Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência
das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor
Presidente: Aílton José Alves
Av.
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LIÇÃO
05 – APOSTASIA, FIDELIDADE E DILIGÊNCIA NO MINISTÉRIO
3º
TRIMESTRE DE 2015 (I Tm 4.1,2; 58;12,16)
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, iniciaremos trazendo as definições das palavras: apostasia, fidelidade,
diligência e ministério. Analisaremos os passos que levam uma pessoa à
apostasia e em seguida, mostraremos alguns exemplos de maus obreiros que
trouxeram grandes prejuízos na obra, como também, analisaremos os bons exemplos
de obreiros que foram muito úteis ao apóstolo dos gentios.
I
– DEFINIÇÕES DE APOSTASIA, FIDELIDADE, DILIGÊNCIA E MINISTÉRIO
1.1 -
Apostasia. O termo apostasia vem do grego “apostásis” e significa “o abandono
premeditado e consciente da fé cristã” . O termo grego “aphistemi” é
definido por: “apartar, decair, desertar, retirar, rebelião, abandonar,
afastar-se daquilo que antes se estava ligado” (STAMPS, 1995, p. 1903).
1.2 -
Fidelidade. O dicionário Aurélio diz que esta palavra significa: “qualidade de
fiel; lealdade; constância, firmeza nas afeições, nos sentimentos; perseverança.
Observância rigorosa da verdade; exatidão”. O termo em hebraico é 'emunah' cujo significado básico é “certeza” e “fidelidade” (VINE, 2002, p. 128 – grifo nosso).
1.3 -
Diligência. Segundo Ferreira (2004, p. 679) a palavra diligência significa: “ter cuidado,
zelo, aplicação, presteza”.
1.4 -
Ministério. Andrade (2006, p. 265) ao falar sobre a palavra ministério afirma
que é: “um ofício, cargo, função, incumbência” do grego “ministerium”. A
principal característica do ministério cristão é o serviço. O dicionário Vine (2002,
p.791) falando sobre o exercício ministerial diz que: “vem da expressão 'leitourgos', ao qual corresponde no NT aos ministros
sacros” (Lc 1.23; Hb 8.6; 9.21 – grifo nosso).
II
– CARACTERÍSTICAS DOS MAUS COOPERADORES NAS CARTAS PASTORAIS
Paulo
cita alguns exemplos específicos de obreiros que apostataram e naufragaram na fé.
Vejamos:
2.1
Himeneu, um exemplo daqueles que blasfemam à obra (I Tm 1.20a). A
passagem de I Timóteo 1.20 e II Timóteo 2.17 mostram-nos uma repreensão severa
a três “cooperadores” da obra que tinham blasfemado contra a Igreja, entristecendo
a Paulo e afundado suas próprias vidas. Inevitavelmente tinham caído em más práticas.
Pontuemos:
2.2 -
Fileto, um exemplo daqueles que apostatam da obra (I Tm 6.21; II Tm 2.17). Não
sabemos muita coisa alguma sobre este homem, Fileto. Os dois (Fileto e Himeneu)
"se desviaram da verdade" ao
ensinar que a ressurreição já havia ocorrido. Talvez ensinassem que a salvação é
a ressurreição em sentido espiritual, de modo que o cristão não deveria esperar
uma ressurreição física. Mas a negação da ressurreição física é algo
extremamente sério (I Co 15.12), pois envolve a ressurreição de Cristo e a
consumação do plano de Deus para a salvação de seu povo. Não é de se admirar
que esses falsos mestres estivessem "pervertendo a fé a alguns" (II Tm 2.18) (WIERSBE, 2007, 320).
2.2.1 -
“... os quais entreguei a Satanás para que aprendam a não blasfemar” (I Tm
1.20b). A
expressão "os quais entreguei a Satanás" deixa implícita que Paulo estivesse
pensando na prática judia da excomunhão, pois, de acordo com o praticado nas
sinagogas, se um homem fizesse o mal, em primeiro lugar, era repreendido
publicamente. Se isso fosse ineficaz, era expulso da sinagoga por trinta dias.
