Igreja Evangélica Assembleia de Deus –
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LIÇÃO 01 – O EVANGELHO SEGUNDO LUCAS -
2º TRIM 2015 (Lc 1.1-4)
INTRODUÇÃO
A
lição do segundo trimestre de 2015 tem como título: Jesus, o Homem
Perfeito – O Evangelho de Lucas, o médico amado, onde teremos a
oportunidade de estudar treze lições baseadas no Evangelho de Lucas - o
terceiro livro do NT. Nesta primeira lição, traremos importantes informações
sobre a autoria, propósito, destinatário, tema do livro, contexto e data.
Destacaremos características específicas do evangelho segundo Lucas; e, por
fim, pontuaremos os três aspectos da contribuição lucana para a Igreja de
Cristo.
I – INFORMAÇÕES SOBRE O TERCEIRO EVANGELHO
1.1 - Autoria. Embora
o nome de Lucas não conste, explicitamente nas páginas do evangelho que leva o
seu nome, as evidências disponíveis tendem a concordar e confirmar a tradição.
Clemente de Alexandria, Tertuliano, Orígenes (pais da igreja) o identificam
como autor deste evangelho. Eusébio, historiador da igreja, escreveu: “Lucas,
natural de Antioquia, médico de profissão, fora companheiro de Paulo por longo
tempo e conhecia os demais apóstolos. Ele nos deixou em dois livros divinamente
inspirados, a saber o Evangelho e Atos” (EUSÉBIO, apud, HENDRIKSEN, 2003, p.
24). Ainda “de acordo com a tradição, Lucas era um gentio. O apóstolo Paulo
parece confirmar isso quando distingue Lucas daqueles que eram “da
circuncisão” (Cl 4.11, 14). Isso faria de Lucas o único gentio que
escreveu livros da Escritura. Ele é responsável por uma porção significativa do
Novo Testamento, tendo escrito tanto o Evangelho quanto o livro de Atos (Lc
1.1-4; At 1.1-3). Muito pouco se sabe sobre Lucas. O apóstolo Paulo se refere a
Lucas como médico (Cl 4.14). Eusébio e Jerônimo o identificam como natural da
Antioquia da Síria (o que pode explicar por que muito do livro de Atos é
centrado em Antioquia (At 11.19- 27; 13.1-3; 14.26; 15.22-23,30-35; 18.22-23).
Lucas foi companheiro constante do apóstolo Paulo, ao menos no tempo entre a
visão sobre a Macedônia (At 16.9-10) até a época do martírio do apóstolo (II Tm
4.11)” (MACARTHUR, 2011, p. 5 – acréscimo nosso).
1.2 - Propósito do Autor e destinatário. Parece que muitas pessoas haviam
escrito a respeito de Jesus e sua vida admirável, talvez de maneiras
incompletas e contraditórias; e Lucas desejava suprir uma narrativa em ordem e
digna de confiança para Teófilo (cujo nome significa literalmente “que
ama a Deus”) (Lc 1.1-4). “Essa designação, que pode ser um apelido ou
um pseudônimo, é acompanhada por um tratamento formal “excelentíssimo” possivelmente
significando que “Teófilo” fosse um renomado dignitário romano, talvez um dos
que haviam se voltado para Cristo “da casa de César” (Fp 4.22)”
(MACARTHUR, 2011, p. 6). O fato de Lucas ter dado o mesmo título a Teófilo que
deu depois a Félix (At 23.26; 24.3) e Festo (At 26.25), indica que Teófilo era
uma personagem de posição e influência. “É possível também que Teófilo não
fosse o único destinatário porque Lucas pode ter tido o interesse de suprir um
evangelho em ordem e completo para leitores não judeus. E Lucas também desejava
apresentar um Salvador universal, um grande e compassivo Médico, Mestre e
Profeta, que viera aliviar os sofrimentos humanos e salvar as almas dos homens”
(CHAMPLIN, 2004, vol. 3, pp. 909,910 – acréscimo nosso). “Orígenes afirmava que
o Evangelho de Lucas foi escrito “por amor aos conversos gentílicos”
(HENDRIKSEN, 2003, p. 36).
