terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

LIÇÃO 09 – A VINDA DE JESUS EM GLÓRIA - (Mt 24.29-30; Ap 19.19-20; 20.1-3) 1° TRIMESTRE DE 2016

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 09 – A VINDA DE JESUS EM GLÓRIA - 1º TRIMESTRE DE 2016 (Mt 24.29-30; Ap 19.19-20; 20.1-3)

INTRODUÇÃO
Estudaremos nesta lição a distinção entre o arrebatamento da Igreja e a vinda de Jesus em glória. Faremos uma comparação entre a primeira e a segunda fase da vinda de Jesus a terra. Veremos ainda os propósitos especiais nessa volta gloriosa de Jesus. Apontaremos os fatos que podem ser ressaltados na segunda vinda em glória através do cumprimento das profecias e concluiremos fazendo um paralelo entre estes dois eventos escatológicos.

I – A VINDA DE JESUS EM GLÓRIA
É o momento em que Cristo virá para implantar o Reino Milenar após os 7 anos das bodas do Cordeiro (Is 63.1; Dn 7.13-14; Zc 12.10; Mt 26. 64; Ap 19.11). Jesus já veio uma vez em carne, e foi crucificado, morreu e ressuscitou e virá novamente até as nuvens no primeiro momento para arrebatar a Igreja (1Ts 4.14-17; 1Co 15.51-52). Após o Arrebatamento haverá a Grande Tribulação, e quando os judeus estiverem quase perecendo por causa da perseguição efetuada pelo Anticristo, o Senhor Jesus irromperá nas nuvens pela segunda vez com “poder e grande glória”, e desta vez, virá até a Terra para salvar a Israel dos seus inimigos, julgar as nações, aprisionar o falso profeta e os demônios com Satanás por mil anos e implantar o Reino Milenial no “grande e terrível dia do Senhor” (Ml 4.5). Nessa Sua segunda volta, Jesus virá acompanhado por um imenso corpo de hostes celestiais chamados de “os exércitos do céu” (Jd 14; Ap 19.14; Zc 14.5c), são os crentes que foram arrebatados antes da Grande Tribulação (Jo 14.1-4), como também os anjos que virão com Ele do céu a terra (Mt 25.31) (LAHAYE, 2009, p. 414).

II - AS PROFECIAS E A SEGUNDA VINDA EM GLÓRIA
A segunda vinda em glória de Jesus é inevitável pelas profecias. O grande grupo de profecias que ainda não foram cumpridas torna a segunda vinda de Jesus em glória absolutamente inevitável. Notemos o que diz as profecias:

2.1 - O cumprimento das profecias. Foi prometido que Ele mesmo virá (At 1.11); Ele voltará a este mundo ao mesmo monte das Oliveiras, de onde ascendeu (Zc 14.4); virá em chama de fogo (2Ts 1.8), nas nuvens do céu com grande poder e glória (Mt 24.30; lPe 1.7; 4.13); Ele se levantará sobre a terra (Jó 19.25); Seus santos (a igreja) virão com Ele (lTs 3.13; Jd 14); todo o olho o verá (Ap 1.7); Ele destruirá o anticristo (2Ts 2.8); Ele se assentará no Seu trono (Mt 25.31; Ap 5.13); todas as nações serão reunidas perante Ele para serem julgadas (Mt 25.32); Ele terá o trono de Davi (Is 9.6,7; Lc 1.32; Ez 21.25-27; Jr 23.5,6); Ele terá um reino e reinará sobre todos os seus santos (Dn 7.13-14; 18-27; Ap 5.10); todos os reis e nações o servirão (SI 72.11; Is 49.6,7; Ap 15.4); os reinos deste mundo se tornarão o Seu reino (Zc 9.10; Ap 11.15); a Ele correrão os povos (Gn 49.10); todo o joelho se dobrará diante Dele (Is 45.23); as nações subirão para adorar o Rei (Zc 14.16; SI 86.9); Ele edificará Sião (SI 102.16); Seu trono será em Jerusalém (Jr 3.17; Is 33.20,21); os apóstolos se assentarão em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel (Mt 19.28; Lc 22.28-30); Ele governará todas as nações (SI 2.8,9; Ap 2.27); Ele reinará em juízo e justiça (SI 9.7); o templo em Jerusalém será reconstruído (Ez 40-48) e a glória do Senhor entrará Nele (Ez 43.2-5; 44.4; Is 40.5); o deserto se transformará em pomar e florescerá como a rosa (Is 32.15; 35.1,2).

III – OS PROPÓSITOS DA VOLTA TRIUNFAL E GLORIOSA DE JESUS
Todo o plano de aliança com Israel, ainda não cumprido, torna obrigatória a segunda vinda do Messias à terra. O princípio do cumprimento literal torna o retorno de Cristo essencial. A Bíblia descreve vários propósitos pelos quais “Jesus virá com poder e grande glória”, e entre eles podemos pontuar alguns. Vejamos:

• Jesus irá libertar e abençoar a criação (Rm 8.19, 21-22);
• Mostrar a sua grande glória aos povos (Mt 16.27; 2Ts 1.7-10; Tt 2.13)
• Ressuscitar os mártires da Grande Tribulação (Ap 13.15; 20.4-5);
• Salvar e livrar Israel da destruição total (Zc 7-9; Mt 23.39; Rm 11.26,27);
• Fazer cumprir a segunda parte da profecia de Ezequiel quando o espírito reviveu os ossos secos (Ez 37.10);
• Trazer a vida nacional e espiritual ao povo de Israel (Is 66.7.8; Hb 8.8-10; 10.16,17)
• Lançar o Anticristo e o Falso Profeta no lago de fogo (Is 66.15,16; Ap 19.19,20);
• Realizar o juízo conhecido como Julgamento das Nações Vivas (Mt 25.31-33; Jl 3.1-2, 12);
• Trazer juízo e justiça contra os ímpios (Is 26.21; 63.1-6; Jd 14,15);
• Destruir o império do Anticristo esmiuçando pela pedra cortada sem auxílio de mãos (Dn 2.44,45; At 4.11)
• Implantar o Reino Milenar (Ap 20.4);
• Prender Satanás no abismo por mil anos (Mt 25.41; Ap 19.20; 20.1-3).

IV - AS DUAS FASES DA VINDA DE JESUS
Segundo as Escrituras, a segunda vinda terá duas fases, a saber: a) Arrebatamento da Igreja. “Aguardando a bem-aventurada esperança...” e b) Aparecimento em glória. “... o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tt 2.13). A Manifestação de Cristo em poder e grande glória não deve ser confundida com o Arrebatamento, pois, a segunda vinda de Cristo em glória dar-se-á em duas fases distintas, uma antes, e outra depois da Grande Tribulação (GILBERTO, 2009, pp. 230, 489). Didaticamente podemos dividir em duas fases:

4.1 - A primeira fase da segunda vinda. Esta fase destina-se à Igreja e será invisível, e é chamada de “encontro” ou “arrebatamento” (1Ts 4.17). Nesta ocasião ocorrerá a ressurreição dos que morreram em Cristo (1Ts 4.16); os crentes vivos serão transformados. Seus corpos se revestirão de imortalidade (1Co 15.51,53) e tanto os crentes ressurretos como os que foram transformados, serão arrebatados para encontrar-se com Cristo nos ares (1Ts 4.17). Cristo, em sua primeira vinda (encarnação), resgatou-nos do domínio do pecado (Rm 6.14), ressuscitou para a nossa justificação (Rm 4.25), fundou a sua Igreja (Mt 16.18) e ascendeu ao Céu (At 1.7-11).