Se ainda continuasse obstinado em não arrepender-se, era considerado uma pessoa
maldita, desterrada da sociedade dos homens e da comunhão com Deus. “Em tal caso, era
bem possível dizer que o homem era entregue a Satanás...” Outra possibilidade, era que Paulo
queria dizer que os expulsou da igreja, deixando-os livres no mundo para
sofrerem suas consequências. Para Paulo, o castigo nunca era uma vingança
reivindicativa; era sempre uma disciplina que remediava. Seu fim nunca era
ferir; sempre buscava curar (BARCLAY, sd, p. 65).
2.3 -
Alexandre, um exemplo daqueles que perturbam à obra (II Tm 4.14). Alexandre era
um nome comum naquele tempo (I Tm 1.20), de modo que não temos como saber, ao
certo, se é o mesmo homem citado na segunda carta de Paulo a Timóteo (II Tm
4.14); mas, caso seja, fica claro que resistiu a Paulo e continuou ensinado
doutrinas falsas. Alexandre Mostrou-se reprovado para com Paulo no sentido de
ter-lhe revelado um coração mau em sua oposição ao Evangelho. O apóstolo Paulo
usa a expressão: “Guarda-te também dele...”. Paulo ordena a Timóteo que evite
Alexandre, pois ele atacou a verdade abertamente “...porque
resistiu muito às nossas palavras”.
2.4 -
Demas, um exemplo daqueles que abandonam à obra (2Tm 4.10). D emas é citado
apenas três vezes no NT e, no entanto, essas três citações contam uma triste
história de fracasso. Paulo refere-se a Demas, ao lado de Marcos e de Lucas, como
"
meus cooperadores" (Fm
1.24). Na próxima referência, o chama apenas de "Demas"
(Cl 4.14). Aqui (II
Tm 4.10) diz: "Demas [...] me abandonou". O apóstolo dá o motivo: "tendo amado
o presente século" (WIERSBE,
2007, p. 333).
III
– TIPOS DE APOSTASIAS E SEUS RESULTADOS
Como
já vimos, a palavra apostasia significa: “ato de desviar-se ou afastar-se do
relacionamento com Deus”. Vejamos
as consequências da apostasia:
3.1 -
A apostasia pessoal (Hb 3.12). Apostatar
significa cortar o relacionamento salvífico com Cristo, ou apartar-se da união vital
com Ele e da verdadeira fé n’Ele. Sendo assim, a apostasia individual é possível
somente para quem já experimentou a salvação, a regeneração e a renovação pelo
Espírito Santo (Lc 8.13; Hb 6.4,5); não é simples negação das doutrinas do NT pelos
inconversos dentro da igreja visível. A apostasia pode envolver dois aspectos
distintos, embora relacionados entre si.
3.1.1 -
A apostasia teológica. É o desvio de parte ou totalidade dos ensinos de Cristo
e dos apóstolos (1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3). Os falsos obreiros apresentam uma salvação
fácil e uma graça divina sem valor, desprezando as exigências do
arrependimento, à separação da imoralidade, e à lealdade a Deus e seus padrões
(2Pe 2.13,12-19). Os falsos “evangelhos”, voltados a interesses humanos,
necessidades e alvos egoístas, gozam de popularidade por sua mensagem fácil e
agradável.
3.1.2 -
A apostasia moral. É o abandono da comunhão salvífica com Cristo e o
envolvimento com o pecado e a imoralidade. Esses apóstatas podem até anunciar a
sã doutrina bíblica, e mesmo assim nada terem com os padrões morais de Deus (Is
29.13; Mt 23.25-28). São aqueles que eram crentes e deixaram de permanecer em
Cristo e voltaram a ser escravos do pecado e da imoralidade (Is 29.13; Mt
23.25-28; Rm 6.15-23; 8.6-13). Existem muitas que igrejas permitem tudo para terem
muitos membros, dinheiro, sucesso e prestígio (1 Tm 4.1). O evangelho da cruz,
com o desafio de sofrer por Jesus (Fp 1.29), de renunciar todo tipo de pecado (Rm
8.13), de sacrificar-se pelo reino do Senhor e de renunciar a si mesmo será
algo raro (Mt 24.12; 2Tm 3.15; 4.3).
No dia do Senhor, cairá a ira de DEUS contra os que rejeitarem a sua verdade
(1Ts 5.29).