1.3 - Tema do livro. “Enquanto João trata da divindade dAquele que tornou-se
homem, Lucas ressalta a humanidade dAquele que é divino. A frase chave é o “Filho
do homem” (Lc 5.23; 6.5,22; 7.34; 9.22,26,44,56,58). O versículo chave
é: “O Filho do homem veio para buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc
19.10). É com esse intento, de destacar Jesus como Filho do homem, que Lucas
narra os eventos, salientando a humanidade de Jesus. Sua genealogia é traçada
até Adão (Lc 3.23-38). É esse Evangelho que registra mais detalhadamente os
eventos na vida de Sua mãe, do Seu nascimento, da Sua infância e da Sua
mocidade. São as parábolas de Lucas que têm mais cor humana. Contudo Lucas não
se esquece, de forma alguma, da superabundante glória da divindade e da
majestade de Jesus Cristo (Lc 1.32-35)” (BOYER, 2011, vol. 02, p. 16 –
acréscimo nosso).
1.4 - Contexto e Data. O lugar da composição deste evangelho tem de ser deixado
na área das hipóteses, porquanto não temos qualquer evidência certa a esse
respeito. “Embora a tradição antiga associe Lucas a Antioquia da Síria, não,
poderíamos afirmar que, só por isso, Lucas ali escreveu o seu evangelho. As
cidades de Roma, Éfeso e Corinto também têm sido sugeridas. Quanto a data
alguns crêem que há evidências que indicam que esse evangelho foi escrito após
a destruição de Jerusalém, o que também é verdade quanto ao evangelho de
Mateus, o que o situaria entre 70 e 80 d.C., como data de sua autoria. Todavia,
pode ter precedido a esse acontecimento; e, nesse caso, poderia ser situado
entre 60 e 70 d.C. Lucas teve contatos constantes com Marcos (Cl 4.10,14; Fm
24; At 12.12,25; 13.13; 15.37,41; II Tm 4.11-13), pelo que teve acesso ao seu
evangelho, provavelmente pouco tempo depois de haver sido completado”
(CHAMPLIN, 2004, vol. 3, p. 909 – acréscimo nosso).
II – CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS DO EVANGELHO CONFORME
LUCAS
III – A CONTRIBUIÇÃO LUCANA SOB DIVERSOS ASPECTOS
3.1 Lucas como escritor. “Como historiador Lucas é um escritor
extremamente cuidadoso. Os primeiros quatro versículos proclama que seu
trabalho é o produto de uma investigação esmerada” (BARCLAY, p. 5 – acréscimo
nosso). Ao escrever este evangelho ele fala que: (1) o evangelho é um
fato não um mito ou uma lenda (Lc 1.1-b); (2) diz também que fez uma
pesquisa de campo, entrevistando as testemunhas oculares (Lc 2.2-a); (3) discorre
ainda a história de forma ordenada, não sem nexo (Lc 3.1-a); e (4) tinha
a finalidade de dar fundamentação histórica a fé cristã (Lc 1.4).
3.2 Lucas como médico. Paulo se refere a Lucas como médico (Cl 4.14). Sem
dúvida, Ele teria sido uma verdadeira ajuda para o apóstolo em suas aflições,
algumas das quais eram de caráter físico. O interesse de Lucas por questões
médicas é evidente pelo grande destaque que ele dá ao ministério de curas de
Jesus (Lc 4.38-40; 5.15-25; 6.17-19; 7.11-15; 8.43-47, 49-56; 9.2,6,11;
13.11-13; 14.2-4; 17.12-14; 22.50-51). Vejamos ainda o recorte que Lucas dá aos
detalhes das enfermidades: Lucas 4.38 com Mateus 8.14 e Marcos 1.30 (a natureza
ou grau da febre da sogra de Pedro); Lucas 5.12 com Mateus 8.2 e Marcos 1.40 (a
lepra); e Lucas 8.43 com Marcos 5.26 (a mulher e os médicos).
3.3 - Lucas como missionário. Lucas, mais do que qualquer outro dos
evangelistas, destacou o âmbito universal do convite do evangelho. Ele retratou
Jesus como Filho do Homem, rejeitado por Israel, e então oferecido ao mundo.
Lucas repetidamente conta relatos de gentios, samaritanos e outros personagens
tidos como indignos que encontraram graça aos olhos de Jesus (Lc 7.36-50;
19.1-10; 23.43).
CONCLUSÃO
Ao
estudarmos o evangelho conforme Lucas, aprendemos que Deus ama judeus e gentios
e que Cristo é o Salvador de todo aquele que crê independente de cor, raça,
sexo, condição social. Esta é a principal verdade que Lucas desejou dizer a
Teófilo e ao mundo.
REFERÊNCIAS
BOYER,
Orlando. Espada Cortante. CPAD.
CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS. HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento. CULTURA CRISTÃ.
MACARTHUR, John. Lucas: Jesus – o Salvador do Mundo. CULTURA CRISTÃ.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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