Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência
das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor
Presidente: Aílton José Alves
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LIÇÃO
02 – A NECESSIDADE UNIVERSAL DA SALVAÇÃO EM CRISTO 2º TRIM/2016 (Rm 1.18-20,
25-27; 2.1, 17-21)
INTRODUÇÃO
Dentre
tantas promessas descritas nas Escrituras, a promessa da salvação é, sem
dúvidas, uma das mais gloriosas. Isto porque, ela não está restrita ou
predestinadas à algumas pessoas, mas sim, para toda a humanidade (Jo 3.16; 1Tm
1.15; 2.3,4; Tt 2.11). Nesta lição, veremos o que significa o termo salvação;
estudaremos a universalidade do pecado fazendo uma comparação entre o pecado
original e o pessoal; apontaremos esta doutrina quanto ao tempo, ao espaço e as
barreiras culturais; debruçaremos sobre os três aspectos da salvação;
verificaremos a promessa da salvação tanto no AT como NT; e, finalizaremos
observando as suas etapas tanto no lado divino quanto no humano.
I – A UNIVERSALIDADE DO
PECADO
Há
inequívocas declarações nas Escrituras que indicam a pecaminosidade universal
do homem (1Rs 8.46; Sl 14.3; 143.2; Ec 7.20; Rm 3.1-12, 19, 20, 23; Gl 3.22; Tg
3.2; 1Jo 1.8, 10). Várias passagens ensinam que o pecado é uma “herança” do
homem desde a hora do seu nascimento, e, portanto, está presente na natureza
humana. A Bíblia é muito explícita relativamente à extensão (universalidade) do
pecado (Sl 51.5; Jó 14.4; Jo 3.6; Rm 5.12). Em Ef 2.3 diz o apóstolo Paulo que
os efésios eram “por natureza” filhos da ira, como também os demais”. Nesta
passagem a expressão “por natureza” indica uma coisa inata e original, em
distinção daquilo que é adquirido (Is 53.6). Então, o pecado é uma coisa da
própria natureza humana, da qual participam todos os homens e que os fazem
culpados diante de Deus (Rm 5.12-14), por isso, que todos os homens se acham
sob condenação do pecado e necessitam da redenção (BERKHOF, 2000, p. 235).
1.1 - O pecado original
ou universal. Pecado
original não é uma expressão que vamos encontrar na Bíblia, mas é uma expressão
teológica (Rm 3.10, 23). Originou-se num ato totalmente livre de Adão como o
“representante da raça humana” numa transgressão da Lei de Deus e numa
corrupção da natureza humana, tornando-se sujeito à punição de Deus (Rm 5.14-
19). A raça humana fazia parte de Adão em forma de semente; portanto, quando
Adão pecou, pecamos nele, pois,“todos os homens nascem por natureza” (Ec 7.20;
Sl 51.5; 143.2). O pecado não ficou restrito somente a Adão e Eva, mas
estendeuse a toda a raça humana, é o que chamamos de “culpa herdada” (Rm 5.12).
Sendo assim, toda a raça humana passou a ser pecadora por natureza a partir de
Adão. Aos olhos de Deus, o pecado de Adão foi o pecado de todos os seus
descendentes, de modo que eles nascem como pecadores (Rm 3.23; 7.23; Ef 2.1-2;
Mt 15.18-19; Hb 6.1; 9.14). Devemos estar vigilantes contra o erro de pensar
que Deus criou o homem já na condição de pecador e culpar a Deus do mal. Esta
ideia é claramente excluída pela Escritura (Jó 34.10; Dt 32.4; Sl 92.16; Tg
1.13), ou como alguns afirmam, que os homens não nascem pecadores, mas sim,
apenas com a tendência ao pecado (isso é uma heresia chamada de pelagianismo).
O único ser cuja natureza humana não se mostrou corruptível (pecadora) desde a
sua concepção e nascimento foi o Senhor Jesus Cristo (Hb 4.15; 7.26).
1.2 - O pecado pessoal
ou factual. Com
respeito à origem do pecado na história da humanidade, a Bíblia ensina que ele
teve início com a transgressão de Adão no paraíso, e, portanto, com um ato
perfeitamente voluntário da parte do homem. A expressão “pecados fatuais” ou
“culpa pessoal” não indica apenas as ações externas praticadas por meio do
corpo, mas também todos os pensamentos e volições conscientes que decorrem do
pecado original, ou seja, da natureza pecaminosa (Ec 7.20; Rm 7.18). São os
pecados individuais expressos em atidudes da natureza e inclinação herdada (Rm
5.18,19). O pecado original é somente um, o de Adão; já o pecado factual é
múltiplo, que são os pessoais, e são por estes pecados que prestaremos contas
diante de Deus, ou seja, não somos responsáveis pelo pecado de Adão, apenas
pelos nossos (1Rs 8.46; Pv 20.9; Gl 5.19-21; Ef 2.3).
II - O QUE SIGNIFICA
SALVAÇÃO?
A
palavra “salvação” do grego “soteria” significa: “libertação, ser tirado de um
perigo, livrar-se, escapar”. A salvação é o livramento espiritual eterno
concedido imediatamente por Deus aos que aceitam as condições estabelecidas por
Ele referentes ao arrependimento e fé no Senhor Jesus e sob confissão dEle como
Senhor. “segundo a sua misericórdia nos salvou” (Tt 3.5, ver também At 4.12; Rm
10.10). A Salvação é uma milagrosa transformação espiritual, operada na alma,
na vida e no caráter de toda a pessoa que, pela fé, recebe Jesus Cristo como
seu único Salvador pessoal (Ef 2.8,9; 2 Co 5.17; Jo 1.12; 3.5) (VINE, 2002, p.
