segunda-feira, 27 de julho de 2015

LIÇÃO 05 – APOSTASIA, FIDELIDADE E DILIGÊNCIA NO MINISTÉRIO (I Tm 4.1,2; 58;12,16) - 3º TRIMESTRE DE 2015

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524
 
LIÇÃO 05 – APOSTASIA, FIDELIDADE E DILIGÊNCIA NO MINISTÉRIO
3º TRIMESTRE DE 2015 (I Tm 4.1,2; 58;12,16)
INTRODUÇÃO
Nesta lição, iniciaremos trazendo as definições das palavras: apostasia, fidelidade, diligência e ministério. Analisaremos os passos que levam uma pessoa à apostasia e em seguida, mostraremos alguns exemplos de maus obreiros que trouxeram grandes prejuízos na obra, como também, analisaremos os bons exemplos de obreiros que foram muito úteis ao apóstolo dos gentios.
 
I – DEFINIÇÕES DE APOSTASIA, FIDELIDADE, DILIGÊNCIA E MINISTÉRIO
1.1 - Apostasia. O termo apostasia vem do grego “apostásis” e significa “o abandono premeditado e consciente da fé cristã” . O termo grego “aphistemi” é definido por: “apartar, decair, desertar, retirar, rebelião, abandonar, afastar-se daquilo que antes se estava ligado” (STAMPS, 1995, p. 1903).
 
1.2 - Fidelidade. O dicionário Aurélio diz que esta palavra significa: “qualidade de fiel; lealdade; constância, firmeza nas afeições, nos sentimentos; perseverança. Observância rigorosa da verdade; exatidão”. O termo em hebraico é 'emunah' cujo significado básico é “certeza” e “fidelidade” (VINE, 2002, p. 128 – grifo nosso).
 
1.3 - Diligência. Segundo Ferreira (2004, p. 679) a palavra diligência significa: “ter cuidado, zelo, aplicação, presteza”.
 
1.4 - Ministério. Andrade (2006, p. 265) ao falar sobre a palavra ministério afirma que é: “um ofício, cargo, função, incumbência” do grego “ministerium”. A principal característica do ministério cristão é o serviço. O dicionário Vine (2002, p.791) falando sobre o exercício ministerial diz que: “vem da expressão 'leitourgos', ao qual corresponde no NT aos ministros sacros” (Lc 1.23; Hb 8.6; 9.21 – grifo nosso).
 
II – CARACTERÍSTICAS DOS MAUS COOPERADORES NAS CARTAS PASTORAIS
Paulo cita alguns exemplos específicos de obreiros que apostataram e naufragaram na fé. Vejamos:
 
2.1 Himeneu, um exemplo daqueles que blasfemam à obra (I Tm 1.20a). A passagem de I Timóteo 1.20 e II Timóteo 2.17 mostram-nos uma repreensão severa a três “cooperadores” da obra que tinham blasfemado contra a Igreja, entristecendo a Paulo e afundado suas próprias vidas. Inevitavelmente tinham caído em más práticas. Pontuemos:
 
2.2 - Fileto, um exemplo daqueles que apostatam da obra (I Tm 6.21; II Tm 2.17). Não sabemos muita coisa alguma sobre este homem, Fileto. Os dois (Fileto e Himeneu) "se desviaram da verdade" ao ensinar que a ressurreição já havia ocorrido. Talvez ensinassem que a salvação é a ressurreição em sentido espiritual, de modo que o cristão não deveria esperar uma ressurreição física. Mas a negação da ressurreição física é algo extremamente sério (I Co 15.12), pois envolve a ressurreição de Cristo e a consumação do plano de Deus para a salvação de seu povo. Não é de se admirar que esses falsos mestres estivessem "pervertendo a fé a alguns" (II Tm 2.18) (WIERSBE, 2007, 320).
 
