Igreja Evangélica Assembleia
de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas
Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José
Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo
Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524
LIÇÃO 09 – A EVANGELIZAÇÃO DAS
CRIANÇAS (Mt 18.2-6; Mc 10.13-16) - 3º TRIMESTRE DE 2016
INTRODUÇÃO
Dentre os desafios que compõe
a tarefa de evangelização um deles é de levar a mensagem de Cristo às crianças.
Nesta lição destacaremos o que a Bíblia diz no AT e no NT sobre as crianças;
veremos que há interesse em Deus na evangelização dos infantes. Veremos ainda
quais os trabalhos que a igreja tem desenvolvido para alcançar os pequenos; e,
por fim, quais os métodos que devemos utilizar ao apresentarmos o plano da
salvação aos infanto-juvenis.
I – O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE A
CRIANÇA
Nestes e em outros versículos
da Bíblia, vemos que o ser humano é produto do poder criador de Deus (Gn
1.26,27; Sl 139.13-16; Jr 1.4,5). Toda criança nascida no mundo é descendente do
primeiro homem criado por Deus e continua a ter fôlego de vida dado por Deus. A
cerca disso descreve o salmista de forma poética no Salmo 139.13-15. Paulo
acrescenta ainda que “[…] ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e
todas as coisas” (At 17.25).
1.2 - Ela nasce pecadora (Rm
3.23; 5.12). Embora o homem tenha sido criado a imagem e semelhança de Deus, no
uso do seu livre arbítrio ele pecou contra Deus (Gn 3.1-6). Tal falha trouxe
implicações para toda a humanidade (Sl 14.3; 143.2; Ec 7.20; Rm 3.1-12, 19, 20,
23; Gl 3.22; Tg 3.2; 1Jo 1.8, 10). Várias passagens ensinam que o pecado é uma
“herança” do homem desde a hora da sua concepção e seu nascimento, e, portanto,
está presente na natureza humana (Gn 6.5). A Bíblia é muito explícita relativamente
à extensão e/ou universalidade do pecado (Sl 51.5; Jó 14.4; Jo 3.6; Rm 5.12).
Em Ef 2.3 diz o apóstolo Paulo que os efésios eram “por natureza” filhos da
ira, como também os demais”. Nesta passagem a expressão “por natureza” indica
uma coisa inata e original, em distinção daquilo que é adquirido. O sábio disse
que “a estultícia está ligada ao coração da criança [...]” (Pv 22.15-a).
1.3 - Ela precisa de salvação
(Lc 19.10; Jo 3.16). A criança até certa idade é despida de consciência moral,
mas congenitamente possui a natureza pecaminosa herdada. Nesse sentido, toda
criança até alcançar a idade da consciência do bem e do mal é pecadora por
natureza, ainda que não tenha a culpa pessoal (Sl 51.5; Jn 4.11). No Juízo
Final, as pessoas serão julgadas mediante o teste da conduta pessoal, enquanto
estas crianças, nesta faixa etária, mesmo tendo uma natureza para o mal, são
incapazes de transgressão pessoal; por isso, cremos que elas estarão entre os
salvos (Mt 19.14; 21.16; 25.45,46; Lc 10.21). Mas, após o período da inocência
(que a Bíblia não determina quando), já é responsável pelos seus atos,
portanto, tem noção de certo e errado (Pv 20.11; Is 7.15). Assim que a criança
tiver idade para compreender que pecou contra Deus e ficar triste pelo seu
pecado, terá idade para confiar em Cristo. Portanto, se “[…] todos pecaram e
destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23), todos necessitam de salvação,
inclusive as crianças (Tt 2.11).
1.4 - O projeto divino de
salvação inclui as crianças (Mt 19.14; Mc 10.14). Em seu ministério Jesus deu
muita atenção as crianças. Em Mateus 19.14, os discípulos estavam censurando
aqueles que traziam suas crianças até Jesus. Talvez achavam que elas não tinham
importância, ou que o Mestre se voltara apenas aos adultos. Mas a atitude de
Jesus foi muito diferente. Ele disse: “Deixai” - “permitam”, “consintam” - “os
pequeninos e não os estorveis” - “não os impeçam” - “de vir a mim”. O Senhor
apreciava muito recebê-los de bom grado. Então, Ele acrescentou: “porque dos
tais é o Reino dos céus”. Amor, simplicidade de fé, inocência e, acima de tudo,
humildade, são as características ideais das criancinhas, e dos súditos do reino
(Mt 18.3; 21.16; Lc 9.48).
