Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO 10 - O SISTEMA DE SACRIFÍCIOS - (Lv 1.1-3; 2.1-3; 3.1,2; 7.1,2; 1 Jo 2.1,2)
2º TRIMESTRE DE 2019
INTRODUÇÃO2º TRIMESTRE DE 2019
O sistema
sacrificial levítico foi instituído por Deus a fim de que o povo pudesse por
meio das ofertas expiar o pecado e também expressar sua gratidão pelos bens
recebidos; nesta lição falaremos de cada uma destas ofertas, dando destaque a
que era feita anualmente no dia da expiação; concluiremos mostrando que tais
sacrifícios eram apenas sombra do perfeito e definitivo sacrifício que seria
realizado por Cristo Jesus.
I – O
SISTEMA DE SACRIFÍCIOS DO CULTO LEVÍTICO
Junto com os Dez
Mandamentos, Deus também concedeu ao povo de Israel um sistema de sacrifícios
para que por meio deles os hebreus pudessem comparecer diante de Deus no
tabernáculo. Notemos:
1.1 - A
oferta de holocausto (Lv
1.1-17; 6.8-13). A palavra hebraica traduzida como holocausto é: “olah”, e significa
literalmente: “aquilo que vai para cima”. O dicionário Vine (2002, p. 692),
lembra que no grego o termo advém de: “holokautõma” (Mc 12.33; Hb 10.6,8) e que
denota: “oferta queimada por inteiro”. A oferta do holocausto, também chamada
de oferta queimada (Lv 1.9), era inteiramente consumida sobre o altar (Lv 6.9),
com exceção da pele do animal (Lv 7.8), e das entranhas com os resíduos de
comida (Lv 1.16). Deveriam ser apresentados como sacrifício de holocausto,
animais específicos (Lv 1.2,10,14), sendo “macho” e “sem defeito” (Lv 1.3,10;
22.19-21).
1.2 - A
oferta de manjares (Lv
2.1-16; 6-14-23). A oferta de manjares não consistia em oferta de animais,
consistia em produtos da terra que representam o resultado de uma boa colheita.
O ofertante reconhecia que Deus o havia provido com o pão cotidiano. Parte da
oferta trazida deveria ser “queimada ao Senhor” (Lv 2.8,9); a outra parte,
deveria ser “dada aos sacerdotes para o seu sustento” (Lv 2.10). Não se deveria
acrescentar a oferta de manjares o fermento nem o mel (Lv 2.11). As ofertas
deveriam ser temperadas com o sal (Lv 2.13). Três tipos de oferta de manjares
eram oferecidos: (a) flor de farinha com azeite e incenso (Lv 21.2); (b) bolos
cozidos untados com azeite (Lv 2.4,5); e, (c) grão de cereais tostados com
azeite e incenso (Lv 2.14,15).
1.3 - A
oferta pacífica (Lv
3.1-17; 7.11-34). A expressão “pacifica” é oriunda da palavra “paz” do hebraico
“shalom” que significa: “paz, bem, feliz, tranquilo, saúde e prosperidade”. Era
também chamada de “oferta de paz” ou de “ofertas de comunhão”. Tais termos
denotam que esta oferta não era para pacificar a Deus, mas era apresentada pelo
ofertante que já estava em comunhão com Deus. Nesta oferta, podia se oferecer
“gado” (Lv 3.1); ou “gado miúdo” (Lv 3.6) tais como: “cordeiro” (Lv 3.7) ou
“cabra” (Lv 3.12); podendo ser “macho ou fêmea” (Lv 3.1,7,12), desde que fosse
“sem defeito” (Lv 3.1,6). O ofertante tinha de impor a mão sobre a cabeça da
sua oferta (Lv 3.2,8,13), matar o animal e apresentar ao sacerdote os pedaços a
serem oferecidos (Lv 3.3,4,9,10,14,15). Em seguida, o sacerdote ministrante os
“queimava” no altar (Lv 3.5,11,16). A outra parte da carne fazia parte da
“refeição” (Lv 7.14,15,16). Quanto a “gordura” e ao “sangue”, estes dois, não
poderiam jamais ser comidos, mas oferecidos ao Senhor como oferta queimada (Lv
3.16,17). Os sacrifícios pacíficos tinham três variedades, a saber: “ofertas de
ações de graças” (Lv 7.12), “ofertas votivas” (Lv 7.16) e, “ofertas
voluntárias” (Lv 7.29).
1.4 - Oferta pelo pecado (Lv 4.13-21; 16.1-34; 23.26-32).
