terça-feira, 26 de abril de 2016

LIÇÃO 05 – A MARAVILHOSA GRAÇA - (Rm 6.1-12) 2° TRIMESTRE DE 2016

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 05 – A MARAVILHOSA GRAÇA - 2º TRIMESTRE DE 2016 (Rm 6.1-12)

INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos que a situação espiritual do homem, quer seja judeu ou gentio, destacada por Paulo na epístola aos Romanos é de pecado generalizado. Todavia, Deus soberanamente decidiu, por sua graça, manifestar a salvação através de Cristo Jesus. Pontuaremos as duas principais deturpações e as devidas refutações quanto a compreensão da graça que surgiu na história da igreja; e, por fim, destacaremos ainda que, somente pela graça o homem pode ser salvo.

I – A SITUAÇÃO DO HOMEM E A MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA DE DEUS
1.1 - A condição pecaminosa dos judeus e gentios. Na epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo apresenta a situação geral do gênero humano: “Ninguém é justo diante de Deus” (Rm 3.10-18). Portanto, os judeus não são melhores que os gentios, pois ambos “estão debaixo do pecado” (Rm 3.9). Diversas passagens do AT mostram essa triste realidade (Is 59.4-8; Ec 7.20; Sl 14.2-3; 53.2-3), pois todos estão corrompidos e precisam de um Salvador (Rm 3.13-18; Sl 5.9; 10.2-8; 36.1; Is 59:7-8). Em Adão todos pecaram (Rm 5.12), e consequentemente, estão destituídos da glória de Deus (Rm 3.23); condenados (Rm 5.16); e, mortos (Rm 6.23-a).

1.2 - A perfeição da Lei e a imperfeição do homem. Deus deu a Lei natural aos gentios (Rm 2.14) e a Lei de Moisés ao povo de Israel (Rm 9.4), ambas condenaram ambos os povos (Rm 2.14; 23-25). Referindo-se especificamente ao Decálogo (Dez Mandamentos), Paulo diz que: “o mandamento é santo, justo e bom” (Rm 7.12). Todavia, o homem não tem condições de cumprir a Lei, por causa de seu estado de pecado (Rm 7.14-21). Aliás, quando forneceu a Lei ao homem, Deus não tinha o propósito de que por ela, o pecador viesse a ser salvo, por isso, ele instituiu sacrifícios, porque sabia da fragilidade humana (Lv 1.5; 16.33). Na verdade a Lei, segundo Hoff (1995, p. 66) foi dada com três objetivos: (a) Proporcionar uma norma moral aos homens (Êx 19.4-6; 20.1-17); (b) demonstrar a natureza e o caráter de Deus (Lv 11.44,45; 19.2; 20.7,26; 21.8); e, (c) Mostrar à humanidade seu estado pecaminoso e revelar que, só pela graça, podemos ser salvos (Rm 3.20; Gl 3.24,25).

1.3 - A manifestação da salvação pela graça. Se o gentio e o judeu são igualmente culpados diante de Deus e não podem por si mesmos serem justos, como poderá o homem ser salvo? Paulo nos responde: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor” (Rm 6.23). Embora o homem merecesse a separação eterna de Deus por causa de sua rebeldia deliberada, por sua graça, ou seja favor imerecido, Deus revolveu conceder gratuitamente a vida eterna aqueles que não merecem. Portanto “a graça divina é, então, Deus mesmo renunciando ao exercício do justo castigo por sua livre e soberana decisão” (ALMEIDA, 1996, p. 28).

II – A GRAÇA DE DEUS E AS DETURPAÇÕES
Desde o primeiro século da igreja até os dias atuais o ensino sobre a graça de Deus tem sofrido deturpações (Rm 1.25; 2Pe 3.15,16). Há aqueles que acham que o homem não pode ser salvo apenas pela graça, fazendo-se necessário a guarda da Lei (At 15.1,5); e a outros que acreditam que, já que somos salvos pela graça, independente das obras, nada que façamos de mal depois de salvos poderá nos fazer perder esta salvação (Rm 6.1). Abaixo destacaremos pelos menos dois principais grupos que deturparam este precioso ensino. Vejamos:

2.1 - O Legalismo defendido pelos judaizantes. “Os judaizantes foi um movimento surgido nas primeiras décadas da Igreja Cristã, cujo objetivo era forçar os crentes gentios a observar a Lei de Moisés (legalismo), principalmente a Lei cerimonial, que incluía: a prática da circuncisão, a abstinência de alguns alimentos e a guarda do sábado e dias tidos como especiais (Cl 2.16-23). Na verdade, esse movimento pretendia reduzir o Cristianismo a uma mera seita judaica” (ANDRADE, 2006, p. 242). Contra esta pretensão, que contrariava frontalmente a Nova Aliança, levantou-se Paulo veementemente em suas cartas (Rm 3.28; Gl 2.16; 3.11; 3.24). Os modernos defensores do novo legalismo procuram enganar os incautos com citação de textos bíblicos isolados, os quais eles torcem em favor de seus pontos de vista. Portanto, as leis do Antigo Pacto destinadas diretamente a nação de Israel, tais como: as leis sacrificiais, cerimoniais, sociais ou cívicas (Lv 1.2-3; 24.10), já não são obrigatórias para quem está no Novo Pacto (Cl 2.16-17; At 15.24-29; Hb 10.1-4).

