver sob a Lei, torna-se filho de Agar, um escravo, pois ela gera
escravidão e não liberdade (WIERSBE, 2010, p. 131).
4.4
- Isaque e Ismael como símbolos da escolha de Deus. Assim como aconteceu com de
Ismael (Gn 16.11), o nome de Isaque foi dado pelo próprio Deus (Gn 17.19). É
importante observar que, no registro bíblico, em várias ocasiões, Deus rejeitou
o primogênito e aceitou aquele que nasceu depois. Rejeitou Caim e escolheu Abel
(Gn 4.1-15); Ismael, o primogênito de Abraão, e escolheu Isaque (Gn 21.1-21).
Deixou de lado Esaú, o primogênito de Isaque, e escolheu Jacó (Rm 9.8-13).
Escolheu também Efraim em vez de Manassés (Gn 48.16-20) (WIERSBE, 2010, p.
129).
4.5
- Isaque como símbolo que Deus cumpre as promessas que faz. Os quatro elementos
da promessa feita a Abraão (Gn 12.1-3) começam a cumprir-se em Isaque:
1º)
A terra – Isaque permanece em Canaã após a morte de seu pai aprofundando ali as
raízes familiares em obediência a Deus;
2º)
A descendência – Isaque continua a linhagem através de Jacó, após o qual a
multiplicação de descendentes acelerou;
3º)
A relação especial com Deus – Isaque foi temente a Deus e por ele grandemente
abençoado;
4º) A bênção às nações – Isaque durante o tempo que viveu em Gerar
surgiram pequenos sinais de bênção para as nações.
Enfim,
embora não tão proeminente quanto seu pai Abraão ou seu filho Jacó na narrativa
de Gênesis, Isaque foi um elo fundamental no desenvolvimento da nação de Israel
e no cumprimento da aliança de Deus com Abraão e seus descendentes.
V-
ABRAÃO, ISAQUE E CRISTO
No
AT são poucos os que vieram ao mundo com tantas expectativas como Isaque. Nesse
aspecto ele foi um modelo de Cristo, a “semente” que o Santo Deus prometera há
muito tempo. Essa promessa é chamada de “aliança abraâmica”, e é o fundamento
de todo o futuro programa divino para a humanidade. Deus prometeu a Abraão que
traria bênçãos pessoais, nacionais, territoriais e espirituais através da sua
“semente” que começou com Isaque e tem seu pleno comprimento na pessoa de
Cristo (Gl 3.7-9, 16; At 3.25). Isaque é um tipo de Cristo em sua morte, pois,
como ele carregou em seus ombros a lenha para o holocausto até o Monte Moriá; Cristo
carregou a sua cruz ao Calvário, local próximo a Moriá. Orígenes comentou que
levar a lenha para o holocausto era dever do sacerdote. Portanto Isaque foi ao
mesmo tempo vítima e sacerdote, prefigurando o trabalho de Cristo na cruz.
Embora Abraão tenha tido um filho com a serva Agar (Ismael), encontramos em Gn
22.15-16 uma alusão a “um único filho”, assim como, também, o autor do livro de
Hebreus se refere a Isaque como o “filho unigênito”, que significa único filho
gerado por seus pais (Hb 11.17). Da mesma forma, Cristo é chamado de “filho
unigênito” de Deus (Jo 3.16; 1Jo 4.9) (ELLISEN, 1993, p. 23).
CONCLUSÃO
As
Escrituras descrevem centenas de promessas divinas, algumas já se cumpriram no
passado, outras estão se cumprindo nos dias atuais, e outras, hão de se cumprir
no futuro. Em se tratando das promessas divinas, podemos confiar em sua
veracidade, pois Deus, não promete com falsidade, nem promete qualquer coisa
que não possa cumprir (Is 55.11). Deus é fiel para cumprir suas promessas (Hb
10.23); Ele nunca se esquece de suas promessas (Sl 105.42; Lc 1.54,55); Suas
promessas não hão de falhar (Js 23.14; Is 40.8) e elas se cumprem no devido
tempo (Jr 33.14; At 7.7; Gl 4.4).
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
KELLY,
J.N.D. Introdução e Comentário. MUNDO CRISTÃO.
ELLISEN,
Stanley A. Conheça Melhor o Antigo Testamento. VIDA
Nenhum comentário:
Postar um comentário