terça-feira, 24 de novembro de 2015

LIÇÃO 09 – BÊNÇÃO E MALDIÇÃO NA FAMÍLIA DE NOÉ (Gn 9.20-29) - 4º TRIM/ DE 2015

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 09 – BÊNÇÃO E MALDIÇÃO NA FAMÍLIA DE NOÉ - 4º TRIM/ DE 2015
(Gn 9.20-29)

INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos o triste episódio da embriaguez de Noé e a trágica consequências de seu ato para a sua família. A história de Noé não se encerra com a sua saída da arca, e este é o primeiro relato bíblico com relação ao uso do vinho com a embriaguez. Noé é um dos maiores personagens da Bíblia, mas, teve com a sua falha terríveis experiências com tristes consequências familiares.

I - QUEM FOI NOÉ?
Noé era filho de Lameque descendentes de Sete (Gn 5.18, 25), o décimo descendente de Adão (Gn 5.28,29). O nome Noé vem de um termo hebraico que significa: “alívio”, “descanso” ou “consolo”. Teve três filhos: Sem, Cão e Jafé (Gn 5.32; 9.18,19) e construiu uma arca por ordem divina (Gn 6.11-22). Reuniu os animais na arca e entrou nela com sua família. Após o dilúvio, saiu da arca com sua família, edificou um altar e ofereceu holocaustos a Deus (Gn 8. 16-20), e com isso, tornou-se o “segundo” pai da raça humana (Gn 9.18,19). Sua história é mencionada em Gn 5.28-10.32, e é, um dos integrantes da galeria dos heróis da fé (Hb 11.7). Noé é mencionado nas Escrituras como pregador da justiça (2Pe 2.5).

II - ASPECTOS DO CARÁTER DE NOÉ
Ainda que não devamos procurar desculpar Noé, precisamos reconhecer que Moisés não enfatizou a culpa de Noé, mas, sim, o pecado de Cam pai dos canaanitas. Apesar de viver em meio a uma geração cheia de corrupção e maldade, Noé teve uma vida reta e íntegra diante de Deus. Vejamos alguns aspectos do seu caráter:

2.1 - Noé era um homem justo e reto. Não é a toa que Moisés, inspirado por Deus, declara que Noé era varão justo e reto em suas gerações (Gn 6.9). Esta declaração foi feita exatamente para revelar o contraste entre o comportamento de Noé e o dos seus contemporâneos, que, com certeza, praticavam injustiça. Ele também é descrito como justo (Ez 14.14,20).

2.2 - Noé era um homem que andava com Deus. Tal qual Enoque, Noé também é descrito como um homem que andou com Deus (Gn 5.24; 6.9). A expressão “andar com Deus” aponta para a sua conduta, caracterizada pela vida de comunhão e obediência a Deus.

2.3 - Noé era um homem de Fé. Noé é um dos integrantes da galeria dos heróis da fé. O escritor aos hebreus diz: “Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, temeu e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feitoherdeiro da justiça que é segundo a fé.” (Hb 11.7). Quando avisado sobre o dilúvio, Noé não hesita e nem questiona. Ele crê! E foi por causa de sua fé, que, tanto ele como a sua família, foram salvos da destruição.

2.4 - Noé era um homem de obediência. A obediência de Noé, era, sem dúvidas, uma das principais características do seu caráter. Podemos ver isto, pelo fato de que Noé obedeceu a voz de Deus: a) ao construir a arca (Gn 6.22); b) ao entrar na arca juntamente com sua família (Gn 7.13); c) ao colocar os animais na arca (Gn 7.8,9,14), e d) ao sair da arca, junto com os seus só depois da ordem de Deus (Gn 8.15-18). Por duas vezes as Escrituras afirmam que Noé fez: “conforme a tudo o que
o SENHOR lhe ordenara” (Gn 6.22; 7.5).

2.5 - Noé era um homem de devoção. Ao sair da arca com sua família, Noé edificou um altar e ofereceu holocaustos ao Senhor (Gn 8.20). Isto demonstra que Noé cultivava uma vida de devoção à Deus, pois, altar e holocausto representam oração, adoração e consagração a Deus.

III- UMA TRAGÉDIA FAMILIAR
A Bíblia é um livro imparcial (Gn 9.18-23), por isso Ela nos revela tanto as virtudes e qualidades dos personagens, bem como suas falhas e defeitos. Isto também pode ser visto na vida de Noé que faz-se lavrador e plantou uma vinha (Gn 9.20), e do fruto desta, fermenta um vinho tão inebriante que o levou a escandalizar toda a família, e este episódio serve-nos de grave advertência. Vejamos:

3.1 - Apesar de ser um homem justo, reto e de andar com Deus, Noé, comprometeu momentaneamente a sua reputação. Com este incidente na vida de Noé, aprendemos sobre a necessidade de sermos vigilantes em todo o tempo (1Co 10.12; 1Pe 5.8; Ap 3.11). A atitude desrespeitosa de Cam para com o seu pai resultou em maldição. O pecado de Cam foi o de ridicularizar o pai a quem deveria honrar (Êx 20.12), já a atitude reverente de seus irmãos Sem e Jafé para com o pai resultou em bênçãos. Noé pode ter sido inocente, não conhecendo o efeito que a fermentação causa no suco de uva nem o efeito que o vinho fermentado exerce no cérebro humano. Isto não impediu que a vergonha entrasse no círculo familiar. A nudez era detestada pelos primitivos povos semíticos, sobretudo pelos hebreus que a associavam com a libertinagem sexual (Lv 18.5-19; 20.17-21; 1 Sm 20.30) (BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL, 2005, p. 42).

IV – O JUÍZO DE NOÉ SOBRE A IRREVERÊNCIA DE CAM
Podemos ver o peso que tem a bênção ou maldição impetrada por um pai, pois, a ordem de Deus para destruir os Cananeus tem incomodado igualmente crentes e não crentes, que é, em certo ponto, o cumprimento do que Noé falou aos descendente de Cam seu filho (Dt 20.16-18). Em particular, este relato explica a depravação moral dos Cananeus que torna necessária sua exterminação. Qualquer que tenha sido a falta de Noé, ele estava dentro de sua própria tenda, em sua privacidade (Gn 9.21), e isso não justifica a atitude de seu filho que entrou violando o princípio da privacidade de seu pai. Cam nada fez para preservar a dignidade de seu pai, ele não cuidou para que Noé fosse devidamente coberto. Em vez disso, desrespeitosamente foi para fora descrever vividamente a seus irmãos o desatino cometido pelo pai.