2.2.1 - “... os quais entreguei a Satanás para que aprendam a não blasfemar” (I Tm 1.20b). A expressão "os quais entreguei a Satanás" deixa implícita que Paulo estivesse pensando na prática judia da excomunhão, pois, de acordo com o praticado nas sinagogas, se um homem fizesse o mal, em primeiro lugar, era repreendido publicamente. Se isso fosse ineficaz, era expulso da sinagoga por trinta dias. Se ainda continuasse obstinado em não arrepender-se, era considerado uma pessoa maldita, desterrada da sociedade dos homens e da comunhão com Deus. “Em tal caso, era bem possível dizer que o homem era entregue a Satanás...” Outra possibilidade, era que Paulo queria dizer que os expulsou da igreja, deixando-os livres no mundo para sofrerem suas consequências. Para Paulo, o castigo nunca era uma vingança reivindicativa; era sempre uma disciplina que remediava. Seu fim nunca era ferir; sempre buscava curar (BARCLAY, sd, p. 65).
 
2.3 - Alexandre, um exemplo daqueles que perturbam à obra (II Tm 4.14). Alexandre era um nome comum naquele tempo (I Tm 1.20), de modo que não temos como saber, ao certo, se é o mesmo homem citado na segunda carta de Paulo a Timóteo (II Tm 4.14); mas, caso seja, fica claro que resistiu a Paulo e continuou ensinado doutrinas falsas. Alexandre Mostrou-se reprovado para com Paulo no sentido de ter-lhe revelado um coração mau em sua oposição ao Evangelho. O apóstolo Paulo usa a expressão: “Guarda-te também dele...”. Paulo ordena a Timóteo que evite Alexandre, pois ele atacou a verdade abertamente “...porque resistiu muito às nossas palavras”.
 
2.4 - Demas, um exemplo daqueles que abandonam à obra (2Tm 4.10). D emas é citado apenas três vezes no NT e, no entanto, essas três citações contam uma triste história de fracasso. Paulo refere-se a Demas, ao lado de Marcos e de Lucas, como " meus cooperadores" (Fm 1.24). Na próxima referência, o chama apenas de "Demas" (Cl 4.14). Aqui (II Tm 4.10) diz: "Demas [...] me abandonou". O apóstolo dá o motivo: "tendo amado o presente século" (WIERSBE, 2007, p. 333).
 
III – TIPOS DE APOSTASIAS E SEUS RESULTADOS
Como já vimos, a palavra apostasia significa: “ato de desviar-se ou afastar-se do relacionamento com Deus”. Vejamos as consequências da apostasia:
 
3.1 - A apostasia pessoal (Hb 3.12).  Apostatar significa cortar o relacionamento salvífico com Cristo, ou apartar-se da união vital com Ele e da verdadeira fé n’Ele. Sendo assim, a apostasia individual é possível somente para quem já experimentou a salvação, a regeneração e a renovação pelo Espírito Santo (Lc 8.13; Hb 6.4,5); não é simples negação das doutrinas do NT pelos inconversos dentro da igreja visível. A apostasia pode envolver dois aspectos distintos, embora relacionados entre si.
 
3.1.1 - A apostasia teológica. É o desvio de parte ou totalidade dos ensinos de Cristo e dos apóstolos (1 Tm 4.1; 2 Tm 4.3). Os falsos obreiros apresentam uma salvação fácil e uma graça divina sem valor, desprezando as exigências do arrependimento, à separação da imoralidade, e à lealdade a Deus e seus padrões (2Pe 2.13,12-19). Os falsos “evangelhos”, voltados a interesses humanos, necessidades e alvos egoístas, gozam de popularidade por sua mensagem fácil e agradável.
 
3.1.2 - A apostasia moral. É o abandono da comunhão salvífica com Cristo e o envolvimento com o pecado e a imoralidade. Esses apóstatas podem até anunciar a sã doutrina bíblica, e mesmo assim nada terem com os padrões morais de Deus (Is 29.13; Mt 23.25-28). São aqueles que eram crentes e deixaram de permanecer em Cristo e voltaram a ser escravos do pecado e da imoralidade (Is 29.13; Mt 23.25-28; Rm 6.15-23; 8.6-13). Existem muitas que igrejas permitem tudo para terem muitos membros, dinheiro, sucesso e prestígio (1 Tm 4.1). O evangelho da cruz, com o desafio de sofrer por Jesus (Fp 1.29), de renunciar todo tipo de pecado (Rm 8.13), de sacrificar-se pelo reino do Senhor e de renunciar a si mesmo será algo raro (Mt 24.12; 2Tm 3.15; 4.3). No dia do Senhor, cairá a ira de DEUS contra os que rejeitarem a sua verdade (1Ts 5.29).
 