2.2 - O Antinomismo defendido pelos gentios. Em Romanos 6.1 o apóstolo Paulo faz a seguinte pergunta: “Que diremos pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça abunde?”. Em seguida ele responde: “De modo nenhum” (Rm 6.2a). “Paulo destrói a aparente lógica desse argumento apontando que o desejo de continuar pecando (uma vez que o perdão de Deus esta garantido) mostra que o indivíduo não entendeu o significado da graça ou a gravidade do pecado” (TOKUMBOH, 2010, p. 1395). Alguns intérpretes da Bíblia alegam que esta pergunta de Paulo foi formulada porque certos grupos libertinos, levaram seus ensinamentos ao extremo, por exemplo o da justificação pela fé independente das obras (Rm 3.28). Estes afirmavam que, desde que uma pessoa tivesse fé em Cristo (isto é, cresse nas coisas certas a respeito de sua divindade e em sua obra realizada para conceder perdão), não importaria se os atos dela fossem bons ou maus. Aqueles que pensam dessa forma são chamado de antinomistas. A palavra Antinomismo “Do grego “anti” que significa: “contra”, e “nomos”, “lei”. Alegam os antinomistas que, salvos pela fé em Cristo Jesus, já estamos livres da tutela de Moisés. Ignoram, porém, serem as ordenanças morais do Antigo Testamento pertencentes ao elenco do direito natural que o Criador incrustara na alma de Adão. Todo crente piedoso os observa; pois o Cristo não veio ab rogá-los; veio cumpri-los e sublimá- los” (ANDRADE, 2006, p. 51 – acréscimo nosso).

III – SOMENTE PELA GRAÇA O SER HUMANO PODE SER SALVO
O apóstolo Paulo foi o principal instrumento humano para transmitir o pleno significado da graça em Cristo. Não é de admirar que mais tarde ele viesse a ser conhecido como “o apóstolo da graça”. Com maestria, ele nos fala sobre a graça de Deus na epístola aos Romanos de forma abundante (Rm 1.5,7; 3.24; 4.4,16; 5.2; 5.15,17,18; 5.20; 5.21; 11.6). No NT, a palavra graça no grego é “charis”, que indica “graciosidade, favor”. Abaixo destacaremos algumas verdades sobre este maravilhoso favor segundo a teologia paulina:

3.1 - A graça é um ato soberano (Rm 1.7; 5.15; Tt 2.11). Nos referidos textos, Paulo nos diz que a graça procede soberanamente de Deus. Isto porque o favor lhe pertence e vem dEle, como sua fonte originária (I Co 15.10; I Pe 5.10). Segundo a Bíblia Deus manifestou a sua graça em toda a sua plenitude na Pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo (II Co 8.9; 13.13; Gl 1.6; 6.18; Ef 2.7; Fp 4.23; Ap 22.21). “A expressão 'manifestar' no original se relaciona ao substantivo 'epifania', ou seja, 'aparecimento' ou 'manifestação' (por exemplo, do sol ao amanhecer). A graça de Deus surgiu repentinamente sobre os que estavam nas trevas e na sombra da morte (Ml 4.2; Lc 1.79; At 27.20; Tt 3.4)” (HENDRIKSEN, 2001, p. 453).

3.2 - A graça é imerecida (Rm 3.24; 11.6; Ef 2.5.7-8). A palavra traduzida como graça significa “favor imerecido”. Para falar sobre este favor imerecido ao pecador, Paulo usa a seguinte argumentação: “Ora, àquele que faz qualquer obra não lhe é imputado o galardão segundo a graça, mas segundo a dívida. Mas, àquele que não pratica, mas crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é imputada como justiça” (Rm 4.4,5). Nestes versículos, o apóstolo deixa claro que a salvação é concedida ao homem sem ele merecer. Não há nada que o homem faça para o tornar digno de ser salvo, pois a graça aniquila qualquer obra que visa receber a salvação por mérito “Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Ef 2.9). Segundo Soares (p. 76) “A graça é o favor imerecido de Deus para com o pecador; é a bondade para quem apenas merece o castigo”.

3.3 - A graça é suficiente (Rm 3.24; Ef 2.8). Paulo nos mostra que a Lei não é suficiente para salvar o homem. Até porque seu propósito é revelar o pecado e não extirpá-lo (Rm 7.7). Todavia, a graça de Cristo faz por nós aquilo que a Lei nunca poderia. Um dos pontos da Reforma Protestante é o “sola gratia” que diz que embora a fé seja o caminho dado por Deus para a salvação, não é ela quem nos salva, mas a graça “Porque pela graça sois salvos” (Ef 2.8-a). Lutero refutou o ensino católico romano da salvação pelas obras, alegando com base no que diz a Bíblia, que é pela graça, o favor imerecido de Deus, que ele nos concede a bênção da salvação (At 15.11; Rm 11.6).

3.4 - A graça não faz acepção (Rm 1.16; 3.29; 9.24). Desde o início, a proposta divina sempre foi estender a bênção da salvação a todos os homens indiscriminadamente (Gn 12.3; Gl 3.8). É errôneo pensar embora “todos pecaram” (Rm 3.23), somente os eleitos serão salvos. Em Tito 2.11 Paulo diz “[...] a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens”. A vinda do Messias mostra claramente que, Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; I Pe 1.17). Portanto, a graça de Deus que nos é oferecida mediante o evangelho, é derramada sobre todos em pé de igualdade, ou seja ela alcança tanto judeus como gentios (Gl 3.14; Ef 3.6).

3.5 - A graça pode ser resistida (At 18.5,6). A ideia de que a graça é irresistível está ligada a Agostinho. “De acordo com ele, a graça de Deus atua incondicional e irresistivelmente nos eleitos, garantindo a salvação deles, produzindo a reação favorável dos homens para com o evangelho e garantindo que essa reação seja absolutamente completa e eficaz” (CHAMPLIN, 2004, p. 957). A Bíblia, no entanto, nos mostra que o homem pode por seu livre arbítrio aceitar ou rejeitar o plano divino para a sua salvação (At 4.4; 9.42; 17.4; Hb 3.15; 4.7). O povo de Israel é a maior prova de que a graça não é irresistível, pois o apóstolo João diz: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11). Jesus quando estava em frente ao Monte das Oliveiras declarou: “Jerusalém, Jerusalém, [...] quantas vezes QUIS EU ajuntar os teus filhos, [...] e TU NÃO QUISESTE!” (Mt 23.37). Confira ainda: (At 7.51; 18.6).