4.1 - A maldição de Cam. O patriarca Noé castiga indiretamente a Cam, lançando sobre esse seu filho mais jovem uma pesada maldição: "Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos" (Gn 9.25). A maldição prescrevia que os descendentes de Canaã (filhos de Cam) seriam oprimidos e controlados por outras nações. Por outro lado, os descendentes de Sem e Jafé teriam a bênção de Deus. Quanto aos filhos de Cam, construíram grandes civilizações como a egípcia e a etiópica (Gn 10.6). O Egito foi um poderoso e culto império, acerca do qual há uma profecia (Is 19.18-25). Canaã, cujos os descendentes historicamente se tornaram um povo marcado por imoralidades e corrupção. A adoração cananéia de Baal desceu às mais baixas profundezas da degradação moral. Embora os cananeus obtivessem certo poder, eles nunca conseguiram se tornar grande nação e quase sempre foram dominados por outros povos" (BEACON. vol 1, 2005, p. 52 – acréscimo nosso).

4.2 - A extensão do castigo de Cam. Cam, através de seu filho mais novo, Canaã, ocupou toda a terra que, mais tarde, no tempo de Josué, seria conquistada pelos hebreus e Canaã perde a sua herança dando cumprimento a maldição de Noé. As possessões cananitas iam desde Sidom, passando por Gerar e Gaza, até Sodoma e Gomorra (Gn 10.19). Os sodomitas também eram descendentes de Cam. Tratava-se, de fato, de uma gente tão vil e tão debochada quanto seu pai e não demonstravam nenhum temor a Deus: "À tua semente tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates, e o queneu, e o quenezeu, e o cadmoneu, e o heteu, e o ferezeu, e os refains, e o amorreu, e o cananeu, e o girgaseu, e o jebuseu" (Gn 15.18-21). Todas essas nações eram da linhagem de Cam.

4.3 - As consequências do castigo de Cam. Por que Deus amaldiçoou a Canaã pelo pecado de seu pai, Cam? Por que Deus amaldiçoou os Cananeus, uma nação, pelo pecado de um único homem? A explicação que parece responder melhor a estas questões é que as palavras de Noé não trazem somente bênção e maldição, mas uma profecia. Pela revelação profética, Noé previu que as falhas morais evidenciadas por Cam seriam mais amplamente manifestadas em Canaã e em sua descendência. Percebendo isso, vemos que a maldição de Deus recai sobre os Cananeus por causa da pecaminosidade prevista por Noé. A ênfase então recai sobre o fato de que os Cananeus seriam amaldiçoados por causa de seu pecado, não devido ao pecado de Cam. As palavras de Noé, então, contêm uma profecia que Canaã refletirão mais amplamente as falhas morais de seu pai, Cam, e os Cananeus manifestariam estas mesmas tendências em sua sociedade perversa.

V – A BÊNÇÃO DE NOÉ SOBRE A REVERÊNCIA DE SEM E JAFÉ
A “capa” que Sem o filho mais velho de Noé (pai dos semitas – Gn 10.22-31) e Jafé (pai dos jafeítas) usaram para não ver a nudez de seu pai, parece meio radical numa sociedade sexualmente permissiva. Colocando a roupa, com a qual Noé deve ter sido vestido, seus filhos Sem e Jafé entraram de costas na tenda mostrando total respeito e reverência a autoridade paterna evitando olhar para seu pai, eles o cobriram e o deixaram na tenda preservando a privacidade de seu genitor (Gn 9.23).

5.1 - Sem e Jafé e o resultado do respeito ao seu pai. Enquanto os Cananeus filhos de Cam receberam a maldição de Deus, os filhos de Sem tornaram-se ancestral do povo de Deus e encabeçaram a geneologia que introduziu Terá, o pai de Abraão (Gn 11.10-32) mencionado na geneologia de Jesus (Lc 3.36), e Jafé o outro filho de Noé, encontrou também a bênção nos seus filhos com a união com a linhagem de Sem (o descendente final, o Messias). Ao galardoar a atitude respeitosa e reverente de seus filhos: Sem e Jafé, o patriarca Noé disse: "Bendito seja o Senhor, Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo" (Gn 9.26,27). Qualquer descendente de Cam que se voltasse para Deus receberia, também, a bênção de Sem (Js 6.22-25; Hb 11.310); mas também quaisquer descendentes de Sem e de Jafé que se desviassem de Deus teriam a maldição de Canaã (Jr 18.7-10) (BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL, 2005, p. 42). Há uma clara correspondência entre as atividades de Cam, Sem e Jafé e as bênçãos e maldições que os seguiram. Sem e Jafé honraram a Deus quando agiram juntos para preservar a honra de seu pai, já Cam desonrou tanto a seu pai quanto a Deus, assim, Cam foi amaldiçoado e Sem e Jafé foram abençoados por Deus.

CONCLUSÃO
A história de Noé nos leva a refletir sobre o nosso viver diário. Aprendemos com esta família, que devemos respeitar nossos pais e termos o devido cuidado com eles. Devemos vigiar para não darmos espaço ao maligno dentro do nosso lar, para que ele não venha e trazer prejuízos como na família de Noé.

REFERÊNCIAS
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado – Gênesis a Números. HAGNOS. HALLEY, Henry H. Manual Bíblico. VIDA NOVA.
HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL. CPAD.

