Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO 07 – EU SEI EM QUEM TENHO CRIDO - 3º TRIMESTRE DE 2015
LIÇÃO 07 – EU SEI EM QUEM TENHO CRIDO - 3º TRIMESTRE DE 2015
(II Tm
1.3-8; 2.1-4)
INTRODUÇÃO
Nesta
lição estaremos comentando de forma introdutória a segunda carta que Paulo
escreveu a Timóteo. Destacaremos autoria, data e contexto histórico desta
epístola; bem como, pontuaremos a grande afeição que o apóstolo sentia por este
jovem cooperador; e, por fim, destacaremos algumas admoestações dadas por Paulo
a este obreiro a fim de que continuasse a progredir no exercício do seu
ministério.
I –
INFORMAÇÕES SOBRE A SEGUNDA EPÍSTOLA DE PAULO A TIMÓTEO
“Essa
carta foi escrita de Roma para instruir mais ainda Timóteo e explicar os seus
deveres pessoais. É a última carta escrita por Paulo, um tipo de último desejo
e testamento, e é de grande importância por nos mostrar como ele era profundamente
equilibrado e espiritual mesmo prestes a morrer. Tem um tom mais pessoal do que
Primeiro Timóteo. Ele deseja ver Timóteo mais uma vez e diz-lhe para que venha
encontrar-se com ele depressa (II Tm 4.9). No caso dele não conseguir chegar em
tempo, Paulo o aconselha a ser corajoso e operante na obra (II Tm 1.5,7;
2.4-6), e o adverte dos tempos maus que virão (II Tm 3.1-7). Pela sua própria
situação todos os seus companheiros, exceto Lucas, o haviam abandonado (II Tm
4.11). Ele agora se encontra numa fria e úmida masmorra e pede a sua capa (II
Tm 4.13), e almeja ter companhia (II Tm 4.9,21). Em tudo isso ele encara a
morte com triunfo (II Tm 4.7,8)” (TIDWELL, 1991, p. 204 – acréscimo nosso).
Abaixo elencaremos algumas informações sobre esta epístola:
1.1 -
Autoria. As epístolas pastorais reivindicam a autoria paulina, fato declarado
abertamente na saudação de ambas as cartas (I Tm 1.1; II Tm 1.1; Tt 1.1) e as
observações autobiográficas se encaixam na vida de Paulo conforme registradas em
outros lugares, como por exemplo (I Tm 1.12,13; II Tm 3.10,11; 4.10-11,19-20).
1.2 - Data.
“Esta segunda carta de Paulo a Timóteo foi escrita provavelmente no ano 67
d.C.” (STAMPS, 1995, p. 1875). “O livro de Atos termina com Paulo na prisão em
Roma, por volta de 64 d.C. (At 28.16). A crença comum é que ele foi absolvido,
voltou a Grécia e a Ásia Menor, mais adiante foi novamente preso, levado de
regresso a Roma e executado lá por 66 ou 67 d.C. Esta Epístola foi escrita
quando ele aguardava martírio” (HALLEY, 1998, p. 560 – acréscimo nosso).
1.3 -
Contexto histórico. “Nero foi o imperador que governava o império, em 64 d.C.,
quando grande parte da cidade de Roma foi destruída por um incêndio. Nessa
ocasião, a fim de afastar as suspeitas populares de sua pessoa, como provocador
da catástrofe, que ele realmente iniciara com a finalidade exclusiva de
divertir-se, lançou a culpa sobre os cristãos. Nero ordenou aprisionamentos em
massa, e muitos cristãos foram queimados vivos em público” (CHAMPLIN, 2004, p.
488). “Foi ao irromper desta perseguição que Paulo novamente preso, na Grécia
ou Ásia Menor, provavelmente em Trôade (II Tm 4.13), é levado de volta a Roma.
Desta vez pelos agentes do imperador e não, como da primeira vez, pelos judeus.
Agora, como criminoso (II Tm 2.9), não como antes, por alguma violação técnica
da lei judaica. Tudo leva a crer que pode ter sido em relação com o incêndio de
Roma. Pois não era Paulo o líder mundial do povo que estava sendo castigado
por aquele crime? E não estivera Paulo em Roma, por dois anos, antes do
incêndio? Seria muito fácil atirar-lhe a responsabilidade desse crime” (HALLEY,
1998, p. 561).