4.2 - A segunda fase da segunda vinda Esta fase acontecerá sete anos depois do arrebatamento, ou seja, após a Grande Tribulação. O regresso de Cristo, desta vez, será visível e glorioso e todos verão a Jesus (Zc 12.10; 13.1,2; 14.3,4; Mt 24.30; 26.64; Ap 1.7). Seu primeiro toque a este mundo será no Monte das Oliveiras, como está escrito pelo profeta Zacarias (14.14) e Cristo virá acompanhado com os seus santos e com os anjos (Mt 25.31; Ap 19.11-16).

V - DIFERENÇA ENTRE O ARREBATAMENTO E A VINDA DE CRISTO EM GLÓRIA
É preciso distinguir os dois momentos da vinda de Jesus: o Arrebatamento (nos ares - invisível), para a noiva e a Vinda em Glória (à Terra - visível), com a esposa (Ap 19.7). Comparemos as seguintes diferenças:

ARREBATAMENTO “Parousia” (1ª FASE INVISÍVEL)
1 - Será antes da Tribulação (1Ts 5.9; Ap 3.10).
2 - O Senhor vem para a Igreja (Jo 14.2,3).
3 - O Senhor vem como ladrão (Ap 16.15)
4 - Os crentes encontrarão o Senhor nos ares (1Ts 4.17).
5 - Ocorrerá a qualquer dia (1Co 15.50-54; Tt 2.13; 1 Ts 4.13- 18).
6 - O Senhor vem num piscar de olhos e será secreto (1Co 15.52).
7 - O Arrebatamento é a remoção dos crentes da terra como um ato de libertação (1Ts 4.13-17; 5:9).
8 - No arrebatamento Ele vem para libertar a Igreja (1Ts 1.10).
9 - No arrebatamento Ele vem nos ares para a Sua Igreja, pois ela é o Seu povo celestial (1 Ts 4.15-18; Tt 2.14).
10 - O Senhor reunirá os seus santos (1 Ts 4.15-18; 2 Ts 2.1).
11 - O Senhor levará os crentes para fora deste mundo deixando para trás os ímpios (Jo 14.2,3).
12 - Ele vem para libertar a Igreja da ira vindoura (1Ts 1.10).
13 - Ele vem como o Noivo, para receber Sua noiva, a Igreja (Mt. 25.6,10; Jo 14.3). 
14 - O Senhor vem como a Estrela da manhã (Ap 22.16).

VINDA EM GLÓRIA “Epiphanéia” (2ª FASE VISÍVEL)
1 - Será depois da Tribulação (Ap 6-19).
2 - O Senhor vem com a Igreja (Jd 14; Zc 14.5).
3 - O Senhor vem como relâmpago (Lc 17.24).
4 - Os crentes vão retornar com o Senhor à terra (Ap 19.14).
5 - Ocorrerá 7 anos após o arrebatamento.
6 - O Senhor virá publicamente e todo olho O verá (Ap 1.7). Vai ser visível a todos (Ap 1.7; Mt 24.29-30).
7 - A Segunda Vinda inclui a remoção dos incrédulos como um ato de julgamento (Mt 24.40-41)
8 - Em Sua vinda Ele vem para libertar Israel (Sl 6.1-4).
9 - Em Sua vinda Ele volta à terra no local chamado Monte das Oliveiras para Israel, que é seu povo terreno (Zc 14.4,5).
10 - Os seus anjos reunirá os eleitos de Israel (Mt 24.30,31).
11 - Os ímpios são tirados do mundo para julgamento e os crentes são deixados para desfrutar de bênçãos na terra (Mt 13.41-43; 25.41).
12 - Em Sua vinda Ele vem para derramar a Sua ira (Ap 19.15).
13 - Em Sua vinda Ele vem como o Filho do Homem em juízo sobre aqueles que o rejeitaram (Mt 24.27, 28). 
14 - O Senhor virá como o Sol da justiça (Ml 4.2).

CONCLUSÃO
Concluímos esta lição, entendendo que diante dessa gloriosa promessa, da volta do Senhor Jesus em glória, devemos estar vigilantes, vivendo em santidade, esperando o arrebatamento da Igreja para podermos participar deste dia em que estaremos com o Senhor em seu segundo retorno a esta terra, com corpos transformados definitivamente livres de todo sofrimento onde estaremos para sempre com o Senhor em seu Reino Eterno.

REFERÊNCIAS
ICE, Thomas. Profecias de A a Z. ACTUAL.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. CPAD.
RENOVATO, Elinaldo. O Final de Todas as Coisas. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
ZIBORDI, Ciro Sanches. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

LIÇÃO 08 – A GRANDE TRIBULAÇÃO (Mt 24.21,22; Ap 7.13,14) - 1º TRIMESTRE DE 2016

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO 08 – A GRANDE TRIBULAÇÃO - 1º TRIMESTRE DE 2016 (Mt 24.21,22; Ap 7.13,14)

INTRODUÇÃO
A Grande Tribulação será o pior período da história da humanidade. O próprio Senhor Jesus disse que “...haverá, então, grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tão pouco haverá jamais” (Mt 24.21). Nesta lição definiremos o que é a Grande Tribulação; explicaremos como serão as suas duas fases; destacaremos quais são os propósitos da Grande Tribulação; citaremos os personagens desse período; e, finalmente, veremos quais são os juízos divinos durante este período.

I - O QUE É A GRANDE TRIBULAÇÃO
“Será o período de maior angústia da história humana, na qual os ímpios serão obrigados a reconhecer quão terrível é cair nas mãos do Deus vivo. Nesse período, os homens desmaiarão de pavor (Lc 21.26); morderão a língua de dor (Ap 16.10) e as potências do céu serão abaladas (Mc 13.25). A Grande Tribulação recebe as seguintes denominações na Bíblia: Dia do Senhor (Sf 1.14); Dia da Angústia de Jacó (Jr 30.7); e, Dia da Ira do Cordeiro (Ap 6.15-17)” (ANDRADE, 2006, p. 125 – negrito e itálico nosso). A Grande Tribulação terá um período de sete anos: a 70ª Semana de Daniel, conforme (Dn 9.27) e ocorrerá em duas fases de três anos e meio, como veremos a seguir:

1.1 - A primeira metade. Será marcada pela ascensão do Anticristo que surgirá no cenário mundial como um pacificador (Ap 6.1,2; 13.1-10), que se assentará no Templo em Jerusalém (II Ts 2.3,4) e será reconhecido pelos judeus como sendo o Messias, e pelos gentios como sendo o salvador. Este período abrange os capítulos 6-9 do Apocalipse.

1.2 - A Segunda metade. Terá início quando o Anticristo proibir a oferta de manjares (Dn 9.27; Mt 24.15). O sofrimento será ainda maior, pois, além das catástrofes que ocorrerão na terra provocadas pelos anjos de Deus, haverá perseguição por parte do Anticristo, aqueles que se converterão (judeus e gentios) neste período (Ap 7.9-14; 11.7; 13.7). Ela abrange os capítulos 11-18 do Apocalipse.