CONCLUSÃO
Apesar da queda da raça humana, Deus, por sua maravilhosa graça decidiu soberanamente salvar o homem caído em pecado, por meio de Jesus Cristo. Esta graça alcança a todos os homens indistintamente e apesar de nos salvar independente das obras, nos impele a uma vida de santificação que é a evidência visível da salvação.

REFERÊNCIAS
• ALMEIDA, Abraão de. O Sábado, a Lei e a Graça. CPAD.
• ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
• CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
• HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
• TOKUMBOH, Adeyemo. Comentário Bíblico Africano. MUNDO CRISTÃO.

segunda-feira, 18 de abril de 2016

LIÇÃO 04 – OS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO (Rm 5.1-12) - 2º TRIMESTRE DE 2016

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 04 – OS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO - 2º TRIMESTRE DE 2016 (Rm 5.1-12)

INTRODUÇÃO
Nesta lição, destacaremos que o ato da justificação concedida por Deus ao homem por meio de Cristo Jesus, trás consigo muitos benefícios, tais como: paz com Deus, acesso a graça, esperança, reconciliação e glorificação. Veremos ainda que por causa de um homem, Adão, todos se fizeram pecadores; todavia, por causa também de um homem, Cristo Jesus, todos poderão ser salvos. Por fim, pontuaremos que a motivação que impulsionou Deus a declarar justo o pecador foi o seu grande e incomparável amor revelado na Pessoa de Seu Bendito Filho.

I – O QUE SIGNIFICA A PALAVRA BENEFÍCIO
Segundo o Aurélio (2004, p. 285) a palavra “benefício” significa: “serviço ou bem que se faz gratuitamente; favor; mercê, graça”. A Bíblia nos mostra que Deus graciosamente dispensa benefícios aos seres humanos, no sentido de prover os meios de subsistência a todos, sem distinção (Mt 5.45; At 17.25). Todavia, dispensa também de forma especial, favores espirituais e eternos, exigindo-lhes fé em seu Bendito Filho Jesus Cristo (Jo 3.16 Rm 5.20).

II – QUAIS OS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO
Depois de falar sobre a necessidade da justificação (Rm 1.18; 3.20) e do meio pelo qual fomos justificados (Rm 3.21; 4.25), o apóstolo Paulo descreve os frutos da justificação (Rm 5.1-12), como veremos a seguir:

2.1 - Paz com Deus (Rm 5.1). O termo grego para paz é “eirene” que nos dá a ideia de “harmonia”, “acordo”, “descanso” e “quietude”. A paz com Deus só é possível mediante a justificação pela fé. Pois o pecador, em seu estado de pecado, encontra-se em inimizade com Deus, visto que o pecado é uma violação da vontade de Deus (Os 4.1; Tg 4.4). “Ter paz com Deus significa que não há mais hostilidade entre nós e Deus e que o pecado não bloqueia o nosso relacionamento com Ele. Mais do que isso, um novo relacionamento foi estabelecido e assim não mais tememos o resultado do julgamento, mas vivemos sob a proteção estabelecida por Deus” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, vol. 02, p. 40).

2.2 - Acesso a graça (Rm 5.2). Além da paz, Paulo nos diz que em Cristo pela fé temos “acesso a graça”. “No grego a expressão usada por Paulo é “ten prosagogen” que significa “nossa entrada”. A ideia é a entrada na câmera de audiências de um monarca. É bom destacar que não vamos até ali por nossos próprios esforços, mas precisamos de um ‘introdutor’ - que é Cristo” (BEACON, 2006, p. 80 – acréscimo nosso). Diversos textos da Bíblia, nos mostram que a nossa entrada a presença de Deus encontrava-se bloqueada por causa do pecado (Gn 3.22-24; Is 59.2; Rm 3.23). Todavia, justificados por Jesus Cristo, as barreiras foram tiradas, para que tivéssemos acesso a graça de Deus (Ef 2.13; I Pe 2.10). Portanto, “Jesus nos abre as portas à presença do Rei dos reis; e quando essas portas se abrem o que achamos é graça; não condenação, nem juízo, nem vingança, mas a pura, imerecida, incrível bondade de Deus” (BARCLAY, sd, p. 81 – acréscimo nosso).

2.3 - Esperança da glória (Rm 5.2-b). No estado de pecado o homem vive sem paz, sem esperança e sem Deus no mundo (Ef 2.12). A Bíblia diz que “a humanidade foi criada para a glória de Deus, mas por causa do pecado, “todos foram destituídos da glória de Deus” (Rm 3.23). É o propósito de Deus recriar a sua imagem e a sua glória de forma completa em nós, de modo que possamos estar firmes; e nos gloriarmos na esperança da glória de Deus” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, vol. 02, p. 40).

2.4 - Salvo da ira (Rm 5.9). A expressão “ira” segundo Vine (2002, p. 723) que dizer: “raiva ardente”, “indignação” e “furor”. Na condição de pecador o homem está sobre a ira de Deus, já no presente (Jo 3.36; Rm 1.18), e irá experimentar desta ira plenamente no futuro, quando todos os pecadores serão julgados e sentenciados a condenação eterna (Rm 2.5,16; Ap 20.11-15). Mas, quando justificado, este pecador remido é salvo desta ira presente e futura, pois para ele já não há mais condenação, visto que este creu que Cristo assumiu a sua culpa quando morreu na cruz (Jo 5.24; I Ts 1.10; Ap 3.10).

2.5 - Reconciliação (Rm 5.10,11). No grego a expressão reconciliar “katallage” significa: “restauração à benevolência divina, conciliação” (PALAVRA- CHAVE, 2009, p. 2257). Segundo Champlin (2004, p. 574), a reconciliação “consiste da mudança da relação de hostilidade que existiu entre dois indivíduos, passando eles a serem amigos entre si. Essa relação de hostilidade é alterada para a relação de paz”. Por causa do pecado, o homem quebrou a sua comunhão com Deus (Gn 3.23- 24; Rm 3.23). Porém, apesar de o primeiro Adão ter criado o abismo, o segundo Adão, Cristo, construiu a ponte, nos reconciliando com Deus (II Co 5.18,19; Cl 1.20,21).