3.2 - Passos que levam à apostasia. Podemos elencar alguns passos que levam uma pessoas à apostasia:
(1) Quando o crente, por sua falta de fé, deixa de levar plenamente a sério as verdades, exortações, advertências, promessas e ensinos da Bíblia (Mc 1.15; Lc 8.13; Jo 5.44,47; 8.46);
(2) Quando as realidades do mundo chegam a ser maiores do que as do reino celestial, e o crente deixa paulatinamente de aproximar-se do Senhor (4.16; 7.19,25; 11.6);
(3) Por causa da aparência enganosa do pecado, a pessoa se torna cada vez mais tolerante do pecado na sua própria vida (1Co 6.9,10; Ef 5.5; Hb 3.13).
(4) Quando o crente já não ama a retidão nem odeia a iniquidade, e,
(5) Por causa da dureza do seu coração e da sua rejeição dos caminhos do Senhor, não faz caso da repetida voz e repreensão do Espírito Santo (Ef 4.30; 1Ts 5.19-22; Hb 3.7-11).
 
IV CARACTERÍSTICAS DOS BONS COOPERADORES NAS CARTAS PASTORAIS
Vejamos alguns desses grandes exemplos de bons obreiros mencionados por Paulo em suas cartas pastorais:
 
4.1 - Lucas, um exemplo daqueles que amam a obra (II Tm 4.11). Paulo diz que este obreiro é o "médico amado" que viajava com Paulo (Cl 4.14). É o autor do Evangelho de Lucas e do Livro de Atos (convém observar a seção de Atos escrita na primeira pessoa do plural, indicando que Lucas foi testemunha ocular dos acontecimentos). É provável que Paulo tenha ditado a carta de 2Timóteo a Lucas, pois, ele serviu a Paulo como um amanuense (aquele que escreve o que é ditado). Uma vez que Lucas era médico, deve ter apreciado a referência que Paulo faz ao câncer (II Tm 2.17).
 
4.2 - Timóteo, um exemplo daqueles que são fiéis na obra (II Tm 4.11). Nenhum outro líder cristão, dentre os companheiros de trabalho de Paulo, foi tão recomendado por ele como Timóteo, especialmente em face de sua lealdade (I Co 16.10; Fp 2.19; II Tm 3.10). Acerca de Timóteo, o apóstolo destaca ainda que ele era:
 
(1) um estudante zeloso e obediente a Palavra de Deus (II Tm 3.15);
(2) um servo perseverante (I Ts 3.2);
(3) um homem de boa reputação (At 16.2);
(4) amado e fiel (I Co 4.17); e
(5) companheiro dedicado a Paulo e ao evangelho (Rm 16.21; II Tm 4.9,21-22).
 
4.3 - Tito, um exemplo daqueles que s ão dedicados na obra (Tt 1.4). Tito aparece no NT como um excelente líder. Ele é descrito por Paulo como “... verdadeiro filho, segundo a fé comum...” (Tt 1.4). O apóstolo deixou transparecer a devoção genuína e a preocupação pastoral deste cooperador (II Co 8.16,17). A alegria cristã e a dedicação de Tito serviam de inspiração para Paulo (II Co 7.13-15). Foi enviado com Timóteo para tratar dos problemas mais sérios nas igrejas (Tt 1.5).
 
4.4 - Tíquico, um exemplo daqueles que são disponíveis na obra (2 Tm 4.12). Ficou com Paulo durante seu primeiro período na prisão (Ef 6.21, 22; Cl 4.7,8). Paulo enviou Tíquico a Creta para substituir Tito (Tt 3.12). Depois, o envia a Éfeso para assumir o lugar de Timóteo. Ainda podemos citar: Priscila e Áquila, um exemplo daqueles que d ão a sua vida na obra (2 Tm 4.19). E ra um casal que ajudou Paulo de várias maneiras (At 18.13,24-28; Rm 16.3,4; 1 Co 16.19). Agora, estavam em Éfeso auxiliando Timóteo em seu ministério.
 