sábado, 21 de novembro de 2015

LIÇÃO 08 - O INÍCIO DO GOVERNO HUMANO (Gn 9.1-13) - 4º TRIMESTRE DE 2015

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524
 
LIÇÃO 08 – O INÍCIO DO GOVERNO HUMANO - 4º TRIMESTRE DE 2015
(Gn 9.1-13)
INTRODUÇÃO
Estudaremos nesta lição sobre o concerto de Deus com a geração pós diluviana. Depois que o patriarca Noé saiu da arca com a sua família, Deus os abençoou, deu-lhes domínio sobre os animais e também instruções sobre questões alimentares. Além disso, Deus delegou aos homens o governo humano e fez um novo pacto com Noé, onde ele prometeu que não mais destruiria a terra com o dilúvio e deixou um sinal no céu como um memorial.
I – UMA NOVA CIVILIZAÇÃO
Após a corrupção da geração antediluviana, que resultou na execução do juízo divino por intermédio das águas do dilúvio, o patriarca Noé e sua família saem da arca com a missão de dar início a uma nova civilização. O Senhor, então, apareceu, mais uma vez a Noé. Vejamos:
1.1 - A bênção de Deus. Como ocorreu com os nossos primeiros pais, no Éden (Gn 1.28), Deus abençoou a Noé e a seus filhos, e lhes deu a ordem de frutificar e encher a terra (Gn 9.1). Sendo que, dessa vez, não havia apenas um casal, e sim, quatro casais (Gn 7.13) para dar continuidade ao repovoamento da terra. Noé, tornou-se, então, o segundo pai da humanidade. O desejo de Deus era que aquela nova geração não se corrompesse, como ocorreu com a anterior, mas, que os homens vivessem em paz e em harmonia com os seus semelhantes.
1.2 - O domínio sobre os animais. Assim como Adão havia recebido a ordem de dominar sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre os animais da terra (Gn 1.28), O Senhor deu a Noé o domínio sobre a criação (Gn 9.2). Isto nos ensina que, mesmo após a Queda e a depravação da geração antediluviana, os propósitos de Deus permanecem. O homem foi criado capaz de dominar a criação, e, como resultado desse domínio, o ser humano é capaz de domar animais ferozes e utilizar animais para o trabalho, transporte e lazer.
1.3 - A nova dieta. Ao sair da arca, Deus instruiu a Noé sobre questões alimentares (Gn 9.2-5). O homem que outrora alimentava-se apenas de frutas, verduras e cereais, a partir de então, passou a alimentar-se também de animais (Gn 9.3). No entanto, Deus proibiu que o homem se alimentasse do sangue. “A proibição acerca do uso do sangue na alimentação tem sido uma constante na história dos hebreus. Presume-se que ela tenha começado quando foi permitido que a carne animal viesse a fazer parte da alimentação humana. Ver (Lv 7.27; 17.10,14; 19.26; Dt 12.16,23; 15.23; Ez 33.25). Essa dieta foi imposta aos gentios, por fazerem eles parte do pacto com Noé, e não meramente por parte da lei mosaica (At 15.20; 21.25) (CHAMPLIN, 2002. vol. 1. p. 99).
II – A ALIANÇA DE DEUS COM NOÉ
Após a saída da arca, Noé se aproximou de Deus levantando o altar, com sacrifício de sangue (Gn 8.20). Deus recebeu aquela oferta e fez uma aliança com Noé (Gn 9.9-13). Vejamos como se deu esta aliança:
2.1 - Deus prometeu não mais destruir a terra com um dilúvio. Por causa da maldade e da corrupção da raça humana, o juízo divino por intermédio do dilúvio foi necessário (Gn 6.5-7), e, inevitavelmente, trouxe consequências drásticas para os homens, animais e também para a natureza. Mas Deus prometeu que não haveria outro dilúvio na terra (Gn 8.21; 9.11). A partir de então, os homens deveriam ver a chuva como uma bênção de Deus (Lv 26.4; Dt 11.13,14; 28.12; Sl 68.9; Mt 5.45), e não como a execução de um juízo divino.
2.2 - Deus prometeu a perpetuação dos processos regulares da natureza. Quando Deus criou a terra, estabeleceu leis que regulariam a natureza, tais como: dia e noite; inverno e verão (Gn 1.14; Sl 74.17; Zc 14.8; Lc 21.30). Mas, com o dilúvio, as leis da natureza foram afetadas. No entanto, Deus prometeu a Noé que “Enquanto a terra durar, sementeira e sega, frio e calor, verão e inverno, e dia e noite não cessarão” (Gn 8.22). O que significa dizer que enquanto houver homens na terra, haverá continuamente plantação e colheita, dia e noite, inverno e verão.
2.3 - Deus deixou um sinal no céu. Ele disse: “O meu arco tenho posto na nuvem; este  será por sinal do concerto entre mim e a terra” (Gn 9.13). Desde então, o arco não representa apenas um fenômeno da natureza, e sim, um sinal que nos lembra a promessa de Deus, bem como a sua misericórdia para com a humanidade. O arco-íris, quando eleva-se no céu, nos faz lembrar o pacto de Deus com o patriarca Noé, e, consequentemente, com todos os homens. É o sinal e a garantia que o mundo nunca será destruído por outro dilúvio.
III - A INSTITUIÇÃO DO GOVERNO HUMANO
“Antes do dilúvio não havia nenhum governo humano. Todo homem tinha liberdade para seguir ou rejeitar qualquer caminho [...] Mas, após a saída da arca, Deus instituiu um governo terrestre que serviria de freio sobre os delitos dos homens. A ordem divina foi esta: “Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu” (Gn 9.6). A pena capital é a função de maior seriedade do governo humano, e uma vez que Deus concedeu ao homem essa responsabilidade judicial, automaticamente todas as demais funções de governo foram também conferidas. O governo humano, assim constituído, exercendo a prerrogativa da pena capital, foi e é sancionado pelo próprio Deus como um meio de deter os desobedientes (Rm 13.1-7; I Tm 1.8-10). A investidura dessa autoridade e responsabilidade no homem foi uma novidade do novo pacto de Deus com os homens após o Dilúvio” (OLSON, 2004, p. 69). Vejamos os aspectos humanos e divinos neste governo:
3.1 - O governo humano. É Deus quem dá ao homem o fôlego de vida e somente Ele tem o direito legal de pôr fim à vida. A vida é um dom de Deus e ninguém tem o direito de tirá-la (Gn 9.6). Somente Deus, que criou o homem à sua imagem, tem o direito de pôr fim à vida humana (Gn 1.26,27; Dt 32.39), e como dádiva de Deus, só ele tem autoridade para toma-la. Porém, mesmo antes de dar um código de leis a Israel (Êx 20.1-17; Dt 5.1-21), Deus ordenou a pena capital (Gn 9.6), visando a preservação da vida. Como os antediluvianos tinham enchido o mundo com violência e derramamento de sangue (Gn 6.5-7, 11,12), Deus instituiu a pena de morte para garantir à humanidade a preservação da vida.
3.2 - A intervenção divina. Embora Deus haja delegado o governo do mundo ao homem, continua Ele a comandar todas as coisas. A Bíblia registra diversos exemplos de intervenções divinas na história das nações, como interveio em Sodoma e Gomorra (Gn 19.24-30); no Egito (Êx 7.19 a 14-31); na Babilônia (Dn 4.32-34; 5.21); na Assíria (II Rs 19.35); e, principalmente, na história de Israel.
IV – A DISPENSAÇÃO DO GOVERNO HUMANO
4.1 - Definição de Dispensação. “Período de tempo, durante o qual a humanidade é moralmente responsável diante de Deus em relação à consideração, respeito e obediência demonstrada para com a sua palavra. Trata-se de um período moral ou período probatório da história humana ou angelical. Cada dispensação tem o seu próprio começo e fim. Em cada dispensação Deus tem um propósito específico e definido. Porém, o grande projeto e propósito de Deus através das várias dispensações, é libertar a humanidade e o universo de todas as rebeliões, de tal forma que os agentes dotados de livre arbítrio, estejam voluntária e permanentemente sujeitos a Deus, a Cristo, e ao Espírito Santo” (OLSON, 2004, p. 35).
4.2 - A Dispensação do Governo Humano. Esta dispensação é assim chamada por causa das leis humanas, e governos que foram instituídos, para regular a vida dos homens após a longa era de liberdade de consciência. Deus deu a Noé determinadas leis para que tanto Noé quanto sua família e todos os seus descendentes fossem governados por elas. O homem passou a ser responsável pelo seu próprio governo (Gn 9.1-19).
4.3 - O início e a duração da Dispensação. Esta dispensação teve uma duração de 427 anos. Iniciou-se logo após o dilúvio e estendeu-se até o chamado de Abraão (Gn 8.15-19; 9.18-19; 11.10-32; 12.1-3). Após o dilúvio a nova vida da raça humana sobre a terra, começa com um ato de adoração (Gn 8.20). Esta é a primeira referência a um altar nas páginas das Escrituras. Após o dilúvio as bênçãos de Deus são dirigidas ou impetradas sob Noé e seus filhos, que surge agora como segundo cabeça da raça humana (Gn 9.1). Novas leis foram dadas, nova aliança, promessas de bênçãos, domínio da terra e responsabilidade sobre si mesmo para sempre (Gn 8.15,22; 9.3, 8-12).
4.4 - A necessidade. Os governos humanos fazem parte de um governo moral de Deus e são necessários para a preservação da sociedade humana na terra (Rm 13.1-7; I Pe 2.13-14). Na dispensação do governo humano, várias leis foram dadas e o governo foi estabelecido por Deus, com o homem agora sendo responsável por reinar ou administrar para o bem de todos. Sem a existência, execução de leis e punição, nenhum governo pode durar muito tempo. Elas são necessárias para punir criminosos sejam indivíduos ou nação (Rm 13.3-4).
CONCLUSÃO
Após o dilúvio, Deus deu início a uma nova geração por intermédio da família do patriarca Noé. Deus prometeu que nunca mais destruiria a terra com um dilúvio e deixou um sinal no céu, como memorial do seu pacto com a humanidade. Deus também estabeleceu o governo humano, visando a preservação da vida e a não proliferação do pecado.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor de. O Começo de Todas as Coisas. CPAD.
CHAMPLIN, R. N. O AT Interpretado Versículo por Versículo. HAGNOS.
HOFF Paul. O Pentateuco. VIDA.
OLSON, Laurence. O Plano Divino Através dos Séculos. CPAD.