2.6 - Glorificação (Rm 5.10-a). Paulo ainda diz que uma das bençãos subsequentes a justificação é a glorificação. No plano da salvação, a glorificação é a etapa final a ser atingida por aquele que recebe a Cristo como Salvador e Senhor de sua alma. A glória de Cristo será partilhada plenamente com seus santos no arrebatamento da igreja (I Co 15.53,54; Cl 3.4; I Jo 3.2).

III – AS DIFERENÇAS ENTRE ADÃO E CRISTO
“O contraste entre Adão e Jesus Cristo é que um único ato de Adão determinou a natureza do mundo; um único ato de Cristo determinou a natureza da eternidade. Em terminologia moderna, podemos dizer que Adão foi um protótipo imperfeito, mas Cristo é o original perfeito. Assim como Adão era um representante da humanidade original. Cristo é o representante da nova humanidade espiritual” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, p. 42). Na tabela abaixo veremos qual o estado ou condição do homem que está em Adão e do que está em Cristo:

ADÃO
Seu nome significa: homem ou humanidade
Pecou contra Deus (Gn 3.6; Os 6.7; Rm 5.12-a)
Nos fez pecadores (Rm 5.19-a)
Prejudicou toda a humanidade (Rm 5.12)
Fomos afastados de Deus (Gn 3.24; Rm 3.23)
Nele morremos (Rm 5.12,15-a; 17-a; 6.23-a)
Trouxe a condenação (Rm 5.16-a; 18-a)

CRISTO
Seu nome significa: Deus salva
Obedeceu a Deus (Mt 5.17; Fp 2.8; Hb 5.8)
Nos faz justos (Rm 5.19-b)
Beneficiou toda a humanidade (Rm 5.12-b; 17-b)
Fomos reconciliados com Deus (Rm 5.10-11; II Co 5.18)
Nele vivemos (Rm 5.17-b; 6.23-b)
Trouxe a salvação (Rm 5.16-b; 18-b)

IV – A GRANDEZA DO AMOR DE DEUS
Após falar da justificação como um ato divino de declarar inocente o culpado, o apóstolo Paulo nos fala sobre o incomparável amor divino, pois este foi a motivação que impulsionou Deus a graciosamente nos conceder graciosamente a salvação. “O amor pode ser definido como o “sentimento que constrange a buscar, desinteressadamente e sacrificialmente, o bem de outrem. O amor é o mais alto e sublime atributo comunicável de Deus. João diz que Deus é amor (I Jo 4.8). Somente o amor seria capaz de predispor a Deus a buscar o bem de uma humanidade corrompida, e que só se ocupava em quebrantar-lhe as leis” (ANDRADE, 2006, p. 42 – acréscimo nosso). Vejamos o que nos diz Paulo sobre isso:

4.1 - O amor de Deus foi aplicado (Rm 5.5). O apóstolo Paulo nos ensina que a razão da confiança por parte dos que tem fé é que o amor de Deus esta derramado em nosso coração. Quando a pessoa confia em Cristo e o recebe, ela recebe o Espirito Santo (Rm 8.9), que constantemente a encoraja a manter sua esperança em Deus. “A presença do Espirito Santo em nossa vida nos torna cientes do amor de Deus, e esse amor nos dá esperança inabalável no porvir. Logo, o cristão nunca deve desistir diante do sofrimento, pois Deus certamente cumprira suas promessas” (TOKUMBOH, 2010, p. 1394).

4.2 - O amor de Deus foi imerecido (Rm 5.6,7). Paulo nos diz que Deus nos amou quando éramos “fracos” (Rm 5.6-a); “ímpios” (Rm 5.6-b); “pecadores” (Rm 5.8-b); e, “inimigos de Deus” (Rm 5.10), ou seja, não merecíamos tão grande e excelente amor. Paulo diz que é possível que alguém se encoraje a morrer por um justo, ou seja, por um homem íntegro e honesto, um cidadão respeitável e bom, uma pessoa útil ou benevolente. Porém, Cristo morreu por nós, sendo nos ainda pecadores. “Essa é uma demonstração clara do amor de Deus. Ele nos recebe do jeito que estamos e, a partir daí, começa a fazer algo novo e belo” (RADMACHER, 2010, p. 373).

4.3 - O amor de Deus foi provado (Rm 5.7,8). Sem sombra de dúvida, a maior revelação do amor Deus para com a humanidade está na Pessoa de Cristo Jesus. Em João 3.16, o Senhor Jesus afirmou isso: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito[...]”. Confira também: (Is 9.6; Mt 20.28; Jo 15.13; Rm 8.32). Jesus veio ao mundo para mostrar qual é e sempre foi a atitude de Deus para com os homens. Ele veio para provar aos homens incontestavelmente que Deus é amor. “A morte de Cristo é a mais alta manifestação do amor de Deus por nós. Embora fôssemos rebeldes e desprezíveis. Cristo morreu por nós para que assim pudéssemos chegar a Deus, ter paz com Ele e nos tornarmos herdeiros de suas promessas. Cristo não morreu para que nos tornássemos pessoas amadas; Cristo morreu porque Deus já nos amava e queria nos levar para junto de si” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, p. 41).

CONCLUSÃO
Por causa do seu grande amor pela humanidade, Deus enviou Jesus Cristo ao mundo para que, por meio dele, o pecador pudesse ser justificado. Essa justificação trás consigo grandes benefícios espirituais, e sem dúvida, o maior deles é a possibilidade que o homem tem de reatar a sua comunhão com Deus outrora perdida no Éden.