II – O INTERESSE DIVINO PELA
EVANGELIZAÇÃO DAS CRIANÇAS
Deus sempre mostrou interesse
de que as crianças fossem ensinadas desde muito cedo a temer o Seu Nome e
obedecer os seus mandamentos. Embora já nascessem num contexto em que Deus
tinha aliança para com a nação de Israel, as crianças deveriam aprender a
Palavra a fim de servirem ao Deus verdadeiro, como veremos a seguir:
2.1 - No Antigo Testamento.
Observamos que desde muito cedo, Deus orientou seus servos quanto a
evangelização das suas crianças. Na escolha do nome, por exemplo, vemos que
alguns pais tinham o interesse de identificar o infante a fé em Deus. Na
instituição da circuncisão, que era para todo macho a partir do oitavo dia de
nascido, vemos que os pequenos deveriam se submeter ao pacto com Deus desde
muito cedo (Gn 17.10-14). A cerca de Abraão Deus disse: “Porque eu o tenho
conhecido, e sei que ele há de ordenar a seus filhos e à sua casa depois dele,
para que guardem o caminho do SENHOR [...]” (Gn 18.19). Na ocasião da
instituição das festas, Deus ordenou que as crianças deveriam ser ensinadas
pelos pais quanto ao motivo espiritual da celebração (Êx 12.25-27). Os
primogênitos que foram poupados da morte na noite da primeira Páscoa celebrada
no Egito (Êx 13.1,2). Em Deuteronômio 6 vemos que Deus delega aos pais a missão
da evangelização dos seus filhos. O sábio Salomão frisou bem esta tarefa dada
aos pais (Pv 22.6). Em momentos de convocação solene de arrependimento e
conversão, as crianças também não podiam ficar de fora (2 Cr 20.4,13; Ed 10.1;
Jl 2.16). O povo de Israel falhou quando os pais deixaram de evangelizar os
filhos (Jz 2.10).
2.2 - No Novo Testamento. Nas páginas neotestamentárias
encontramos entre o povo judeu cuidadoso quanto a observância das práticas
ensinadas no AT. Jesus, foi circuncidado ao oitavo dia (Lc 1.59; 2.21). Como
era o filho primogênito de Maria, após quarenta dias de nascido, a criança foi
trazida para o Templo para ser apresentada ao Senhor (Lc 2.22-24). O Senhor
Jesus foi ensinado desde muito cedo pelos seus pais a frequentar o Templo (Lc
2.41,42). Eunice e Lóide ensinaram as Escrituras ao jovem Timóteo como recomendou
Deus na sua Lei (II Tm 3.14,15). Paulo orientou que os pais criassem os filhos
“na doutrina e admoestação do Senhor” (Ef 6.4).
III - O PAPEL DA IGREJA LOCAL
NA EVANGELIZAÇÃO DAS CRIANÇAS
A Igreja desenvolve vários
trabalhos que contribuem eficazmente para evangelização dos pequenos. Abaixo
citaremos quais são:
3.1 - A Escola Bíblica
Dominical. A EBD é a única escola de educação religiosa popular de que a
criança dispõe. Os objetivos do ensino giram em torno do aluno e de suas
relações quanto a tudo que é importante para sua vida. A EBD complementa e, às
vezes até corrige a educação ministrada nas escolas seculares. E, em muitas
situações ela complementa a educação cristã ministrada nos lares. Pode-se
acrescentar ainda a EBF (Escola Bíblica de Férias) que é uma das estratégias
evangelísticas realizadas pela Escola Bíblica Dominical a fim de evangelizar
crianças não salvas conduzindo-as a Cristo, bem como reforçar às crianças
salvas, ensinos que enriqueçam sua vida espiritual.