II – OS PROPÓSITOS DA GRANDE TRIBULAÇÃO
Podemos enumerar, pelo menos, três objetivos da Grande Tribulação:

2.1 - Castigar os ímpios. Assim como Deus puniu a terra por intermédio do dilúvio (Gn 7.17-24); e destruiu as cidades de Sodoma e Gomorra (Gn 19.24-30; II Pe 2.4-8), exercerá também juízo sobre a humanidade nos sete anos de tribulação, através da abertura de sete selos (Ap 6.1-8.5); do toque de sete trombetas (Ap 8. 6-11.19) e do derramar dos sete cálices da ira divina (Ap 16.1-21) que são eventos distintos. Os ímpios reconhecerão que as catástrofes que ocorrerão no mundo nesse período será por causa da ira divina (Ap 6.15-17).

2.2 - Levar os homens a se arrependerem dos seus pecados. Embora o período da Grande Tribulação seja marcado pelo juízo divino, os homens ainda terão oportunidade para se arrependerem dos seus pecados, mas nem todos se arrependerão (Ap 9.20,21; 16.9,11). A Bíblia diz também que aqueles que se converterem nesse período serão perseguidos e mortos (Ap 6.9-11; 7.9-14; 13.7).

2.3 - Preparar o povo judeu para receber o Messias. Os judeus rejeitaram a Cristo (Jo 1.11) e ainda estão esperando o Messias. Por isso, serão facilmente enganados pelo Anticristo (II Ts 2.1-4). Porém, Deus usará o sofrimento da Grande Tribulação para preparar a nação de Israel (Dt 4.30, Jr 30.7; Ez 20.37; Dn 12.1; Zc 13.8,9). Deve-se destacar também que, através do testemunho dos 144 mil e das duas testemunhas, que pregarão a Jesus Cristo, na segunda fase de Sua Segunda Vinda (Zc 12.10).

III – OS PERSONAGENS DA GRANDE TRIBULAÇÃO
3.1 - Os 144 mil. São judeus, doze mil de cada tribo de Israel (com exceção da tribo de Dã - Ap 7.4-8). Oriundos de todas as tribos de Israel, estes judeus serão os primeiros a rejeitarem o Anticristo como o seu Messias e se transformarão em missionários que levarão a mensagem ao povo judeu para receberem a Cristo como Salvador e rejeitarem o plano de governo do Anticristo. “Enquanto o Anticristo estiver ocupando seus planos políticos, o Espírito Santo, por meio dos 144 mil alcançará o coração de milhões de pessoas, que serão levadas a um conhecimento salvífico de Jesus Cristo, ocasionando a maior colheita de almas da história da humanidade” (Ap 7.9,10) (LAHAYE, 2008, p. 106).

3.2 - As duas Testemunhas. São dois profetas que serão levantados por Deus no período da Grande Tribulação (Ap 11.3-14) para se opor ao governo do Anticristo e a religião do Falso Profeta. “O ministério sobrenatural destas duas pessoas dirige-se a Jerusalém e à nação de Israel, a quem elas fornecem um testemunho especial do programa do juízo divino” (LAHAYE, 2008, p. 155). Quando elas terminarem o seu testemunho, ou seja, cumprirem a sua missão, Deus permitirá que elas sejam mortas em Jerusalém, e seus corpos fiquem expostos em praças pública. Mas, no terceiro dia elas ressuscitarão milagrosamente na presença de todos e serão levadas ao céu (Ap 11.7-13).

3.3 - O Anticristo: a besta que emerge do mar (Ap 13.1). Do grego “anti” que significa “contra” ou em “lugar de”; e “christos”, que significa “ungido”. Será o opositor de Cristo e o maior representante de Satanás, no futuro. O Anticristo será um homem comum, nascido de mulher; mas, revestido de um poder satânico, que terá uma capacidade demoníaca extraordinária (Ap 13.2,4), de modo que exercerá uma poderosa influência sobre a humanidade com seus discursos (Ap 13.5). Ele será um homem personificando o diabo, porém, apresentando-se como se fosse Deus (Dn 11.36). Sua sabedoria e capacidade serão sobrenaturais, pois, além da ação diabólica em seu apoio, outros fatores contribuirão para a implantação de seu governo, tais como: poder político (Dn 7.8,25) e comercial (Dn 8.25; Ap 13.16,17).

3.4 - O Falso Profeta: a besta que emerge da terra (Ap 13.11). Será um líder religioso, auxiliar do Anticristo. Ele é identificado pelo apóstolo João, como tendo “dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão” (Ap 13.11). Os dois chifres fala do seu poder político aliado ao seu poder religioso. Sua aparência será de um cordeiro: manso, inofensivo; mas, o seu interior será como um dragão destruidor. Ele promoverá um incomparável movimento religioso mundial, unindo todos os credos, seitas e igrejas numa espécie de ecumenismo, formando uma super igreja mundial (Ap 13.11). Ele promoverá adoração ao Anticristo (Ap 13.12); irá operar sinais e milagres (Ap 13.13) e ordenará a morte dos que se recusarem a adorar o Anticristo (Ap 13.15).

IV – O JUÍZO DIVINO NA GRANDE TRIBULAÇÃO
“No intervalo entre o arrebatamento e o segundo advento as séries sétuplas de juízos sob os selos, as trombetas e as taças se desenrolam na terra. Esses castigos divinos aumentam em severidade a medida que passam de uma série para a outra. Os juízos não são simultâneos, mas sim sucessivos. As trombetas sucedem os selos, e as taças seguem as trombetas” (PENTECOST apud SCOTT, sd, p. 371). Abaixo pormenorizadamente estas informações:

OS SETE SELOS
1º) Ascensão do Anticristo (Ap 6.1,2). 
2º) Guerras (Ap 6.3,4). 
3º) Fome e escassez de alimentos (Ap 6.5,6). 
4º) Morte de 25% da população mundial (Ap 6.7,8). 
5º) Perseguição e morte dos servos de Deus (Ap 6.9-11). 
6º) Terremotos e catástrofes no céu e na terra (Ap 6.12-17). 
7º) Trovões, relâmpagos e terremotos (Ap 8.1-5).

AS SETE TROMBETAS
1ª) A terça parte da terra é queimada (Ap 8.7). 
2ª) Morte da terça parte das criaturas do mar (Ap 8.8,9). 
3ª) As águas se tornam amargas e muitos homens morrem de sede (Ap 8.10,11). 
4ª) Trevas na terra. O sol, a lua e as estrelas escurecem (Ap 8.12).
5ª) Aparecem gafanhotos gigantes para ferir os homens (Ap 9.1-12).
6ª) Guerras. A terça parte dos homens são mortos (Ap 9.13-19).
7ª) Trovões, terremotos e saraiva na terra (Ap 11.15-19).

AS SETE TAÇAS
1ª) Chaga maligna nos homens que tem o sinal da Besta (Ap 16.2). 
2ª) Morte de todas as criaturas do mar (Ap 16.3). 
3ª) As fontes das águas se tornam em sangue (Ap 16.4). 
4ª) Aquecimento global (Ap 16.8).
5ª) Chagas e dores profundas (Ap 16.10,11).
6ª) Seca-se o rio Eufrates. Tem início a Batalha do Armagedom (Ap 16.12-16).
7ª) Grande terremoto. Todas as ilhas e montes são afetados (Ap 16.17-21).

CONCLUSÃO
Após o Arrebatamento da Igreja, terá início aqui na terra o período da Grande Tribulação, onde Deus exercerá seu juízo sobre o mundo, através dos sete selos, das sete trombetas e dos sete cálices da ira divina. Nesse período, surgirá um líder político, o Anticristo; e um líder religioso, o Falso profeta, que atuarão no mundo influenciados por Satanás. Então se levantarão 144 mil judeus que, juntamente com as duas testemunhas, irão se opor ao governo do Anticristo e a religião mundial implantada pelo falso profeta. Muitos judeus e gentios hão de se converter, mas, também serão perseguidos e mortos. E, no final dos sete anos de Tribulação, o Senhor Jesus descerá sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória, para destruir o império do Anticristo e implantar o Seu Reino Milenial aqui na terra.