sábado, 14 de novembro de 2015

LIÇÃO 07 – A FAMÍLIA QUE SOBREVIVEU AO DILÚVIO (Gn 7.1-12) - 4º TRIMESTRE DE 2015

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524
 
LIÇÃO 07 – A FAMÍLIA QUE SOBREVIVEU AO DILÚVIO - 4º TRIMESTRE DE 2015
(Gn 7.1-12)

INTRODUÇÃO
Nos capítulos seis e sete do Livro do Gênesis encontramos o registro do dilúvio – uma intervenção divina sobre a humanidade como castigo por sua rebeldia e afastamento de Deus. Nesta lição, destacaremos que o Senhor preservou a família de um homem chamado Noé. Por causa da sua justiça, retidão e comunhão com Deus, no meio de uma geração corrompida e perversa, Noé, se tornou um modelo de fé e obediência a ser seguido (Hb 11.7).

I – A CORRUPÇÃO DO GÊNERO HUMANO
O termo “corrupção” provém do latim, “corruptione”, e o Aurélio o define como “ato ou efeito de corromper; decomposição, putrefação”. Figuradamente a expressão significa: “devassidão, depravação, perversão” (FERREIRA, 2004, p. 560 – acréscimo nosso). A luz de Gênesis 6 destacaremos como estava a humanidade no período antediluviano:

1.1 - Corrupção externa (Gn 6.5-a). Após a Queda do homem no Éden, a corrupção do gênero humano foi tomando proporções diferenciadas e maiores. A Bíblia mostra, por exemplo: o primeiro homicídio (Gn 4.8); o primeiro caso de bigamia (Gn 4.19); um duplo homicídio (Gn 4.23); e, o casamento misto da linhagem de Sete com linhagem de Caim (Gn 6.1). A maldade chegou a um ponto culminante segundo o relato bíblico “[...] a maldade do homem se multiplicará sobre a terra [...]” (Gn 6.5). No NT, Jesus acrescentou que os homens daqueles época só pensavam em coisas materiais em detrimento das coisas espirituais. Semelhante cenário moral e espiritual antecederá a Sua vinda (Mt 24.38; Lc 17.27).

1.2 - Corrupção interna (Gn 6.5-b). O relato bíblico é claro em afirmar a situação em que se encontrava a geração que antecedeu o dilúvio: “[...] toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má [...]”. Suas atitudes evidenciavam quão decadente estava seu âmago. Segundo Jesus, todos os atos de maldade revelam a condição interior do homem (Mt 15.19; Mc 7.21). Do ponto de vista bíblico, pensar em fazer o mal é tão nocivo e pecaminoso quanto fazê-lo (Pv 6.18; 15.26; 16.30; 24.9; Mq 2.1; Mt 5.28). O NT ensina que Deus tanto julgará as ações como também os pensamentos dos homens (Rm 2.16; I Co 4.5).

1.3 - Corrupção habitual (Gn 6.5-c). Os moradores da terra nessa época não só faziam maldades e maquinavam o mal como também perseveram em fazê-lo “E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente”. A iniquidade havia se tornado moda, ou seja, um estilo de vida que todos, com raras exceções, aderiram (Gn 6.8). Por que não se arrependiam de suas más obras, Deus lhes tirou o Seu Espírito (Gn 6.3-a) e decretou-lhes a brevidade da vida, tanto encurtando a longevidade que tinham, como tirando a vida física com a punição pelo dilúvio (Gn 6.3-b). O período que antecede o retorno de Cristo será de semelhante degradação moral como previu Jesus e os apóstolos (Mt 24.12; Lc 18.8; II Tm 3.1-4; II Pe 3.1-7).

II – A ATITUDE DIVINA ANTE A CORRUPÇÃO
2.1 - Deus vê (Gn 6.5,11-12). Enquanto na terra o pecado proliferava sem limites, o Deus do céu contemplava tudo o que acontecia, pois nada escapa aos seus olhos: “E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra”. É um grande engano pensar que se pode esconder algo do Senhor, pois a Bíblia nos diz que Ele tudo vê, tanto o que está patente e quanto o que está oculto (Sl 139.1-6; Hb 4.13).

2.2 - Deus se entristece (Gn 6.6). Contemplando a multiplicação da iniquidade no mundo, a Escritura diz: “Então arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração”. “Diferente do homem, o arrependimento divino não brota da tristeza por más ações feitas. As mudanças na relação do homem com Deus resultam em mudanças nos procedimentos de Deus com o homem. Quando o homem se afasta de Deus para o pecado, Deus muda a relação de comunhão para uma relação de repreensão julgadora. Quando o homem se afasta do pecado para Deus, este estabelece uma nova relação de comunhão. Este é o arrependimento divino. Em Gênesis 6.6, Deus muda de comunhão para julgamento, embora com muito pesar” (BEACON, sd, p. 47 – acréscimo nosso).

2.3 - Deus intervém (Gn 6.7,13,17). Os presentes versículos nos mostram que Deus resolveu intervir na história da raça humana caída em pecado, trazendo sobre eles um grande julgamento. Nesta ocasião, o Senhor puniria os pecadores com um grande dilúvio sobre a terra, fazendo-os perecerem e purificando a terra da maldade e extrema violência. “O termo técnico para “dilúvio” usado nos capítulos de Gênesis 6-11 e no Salmo 29.10 é “mabbul”, que é traduzido como “kataklysmos” na Septuaginta, é a mesma palavra grega é usada em varias referências do NT ao Dilúvio (Mt 24.38,39; Lc 17.27; 2 Pe 2.5)” (WYCLIFFE, 2007, p. 22 – acréscimo nosso). A palavra cataclisma segundo Ferreira (2004, p. 422) significa: “grande inundação; dilúvio”.