3.2 - O Círculo de Oração
Infantil. Outro trabalho de evangelismo que a igreja exerce para alcançar as
crianças se dá através do COI. Este tem como objetivo geral incentivar a
criança a conhecer mais e melhor a Deus e Sua Palavra, para que possa com
convicção professar a fé em Cristo a fim de se tornarem cidadãos do céu. 3.3 -
No culto infantil. Quando o templo dispõe de espaço, pode-se realizar o culto
infantil. Neste espaço se reúne as crianças de 3 a 12 anos e se realiza o culto
com uma linguagem apropriada para elas. No culto infantil as crianças terão a
oportunidades de serem evangelizadas, de aprenderem as doutrinas bíblicas, além
de ter participação direta na liturgia.
IV – PORQUE EVANGELIZAR AS
CRIANÇAS
a) Em Adão, todos pecaram,
inclusive crianças (SI 58.3; Rm 3.23);
b) O coração do homem é mau
desde da sua meninice (Gn 8.21; Sl 58.3).
c) A criança possui alma
imortal (Ez 18.4), portanto, necessita de salvação (Mt 18.6);
d) É mandamento bíblico (Dt
4.9,10; 6.6,7; Pv 22.6; Mt 28.19; Mc 16.15);
e) Jesus deu o exemplo, por
isso devemos imitá-lo (Mt 18.2; Mc 9.36,37);
f) Não é vontade de Deus que
uma criança se perca (Mt 18.14; Mc 10.14);
V – COMO EVANGELIZAR AS
CRIANÇAS
5.1 - Utilizar uma linguagem
compreensível. Jesus utilizava-se de uma linguagem acessível para transmitir
suas mensagens. A parábola do semeador (Mt 13.3-9), da ovelha perdida (Lc
15.3-7), das bodas (Mt 22.1-13), dentre outras, mostra-nos que o Mestre se
valeu de experiências do seu cotidiano para ensinar a Palavra de Deus (Mc
13.34,35). De igual forma na evangelização de crianças precisamos utilizar uma
linguagem compreensível a elas, a fim de que entendem o plano da salvação. Não
podemos pregar sobre Cristo para uma criança da mesma forma como pregamos para
um adulto. A mensagem é a mesma, mas a metodologia deve adequar-se a realidade
do ouvinte.
5.2 - Utilizar recursos
visuais. O cartaz faz parte da lista de recursos didáticos que apelam para a
visão como fonte de experiência. É um meio de comunicação de massa de natureza
visual cuja finalidade é anunciar os mais diversos tipos de mensagens (Hc 2.2).
Existe um provérbio chinês diz: “O que eu ouço, esqueço; o que eu vejo, lembro;
se eu faço, aprendo”. Estudiosos afirmam que a aprendizagem ocorre por meio dos
cinco sentidos:
(a) 1 % pelo paladar;
(b) 1,5% pelo tato;
(c) 3,5% pelo cheiro;
(d) 11 % pela audição; e,
(e) 83% pela visão.
5.3 - Pelo exemplo pessoal. De
nada adiantará evangelizar as crianças, se o comportamento do ensinador difere
do que ele ensina. Jesus ensinou dando exemplo (Jo 13.15,34; 15.12). O apóstolo
Paulo procurava imitar a Cristo e por isso podia dizer a igreja “sede meus
imitadores, como também eu de Cristo” (I Co 11.1). Com frequência, as crianças
reproduzem o que veem nos adultos, seja bom ou mau. Alguém já disse
acertadamente: “as palavras ensinam, mas os exemplos arrastam”.
CONCLUSÃO
A fase infanto-juvenil é o
período da vida em que o coração e a mente estão mais predispostos à influência
do evangelho. Uma criança ganha para Cristo representa uma alma salva e uma
vida que poderá ser empregada no serviço do Mestre. Sabendo disto, devemos nos
empenhar para conduzir o maior número de crianças a Cristo.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Correa de.
Dicionário Teológico. CPAD.
DOERTHY, Sam. Bases Bíblicas
para a evangelização das crianças. APEC.
GILBERTO, et al. Teologia
Sistemática Pentecostal. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. CPAD.