REFERÊNCIAS
ADEYEMO, Tokumboh. Comentário Bíblico Africano. CPAD.
APLICAÇÃO PESSOAL, Comentário do Novo Testamento. Vol. 02. CPAD.
BARCLAY, William. Comentário do Novo Testamento. PDF.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
CLAUDIONOR, Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. Vol 08. CPAD.
LOPES, Hernandes dias. Comentário Exegético de Romanos. HAGNOS.

RADMACHER, Earl D. O Novo Comentário Bíblico: Novo Testamento. CENTRAL GOSPEL.

LIÇÃO 03 – JUSTIFICAÇÃO, SOMENTE PELA FÉ EM JESUS CRISTO (Rm 4.17-22) - 2º TRIMESTRE DE 2016

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 03 – JUSTIFICAÇÃO, SOMENTE PELA FÉ EM JESUS CRISTO 2º TRIM/2016 (Rm 4.17-22)

INTRODUÇÃO
Nesta lição, traremos a definição da palavra justificação; estudaremos a doutrina da justificação pela fé; analisaremos a insuficiência da Lei para a justificação; pontuaremos Abraão e a doutrina da justificação; e concluiremos vendo os elementos da justificação.

I - DEFINIÇÃO DE JUSTIFICAÇÃO NA BÍBLIA
O sentido de “justiça” no AT procede de dois termos hebraicos: “tsedeq”, cujo sentido primário é “ser retilíneo”, “ser reto”, “retidão”; e, “mishpat”, traduzido por “justiça” e “juízo” (2Cr 12.6; Ec 12.14; Sl 1.5; Sl 11.7). O NT emprega a palavra “dikaiosyne” para designar os termos “justiça”, “retidão”, “justo”, “reto” e “justificação”. No AT embora o termo “justificar” tenha, às vezes, uma conotação moral ou ética, grande parte de sua ocorrência deixa evidente o aspecto forense (jurídico) do termo, onde uma pessoa é declarada judicialmente justa por ter uma vida coerente com as exigências da Lei (Êx 23.7; Is 5.23; Dt 25.1; Pv 17.15). Já o sentido no NT do termo “justificar” é mais amplo, pois se trata de uma pessoa declarada justa ante o tribunal de Deus, com base na justiça de Cristo (VINE, 2006, p. 733).

II – A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
Podemos definir a justificação como um ato judicial de Deus, no qual ele declara, com base na justiça de Cristo, que todas as reivindicações da Lei são satisfeitas com vistas ao pecador (Rm 5.1-10; At 26.18). A justificação traz a absolvição da culpa por sermos declarados justos, e, está claramente associada à expiação dos nossos pecados (Rm 4.25).

2.1 - A doutrina da justificação pela fé. A doutrina da justificação pela fé é o cerne da teologia paulina, utilizada especialmente quando em confronto direto com o ensino judaico ou dos judeus cristãos, que defendiam que o homem encontra a graça de Deus quando cumpre a vontade divina por meio da Lei judaica (legalismo). Paulo contra-argumenta que basta ao ser humano ter fé na eficácia do sacrifício de Cristo na cruz para Deus o declarar justo (Gl 1.6,9). A Escritura nos ensina que somos justificados pela fé (At 13.39; Rm 3.26,28,30; 4.3,5; 5.1; Gl 2.16; 3.8) ou mediante a fé (Rm 5.1; Gl 2.16;
Fp 3.9), mostrando, assim, que existe uma estreita relação entre a justificação e a fé (GILBERTO, 2004, p.147).

2.2 - O aspecto forense da doutrina da justificação pela fé. O termo forense está relacionado ao “sistema e práticas judiciais”. Neste caso, a justificação tem como base a justiça de Cristo. Sendo o homem incapaz de se auto justificar, Deus o justifica. Surge então a questão: como Deus, sendo absolutamente justo, pode justificar o homem injusto e pecador? Paulo responde e deixa claro que Cristo se fez justiça por nós (Rm 3.24-26; 4.5; 1Co 1.30). Portanto, Deus não é injusto ao justificar o injusto, pois o fundamento é a justiça de Cristo e Deus considera a justiça dEle pertencente ao homem.

2.3 - Jesus e a doutrina da justificação pela fé. A doutrina da justificação pela fé está presente na mensagem propagada por Jesus, como pode ser constatada em diversas parábolas e também no seu próprio estilo de vida. Paulo apresenta uma compreensão da mensagem de Jesus maior do que qualquer outro autor do NT. Um ensinamento tão crucial como a doutrina da justificação não poderia estar ausente nos ensinamentos do “Mestre dos mestres”, o Senhor Jesus Cristo (Lc 23.43; Lc 18.9-14). O pecador é justificado gratuitamente pela graça de Deus (Rm 3.4) e não há nenhuma possibilidade de justificação pelas obras da lei (Rm 3.28; Gl 2.16; 3.11). A base da justificação só pode ser encontrada na justiça perfeita de Cristo, imputada ao pecador na justificação e apropriada pela fé (Rm 3.24; 5.9,19; 8.1; 10.4; 1Co 1.30; 6.11; Fp 3.9).

III - A INSUFICIÊNCIA DA LEI PARA A JUSTIFICAÇÃO
A justificação é uma providência tomada por Deus de nos declarar justificados em Cristo Jesus para todo o sempre. Éramos pecadores, filhos da ira e condenados. Agora, passamos à posição de filhos de Deus (Jo 1.11-12; Fl. 3.20-21).

3.1 - A justiça do homem é como trapo de imundícia. Como poderia um pecador, um ser humano decaído e miserável, sobreviver diante do tribunal de um Deus absolutamente santo e justo? A justiça inerente do homem é insuficiente para a justificação, considerada como trapos de imundícia (Is 64.6; Fp 3.8,9), sendo necessária uma justiça superior que está fora do homem e que lhe seja atribuída. A essência da justificação é de que o homem é perdoado com justiça, entretanto, é preciso entender que tal justiça é alcançada por Cristo por sua perfeita obediência e o sacrifício de si mesmo, sendo
posteriormente atribuída ao crente. Essa justificação traz como efeito o perdão, a paz com Deus e a certeza da salvação. As boas obras não são consideradas como causa, mas como consequências da justificação (Rm 5.19; 1Co 1.30; 2Co 5.21).