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Correia de. Dicionário de Profecia Bíblica. CPAD.
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. CPAD.
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de profecia Bíblica. CPAD.
RENOVATO, Elinaldo. O Final de Todas as Coisas. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

LIÇÃO 07 – AS BODAS DO CORDEIRO (Mt 22.1-14) - 1º TRIMESTRE DE 2016

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LIÇÃO 07 – AS BODAS DO CORDEIRO - 1º TRIMESTRE DE 2016 (Mt 22.1-14)

INTRODUÇÃO
Logo após o arrebatamento dos salvos e o Tribunal de Cristo seguir-se-á a tão esperada “Bodas do Cordeiro”. Nesta lição destacaremos alguns fatos sobre o casamento judaico que ilustra este grande evento escatológico. Pontuaremos também informações detalhadas a respeito desta gloriosa celebração, que a Igreja aguarda anelante.

I – O CASAMENTO JUDAICO UMA FIGURA DAS BODAS DO CORDEIRO
As Escrituras, tanto no Antigo como no Novo Testamento, utilizam-se do casamento para simbolizar a glória espiritual final e a alegria dos fiéis servos de Deus. Em muitos trechos do Novo Testamento a relação entre Cristo e a igreja é revelada pelo uso de figuras do noivo e da noiva (Jo 3.29; Rm 7.4; 2Co 11.2; Ef 5.25-33; Ap 19.7,8; 21.1-22.7). Abaixo destacaremos algumas informações sobre isto:

CASAMENTO JUDAICO
O pai escolhe a esposa para o filho (Gn 24.1-4; 38.6)
Assume-se o compromisso de noivado (Dt 20.7; Mt 1.18)
O pagamento do dote para obter a noiva (Gn 34.12; Êx 22.12; I Sm 18.25)
O noivo sai com um cortejo para buscar a noiva em sua residencia a fim de trazê-la para si (Mt 25.6). 
O tempo da celebração do casamento de sete dias (Jz 14.12,15,17,18) 
Acontecia um banquete em comemoração (Gn 29.22)

BODAS DO CORDEIRO
Em Cristo, fomos eleitos por Deus (Jo 6.37; Ef 1.4)
A igreja é chamada de Noiva e Cristo é chamado de noivo (2 Co 11.2; Ef 5.25-32; Ap 19.6-8)
Cristo pagou o preço para obter sua noiva (At 20.28; I Co 6.19,20; Ef 5.25; I Pe 1.18,19)
O noivo sairá com o cortejo angelical para buscar a noiva a fim de trazê-la para a casa do Pai (Jo 14.1-3)
O tempo das bodas no céu durará sete anos (Nm 14.34; Ez 4.6; Jo 4.9)
Acontecerá um grande banquete em comemoração (Ap 19.9).

II - INFORMAÇÕES DETALHADAS SOBRE AS BODAS DO CORDEIRO
“As Bodas do Cordeiro é a consumação da união mística entre Cristo e a sua Igreja. Será uma celebração tão elevada e inefável, que não encontrará precedente algum quer no tempo, quer no espaço; começará com o arrebatamento dos santos, e há de continuar por toda a eternidade. Nas Bodas do Cordeiro, a Igreja apossar-se-á de toda a sua herança como a Noiva de Cristo, e Cristo a possuirá, concretizando, assim, de maneira amorosa e eterna, o alvo maior do Plano Redentivo: Deus entre o seu povo, e o seu povo a desfrutar-lhe de todos os benefícios advindos desta comunhão” (ANDRADE, sd, p. 35). Abaixo destacaremos mais algumas informações sobre este importante evento:

2.1 - Quando ocorrerá. “Esse casamento parece seguir os acontecimentos do Tribunal de Cristo, visto que, quando surge, a igreja aparece adornada com “os atos de justiça dos santos” (Ap 19.8), que só podem referir-se às coisas que foram aceitas no tribunal de Cristo. Desse modo, as bodas devem ocorrer entre o tribunal e a segunda fase da segunda vinda de Cristo a terra. Uma evidência disso é que, ao descer o Senhor, as bodas já ocorreram, como se vê, comparando Ap 19.7-9, com 19.11-14. Assim, enquanto os juízos divinos caem sobre a terra, durante a Grande Tribulação, haverá festa no céu. (PENTECOST, sd, p. 248 – acréscimo nosso).

2.2 - Local das Bodas. “Só pode ser o céu. Visto que se segue ao tribunal de Cristo, demonstrado como acontecimento celestial, e visto que, quando o Senhor retomar, a igreja virá nos ares (Ap 19.14), as bodas devem ocorrer no céu. Nenhum outro local seria adequado a um povo celestial (Fp 3.20)” (PENTECOST, sd, p. 248).

2.3 - Os participantes das Bodas. Participarão das Bodas do Cordeiro todos os santos ressuscitados e os vivos transformados por ocasião do arrebatamento (I Ts 4.16,17). A Noiva será formada pelos crentes de todas as épocas porque os santos do NT deverão participar das promessas juntamente com os santos do AT (Rm 4.16; Hb 11.39).

2.4 - Quanto tempo durará. A Bíblia nos informa que entre os judeus, as bodas eram celebradas durante sete dias com grande alegria (Jz 14.12,15,17,18). As bodas de Jacó duraram sete dias (Gn 29.27,28). “Na simbologia profética das Escrituras Sagradas, isso aponta para as bodas do Cordeiro durante “sete anos”: Em termos proféticos um dia equivale um ano (Nm 14.34; Ez 4.6; Jo 4.9). Naquele dia Cristo se unirá a Igreja para nunca mais se separar dela (I Ts 4.17). Estaremos com ele no Tribunal; nas Bodas; na Ceia; na sua Manifestação; no Milênio; no Juízo Final; na Nova Terra; finalmente na eternidade!” (SILVA, 1998, p. 46 – acréscimo nosso).

III – O QUE ACONTECERÁ DEPOIS DO ARREBATAMENTO
3.1 O casamento. A palavra bodas é traduzida como uma “celebração de casamento” (FERREIRA, 2004, p. 308). A Bíblia nos mostra que, enquanto a Igreja estiver aqui na terra, ela será chamada de Noiva de Cristo (II Co 11.2). Contudo, na ocasião pós arrebatamento dar-se-á o casamento, quando enfim, ele será chamada de esposa do Cordeiro (Ap 19.7; 21.9). Assim vemos que “o simbolismo do casamento judaico foi maravilhosamente cumprido no relacionamento de Cristo com sua igreja. O pacto do casamento é implementado no momento em que os membros da igreja são redimidos (Lc 22.20; Hb 9.15). Cristo, o noivo, busca a sua noiva no arrebatamento (I Ts 4.16,17). Segue-se, então, a terceira fase, isto e, a Ceia do Casamento (Ap 19.8)” (PFEIFFER apud WALWOORD, 2007, p. 320 – acréscimo nosso).