III – NOÉ: UM EXEMPLO DE PIEDADE NUM MUNDO CORRUPTO
Apesar de o mundo ter se afundado em pecado, houve alguém que se comportou de forma diferente. Esse indivíduo é chamado Noé. “A palavra Noé do hebraico “Noach” “repouso” vem de um verbo que significa descansar, e está associado a alivio.” (RADMACHER, et al, 2010, p. 25). A Bíblia destaca algumas características deste nobre servo de Deus, a saber:

(a) JUSTIÇA (Gn 6.9-a; 7.1). A palavra justo, do hebraico tsaddiq, descreve o caráter de Noé conforme se manifestava em relação aos outros seres humanos: “honestidade” ou “honra” era evidente em seu comportamento, sua conduta revelava esta justiça moral e ética (Ez 14.14,20);

(b) RETIDÃO (Gn 6.9-b). A palavra hebraica “tâmim”, íntegro, descreve o produto perfeito de um construtor sábio; é inteiro, completo e perfeito. Visto objetivamente, a palavra imaculado descreve o caráter. A Bíblia mostra que Deus é reto (Dt 32.4; Sl 25.8; 92.15; 119.37); e,

(c) COMUNHÃO COM DEUS (Gn 6.9-c). Tal qual Enoque, Noé também é descrito como um homem que andou com Deus (Gn 5.24; 6.9). A expressão “andar com Deus” aponta para a sua conduta, caracterizada pela vida de comunhão e obediência a Deus. A mesma postura se requer do cristão ante este mundo tenebroso (Sl 84.11; Pv 2.21; 16.17; Gl 5.16-26; I Jo 2.29).

IV – A LONGANIMIDADE, O JUÍZO E O LIVRAMENTO DE DEUS
4.1 - A longanimidade de Deus (Gn 6.3). Segundo o dicionário Vine (2002, p. 759) longanimidade é a “qualidade de autodomínio em face da provocação que não retalia impetuosamente ou castiga prontamente”. Apesar da maldade, Deus decretou que daria um tempo a geração de Noé de 120 anos até que viesse o dilúvio e consumisse a todos. Como podemos ver, antes d’Ele enviar o juízo sobre a terra, concede tempo ao pecador para que se arrependa, isto porque Ele é tardio em irar-se (Êx 34.6; Jl 2.13). Deus é cheio de compaixão, graça e sua longanimidade visa o benefício do homem tentando conduzi-lo ao arrependimento (I Pe 3.20; II Pe 3.9).

4.2 - O juízo de Deus (Gn 6.13,17). Durante o tempo que Deus deu aos homens para se arrepender mediante a pregação de Noé, seus contemporâneos não lhe deram ouvidos (II Pe 2.5). Com a arca já construída e os animais dentro, Deus ordena que Noé e sua família entrem para que ele cumpra a Sua palavra enviando sobre a terra o seu juízo (Gn 7.1-24). “Embora o pecado e a violência possam ficar sem punição por algum tempo dentro da longanimidade divina, todavia não serão esquecidos. Apesar de ele ser “tardio em irar-se” e estar sempre interessado em mostrar-se misericordioso, não é absolutamente imune a ira quando sua lei é impugnada e sua graça desprezada” (ELISSEN, 1993, p. 318).

 
4.3 - O livramento de Deus (Gn 6.14-16). Noé achou graça aos olhos de Deus (Gn 6.8). O Senhor o livrou junto com a sua família do grande dilúvio, porque este tinha um caráter santo distinguindo-se dos seus contemporâneos (Gn 6.9). Somando-se a isto a atitude do patriarca depois que recebeu a orientação divina quanto a construção da arca, não titubeou, mas agiu com fé (Hb 11.7-a), obedecendo de forma imparcial a Palavra de Deus (Gn 6.22; 7.5).

CONCLUSÃO
O registro bíblico do dilúvio serve de advertência de que Deus é o justo Juiz de todo o mundo e castigará, sem dúvida alguma o pecado e livrará da prova os piedosos (II Pe 2.5-9). No tempo de Noé, Deus destruiu o mundo com água, mas no futuro vai fazê-lo com fogo (II Pe 3.4-14).

REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado – Gênesis a Números. HAGNOS.
ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.
HOWARD, R.E et al. Comentário Bíblico: Beacon. CPAD.
PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

LIÇÃO 06 – O IMPIEDOSO MUNDO DE LAMEQUE (Gn 6.1-8) - 4º Trimestre de 2015


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
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LIÇÃO 06 – O IMPIEDOSO MUNDO DE LAMEQUE (Gn 6.1-8)

INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos uma breve biografia de Lameque descendente de Caim, considerado por alguns como um dos personagens mais depravado da Bíblia Sagrada. Faremos uma rápida comparação entre a geração ímpia de Lameque e a geração piedosa de Sete. Estudaremos os maus exemplos deixados pela semente lamequiana, e por fim, concluiremos pontuando que não devemos seguir os maus hábitos da linhagem impura de Lameque.

I – BREVE BIOGRAFIA DE LAMEQUE
Lameque filho de Metusael, um descendente de Caim, foi o primeiro polígamo manchando a instituição divina do casamento tendo-se unido com Ada do hebraico “beleza” e Zilá significa “sombra” (Gn 4.18-24). Seus filhos foram Jabal (pai dos que habitam em tendas e têm gado), Jubal (pai de todos que tocam harpa e órgão), e Tubalcaim (mestre de toda a obra de cobre e de ferro). Sua impiedade chegou ao auge quando se vangloriou de sua violência no cântico da espada (Gn 4.23,24), assim, em conexão com Lameque, temos o primeiro exemplo de poesia na Bíblia (Gn 4.23,24), e exibe o paralelismo que caracterizava a poesia dos hebreus. Essa vanglória é geralmente entendida como sendo a confiança nas armas de metal de seu filho, em oposição à confiança em Deus. Estes filhos parecem torná-lo o pai dos nômades, músicos e artífices em metal (WYCLIFFE, 2006, p. 1130). Donald Stamps (1995, p. 39), diz que Lameque foi o primeiro a rejeitar o princípio do casamento monogâmico ordenado por Deus (Ml 2.15; Mt 19.5), que um homem cruel e bárbaro, e foi o primeiro a cometer um duplo homicídio, e ainda fez um poema em sua própria homenagem (Gn 4.23,24).