Apesar de todos os sacrifícios feitos durante o ano pelos membros da
congregação de Israel e pelos próprios sacerdotes, ainda ficavam pecados e
imundícias que exigiam expiação para que houvesse um relacionamento adequado
entre Deus e o Seu povo. Por isso um dia particular foi inaugurado, no qual o
ritual executado pelo sumo sacerdote realizaria a reconciliação da nação com o
seu Deus. O Dia da Expiação no hebraico é “yom kippur” é traduzido como “dia do
expiação” (Lv 23.27). A palavra “expiação” no hebraico “kippurim”, é derivado
de “kaphar”, que significa “cobrir”, comunica a ideia de cobrir o pecado
mediante um resgate de modo que haja uma reparação ou restituição adequada pelo
delito cometido” (STAMPS, 1995, p. 209). Hoff (2007, p. 85) diz que: “era o dia
mais importante do calendário judeu. Era a coroa e ponto culminante de todo o
sistema de sacrifícios”. Vejamos algumas informações sobre esta celebração:
1.4.1 - Data. Foi
instituído como estatuto permanente por Moisés, como dia de expiação pelos
pecados, no décimo dia do mês de Tishri (setembro/outubro) (Lv 16.29; 23.31).
Essa grande festividade, tal como todos os demais dias festivos dos judeus,
começava ao pôr do sol do dia anterior, prolongando-se por 24 horas, isto é, de
pôr do sol a pôr do sol (Lv 23..32).
1.4.2 - A
cerimônia. O
AT nos mostra diversos detalhes quanto a celebração do Dia da Expiação,
notemos:
a) A postura do
povo. Durante a celebração o povo não devia trabalhar: “naquele mesmo dia,
nenhuma obra fareis” (Lv 16.28-a). Deviam afligir suas almas jejuando,
demonstrando desse modo humildade e tristeza por seu pecado: “afligireis a
vossa alma” (Lv 16.27-a). O sumo sacerdote banhava-se completamente,
simbolizando sua purificação espiritual (Lv 16.23,24).
b) A expiação do
sacerdote. Aarão fazia uma expiação por seus próprios pecados e pelos dos
outros sacerdotes: sacrificava um bezerro e levava o sangue em um vaso (Lv
16.6,11). Com um incensário cheio de brasas tomadas do altar do incenso e com
os punhos cheios de incenso, entrava no lugar santíssimo. Imediatamente punha o
incenso sobre as brasas para que o fumo perfumado cobrisse o propiciatório.
Assim seus pecados eram cobertos e ele não morria (Lv 16.12,13). Depois
espargia o sangue sete vezes sobre o propiciatório, no lugar santo e sobre o
altar de bronze, expiando os pecados do sacerdócio e suas faltas ao ministrar
no lugar santo (Lv 16.14).
c) A expiação do
povo. Dois bodes eram escolhidos para o sacrifício e eram sido trazidos ao
tabernáculo (Lv 16.5). Aarão lançava sortes sobre os animais; uma sorte para o
Senhor e outra para Azazel, ou “emissário” (Lv 16.7,8). Aarão sacrificava o
bode sobre o qual caía a sorte pelo Senhor. Já havia entrado no lugar
santíssimo para expiar seus pecados e agora da mesma maneira fazia expiação por
seu povo (Lv 16.9,15,16,18-19). A seguir punha as mãos sobre a cabeça do
segundo bode vivo e confessava todas as iniquidades de Israel (Lv 16.21,22). O
bode era enviado ao deserto para nunca mais voltar (Lv 16.10). Embora as duas
ofertas sejam distintas, os dois bodes formam um único sacrifício pelo
pecado.Depois disso, Aarão lavava suas vestes, banhava-se e se vestia. Oferecia
carneiros como sacrifícios do holocausto (Lv 16.23-25).
II –
CRISTO JESUS – O CUMPRIMENTO DAS LEIS CERIMONIAIS
Embora as leis
cerimoniais desempenhassem papel vital antes da morte de Cristo, eram, no
entanto, deficientes sob vários aspectos. Notemos:
(a) era o sacrifício de
animais (Hb 10.4);
(b) eram sacrifícios repetitivos (Hb 10.1-b);
(c) a expiação
apenas cobria o pecado; e,
(d) nem todos os pecados eram perdoados (Lv 4.2).