CONCLUSÃO
O apóstolo Paulo tinha em sua companhia homens de Deus sinceros, com os quais ele podia contar na administração do trabalho do Senhor em Éfeso. Timóteo e outros obreiros cujas virtudes são louváveis, constituem-se para nós hoje, verdadeiros exemplos de como devemos agir no serviço de Deus fielmente.
 
REFERÊNCIAS
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Editora Positivo.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
BARCLAY, William. Comentário Biblico do Novo Testamento: 1 Timóteo.

terça-feira, 21 de julho de 2015

LIÇÃO 04 - PASTORES E DIÁCONOS (I Tm 3.14;8-13) - 3º TRIMESTRE DE 2015

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
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LIÇÃO 04 PASTORES E DIÁCONOS (I Tm 3.14;8-13) - 3º TRIMESTRE DE 2015
 
INTRODUÇÃO
A igreja de Éfeso, fundada por Paulo, estava enfrentando ataques de hereges: os judaizantes e os gnósticos. Preocupado com a saúde espiritual do povo de Deus e sua organização, o apóstolo envia o jovem cooperador Timóteo, obreiro de sua alta confiança. Em I Tm 3, o apóstolo dá orientações a Timóteo quanto a separação de obreiros, deixando clara a necessidade que a obra tem destes cooperadores; bem como destaca as qualificações morais que estes devem possuir para exercer liderança na congregação; e, por fim, qual a postura da igreja em relação a estes servos do Senhor.
 
I - TIMÓTEO: O PASTOR DA IGREJA DE ÉFESO
As cartas de Paulo a Timóteo e a Tito são conhecidas como epístolas pastorais porque tratam especificamente de orientações dadas a dois obreiros acerca da organização e saúde da igreja. Na ocasião em que foram escritas, a igreja já existia há cerca de trinta anos. O apóstolo Paulo escreve estas epístolas no intuito não só de instruir Timóteo e Tito acerca do combate aos falsos ensinos na igreja, mas também a de trazer instruções pessoais quanto a responsabilidade dos cooperadores na igreja, bem como, orientações acerca da vida cristã.

1.1 - A igreja na cidade de Éfeso. “Éfeso era uma antiga cidade grega no território da Lídia, na Ásia Menor. Ficava localizada na desembocadura do rio Caister, cerca de cinquenta e seis quilômetros a suleste de Izmir (a antiga Esmirna mencionada no Novo Testamento). Era uma das mais importantes cidades da Ásia Menor, no que atualmente é a Turquia (CHAMPLIN, 2004, p. 287). O ministério de Paulo em Éfeso foi singularmente eficaz. Ele estava nesta cidade na sua segunda viagem missionária (At 18.19-21), porém só obteve maior êxito na terceira viagem (At 19). Durante mais de dois anos (At 19.8,10) pôde pregar sem impedimentos, primeiro na sinagoga e mais tarde na escola de Tirano (At 19.9). Operou milagres especiais (At 19.11) e travou um contato mais direto com a população de Éfeso e da província em geral do que com a de qualquer outro lugar. Lucas nota que todos os que habitavam na Ásia ouviram a palavra do Senhor Jesus, assim judeus como gregos (At 19.10), e que assim a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia (At 19.20), e que o número dos que creram foi tão grande que a idolatria sofreu perdas econômicas (At 19.26,27). A igreja de Éfeso tornou-se um centro missionário, e durante séculos foi um dos baluartes do cristianismo na Ásia Menor.

1.2 - A ação pastoral de Timóteo em Éfeso. A primeira epístola a Timóteo o apresenta dirigindo uma florescente comunidade cristã na cidade de Éfeso (I Tm 1.3a). Era uma igreja mista, composta por anciãos e jovens (I Tm 5.1); mulheres solteiras e viúvas (I Tm 5.2); servos e senhores (I Tm 6.1); ricos e pobres (I Tm 6.17-19). Paulo lhe dá diversas orientações quanto ao que deveria ser feito naquela igreja (I Tm 1.18-20; 2.13; 3.1-16). Mas havia uma necessidade urgentíssima. A comunidade de Éfeso estava sendo atacada por ensinos falsos. Dados os desafios, a tarefa de Timóteo não seria fácil (I Tm 1.34). Este nobre cooperador fora enviado pelo apóstolo a Éfeso para solucionar estes problemas (I Tm 1.3).