II – LAMEQUE E A SEMELHANÇA DA DESCENDÊNCIA DE CAIM E SETE
Quanto aos três filhos de Lameque descendente de Caim, Jabal o primeiro, foi um famoso pastor de ovelhas e construtor de tendas (Gn 4.20); Jubal, o segundo, foi um músico e harpista (Gn 4.21); e o terceiro filho Tubalcaim foi artífice de metais (Gn 4.22). É interessante observar um ponto de comparação entre a linhagem de Caim e a linhagem de Sete. O sétimo depois de Caim foi Lameque, que era o epítome (exemplo) da hostilidade furiosa, embora seus três filhos fossem gênios criativos. O sétimo na linhagem de Sete foi o piedoso Enoque, que Deus para si o tomou e seus três filhos começaram uma nova população depois do dilúvio (HENRY, 2010, p. 41). Ao comparar a árvore genealógica de Caim com a de Sete é impossível não observar a semelhança entre os nomes. Vejamos:

2.1 - Apenas uma aparente semelhança genealógica. Há um Enoque e um Lameque descendentes de Caim (Gn 4.18) e um Enoque e um Lameque descendentes de Sete (Gn 5.18, 25). O Enoque descendente de Caim não andou com Deus como o de Sete, e nem o Lameque descendente de Caim foi obediente como o de Sete (Gn 4.26; 5.21-32). O mais triste, porém, é que essas duas linhagens, a descendência perversa de Caim e a piedosa de Sete, convergiram e uniram-se (Gn 6.1,2), criando assim, uma sociedade depravada cujos pecados trouxeram o juízo do dilúvio. A árvore genealógica de Caim termina com a família de Lameque (Gn 4.19-24), um homicida arrogante cujos três filhos produziam coisas para este mundo. A linhagem de Sete termina com Noé, cujos três filhos deram ao mundo um recomeço depois do dilúvio (HENRY, 2010, p. 46 – acréscimo nosso). Assim, na linhagem de Caim temos o começo da vida urbana; na linhagem de Sete, o começo de uma vida de santificação; e o cainita Lameque, regozijando-se nas armas inventadas por seu filho, mostrou ser o oposto mesmo do Lameque descendente de Sete (CHAMPLIN, 2001, p. 48).

III – A GERAÇÃO ÍMPIA DE LAMEQUE E SEUS MAUS EXEMPLOS
A geração atual em nada se difere dos tempos antediluvianos a não ser em questão de espaço temporal. Notemos pois o que diz o texto: “E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra... O fim de toda a carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência... (Gn 6.12,13). O mundo de Lameque era ingrato e cruel e voltando-se contra o Senhor, seus descendentes cometeram os pecados mais hediondos e abomináveis. Vejamos:

3.1 - Corromperam a terra com prostituições (Gn 4.19). Os pecados sexuais, agora, eram cometidos como se nada fosse proibido; não havia limites à fornicação nem ao adultério. A maldade aumentava a todo instante e os descendentes de Caim e Lameque ficaram excessivamente ímpios e pagãos. Com o transcorrer do tempo, a separação entre os descendentes de Sete e os de Caim cessou por causa do casamento das duas linhagens (Gn 6.2). A união dos piedosos com mulheres incrédulas foi motivada pela “atração física de tais mulheres”. Sem mães piedosas, a descendência de Sete degenerou-se espiritualmente.

3.2 - Corromperam a terra com imoralidades (Gn 6.5). Chegou o momento quando a família de Noé foi a única que cumpria as normas morais e espirituais de Deus. Parece que Satanás, ao ver que não pôde destruir a linha messiânica pela força bruta no caso de Abel, agora procura extingui-la mediante casamentos mistos; e por pouco não teve êxito. Outra característica daquela geração era a corrupção (Gn 6.11). O homem deixou de fazer o bem e, aquela geração vivia mergulhada em práticas pecaminosas e imorais.
 
3.3 - Corromperam a terra com violência (Gn 4.23; 6.11). Os descendentes de Caim deixaram um legado de iniquidade e maldade. Tornaram-se auto-suficientes e a violência cada vez mais se multiplicava gerando uma sociedade hostil e competitiva. Os excessos daquela gente redundaram numa geração truculenta e implacável. O primeiro poema da Bíblia (Gn 4.23,24) serve de ilustração da amargura feroz que envenenou o espírito destes homens. Há quem diga que o significado do versículo 23 é: “Matei um homem [meramente] por me machucar e um jovem [só] por me pisar o pé”.A maldade e a corrupção daquela geração abriram as portas para a violência. Os homens viviam agredindo-se mutuamente, pois as Escrituras afirmam que “... encheu-se a terra de violência” (Gn 6.11 b).

3.4 - Corromperam a terra com resistência à graça divina (Gn 6.3). Como se não bastasse a maldade, a corrupção e a violência, aquela geração também era caracterizada pela incredulidade. Por muito tempo, o Espírito de Deus instou junto àquela geração para que se convertesse e deixasse seus maus caminhos. Chegou, porém, o dia em que Deus deu um basta em tudo aquilo. Declarou o Senhor: "Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos". A graça de Deus, ainda que perfeita e infalível, pode ser resistida, haja vista a geração que saíra do Egito rumo a Canaã. Não obstante os milagres que presenciara, endureceu o seu coração de tal forma, que veio a ser rejeitada pelo Senhor (Hb 3.8; 15).

3.5 - Corromperam a terra com desprezo pela moral (Gn 6.5). A geração lamequiana e antediluviana foi marcada pela violência, corrupção, maldade e satisfação carnal. Os homens daquela época viviam circunscritos a benefícios próprios.
“... Pois nos dias anteriores ao Dilúvio, o povo vivia comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento (...) e eles nada perceberam, até que veio o Dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do homem” (Mt 24.37-39). As marcas da violência são vistas por todos os lados; abusos contra crianças e adolescentes, abusos contra a mulher e racismo de toda natureza.

3.6 - Corromperam a terra com o hedonismo (Gn 4.24). A palavra hedonismo vem do filósofo grego Epicuro e significa o “prazer pelo prazer”. Os antediluvianos pensavam somente em “comer e beber; casar-se e se dar em casamentos”.
Todas estas expressões revelam a maneira que aquela sociedade encarava a vida; pois para eles tudo girava em torno do prazer, ou seja da satisfação pessoal. Esta geração precisa urgentemente ouvir a voz de Deus ou será submersa pelo dilúvio do juízo divino. Observe o que diz a Bíblia: “E eles nada perceberam, até que veio o Dilúvio e os levou a todos”. Crendo os homens ou não Jesus virá para arrebatar os salvos e punir os ímpios.

IV - LAMEQUE – UM EXEMPLO A NÃO SER SEGUIDO
Lameque é um exemplo a não ser seguido por algumas razões. Vejamos:

4.1 - Lameque se vangloria de ser um homem violento. Lameque tem prazer em alardear sua violência e apresenta-se como o segundo homicida da história. Ele não conhecia que a violência não é força, mas fraqueza, nem nunca poderá ser criadora de coisa alguma, apenas destruidora. “E disse Lameque a suas mulheres Ada e Zilá: Ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai as minhas palavras (...) ” (Gn 4.23-a).

4.2 - Lameque banaliza a vida humana. Para Lameque as pessoas não valiam nada. A violência é a demonstração mais vil de que a vida humana não tem valor. Matar um jovem por causa de uma pisada no pé é não ter nenhum respeito á vida humana. “E disse Lameque (…) eu matei um homem por me ferir (...)” (Gn 4.23-b).