O
escritor aos hebreus acrescenta dizendo que tais sacrifícios eram apenas as
“sombras dos bens vindouros” (Hb 10.1). Na morte de Cristo, a vigência das leis
cerimoniais chegou ao fim. Seu sacrifício expiatório providenciou perdão para
todos os pecados (Hb 9.12). Notemos:
2.1 - O
próprio Cristo é o sumo sacerdote. Assim como Arão (Êx 28.1), Jesus também feito
sacerdote por Deus Pai (Hb 5.5,6,10; 7.21). Embora procedesse de Judá (Hb
7.14), o Mestre foi feito sacerdote da ordem de Melquisedeque (Hb 7.14).
Portanto, o sacerdócio de Cristo é de uma ordem melhor, pois é independente da
Lei de Moisés (Hb 7.11,12); e, da tribo de Levi (Hb 7.13-15). O sacerdócio de
Melquisedeque é superior ao de Arão por, pelo menos, dois motivos:
(a) é
anterior ao sacerdócio aarônico (Gn 14.18-20);
(b) foi feito sob juramento (Sl
110.4).
O sacerdócio levítico embora fosse permanente, o sacerdote era impedido
de exercer o sacerdócio quando morresse. O sacerdócio de Cristo, pelo contrário,
é eterno porque ele vive para sempre (Hb 7.24). Cristo também é superior porque
é sacerdote perfeito, imaculado (Hb 7.26-28).
2.2 - O
próprio Cristo é a oferta. Isaías
profetizou que um homem faria expiação pelos pecados da humanidade (Is
53.1-12). O salmista também anunciou que o sacrifício definitivo seria de um
corpo sem pecado (Sl 40.6-8). O escritor aos hebreus citou este texto para
mostrar que profeticamente se cumpriu em Jesus (Hb 10.5-9). Na cruz, Jesus,
ofereceu-se a si mesmo como oferta definitiva pelo pecado (Hb 10.10). Enquanto
no Dia da Expiação, dois bodes cumpriam o papel de expurgar o pecado do povo,
um sendo sacrificado e outro levado para o deserto. em Cristo, temos único
sacrifício que atende estas duas demandas. Jesus compareceu ao tabernáculo
celeste oferecendo-se como sacrifício definitivo (Hb 10.10), e ao mesmo tempo
padeceu fora da porta (Hb 13.12,20), ou seja, fora da cidade de Jerusalém (Jo
19.20), levando sobre o madeiro os nossos pecados (1 Pd 2.24).
2.3 - O
sangue do sacrifício é o Seu próprio sangue. Deus já havia ensinado por meio do
culto levítico que o sangue é que fazia expiação pelo ser humano (Lv 17.11).
Por isso, o sacerdote no Dia da Expiação entrava com sangue alheio, ou seja, um
sangue de um animal para ser aspergido na presença do Senhor (Hb 9.25). Cristo,
no entanto, quando se ofereceu como oblação pelo pecado da humanidade, ofertou
o seu próprio sangue (Hb 9.12), o que Ele chamou de Sangue do “Novo Testamento”
(Mt 26.28); também chamada de “Eterna Aliança” (Hb 13.20). Este é o sangue que
fala melhor que o sangue de Abel (Hb 12.24). O sangue de Abel clamava por
justiça (Gn 4.10); mas, o sangue de Cristo fala mais alto, clamando por
misericórdia (Rm 8.34). Enquanto os sacrifícios do sistema levítico
contemplavam apenas o povo de Israel, o sangue de Cristo propicia o mundo
inteiro (1 Jo 2.2).
2.4 - Entrou no tabernáculo celeste. O Sumo sacerdote
só podia entrar no Lugar Santíssimo, onde estava a arca da aliança, que
simbolizava a presença de Deus, apenas uma vez no ano (Êx 30.10; Lv 16.34; Hb
9.7). No entanto, Cristo, nosso “[…] grande sumo sacerdote […] penetrou nos
céus” (Hb 4.14). Ele entrou no santuário celeste, para interceder por nós:
“Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro,
porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus” (Hb
9.24).
CONCLUSÃO
Os sacrifícios
dos sistema levítico não eram suficientes para resolver o problema do pecado
humano. Eles eram imperfeitos porque precisavam ser repetitivos e não eram capazes
de expiar qualquer iniquidade. No entanto, Cristo se ofereceu uma única vez
pelo pecado e o seu sangue nos purifica de toda e qualquer iniquidade (Hb
10.10; 1 Jo 1.7).
REFERÊNCIAS
GONÇALVES,
José. A supremacia de Cristo Fé. CPAD.
HOFF,
Paul. O Pentateuco. VIDA.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
TENNEY,
Merril C. Enciclopédia da Bíblia. EDITORA CULTURA CRISTÃ.
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