II – O
AFETO QUE PAULO DEMONSTRA POR TIMÓTEO NESTA CARTA
2.1 -
Tratando-o com amor (II Tm 1.2-a). “Era muito apropriado que Paulo chamasse a
Timóteo de 'seu filho'. A passagem
de Atos 16 mostra-nos que Timóteo já era um discípulo quando Paulo o conheceu;
ou, pelo menos, isso fica subentendido. Alguns eruditos tem suposto, portanto,
que Timóteo realmente não se convertera pela instrumentalidade de Paulo, mas
antes, tendo sido instruído por ele, como seu discípulo especial, com razão
pode ser chamado de seu filho, conforme era o costume dos rabinos, em relação
aos seus discípulos mais chegados” (CHAMPLIN, 1995, p. 66).
2.2 -
Desejando seu bem estar (II Tm 1.2-b; 3). As cartas antigas começavam
comumente, imediatamente após a saudação,
com uma asseveração cortês de oração, ou alternativamente, uma expressão de
gratidão, pela saúde e a prosperidade do endereçado. Paulo seguia este
procedimento, adaptando os sentimentos à sua linguagem cristã, na maioria das
suas cartas. O apóstolo deseja que a “graça” (favor imerecido); a “misericórdia”
(compaixão) e a “paz” (quietude interior) sejam sobre Timóteo. Acerca disso
asseverou Mathew Henry (2008, p. 705): “estas são as melhores bençãos que
podemos pedir para nossos mui amados amigos, para que possam ter graça para
ajudá-los em tempo de necessidade, e misericórdia para perdoar o que está
errado, e dessa forma tenham paz com Deus, o Pai, e Cristo Jesus, nosso
Senhor”.
2.3 -
Destacando suas virtudes e herança espiritual (II Tm 1.5). Segundo Champlin
(1995, p. 362), ao falar da fé não fingida de
Timóteo, Paulo usa o termo “anupokritos”, que significa “não hipócrita”.
Timóteo não fazia o papel de um “ator”. Sua fé não tinha qualquer mácula de
hipocrisia - era pura, clara, genuína. “Esta mesma reação caracterizou a atitude
da mãe e da avó do jovem. Talvez isso queira dizer que a avó Lóide foi o
primeiro membro da família a aceitar Cristo como Salvador e Senhor, e que ela
foi instrumento para levar os demais membros a aceitar a fé cristã. Ou, como é mais
provável, Paulo está se referindo à atitude de fidelidade e devoção religiosa
que vinham caracterizando a família de Timóteo por, no mínimo, três gerações,
começando no judaísmo e atingindo sua plenitude e desenvolvimento no reconhecimento
de Cristo Jesus como Messias e Senhor” (BEACON, 2006, vol. 09. p. 509).
III –
ADMOESTAÇÕES DE PAULO AO JOVEM COOPERADOR TIMÓTEO
A palavra “admoestar”
segundo Ferreira (2004, p. 53) significa: “reprender com brandura”; aconselhar,
exortar”. No grego é “anamimnesko”, “relembrar”, “pôr na memória”. Trata-se de
um “piedoso lembrete”. Todos nós precisamos ser lembrados da nossa herança e
responsabilidade cristãs” (CHAMPLIN, 1995, p. 363). Vejamos quais as admoestações
que Paulo deu ao jovem cooperador Timóteo no princípio desta segunda carta:
3.1 - Avivar
o dom que recebeu (II Tm 1.6,7). Timóteo, como qualquer ser humano estava se
abalando diante das oposições em Éfeso. Sabedor disto, o apóstolo Paulo procura
animar o jovem cooperador dizendo: “Por cujo motivo te lembro que despertes o
dom de Deus que existe em ti pela imposição das minhas mãos”. “A expressão 'despertes'
na (ARA – Almeida Revista e Atualizada) é 'reavives' que no original é 'anadzopureo',
'reacender', 'reinflamar'. O fogo do zelo visto nos dons espirituais pode
apagar-se, ou pode tornar-se embotado e ineficaz, se alguém não tem cuidado no exercício
apropriado dos mesmos, renovando-os sempre na dedicação a Cristo. Todos os
meios espirituais deveriam ser utilizados nesse constante “reavivamento”. Coisa
alguma e automática, na vida espiritual. Precisamos “abanar as brasas”, isto é,
despertar o dom, mediante o serviço ativo e espiritual, com base na comunhão
com o Espirito de Deus. Não será fácil ao cooperador manter seu fervor,
conservando acesa a chama eterna, considerando-se os vários tipos de oposição
que ele é forçado a enfrentar. Terá de enfrentar lutas internas e externas;
tendências pecaminosas de sua própria natureza, além das oposições dos hereges.