4.3 - Lameque não demonstrou o mínimo de amor. Lameque não gostou de ser pisado, mas pisou as pessoas. Lameque tipifica aquelas pessoas que não gostam de ser machucadas, mas têm prazer em machucar os outros. “... eu matei (...)”
(Gn 4.23-c). Além de amar nossos familiares e irmãos, a Palavra de Deus nos ensina a amar a todas as pessoas, inclusive, os nossos inimigos (Mt 5.44; Lc 6.35). Jesus disse que se amarmos a quem nos ama, não teremos nenhuma recompensa, pois os pecadores amam aos que os amam (Lc 6.32). É bem verdade que não é fácil amar a quem nos persegue, mas a Bíblia nos diz que o amor de Deus está derramado em nossos corações, pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5.5).

4.4 - Lameque é avesso ao perdão. Lameque não conhecia a palavra perdão. Perdão é uma palavra desconhecida novocabulário de algumas pessoas. Infelizmente, muitos à semelhança de Lameque preferem retribuir a ofensa na mesma intensidade ou em grau superior do que liberar perdão. Seguimos o exemplo de Lameque quando não perdoamos, antes odiamos ao nosso irmão. “... eu matei um homem por me ferir, e um jovem por me pisar” (Gn 4.23-d; Sl 130.4; Mt 5.43,44; Lc 6.27;35; Rm 12.14, 20).

CONCLUSÃO
Concluímos esta lição, aprendendo que apesar de sempre existir as gerações ímpias e impuras, Deus sempre contou com as gerações puras e obedientes como a de Sete e Noé.

REFERÊNCIAS
· CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
· STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
· HOWARD, R.E et al. Comentário Bíblico. CPAD.

LIÇÃO 05 - CAIM ERA DO MALIGNO (Gn 4.1-10)


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO 05 - CAIM ERA DO MALIGNO (Gn 4.1-10)

INTRODUÇÃO
Nesta lição, estaremos estudando o capítulo 4 do Livro de Gênesis, que relata-nos o incidente que houve com os irmãos Caim e Abel, os primeiros filhos de Adão e Eva. Após ver que a sua oferta a Deus foi rejeitada e a de seu irmão aceita, Caim, por inveja e ardendo em ira executou Abel. Este ato horrendo não ficou impune, pois Deus o castigou severamente. Os escritores do NT, referiram-se a esta história, a fim de alertar aos cristãos que não devemos entrar pelo caminho de Caim, nem imitarmos as suas más obras.

I – OS FILHOS DE ADÃO E EVA SEGUNDO O RELATO DO GÊNESIS
Após terem sido lançados fora do Éden por causa do pecado, a narrativa bíblica nos diz que Adão conheceu Eva (Gn 4.1). Segundo Stamps (1995, p. 38) “a palavra conhecer é muito empregada na Bíblia para significar vida íntima conjugal”. Confira (Gn 4.17; I Sm 1.19; Mt 1.25; Lc 1.34). Eis os filhos de Adão e Eva:

1.1 - Caim (Gn 4.1). Primeiro filho de Adão e Eva. O nome é relacionado com a exclamação feita por Eva, de gratidão ao Senhor. Esse nome tem o significado de 'adquirido' (do hebraico “qana”, Gn 4,1), porém a forma exata “qayin” também pode significar “lança” ou “ferreiro” (WYCLIFFE, 2007, p. 335 – acréscimo nosso).

1.2 - Abel (Gn 4.2). “Foi o segundo filho de Adão e Eva. Ele se tornou pastor de ovelhas (Gn 4.2). “Abel” poder ser um derivado do vocábulo hebraico que significa “sopro” ou “vaidade”, para prefigurar assim que sua vida seria curta.(GARDNER, 1999, p. 11).

1.3 - Sete (Gn 4.25). “Terceiro filho de Adão e Eva, quando Adão tinha 130 anos de idade. Nasceu depois que Caim matou Abel. Gênesis 4.25 diz que Eva lhe deu esse nome porque: “Deus me deu outro filho em lugar de Abel; porquanto Caim o matou”. Devido ao pecado de Caim e a morte de Abel, a linhagem de Adão foi estabelecida por meio de Sete, gerado à semelhança e conforme a imagem de Adão (Gn 5.3-8). Sete teve um filho chamado Enos (Gn 4.26; I Cr 1.1) e foi nessa época “que os homens começaram a invocar o nome do Senhor”. Esse fato provavelmente é citado para enfatizar que foi por meio de Sete que a linhagem piedosa teve continuidade. Essa tornou-se a linhagem messiânica através de Noé, Abraão, Davi e finalmente Jesus (Lc 3.38)” (GARDNER, 1999, p. 63).

1.4 - Filhos e filhas (Gn 5.4). O registro de Moisés nos informa que além de Caim, Abel e Sete, Adão e Eva também tiveram filhos e filhas. “Nossos antepassados geraram um grande número de filhos e filhas. Presumimos que houve casamento entre estes, é claro. Os problemas associados com o incesto, citados em Levítico 18, provavelmente ainda não aconteciam na época” (RADMACHER, et al, 2010, p. 24).

II – A OFERTA DA CAIM E A OFERTA DE ABEL
Segundo Gênesis capítulo 4, os dois irmãos, Caim e Abel, aparentemente agindo de forma espontânea, trazem uma oferta ao Senhor. Caim oferece parte de sua produção agrícola (Gn 4.3). Abel, o segundo filho, apresenta um dos primogênitos do rebanho (Gn 4.4). Deus aceita a oferta de Abel, mas rejeita a de Caim (Gn 4.4,5). O texto bíblico não explica diretamente o porquê da rejeição. O autor da epístola aos Hebreus dá-nos uma explicação inspirada da diferença entre as duas ofertas: “Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim [...] dando Deus testemunho dos seus dons” (Hb 11.4). Esta explicação centraliza-se sobre a diferença do espírito manifestado pelos dois homens. Sendo Abel um homem de fé, veio com o espírito correto e adorou de maneira agradável a Deus. Pelas aparências, ambas as ofertas expressavam ação de graças e devoção a Deus. Mas, o homem que tinha falta de fé genuína no seu coração não podia agradar a Deus, embora sua oferta material fosse imaculada. Deus não se agradou de Caim porque já olhara para ele e vira o que havia no seu coração. Abel veio a Deus com a atitude certa de um coração disposto a adorar e pela única maneira em que os homens pecadores podem se aproximar de um Deus santo. Caim não. Logo: “o sacrifício de Caim foi inferior porque a motivação deste não era boa, e a de Abel sim”. O que podemos aprender com este fato:

2.1 - É possível fazer coisas boas com motivações ruins (Gn 4.3,4). Caim e Abel trouxeram ofertas ao Senhor, todavia, enquanto a motivação de Abel era boa, a motivação de Caim não era, como nos revela o próprio Deus (Gn 4.7). A palavra motivação alude a intenção, propósito ou objetivo com que fazemos as coisas. Jesus exortou seus seguidores a não fazerem as coisas certas com motivações erradas (Mt 6.2,5,16).