3.2 - A justificação pela fé e a santificação. A justificação pela fé não significa que uma vez justificado, o crente pode fazer o que bem entender. Precisa-se tomar cuidado com algumas afirmações teológicas, como por exemplo, a que ensina que “uma vez salvo, salvo para sempre”. A justificação, como já vimos, é imediata, instantânea. No entanto, uma vez justificado, o crente deve manter sua vida de comunhão com Deus e desenvolver a santificação, que é progressiva. Na verdade, na justificação, Deus realmente remove de nós a culpa pelo pecado, isto é, a sujeição do pecador à punição eterna, mas não a culpabilidade inerente a qualquer pecado que seja praticado (Sl 25.7; 51.5-9).

IV - ABRAÃO E A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO
Paulo inicia o tema da Justificação em Romanos 1.18 e só o conclui em Romanos 4.25. Estes capítulos incluem: a necessidade da justificação (Rm 1.18-20), o meio da justificação (Rm 3.21-31) e, exemplos da justificação (Rm 4.1-25). O assunto principal dos quatro primeiros capítulos de Romanos é a Revelação da Justiça Salvífica de Deus. A fim de provar a universalidade do pecado (Rm 3.9-20,23), e a necessidade de justificação geral (Rm 3.22) (GILBERTO, 2004, p.148).

4.1 - A justificação de Abraão não foi por obras meritórias. Os judaizantes do passado pregavam que a justiça provinha das obras (At 15.1; Gl 2.21). O apóstolo Paulo diz pela inspiração que somos salvos pela fé e não pelas obras (Ef 2.8-10). Paulo retrocede no tempo, para além de Moisés, e toma Abraão como exemplo de fé. Abraão tinha fé em Deus, isto é, cultivava um dedicado e leal relacionamento com seu Deus, cria nas suas promessas (Rm 4.20,21; Gn 12.1-3; 15.5,6) e vivia em obediência ao Senhor (Gn 12.1-4; 22.1-19; Hb 11.8-19; Tg 2.21,22;). A fé de Abraão foi “imputada” por justiça. A expressão “imputar” significa creditar na conta da pessoa. A Escritura nos ensina que somos justificados pela fé (Rm 3.28,30) ou mediante a fé (Rm 5.1; Gl 2.16; Fp 3.9), mostrando, assim, que existe uma estreita relação entre a justificação e a fé.

4.2 - A justificação de Abraão não foi por meio da circuncisão. Um dos argumentos mais fortes utilizados pela epístola aos Romanos é da paternidade de Abraão de todos aqueles que creem (Rm 4.9-12). O período em que Abraão foi declarado justo pela sua fé na Palavra de Deus, conforme descrito em Gênesis 15.6, correspondia a uma época bem anterior à sua circuncisão. Se a fé e a justificação de Abraão ocorrem antes da circuncisão, ele também é pai dos gentios, que creem independentes de circuncisão. A lei mosaica foi estabelecida depois da promessa e justificação de Abraão pela fé (430 anos depois). Portanto, não influenciou na justificação. Dessa forma, Abraão foi justificado antes da circuncisão e do estabelecimento da Lei (Rm 4.12; Ef 2.8) (GILBERTO, 2004, p.148).

V - ELEMENTOS DA JUSTIFICAÇÃO
A justificação é uma das mais importantes doutrinas da salvação, pois sem ela não haveria salvação. Tanto o arrependimento como a fé, o perdão e a regeneração conduzem à justificação. Há quatro elementos da obra de justificação que são:
(a) a remissão dos pecados;
(b) a imputação da justiça de Cristo;
(c) a adoção de filhos; e,
(d) o direito a vida eterna ao pecador. Vejamos:

5.1 - A remissão dos pecados. A remissão dos pecados está baseada na obediência completa e absoluta de Cristo, isto é, em seu perfeito cumprimento da Lei (Sl 32.1; Is 43.25; 44.22; Jr 31.34). O perdão concedido por Deus na justificação aplica-se a todos os pecados, passados, presentes e futuros, e, por isso, envolve a remoção da culpa e de toda a penalidade. Passagens como Romanos 5.21; 8.1,32-34; Hebreus 10.14; Salmos 103.12; Isaías 44.22 nos asseguram que ninguém pode lançar nada na conta da pessoa justificada, que está isenta de condenação e é herdeira da vida eterna.

5.2 - A imputação da justiça de Cristo. Na justificação, Cristo não apenas tira de nós a nossa iniquidade, mas também nos nos reveste com a sua própria santidade (At 26.18; Rm 5.1-2; Gl 4.5). A justificação é uma necessidade para que o crente tenha certeza absoluta de que está salvo, seguro, aceito por Deus e para criar uma relação de Pai para filho e filho para Pai entre o crente e Deus. A salvação e a justificação são só pela graça mediante a fé (Rm. 3.20,28; 11.6; Ef. 2.8-9).

5.3 - Adoção de filhos. Os crentes são, antes de tudo, filhos de Deus por adoção. Por intermédio dessa adoção, Deus coloca o pecador no estado de filho e passa a tratá-lo como filho. Em virtude de sua adoção, os crentes são inseridos na família de Deus, ficam sob a lei da obediência filial e passam a ter direito a todos os privilégios da filiação. A adoção como filhos e a filiação moral dos crentes andam de mãos dadas. Por um lado, eles são adotados por Deus como filhos. Por outro, eles passam a se comportar como filhos de Deus (Gl 4.4-6).

5.4 - O direito à vida eterna. Quando os pecadores são adotados por Deus, eles passam a ter todos os direitos de filhos e, por isso, tornam-se herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Rm 8.17). Isso significa, antes de tudo, que eles se tornam herdeiros de todas as bênçãos da salvação nesta vida. A justificação é a mudança de posição externa e legal do pecador diante de Deus: de condenado para justificado. Pela justificação passamos a pertencer aos justos (1Co 6.11; Rm 8.30,33b; 5.1; 3.24; G1 2.16).