Mas isso não é causa de temor e covardia, pois a provisão de Deus é adequada
para todos” (CHAMPLIN, 1995, p. 362 – acréscimo nosso).
3.2 - Não
ter vergonha do testemunho de Cristo (II Tm 1.8,9). Nesta época o cristianismo
estava vivendo sob condições novas e perigosas. Já não era tolerado como antes,
mas era considerado como inimigo do Estado. Dar testemunho franco e aberto da
fé que alguém tivesse em Cristo poderia pôr sua vida em risco. Testemunhar
destemidamente exigia coragem de determinado tipo. Por isso, Paulo exortou
Timóteo a não se envergonhar do testemunho de Cristo e nem dele que estava preso
por causa disso. “No grego, o verbo 'vergonha' é “epaischunomai”, que significa
'envergonhar-se'. Sua raiz e 'aischune', que quer dizer 'desgraça', 'opróbrio',
'vergonha'. Em outras palavras, o ministro da Palavra jamais deveria ter o
senso de 'desonra' e de 'timidez', em face da oposição de qualquer sorte que
seja” (CHAMPLIN, 1995, p. 362 – acréscimo nosso). Timóteo foi uma fiel
testemunha durante toda a sua vida, dando testemunho da sua fé com seu próprio sangue.
Acerca disso asseverou Fox (2006, p. 09) “Timóteo célebre discípulo de Paulo,
foi bispo de Éfeso, onde pastoreou a igreja até 97 d.C. Nesse tempo, quando os
pagãos estavam para celebrar a festa chamada Catagogião.Timóteo
repreendeu-os severamente por sua ridícula idolatria. Exasperado, o povo caiu
sobre ele, armado de paus. Terrivelmente espancado, o discípulo de Paulo
expirou dois dias depois”.
3.3 -
Conservar o modelo do que recebeu (II Tm 1.13,14). No presente texto, o
apóstolo Paulo exorta veementemente a Timóteo que conserve o evangelho do modo
que recebeu: “Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido”. No
grego a palavra modelo é 'upotuposis', que significa 'modelo', 'exemplo', 'protótipo',
'padrão'. Tal expressão indica o cristianismo apostólico 'ortodoxo', quer em
'palavras', na 'fé' ou na 'doutrina'. Tais palavras foram proferidas pelo apóstolo
dos gentios, e devem ser diligentemente preservadas por todos os ministros do
evangelho, em oposição aos falsos mestres e suas doutrinas. Na perspectiva
neotestamentária, somente aqueles mestres e líderes cristãos que seguem o
modelo apostólico, podem ser reputados verdadeiros crentes e ministros dotados
de autoridade espiritual (Ef 2.20; 3.1-5; II Pe 3.2)” (CHAMPLIN, 1995, p. 368 –
acréscimo nosso).
CONCLUSÃO
As
recomendações paulinas transmitidas a Timóteo nas epístolas pastorais são
extremamente aplicáveis para todo e qualquer líder cristão. Logo, devemos estar
atentos as exortações transmitidas pelo apóstolo a fim de que possamos continuar
firmes na fé conservando o modelo do evangelho tal qual nos foi transmitido.
Não nos deixemos desviar jamais pelas seduções das heresias contemporâneas.
REFERÊNCIAS
HOWARD,
R.E, et al. Comentário Bìblico Beacon. Vol 09. CPAD.
CHAMPLIN,
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. Vol 5. HAGNOS.
FOX,
John. O Livro dos Mártires. CPAD.
HALLEY,
Henry H. Manual Bíblico. VIDA NOVA.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
TIDWELL,
J.B. Visão Panorâmica da Bíblia. VIDA NOVA.
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