3.2 - A ceia. A palavra “ceia” significa “refeição”. Neste caso diz respeito ao banquete que segue o casamento (Gn 29.22; Jz 14.10). A sunamita, a esposa de Salomão, foi por ele introduzida nas recâmaras do palácio (Ct 1.4). Em seguida, amorosamente ele também a conduziu a sala do banquete (Ct 2.4). De igual forma o Senhor ao levar a sua noiva para as mansões celestes (Jo 14.1-3), irá promover a grande ceia, conforme as palavras de Jesus: “Porque vos digo que a não comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus” (Lc 22.16; 27-30). “Será um banquete como nunca houve; será o cumprimento das parábolas, das profecias, e da tipologia do relacionamento entre Cristo e a sua Igreja. É mais uma razão para todo este regozijo. As bodas do Cordeiro trarão grande honra e glória ao Deus Pai, pois é a culminação de seu grande plano de redenção” (HORTON, 2011, p. 203).

3.3 - Grande celebração. Em Apocalipse 19.6,7 vemos a descrição da visão de João a cerca desse glorioso evento, informando-nos que ele será repleto de júbilo, adoração e alegria. “Os salvos chegados de todas as partes da terra e de todos os tempos saudar-se-ão alegremente. Conheceremos os santos do Antigo e do Novo Testamento e reencontraremos aqueles que dentre nós foram antes estar com Jesus (Mt 8.11; I Ts 4.13,14) . Os salvos estarão livres de todas as lutas, angústias, pecado e mal. Uma só vez mirar a augusta e divina face de Jesus compensará todas as lutas e tristezas sofridas neste lado da vida. Como não será a recepção por Deus e por todos os santos anjos, do cortejo chegado da Terra, composto por miríades de fiéis, tendo à frente o Senhor Jesus que os salvou por sua graça” (GILBERTO, 2007, p. 15
-acréscimo nosso).

IV – O PERFIL DA NOIVA DO CORDEIRO
4.1 - Virgem. Na ótica judaica, a pureza sexual era fator preponderante para o matrimônio. A virgindade da moça era um dos critérios para estar apta para casar, pois como no princípio o ato conjugal só deveria ser consumado no casamento (Gn 2.24,25; 24.16; Lc 1.27). Dessa noite nupcial se conservava o tecido manchado de sangue que provava a virgindade da noiva e que servia de prova em caso de calúnia do marido (Dt 22.13-21). A virgindade da noiva, nos aponta quão elevada deve ser a pureza moral e espiritual daqueles que servem a Cristo (I Ts 4.3; Hb 12.14). Biblicamente, o pecado, a idolatria e a amizade com o mundo, se constitui num adultério espiritual (Os 1-3; Jr 2-3; Ez 16; 23; Tg 4.4). Portanto, a Igreja deve viver como a virgem prometida ao seu futuro esposo (2 Co 11.2), pertencendo somente a Cristo de acordo com o pacto de casamento. Ele buscou sua noiva com amor e a santificou para que possa estar livre de qualquer mácula quando Ele mesmo a apresentar a si próprio com todo esplendor (Ef 5.23,27).

4.2 - Vestida de linho. As vestes de linho neste caso, indicam as boas obras realizadas pelos salvos (Ap 19.8). “O linho fino é a manifestação dessa justiça entretecida que é desenvolvida diariamente no viver cristão” (BEACON, p. 488). É bom lembrar que embora as obras não tenham valor nenhuma para salvação (Rm 3.20; Gl 2.16; II Pe 1.5-8), elas tem muito valor depois da salvação (Ef 2.10). As igrejas da Ásia, com exceção de Laodicéia, receberam elogios de Jesus por suas boas obras (Ap 2.2,3,9,13,19; 3.4; 8-10).

4.3 - Adornada. Toda a noiva era adornada para esta ocasião especial (Sl 45.14,15). Desde as vestes nupciais até enfeites eram colocados para ela comparecer perante o seu noivo. A Bíblia diz que, Abraão enviou por meio do seu servo Eliezer, joias de prata, de ouro e vestidos para dá-los a esposa de Isaque (Gn 24.53). Ester, de igual forma, foi presentada com adornos para poder comparecer diante de Assuero (Et 2.9,12). De igual forma, Cristo adornou a sua Igreja com: (a) vestes de salvação (Cl 3.9,10); (b) o fruto do Espírito (Gl 5.22); e, (c) os dons do Espírito (Rm 12.6-8; I Co 12.8-10).

CONCLUSÃO
Assim como os noivos aguardam ansiosamente o dia do casamento. De igual forma, a Igreja que é a Noiva anseia encontra-se com Cristo o Noivo a fim de estar ao seu lado para sempre. As Bodas do Cordeiro se constitui no clímax de todas as benesses que os salvos receberão do Senhor, por isso é bem aventurado quem dela participa (Ap 19.9).

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Corrêa de. Dicionário de Escatologia Bíblica. CPAD.
GILBERTO, Antonio. O Calendário da profecia. CPAD.
HORTON, Stanley M. Apocalipse – as coisas que brevemente devem acontecer. CPAD. HOWARD, R.E et al. Comentário Bíblico. CPAD.
PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia – Uma análise detalhada dos eventos futuros. VIDA.
SILVA, Severino Pedro da. Apocalipse versículo por versículo. CPAD.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

LIÇÃO 06 – O TRIBUNAL DE CRISTO E OS GALARDÕES (I Cor 3.11-15) - 1º TRIMESTRE DE 2016

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 06 – O TRIBUNAL DE CRISTO E OS GALARDÕES - 1º TRIMESTRE DE 2016 (I Co 3.11-15)

INTRODUÇÃO
O Tribunal de Cristo é o julgamento dos servos de Deus quanto às suas obras na Terra (2Co 5.10; Rm 14.10). Analisaremos que neste julgamento não seremos julgados quanto à nossa posição e condição de salvos, e sim, quanto ao nosso desempenho como servos do Senhor. Pontuaremos ainda que nesse grande julgamento da Igreja, todos hão de prestar contas de sua administração (Lc 16.2; 19.13), e que naquele dia, o Senhor requererá o nosso “relatório” (Ml 3.16-18). E por fim, concluiremos mostrando que o Senhor nos julgará quanto à mordomia daquilo que nos entregou (Lc 12.16-20; 1Co 6.12; Ef 5.16; 1Pe 4.10).

I - O SIGNIFICADO DO TERMO “TRIBUNAL DE CRISTO”
Tribunal de Cristo é o primeiro dos eventos depois do Arrebatamento da Igreja. Paulo refere-se ao Tribunal como o “bema” (2Co 5.10). O bema era um estrado ou plataforma, utilizado por oradores (púlpito) e atletas (pódio). Os bemas históricos eram plataformas elevadas em que governantes ou juizes se sentavam para fazer discursos (At 12.21) ou julgar casos (At 18.12-
17). O Tribunal de Cristo é visto por alguns apenas como um lugar de recompensas (LAHAYE, 2009, p. 462). Paulo, entretanto, chama-o de um lugar de compensação do grego “komizo”. O Senhor atenta para o que fazemos, seja bom “aghathos” ou mau “phaulos” e seremos compensados de acordo com nossas obras (1Co 3.10-15) (Ídem, 2009, pp. 204, 205).