3.2 -
Passos que levam à apostasia. Podemos elencar alguns passos que levam uma
pessoas à apostasia:
(1)
Quando o crente, por sua falta de fé, deixa de levar plenamente a sério as
verdades, exortações, advertências, promessas e ensinos da Bíblia (Mc 1.15; Lc
8.13; Jo 5.44,47; 8.46);
(2)
Quando as realidades do mundo chegam a ser maiores do que as do reino
celestial, e o crente deixa paulatinamente de aproximar-se do Senhor (4.16;
7.19,25; 11.6);
(3)
Por causa da aparência enganosa do pecado, a pessoa se torna cada vez mais
tolerante do pecado na sua própria vida (1Co 6.9,10; Ef 5.5; Hb 3.13).
(4)
Quando o crente já não ama a retidão nem odeia a iniquidade, e,
(5)
Por causa da dureza do seu coração e da sua rejeição dos caminhos do Senhor, não
faz caso da repetida voz e repreensão do Espírito Santo (Ef 4.30; 1Ts 5.19-22; Hb
3.7-11).
IV
CARACTERÍSTICAS DOS BONS COOPERADORES NAS CARTAS PASTORAIS
Vejamos
alguns desses grandes exemplos de bons obreiros mencionados por Paulo em suas
cartas pastorais:
4.1 -
Lucas, um exemplo daqueles que amam a obra (II Tm 4.11). Paulo diz que este
obreiro é o "médico amado" que
viajava com Paulo (Cl 4.14). É o autor do Evangelho de Lucas e do Livro de Atos
(convém observar a seção de Atos escrita na primeira pessoa do plural,
indicando que Lucas foi testemunha ocular dos acontecimentos). É provável que
Paulo tenha ditado a carta de 2Timóteo a Lucas, pois, ele serviu a Paulo como
um amanuense (aquele que escreve o que é ditado). Uma vez que Lucas era médico, deve
ter apreciado a referência que Paulo faz ao câncer (II Tm 2.17).
4.2 - Timóteo, um exemplo daqueles que são fiéis na obra (II Tm 4.11). Nenhum outro líder
cristão, dentre os companheiros de trabalho de Paulo, foi tão recomendado por
ele como Timóteo, especialmente em face de sua lealdade (I Co 16.10; Fp 2.19;
II Tm 3.10). Acerca de Timóteo, o apóstolo destaca ainda que ele era:
(1)
um estudante zeloso e obediente a Palavra de Deus (II Tm 3.15);
(2)
um servo perseverante (I Ts 3.2);
(3)
um homem de boa reputação (At 16.2);
(4)
amado e fiel (I Co 4.17); e
(5)
companheiro dedicado a Paulo e ao evangelho (Rm 16.21; II Tm 4.9,21-22).
4.3 -
Tito, um exemplo daqueles que s ão dedicados na obra (Tt 1.4). Tito aparece no
NT como um excelente líder. Ele é descrito por Paulo como “... verdadeiro
filho, segundo a fé comum...” (Tt
1.4). O apóstolo deixou transparecer a devoção genuína e a preocupação pastoral
deste cooperador (II Co 8.16,17). A alegria cristã e a dedicação de Tito
serviam de inspiração para Paulo (II Co 7.13-15). Foi enviado com Timóteo para
tratar dos problemas mais sérios nas igrejas (Tt 1.5).
4.4 -
Tíquico, um exemplo daqueles que são disponíveis na obra (2 Tm 4.12). Ficou com
Paulo durante seu primeiro período na prisão (Ef 6.21, 22; Cl 4.7,8). Paulo
enviou Tíquico a Creta para substituir Tito (Tt 3.12). Depois, o envia a Éfeso para
assumir o lugar de Timóteo. Ainda podemos citar: Priscila e Áquila, um exemplo
daqueles que d ão a sua vida na obra (2 Tm 4.19). E ra um casal que ajudou
Paulo de várias maneiras (At 18.13,24-28; Rm 16.3,4; 1 Co 16.19). Agora, estavam
em Éfeso auxiliando Timóteo em seu ministério.
CONCLUSÃO
O
apóstolo Paulo tinha em sua companhia homens de Deus sinceros, com os quais ele
podia contar na administração do trabalho do Senhor em Éfeso. Timóteo e outros
obreiros cujas virtudes são louváveis, constituem-se para nós hoje, verdadeiros
exemplos de como devemos agir no serviço de Deus fielmente.
REFERÊNCIAS
● FERREIRA,
Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Editora
Positivo.
● STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
● BARCLAY,
William. Comentário Biblico do Novo Testamento: 1 Timóteo.