2.2 - Antes de atentar para a oferta, Deus atenta para o ofertante (Gn 4.3-5). Sob a análise divina a oferta tem valor secundário, enquanto que o ofertante tem valor primário. Por diversas vezes, principalmente na literatura profética, verificamos que Deus rejeita um sacrifício ou uma oferta quando a obediência e a vida em santidade são substituídos por rituais religiosos (Is 1.11-17; Mq 6.6-8; Ml 1.6-14). Semelhante princípio foi ensinado por Jesus (Lc 21.1-4; 18.10-14).

III – A INVEJA DE CAIM E OS MALES QUE A ACOMPANHARAM
Caim sentiu inveja de seu irmão Abel, porque este alcançara o favor de Deus e ele não (Gn 4.5). A inveja é um misto de ódio, desgosto e pesar pelo bem e felicidade de outrem. A inveja é perniciosa para qualquer pessoa, pois, ela está ligada diretamente com a carnalidade e é uma das maiores demonstrações de mesquinharia humana, causada pelo pecado (Gl 5.19-20). Podemos dizer que a inveja sempre envolve um sentimento maléfico de ressentimento pelo sucesso do outro e ninguém é beneficiado por ela. Abaixo destacaremos algumas outras obras da carne decorrentes da inveja:

3.1 - Ira (Gn 4.5,6). Após ter a sua oferta reprovada por Deus, Caim se irou fortemente (Gn 4.5-b). “Diz o original hebraico, literalmente, “Caim incendiou-se muito”. Por muitas vezes, a ira do homem é o começo da cadeia que termina em algum ato precipitado. Com frequência, os homens se iram por causa de seus fracassos, mas não mostram nenhum interesse em se corrigirem quanto a seus erros” (CHAMPLIN, 2001, p. 43). Quando o homem não domina o seu sentimento de ira por alguém, poderá cometer as piores crueldades com os seus semelhantes (Gn 4.7). Paulo ensinou que não devemos deixar o sol se pôr sobre a nossa ira, do contrário, o diabo encontrará espaço no coração (Ef 4.26,27).

3.2 - Homicídio premeditado (Gn 4.8). Caim resolveu dar fim a vida do seu próprio irmão Abel. Isto se deu, quando ele convidou seu irmão para ir ao campo, criando o ambiente propício para cometer o crime. “Caim já tinha o homicídio em seu coração, e convidou propositadamente a Abel para que fosse com ele a um lugar onde lhe convinha executar seu maligno propósito. Nesse caso, o primeiro homicídio foi premeditado (CHAMPLIN, 2001, p. 45). É estarrecedor ver que o primeiro homicídio ocorrido na Terra, foi de um irmão contra o outro. Caim não se deu por satisfeito, ao ver que seu sacrifício não fora recebido e o de seu irmão sim, projetou em seu coração executar Abel e do jeito que pensou fez. A Bíblia condena o homicídio e também o ódio que poderá levar alguém a assinar outrem (Êx 20.13; Dt 5.17; Mt 5.21; I Jo 3.15).

3.3 - Mentira (Gn 4.9). Quando interpelado por Deus acerca de onde estava seu irmão, Caim respondeu com aspereza “Não sei; sou eu guardador do meu irmão?”. “O assassino mostrou que também era um mentiroso, tal como Jesus disse acerca de Satanás (Jo 8.44,45). A perversão humana é como as raízes espinhentas que espalham os seus tentáculos por toda parte e sobre tudo, estragando assim a personalidade inteira. A mente criminosa quase sempre ofende em várias áreas” (CHAMPLIN, 2001, pp. 45,66). O verdadeiro servo de Deus tem compromisso com a verdade (Lv 19.11; Cl 3.9).

IV – A PUNIÇÃO DIVINA PELO CRIME DE CAIM
Após consumado o ato de violência contra o próprio irmão, Caim foi confrontado por Deus. O Senhor o questionou onde estava Abel e o que havia feito com ele. O transgressor, prontamente e rispidamente negou saber (Gn 4.9,10). Pensou talvez que por perguntar, Deus não estava sabendo, mas ninguém pode esconder suas intenções e atitudes daquele que é Onisciente (Gn 4.11; Sl 139.1-6; Pv 21.2; Hb 4.13; Ap 2.23). A Bíblia nos revela que Deus puniu-o pelo seu crime hediondo, da seguinte forma: (a) Amaldiçoando-o (Gn 4.11). Como sempre a maldição está vinculada a desobediência aos mandamentos divinos, assim como a benção ligada a obediência (Dt 11.26-28); e, (b) Dificultando a fertilidade da terra (Gn 4.12). Caim era agricultor, ou seja, tirava seu sustento daquilo que plantava (Gn 4.2). Todavia, após o seu pecado foi punido por Deus também nesta área. “O solo, empapado com o sangue de Abel, perpetraria vingança contra Caim. Recusar-se-ia a produzir com abundância. Caim haveria de trabalhar e suar, mas a terra mostrar-se-ia relutante. Essa maldição repete aquela que fora lançada contra Adão (Gn 3.18,19). Seu destino agora seria caminhar errante pelo deserto, visto que não demonstrou arrependimento pelos erros que cometeu (Gn 4.12,14,16). É assim que se encontram todos aqueles que se distanciam de Deus (Jz 21.25; Pv 4.19; Is 53.6).

V – ADVERTÊNCIA PARA QUE NÃO SEJAMOS COMO CAIM
5.1 - O caminho de Caim (Jd 1.11). Judas, o irmão do Senhor, escreveu em sua epístola, exortações aos cristãos genuínos que se mantivessem longe dos falsos cristãos, cujos ensinos eram pervertidos e podiam afastá-los do caminho certo. Judas assevera de forma contundente que estes hereges entraram pelo caminho de Caim, ou seja, como Caim matou Abel, estes podiam trazer morte espiritual aos servos de Senhor.

5.2 - As obras de Caim (I Jo 3.12-b). Destacando o amor ao próximo como evidência de uma verdadeira espiritualidade e comunhão com Deus, o apóstolo João, exorta aos cristãos a não imitarem as obras de Caim, visto que, pela inveja e egoísmo praticou coisas más, trazendo malefícios para seu próprio irmão, sua família e para si mesmo. Para João, quem não ama seu irmão pertence ao Maligno e é imitador das obras de Caim.

CONCLUSÃO
Quando o pecado foi introduzido no mundo afetou diretamente a natureza humana, levando os homens a cometerem atrocidades inimagináveis, contra Deus, contra si mesmos e contra o próximo. Somos advertidos pelo mau exemplo de Caim, a não trilharmos o seu caminho de inveja, nem imitarmos as suas obras injustas.

REFERÊNCIAS
· CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Vol 1. HAGNOS
GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
· STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
· PFEIFFER, Charles, et al. Wycliffe: Dicionário Bíblico. CPAD.
· RADMACHER, Earl D. Et al. O Novo Comentário Bíblico: AT. CENTRAL GOSPEL.

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