II - DIFERENÇA ENTRE O TRIBUNAL DE CRISTO E O GRANDE TRONO BRANCO
A Bíblia diz que Jesus é o “justo juiz”, de modo que todos os julgamentos serão justos e irrecorríveis (2Tm 4-8; 1Pe 1.17) Deus julgará tanto crentes quanto ímpios. O julgamento dos ímpios será diante do Grande Trono Branco um evento descrito em Apocalipse 20.15, o qual ocorre após o reino milenial de Cristo que será o último julgamento antes da eternidade futura. O julgamento dos iníquos levará a um sofrimento proporcional à sua iniquidade (Mt 10.15; 11.23-24; Lc 19.27). Já o julgamento dos justos levará a recompensas maiores ou menores, em proporção à fidelidade de cada um (Lc 19.11-27). Os ímpios comparecerão perante o Grande Trono Branco que se dará depois do Milênio, os crentes comparecerão perante o Tribunal de Cristo que se dará antes do Milênio. E neste Tribunal, os crentes serão recompensados tomando-se por base o quão fielmente serviram a Cristo ( Mt 28.18-20; Rm 6.1-4; 1Co 9.4-27; 2Tm 2.4-8; Tg 1.12; 3.1-9; 1Pd 5.4; Ap 2.10) (LAHAYE, 2009, p. 462).

III - QUEM SERÁ JULGADO NO TRIBUNAL DE CRISTO
A doutrina do julgamento do crente trata-se do Tribunal de Cristo, isto é, o julgamento da igreja após o seu arrebatamento (2Co 5.10; Rm 14.10; 1Jo 4.17). É o dia da prestação de conta da nossa vida; da nossa mordomia cristã, da nossa diaconia. Segundo a Palavra de Deus, o julgamento do crente é tríplice. No passado, o crente foi julgado em Cristo, no Calvário, como pecador (2 Co 5.21). No presente, ele é julgado como filho de Deus, durante a sua vida (1Co 11.31). No futuro, será julgado como servo de Deus, quanto à sua fidelidade no serviço prestado a Deus (1Co 4.2-6; 2Co 5.10). Não será um julgamento de pecados do crente (Rm 8.1; Jo 5.24), mas das obras do crente (Ap 22.12; 14.13). Todos os salvos serão julgados, e não apenas alguns (Rm 14.10; 2Co 5.10). Neste contexto, está claro que se referem aos cristãos, não aos não-crentes. O Tribunal de Cristo, desta forma, envolve crentes dando contas de suas vidas a Cristo. Não devemos olhar para o Tribunal de Cristo como Deus julgando nossos pecados, mas sim como Deus nos galardoando por nossas obras (GILBERTO, 2009, p. 376 – acréscimo nosso).

IV - QUANDO E ONDE SERÁ ESSE JULGAMENTO
O Tribunal de Cristo acontecerá depois do arrebatamento da Igreja. Será realizado nos céus. A Bíblia ensina que este julgamento será exclusivamente para os salvos arrebatados na vinda de Jesus. A questão da salvação já foi resolvida. Não será um julgamento para condenação ou salvação, será um julgamento para receber galardão conforme o que prometeu o Senhor Jesus: “E eis que cedo venho, e o meu galardão está comigo para dar a cada um segundo a sua obra” (Ap 22.12).Se Jesus virá com o galardão, o julgamento se dará logo após o Arrebatamento, ainda nos ares (1Ts 4.16,17; 2Ts 2.1; Mt 16.27; Ap 22.12; 1Pe 5.4), antes das Bodas do Cordeiro — nesta Ceia, a Igreja já estará coroada (1Pe 5.4), vestida de linho fino, puro e resplandecente (Ap 19.7-9). Os salvos de todas as épocas participarão dessa reunião nos ares. Jesus disse que haverá recompensa na ressurreição dos justos (Lc 14.14). Os heróis do AT que, tendo o testemunho pela fé, morreram sem alcançar a promessa (Hb 11.39), ressuscitarão (1Co 15.51,52) para receber de Cristo, o Justo Juiz, a coroa da justiça, pois, como Paulo, combateram o bom combate, acabaram a carreira e guardaram a fé (2Tm 4.7,8). Todos os salvos arrebatados serão julgados pelas suas obras, para receber ou não galardão (2Co 5.9,10; Rm 14.10-12; 1Jo 4.17) (LAHAYE, 2009, p. 463).

V - O QUE SERÁ JULGADO
As más ações do cristão, quando ele arrepende-se, são perdoadas no que diz respeito ao castigo eterno (Rm 8.1), mas são levados em conta quanto a sua recompensa (2Co 5.10; Ap 14.13); isto é, tudo o que fizemos fica registrado no Céu (Ml 3.16-18). No Arrebatamento, Jesus que conhece as nossas obras (Ap 2.2,9,13,19; 3.8,15), trará consigo o resultado, a avaliação de nosso trabalho. Existem cinco critérios deste julgamento que envolvem:

1º) a “lei da liberdade cristã” (Tg 2.12);
2º) a qualidade do trabalho que fazemos para Deus (Mt 20.1-16);
3º) o “material” empregado no trabalho feito para Deus (I Co 3.8,12-15);
4º) a conduta do crente por meio do seu corpo (2 Co 5.10) e
5º) os motivos secretos do nosso coração (I Co 4.5; Rm 2.16) (GILBERTO, 2009, p. 376).

O propósito do julgamento dos crentes diante do Tribunal de Cristo é determinar se as obras de cada um foram dignas ou não. A avaliação incluirá as obras em si, o zelo com que foram realizadas e o que as motivou (LAHAYE, 2009, p. 464). Vejamos:

A) As Obras. Aquilo que uma pessoa faz por Deus é registrado em um memorial diante do Senhor dos Exércitos (Ml 3.16-18). As Escrituras prometem recompensas específicas para obras específicas (Mt 5.11-12; Lc 6.21-22; 14.12-14). Deus recompensará os crentes por todas as ações que tiverem mérito ou valor eterno.

B) Boas obras. Boas obras do grego “agathos” podem ser definidas como aquelas que têm sido “manifestas, porque feitas em Deus” (Jo 3.21; Ef 6.7-8; 1Ts 1.3). As boas obras são representadas por ouro, prata e pedras preciosas. As boas obras também são chamadas de “fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus” (Fp 1.11; 2.13).

C) Obras más. Paulo falou sobre a possibilidade de ser “reprovado” ao não conseguir viver fielmente (1Co 9.24-27). Más ações do grego “phaulos” são desprezíveis aos olhos de Deus. Podem ser chamadas de “obras mortas” ou “obras da carne”. O perigo de produzir obras da carne reside no fato de que o trabalho do crente acaba sendo em vão, inútil ou vazio (1Co 15.58; 1Tm 6.20; 2Tm 2.16; G1 4.9; Tt 3.9; Tg 1.26). Obras más não possuem qualidade, por isso são caracterizadas como madeira, feno e palha materiais de pouco valor ou durabilidade. Estas são as ações produzidas a partir de motivações erradas (1Jo 2,28 versão atualizada).

D) A Motivação. Deus sonda a nossa mente e o nosso coração a fim de nos determinar a recompensa. A motivação de nossas obras também será revelada no Tribunal de Cristo (Lc 12.2-3). O propósito ou motivação de um coração legitima ou invalida os atos de uma vida (Mt 5.16; 6.1-21). Quando as obras são feitas para que outros as vejam, perdem-se as recompensas, pois, os desígnios do coração do homem serão manifestos. (1Co 4-5; Ap 2.23). Embora um serviço exercido por motivos errados possa resultar na perda de recompensas, ele ainda pode ter efeitos eternos (Fp 1.14-19).