CONCLUSÃO
Tendo sido justificados pela graça, mediante a fé, experimentamos grandes benefícios de agora em diante: “temos paz com Deus” (Rm 5.1) e estamos “preservados da ira de Deus” (Rm 5.9). Temos a certeza da “glorificação final” (Rm 8.30) e a libertação presente e futura da “condenação” (Rm 8.1,33,34). A justificação nos toma “herdeiros, segundo a esperança da vida eterna” (Tt 3.7).

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
GILBERTO, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

VINE, E. W; et al. Dicionário Vine: o significado exegético e expositivo das palavras do AT e NT. CPAD.

terça-feira, 12 de abril de 2016

LIÇÃO 02 – A NECESSIDADE UNIVERSAL DA SALVAÇÃO EM CRISTO (Rm 1.18-20, 25-27; 2.1, 17-21) - 2º TRIMESTRE DE 2016

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 02 – A NECESSIDADE UNIVERSAL DA SALVAÇÃO EM CRISTO 2º TRIM/2016 (Rm 1.18-20, 25-27; 2.1, 17-21)

INTRODUÇÃO
Dentre tantas promessas descritas nas Escrituras, a promessa da salvação é, sem dúvidas, uma das mais gloriosas. Isto porque, ela não está restrita ou predestinadas à algumas pessoas, mas sim, para toda a humanidade (Jo 3.16; 1Tm 1.15; 2.3,4; Tt 2.11). Nesta lição, veremos o que significa o termo salvação; estudaremos a universalidade do pecado fazendo uma comparação entre o pecado original e o pessoal; apontaremos esta doutrina quanto ao tempo, ao espaço e as barreiras culturais; debruçaremos sobre os três aspectos da salvação; verificaremos a promessa da salvação tanto no AT como NT; e, finalizaremos observando as suas etapas tanto no lado divino quanto no humano.

I – A UNIVERSALIDADE DO PECADO
Há inequívocas declarações nas Escrituras que indicam a pecaminosidade universal do homem (1Rs 8.46; Sl 14.3; 143.2; Ec 7.20; Rm 3.1-12, 19, 20, 23; Gl 3.22; Tg 3.2; 1Jo 1.8, 10). Várias passagens ensinam que o pecado é uma “herança” do homem desde a hora do seu nascimento, e, portanto, está presente na natureza humana. A Bíblia é muito explícita relativamente à extensão (universalidade) do pecado (Sl 51.5; Jó 14.4; Jo 3.6; Rm 5.12). Em Ef 2.3 diz o apóstolo Paulo que os efésios eram “por natureza” filhos da ira, como também os demais”. Nesta passagem a expressão “por natureza” indica uma coisa inata e original, em distinção daquilo que é adquirido (Is 53.6). Então, o pecado é uma coisa da própria natureza humana, da qual participam todos os homens e que os fazem culpados diante de Deus (Rm 5.12-14), por isso, que todos os homens se acham sob condenação do pecado e necessitam da redenção (BERKHOF, 2000, p. 235).

1.1 - O pecado original ou universal. Pecado original não é uma expressão que vamos encontrar na Bíblia, mas é uma expressão teológica (Rm 3.10, 23). Originou-se num ato totalmente livre de Adão como o “representante da raça humana” numa transgressão da Lei de Deus e numa corrupção da natureza humana, tornando-se sujeito à punição de Deus (Rm 5.14- 19). A raça humana fazia parte de Adão em forma de semente; portanto, quando Adão pecou, pecamos nele, pois,“todos os homens nascem por natureza” (Ec 7.20; Sl 51.5; 143.2). O pecado não ficou restrito somente a Adão e Eva, mas estendeuse a toda a raça humana, é o que chamamos de “culpa herdada” (Rm 5.12). Sendo assim, toda a raça humana passou a ser pecadora por natureza a partir de Adão. Aos olhos de Deus, o pecado de Adão foi o pecado de todos os seus descendentes, de modo que eles nascem como pecadores (Rm 3.23; 7.23; Ef 2.1-2; Mt 15.18-19; Hb 6.1; 9.14). Devemos estar vigilantes contra o erro de pensar que Deus criou o homem já na condição de pecador e culpar a Deus do mal. Esta ideia é claramente excluída pela Escritura (Jó 34.10; Dt 32.4; Sl 92.16; Tg 1.13), ou como alguns afirmam, que os homens não nascem pecadores, mas sim, apenas com a tendência ao pecado (isso é uma heresia chamada de pelagianismo). O único ser cuja natureza humana não se mostrou corruptível (pecadora) desde a sua concepção e nascimento foi o Senhor Jesus Cristo (Hb 4.15; 7.26).

1.2 - O pecado pessoal ou factual. Com respeito à origem do pecado na história da humanidade, a Bíblia ensina que ele teve início com a transgressão de Adão no paraíso, e, portanto, com um ato perfeitamente voluntário da parte do homem. A expressão “pecados fatuais” ou “culpa pessoal” não indica apenas as ações externas praticadas por meio do corpo, mas também todos os pensamentos e volições conscientes que decorrem do pecado original, ou seja, da natureza pecaminosa (Ec 7.20; Rm 7.18). São os pecados individuais expressos em atidudes da natureza e inclinação herdada (Rm 5.18,19). O pecado original é somente um, o de Adão; já o pecado factual é múltiplo, que são os pessoais, e são por estes pecados que prestaremos contas diante de Deus, ou seja, não somos responsáveis pelo pecado de Adão, apenas pelos nossos (1Rs 8.46; Pv 20.9; Gl 5.19-21; Ef 2.3).