967). Trata-se da redenção do ser humano do poder do pecado (1Pe 1.18,19), da
libertação do cativeiro espiritual (Rm 8.2), e a saída do pecador dentre o
poder das trevas do pecado (Cl 1.13). E, finalmente, é o retorno do exílio
espiritual do pecador para Deus (Ef 2.13) (CABRAL, 2009, p. 338).
III - OS TRÊS ASPECTOS
DA SALVAÇÃO
3.1 - Justificação. É a mudança de posição externa e
legal do pecador diante de Deus de condenado para justificado. Pela
justificação passamos a pertencer aos justos. Justificação é o tempo passado da
nossa salvação, mas sempre presente em nossa vida espiritual (1Co 6.11; Rm
8.30,33b; 5.1; 3.24; G1 2.16).
3.2 - Regeneração. É a mudança de condição do pecador de
servo do pecado para filho de Deus. A regeneração é tão séria diante de Deus,
que a Bíblia chama-a de “batismo em Jesus” (1Co 12.13; G1 3.27; Rm 6.3).
Trata-se de um ato interior, dentro do indivíduo, abrangendo também todo o seu
ser. É um termo ligado a família, filhos: “gerar”; é o novo nascimento (Jo
3.5). Mediante a regeneração somos chamados “filhos de Deus” (Gn 2.7; Jo 20.22;
15.5).
3.3 - Santificação. É a mudança de caráter (mudança
subjetiva); é a mudança de serviço (mudança objetiva), “em Cristo”
(posicional), como lemos em João 15.4 e 17.26.
IV - AS ETAPAS DA
SALVAÇÃO
A
salvação nos é concedida mediante a graça de Deus manifesta em Cristo Jesus (Rm
3.24,25; 5.8,10, Hb 7.25). Ela é recebida de graça, e mediante a fé em Cristo
(Rm 3.22, 24, 25, 28). Isto é, ela resulta da graça de Deus (Jo 1.16), mas, há
a resposta humana também (At 16.31; Rm 1.17; Ef 1.15; 2.8). A salvação é
manifesta pelo menos tem três etapas: passado, presente e futuro. Vejamos cada
uma delas:
4.1 - A etapa passada da
salvação. É o que
Deus fez por nós livrando-nos da pena do pecado (1Co 6.11; Rm 5.1; 8.30,33).
Ela é referida na Bíblia como ocorrida no passado e inclui a experiência
pessoal mediante a qual nós, como crentes, recebemos o perdão dos pecados (At
10.43; Rm 4.6-8) e passamos da morte espiritual para a vida espiritual (1Jo
3.14); do poder do pecado para o poder do Senhor (Rm 6.17-23), do domínio de
Satanás para o domínio de Deus (At 26.18).
4.2 - A etapa presente
da salvação. É aquilo
que Deus faz em nós agora livrado-nos do domínio do pecado (2Co 7.1; 1Ts 5.23;
Fp 2.12; 1Jo 2.6). É a santificação em conduta, diante do mundo e a salvação do
poder do pecado. É aquilo que Deus faz em nós agora. Ela abrange:
(a)
o privilégio de um relacionamento pessoal com Deus e com Jesus como nosso
Senhor e Salvador (Mt 6.9; Jo 14.18-23; Gl 4.6);
(b)
a conclamação para nos considerarmos mortos para o pecado (Rm 6.1-14);
(c)
o convite para sermos cheios do Espírito Santo (At 2.33-39; Ef 5.18);
(e)
a exigência para nos separarmos do pecado (Rm 6.1- 14; At 2.40; 2Co 6.17); e
(f)
a chamada para travar uma batalha constante em prol do reino de Deus contra
Satanás e suas hostes demoníacas (2Co 10.4,5; Ef 6.11,16; 1Pe 5.8).
4.3 - A etapa futura da
salvação. É o que
Deus fará conosco na glória celestial (1Pe 1.5; 1Jo 3.2; Rm 8.23; 13.11).
Abrange:
(a)
nosso livramento da ira vindoura de Deus (Rm 5.9; 1Co 3.15; 5.5; 1Ts 1.10;
5.9); (b) nossa participação da glória divina (Rm 8.29; 2Ts 2.13,14) e nosso
recebimento de um corpo ressurreto, transformado (1Co 15.49-52); e
(c)
os galardões que receberemos como vencedores fiéis (Ap 2.7; 1Co 9.24-27; Fp
3.8-14).
V - O LADO DIVINO E
HUMANO DA SALVAÇÃO
A
salvação tem um lado objetivo (o lado divino), e um, subjetivo (o humano). O
primeiro refere-se a Deus como o doador da salvação; e o segundo refere-se ao
homem como o recebedor. (CABRAL, 2009, p. 335). Vejamos a salvação quanto ao
tempo:
CONCLUSÃO
Jesus
é o autor da salvação (Lc 2.11; 2Tm 1.10; Lc 2.30; Hb 5.9), e como Salvador,
Ele têm poder de perdoar os nosso pecados (Mc 2.10), a todos quanto O
receberam, Ele deu o poder para serem filhos de Deus, aos que creem em seu nome
(Jo 1.11-12). Porque Ele recebeu todo o poder nos céus e na terra (Mt 28.18).
Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que quer que
todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade (1Tm 2.3-5).
REFERÊNCIAS
GILBERTO,
et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
CHAFER,
Lewis Sperry. Teologia Sistemática.
CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
BERKHOF,
Louis. Teologia Sistemática. Editora Cultura Cristã.
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