VI - QUAIS SERÃO OS CRITÉRIOS DESSE JULGAMENTO
Jesus não galardoará apenas o crente apóstolo, pastor, bispo, missionário, reverendo, teólogo, cantor etc. O prêmio da soberana vocação (Fp 3.14) será dado aos “servos bons e fiéis” (Mt 25.21,23). A base do julgamento serão “as obras”, e não “os títulos” (1Co 3.10-15; Rm 14.12; Ap 22.12). Este texto mostra que as obras aprovadas são as realizadas em Cristo, o fundamento. Os elementos ouro, prata e pedras preciosas representam o trabalho feito com humildade, amor e temor, para a glória do Senhor (1Co 10.31). Já os materiais madeira, feno e palha facilmente consumíveis pelo fogo, falam das obras feitas por vaidade, motivações erradas e egoísmo, para receber glória e ser visto apenas pelos homens (Mt 6.2,5). Somente serão galardoados aqueles cujas obras resistirem ao fogo da presença do Senhor (Hb 12.29). Não existe aqui nenhuma margem para o falso ensinamento romanista do purgatório, visto que, após a morte, segue-se o juízo (Hb 9.27). A expressão “o tal será salvo” não denota que a salvação só acontecerá após esse julgamento, pois, existirem obras que, apesar de inconvenientes, não interferem, até certo ponto, na salvação (1Co 6.12; 10.23; Hb 12.1; 1Ts 5.22). Este julgamento será baseado em tudo o que tivermos feito por meio do corpo (Rm 14.10; 2Co 5.10; Hb 4.13; Mt 10.26).

VII - AS RECOMPENSAS DESSE JULGAMENTO
Precisamos saber de antemão que o nosso primeiro julgamento já ocorreu no Calvário. Neste julgamento Jesus foi julgado em nosso lugar, sofrendo o castigo do nosso pecado, a morte, para que pudéssemos ser salvos. Agora, no Tribunal de Cristo, o crente será julgado como servo, isto é, quanto ao seu serviço prestado a Deus e o seu testemunho (Ap 22.12). Não se trata de julgamento dos pecados do crente, pois, nossos pecados já foram julgados em Cristo (2Co 5.21; Gl 3.13). A nossa salvação é pela graça e pela obra redentora que Jesus consumou por nós (Hb 7.27). Haverá diferentes tipos de galardões simbolizados por coroas e as Escrituras mencionam três dessas coroas. Vejamos:

A) A Coroa da Vida. Esta coroa é concedida àqueles que perseveram em meio às provações (Tg 1.2-3,12; Ap 2.10; 3.11). Os crentes devem alegremente perceber as provações como oportunidades dadas pelo Senhor para que cresçam e amadureçam. Sua motivação deve também proceder do amor que sentem por Deus.

B) A Coroa da Justiça. Esta coroa está reservada àqueles que ansiosamente aguardam o retorno do Senhor (2Tm 4.6-8). Amar a vinda do Senhor supõe uma vida de obediência. Tamanha fidelidade proporciona certo grau de segurança enquanto o fiel aguarda o breve retomo do Senhor.

C) A Coroa da Glória. Esta coroa é prometida àqueles que apascentam o rebanho do Senhor pelos motivos certos (1Pe 5.2- 4; Fl 4.1; Dn 12.3;1Ts 2.19; Pv 11.30). Os obreiros piedosos, dignos de recompensa, são aqueles que servem de coração, e não por obrigação. São exemplos de uma vida piedosa para o rebanho. Reconhecem a obrigação pela qual prestarão contas ao supremo Pastor (Ez 34-2-4).

CONCLUSÃO
No Tribunal de Cristo haverá muitas surpresas. Coisas encobertas, positivas ou negativas, virão à tona naquele grande Dia (1Co 4.5; 2Co 10.17,18; Pv 25.27; 27.2). As obras que ninguém vê aqui serão expostas pelo Senhor, naquele Dia, para que todos tomem conhecimento (Hb 4.13). Sejamos fiéis a Jesus Cristo até ao fim (Ap 2.10; 3.11), para que tenhamos confiança no dia do juízo (1Jo 4.17) e recebamos a coroa incorruptível (1Co 9.25).

REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado – Gênesis a Números. HAGNOS.
GILBERTO, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
HOWARD, Rick. O Tribunal de Cristo. CPAD.
PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia. VIDA.
ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. CPAD.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

LIÇÃO 05 – O ARREBATAMENTO DA IGREJA (I Ts 4.13-18) - 1º TRIMESTRE DE 2016

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 05 – O ARREBATAMENTO DA IGREJA - 1º TRIMESTRE DE 2016 (I Ts 4.13-18)

INTRODUÇÃO
O Arrebatamento é a maior e mais gloriosa promessa do salvo. Será o Dia em que o Senhor Jesus virá buscar a Igreja para levar para si, onde nós estaremos para sempre com Ele por toda a eternidade. A Bíblia descreve esse evento surpreendente, que acontecerá num futuro incerto e impossível de precisar sua data (Mt 24.36). Somos conclamados a vigilância e santa expectativa para o grande Dia, onde a Igreja, a Noiva, terá seu maravilhoso encontro com o Senhor Jesus, seu Noivo. Nesta lição estudaremos o que é o Arrebatamento; as Escolas de interpretação acerca desse evento escatológico; quem participará do Arrebatamento; quais os elementos que estarão presentes nesse evento; e as principais diferenças entre a primeira e a Segunda Fase da Segunda Vinda de Cristo.

I - O QUE É O ARREBATAMENTO?
A palavra arrebatamento deriva da palavra no grego “harpazo”, significa: “raptar”, “levar com ímpeto”, “arrancar”, “resgatar”, “tirar”. “retirar um objeto com força e rapidez inesperada”. O Arrebatamento será a retirada da Igreja, de modo brusco, sobrenatural e sem prévias. Escrevendo aos Tessalonicenses (I Ts 4.13-18), o apóstolo Paulo apresenta a sequência do arrebatamento: 1º) O Senhor descerá do céu; 2º) Os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; e 3º) Os salvos que estiverem vivos serão arrebatados.Portanto, o Arrebatamento da Igreja é o momento glorioso em que Jesus irá levar a Sua Igreja para junto de Si (At 1.11; Hb 9.28; I Co 15.51,52; I Ts 4.13-17). Encontramos dois termos gregos relativos a Segunda Vinda de Cristo. Vejamos:

1.1 - Parousia. Literalmente quer dizer: “presença”, “chegada rápida”, “visita”. É a palavra mais frequentemente usada nas Escrituras para descrever o retorno de Cristo. Seu sentido é abrangente porque não define apenas a volta de Cristo até as nuvens para arrebatar a Igreja (1Ts 4.15; 5.23; Tg 5.7,8; 2 Pe 3.4), mas, também para referir-se à Sua volta pessoal à terra (1 Co 15.23; 1Ts 2.19; 2 Ts 2.1). Portanto, o sentido é geral e não especifico.

1.2 - Epiphanéia. Literalmente significa: “manifestação”, “vir à luz”, “resplandecer” ou “brilhar”. O sentido é mais especifico, porque se refere especialmente à vinda sobre as nuvens. É a volta pessoal de Cristo à Terra que acontecerá com uma manifestação visível e gloriosa de Jesus na segunda fase da segunda vinda (2 Ts 2.8; 1 Tm 6.14; 2 Tm 4.6-8).