II - O QUE SIGNIFICA SALVAÇÃO?
A palavra “salvação” do grego “soteria” significa: “libertação, ser tirado de um perigo, livrar-se, escapar”. A salvação é o livramento espiritual eterno concedido imediatamente por Deus aos que aceitam as condições estabelecidas por Ele referentes ao arrependimento e fé no Senhor Jesus e sob confissão dEle como Senhor. “segundo a sua misericórdia nos salvou” (Tt 3.5, ver também At 4.12; Rm 10.10). A Salvação é uma milagrosa transformação espiritual, operada na alma, na vida e no caráter de toda a pessoa que, pela fé, recebe Jesus Cristo como seu único Salvador pessoal (Ef 2.8,9; 2 Co 5.17; Jo 1.12; 3.5) (VINE, 2002, p. 967). Trata-se da redenção do ser humano do poder do pecado (1Pe 1.18,19), da libertação do cativeiro espiritual (Rm 8.2), e a saída do pecador dentre o poder das trevas do pecado (Cl 1.13). E, finalmente, é o retorno do exílio espiritual do pecador para Deus (Ef 2.13) (CABRAL, 2009, p. 338).

III - OS TRÊS ASPECTOS DA SALVAÇÃO
3.1 - Justificação. É a mudança de posição externa e legal do pecador diante de Deus de condenado para justificado. Pela justificação passamos a pertencer aos justos. Justificação é o tempo passado da nossa salvação, mas sempre presente em nossa vida espiritual (1Co 6.11; Rm 8.30,33b; 5.1; 3.24; G1 2.16).

3.2 - Regeneração. É a mudança de condição do pecador de servo do pecado para filho de Deus. A regeneração é tão séria diante de Deus, que a Bíblia chama-a de “batismo em Jesus” (1Co 12.13; G1 3.27; Rm 6.3). Trata-se de um ato interior, dentro do indivíduo, abrangendo também todo o seu ser. É um termo ligado a família, filhos: “gerar”; é o novo nascimento (Jo 3.5). Mediante a regeneração somos chamados “filhos de Deus” (Gn 2.7; Jo 20.22; 15.5).

3.3 - Santificação. É a mudança de caráter (mudança subjetiva); é a mudança de serviço (mudança objetiva), “em Cristo” (posicional), como lemos em João 15.4 e 17.26.

IV - AS ETAPAS DA SALVAÇÃO
A salvação nos é concedida mediante a graça de Deus manifesta em Cristo Jesus (Rm 3.24,25; 5.8,10, Hb 7.25). Ela é recebida de graça, e mediante a fé em Cristo (Rm 3.22, 24, 25, 28). Isto é, ela resulta da graça de Deus (Jo 1.16), mas, há a resposta humana também (At 16.31; Rm 1.17; Ef 1.15; 2.8). A salvação é manifesta pelo menos tem três etapas: passado, presente e futuro. Vejamos cada uma delas:

4.1 - A etapa passada da salvação. É o que Deus fez por nós livrando-nos da pena do pecado (1Co 6.11; Rm 5.1; 8.30,33). Ela é referida na Bíblia como ocorrida no passado e inclui a experiência pessoal mediante a qual nós, como crentes, recebemos o perdão dos pecados (At 10.43; Rm 4.6-8) e passamos da morte espiritual para a vida espiritual (1Jo 3.14); do poder do pecado para o poder do Senhor (Rm 6.17-23), do domínio de Satanás para o domínio de Deus (At 26.18).
4.2 - A etapa presente da salvação. É aquilo que Deus faz em nós agora livrado-nos do domínio do pecado (2Co 7.1; 1Ts 5.23; Fp 2.12; 1Jo 2.6). É a santificação em conduta, diante do mundo e a salvação do poder do pecado. É aquilo que Deus faz em nós agora. Ela abrange:
(a) o privilégio de um relacionamento pessoal com Deus e com Jesus como nosso Senhor e Salvador (Mt 6.9; Jo 14.18-23; Gl 4.6);
(b) a conclamação para nos considerarmos mortos para o pecado (Rm 6.1-14);
(c) o convite para sermos cheios do Espírito Santo (At 2.33-39; Ef 5.18);
(e) a exigência para nos separarmos do pecado (Rm 6.1- 14; At 2.40; 2Co 6.17); e
(f) a chamada para travar uma batalha constante em prol do reino de Deus contra Satanás e suas hostes demoníacas (2Co 10.4,5; Ef 6.11,16; 1Pe 5.8).

4.3 - A etapa futura da salvação. É o que Deus fará conosco na glória celestial (1Pe 1.5; 1Jo 3.2; Rm 8.23; 13.11). Abrange:
(a) nosso livramento da ira vindoura de Deus (Rm 5.9; 1Co 3.15; 5.5; 1Ts 1.10; 5.9); (b) nossa participação da glória divina (Rm 8.29; 2Ts 2.13,14) e nosso recebimento de um corpo ressurreto, transformado (1Co 15.49-52); e
(c) os galardões que receberemos como vencedores fiéis (Ap 2.7; 1Co 9.24-27; Fp 3.8-14).

V - O LADO DIVINO E HUMANO DA SALVAÇÃO
A salvação tem um lado objetivo (o lado divino), e um, subjetivo (o humano). O primeiro refere-se a Deus como o doador da salvação; e o segundo refere-se ao homem como o recebedor. (CABRAL, 2009, p. 335). Vejamos a salvação quanto ao tempo:


CONCLUSÃO
Jesus é o autor da salvação (Lc 2.11; 2Tm 1.10; Lc 2.30; Hb 5.9), e como Salvador, Ele têm poder de perdoar os nosso pecados (Mc 2.10), a todos quanto O receberam, Ele deu o poder para serem filhos de Deus, aos que creem em seu nome (Jo 1.11-12). Porque Ele recebeu todo o poder nos céus e na terra (Mt 28.18). Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade (1Tm 2.3-5).

REFERÊNCIAS
GILBERTO, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática.
CPAD. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. Editora Cultura Cristã.

Traduza Aqui, gostou do Blog divulgue, Leia a Biblia