II – AS ESCOLAS DE INTERPRETAÇÃO ACERCA DO ARREBATAMENTO
Existem pelo menos três Escolas de interpretação acerca do Arrebatamento da Igreja. Vejamos:

2.1 - A Escola Pós-tribulacionista. Ensina que o Arrebatamento acontecerá no final da Grande Tribulação. “Ela diz que a igreja continuará na terra até a segunda vinda, no final desta presente era, e será levada às nuvens para encontrar o Senhor que veio pelos ares, vindo do céu no segundo advento, para retornar imediatamente com Ele.” (PENTECOST, 2010, p. 226). Segundo este grupo de teólogos, a Igreja permanecerá na terra durante todo os sete anos de tribulação, mas, será preservada da destruição, como os hebreus que não foram atingidos pelas dez pragas do Egito. Os principais textos bíblicos que eles se referem para defender este ensino são (Ap 6.9; 7.9-17; 13.7) onde João menciona a presença de santos na terra durante a Grande Tribulação. No entanto, a Bíblia deixa claro, que estes santos são as pessoas que se converterem após o Arrebatamento da Igreja.

2.2 - A Escola Midi-tribulacionista. “De acordo com essa interpretação, a Igreja será arrebatada ao final da primeira metade (três anos e meio) da septuagésima semana de Daniel, ou seja, na metade da tribulação. A Igreja suportará os acontecimentos da primeira metade da tribulação, que, segundo os mesotribulacionistas, não são manifestações da ira de Deus. Ela (a Igreja) será transladada, todavia, antes que comece a segunda metade da semana, que, segundo essa teoria, contém todo o derramamento da ira de Deus. Afirma-se que o arrebatamento ocorrerá junto com o soar da última trombeta e a ascensão das duas testemunhas de Apocalipse capítulo 11” (PENTECOST, 2010, p. 244). Os principais textos que esta Escola usa para defender sua crença é (I Co 15.52) onde o apóstolo Paulo diz: “Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta...” e (Ap 11.15) onde o apóstolo João descreve o “toque da sétima trombeta”. No entanto, devemos entender que a trombeta que o apóstolo Paulo menciona em (I Co 15.52) significa a última voz de chamamento ou de convocação do povo de Deus; e, não às trombetas do Apocalipse, que só serão tocadas após o Arrebatamento, durante a Grande Tribulação, não se tratando, portanto, do mesmo evento.

2.3 - A Escola Pré-tribulacionistas. Os que aceitam este ponto de vista, crêem que o arrebatamento da Igreja ocorrerá antes da Grande Tribulação (1Ts 1.10; 5.9; Ap 3.10). “A igreja, o corpo de Cristo, em seu todo, será, por ressurreição e por transferência, retirada da terra antes de começar qualquer parte da septuagésima semana de Daniel” (PENTECOST, 2010, p. 263). Vejamos porque esta Escola de interpretação bíblica é a mais coerente e aceita por nós:

a) A Igreja não está destinada a ira divina, e sim, a salvação (I Ts 1.9,10; 5.9,10; Hb 9.28).
b) A ira de Deus é para os ímpios, e não para a Igreja (Jo 3.36; Ap 6.17).
c) À Igreja de Filadélfia foi prometido livramento da "hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro" (Ap 3.10). E, profeticamente falando, a Igreja de Filadélfia é uma representação da Igreja do Arrebatamento!
d) Antes de Deus exercer juízo sobre os ímpios, Ele avisa e livra os justos, como ocorreu com Noé, antes do dilúvio (Gn 6.13,14); e com Ló, antes da destruição de Sodoma e Gomorra (Gn 19.12-30). Veja o que o apóstolo Pedro diz em (II Pe 2.6-9).

III - QUEM PARTICIPARÁ DO ARREBATAMENTO?
A Bíblia descreve alguns personagens desse evento, especialmente em dois textos que dão destaque ao Arrebatamento (I Co 15.51-54 e I Ts 4.13-18). Esses personagens são:

1 - Jesus Cristo. Como disse Paulo: “o mesmo Senhor... descerá do céu” (1 Ts 4.16). É certamente o cumprimento da
promessa que o Senhor nunca nos deixará sós, mas que virá em breve nos buscar (Mt 28.20; At 1.11).

2 - O arcanjo. Certamente Miguel participará desse evento, pois ele é mencionado nas Sagradas Escrituras (I Ts 4.16). Assim como o nascimento de Cristo foi anunciado por anjos, assim será também na sua segunda vinda.

3 - Os mortos em Cristo tanto do AT como do NT. Os mortos em Cristo de todas as épocas ressuscitarão em corpos gloriosos e serão semelhantes ao de Cristo quando ressuscitou.

4 - Os vivos em Cristo. As palavras do apóstolo Paulo: “Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados” (I Ts 4.17). “Nem todos dormiremos (ou seja, morreremos), mas todos seremos transformados” (I Co 15.51).

IV - ELEMENTOS ATRELADOS AO ARREBATAMENTO
De acordo com as profecias bíblicas, o Arrebatamento da Igreja será repentino, muito rápido e invisível ao mundo, como veremos a seguir:

a) Haverá uma surpresa. Textos como Mt 24.36, 42-44; 25.13 e Tt 2.13 mostram que esse evento será uma surpresa. As exortações para com a vigilância não fariam sentido sem o elemento “surpresa”.

b) Haverá uma velocidade. No texto de I Co 15.52, Paulo usa a expressão: “o abrir e fechar dos olhos” (I Co 15.52) mostrando a velocidade desse acontecimento (Mt 24.27).

c) Haverá uma invisibilidade. As expressões gregas para definir esse evento, como a própria palavra arrebatamento, dão a entender que teremos o elemento da invisibilidade.

V - PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE AS DUAS FASES DA SEGUNDA VINDA DE CRISTO
A Segunda Vinda de Cristo ocorrerá em duas fases distintas. Vejamos algumas diferenças entre elas:

PRIMEIRA FASE
Será antes da Grande Tribulação (Ap 3.10)
Será invisível (Mt 24.36)
Cristo vem para a Igreja (1Ts 4.17)
Cristo não virá à terra, mas, ficará nas nuvens (I Ts 4.17)
Só os santos o verão (1 Ts 4.17)
Os incrédulos serão deixados (Mt 24.40)

SEGUNDA FASE
Será depois da Grande Tribulação (Mt 24.29-30)
Será pública, e todo olho verá (Ap 1.7)
Cristo vem com a Igreja (Jd 14; 1 Ts 3.13)
Cristo virá a terra e pisará no Monte das Oliveiras (Zc 14.1-4)
Todo olho verá (Ap 1.7)
Os incrédulos serão destruídos (Mt 25.41-46)

VI - PROPÓSITOS DO ARREBATAMENTO
1 - Livrar a igreja da Grande Tribulação (Ap. 3.10; 1Ts 1.10);
2 - Tratar com Israel (Rm 8.19-25; 1Co 1.7; Fl 4.5; Tt 2.13; Tg 5.9; Jd 21; 1Ts 4.18);
3 - Cumprir o estágio final na vida dos salvos na glorificação do corpo (1Co 15.42-44; 51-53);
4 - Recompensar os salvos por seu trabalho prestado na terra (1Co 3.12-15; 1Jo 4.17; Hb 10.30-b).

CONCLUSÃO
O Arrebatamento da Igreja é a gloriosa e viva esperança de todo o crente salvo. Muito em breve a Igreja do Senhor Jesus deixará este mundo para estar com o Senhor para sempre, como Ele mesmo prometeu (Jo 14.1-3). Diante dessa gloriosa promessa, devemos estar vigilantes, vivendo em santidade, esperando este Dia em que estaremos definitivamente livres de todo sofrimento e estaremos para sempre com o Senhor Jesus Cristo, Aleluia!

REFERÊNCIAS
HORTON, Stanley. Teologia Sistemática. CPAD.
PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia. VIDA.
RENOVATO, Elinaldo. O Final de Todas as Coisas. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
ZIBORDI, Ciro Sanches. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.

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