II - ORIENTAÇÕES PAULINAS QUANTO A SEPARAÇÃO DE PESSOAS PARA A OBRA
A necessidade de cooperadores no desenvolvimento da Obra de Deus, sempre foi uma realidade tanto no AT como no NT. Isso pode ser bem exemplificado em Moisés (Ex. 18.13-27). Seguindo o modelo veterotestamentário, o apóstolo Paulo procura deixa claro, nas epístolas pastorais, que na direção das igrejas locais, o pastor seria auxiliado por presbíteros e diáconos, que cooperariam para o bom desenvolvimento da igreja local (1 Tm 1.3; 3.13; 5.17; Tt 1.5).

2.1 - A necessidade de líderes para a igreja (I Tm 3.1). O povo de Deus sempre precisou de líderes para orientá-lo. Foi assim no A.T. onde Deus sempre atuou por meio de uma pessoa que liderava o povo na execução de Sua vontade. Podemos citar diversos exemplos:
Abraão (Gn 12.13);
Moisés (Ex. 3.1-10);
Josué (Nm. 27.1823; Js 1.19).

Esses líderes eram instrumentos de Deus, chamados por Deus de pastores cuja finalidade era apascentar o povo de Deus com conhecimento e inteligência (Jr. 3.15ARA). Por isso, Jesus instituiu líderes para estarem a frente do seu povo. A princípio, os doze apóstolos (Lc 6.13) e Paulo (I Tm 2.7). Estes, por sua vez, orientados por Deus escolheram e prepararam homens para as mais diversas necessidades que surgiram no meio do povo de Deus (At 6.16; Fp 4.3; Cl 4.11; Fm 1.24; Tt 1.5). É por isso que toda Igreja precisa de pastor, e não existe pastor sem Igreja (Jr 3.15; Ef. 4.11,12).

2.2 - As qualificações dos líderes para a igreja (I Tm 3.2-13). Orientando Timóteo, Paulo apontou quais as qualificações morais que o cooperador deve possuir, a fim de auxiliar o pastor nas diversas atividades da igreja. Quando o apóstolo diz: convém, pois, que o bispo seja [...] está se enfatizando o caráter, já que a palavra seja aponta para virtudes que o indivíduo já tem, antes de ser chamado para algum trabalho especifico. Paulo examina de um jeito ordenado: 
 
(a) pessoalmente (I Tm 3.23);
(b) quanto à família (I Tm 3.45);
(c) quanto à igreja (I Tm 3.56) e,
(d) quanto ao mundo pagão (I Tm 3.7).

Vale salientar que estas exigências morais são exigidas de todos os crentes e não apenas daqueles que exercem liderança (Ef 1.4; Fp 2.15; Cl 1.22; I Ts 3.13; 5.23; I Tm 5.7; I Pe 1.15,16).

2.3 - A postura dos crentes em relação aos líderes (I Tm 5.17). Sabendo da importância que os cooperadores tem para o bom andamento da obra de Deus, Paulo aconselha a igreja a tê-los (...) e m grande estima, e amá-los (I Ts 5.13); Reconhecê-los (1Cor 16.18); imitá-los (Hb 13.7); obedecê-los (Hb 13.17) Compreendê-los (Hb 13.17); orar por eles (Hb 13.18) pois (...) velam por vossa alma, como aqueles que hão de dar conta delas ...( Hb 13.17b) e por causa (...) do trabalho que realizam (...) (1 Ts 5.13b ARA).

III - A IMPORTÂNCIA DO PASTOR, DO PRESBÍTERO E DO DIÁCONO PARA A IGREJA
Com o crescimento da igreja, houve a necessidade de se estabelecer mais cooperadores que estivessem cooperando com os apóstolos. Foi assim a instituição do diaconato (At. 6) e demais ofícios na Igreja (At. 13.15; Gl 2.9,10; Tt 1.5). Abaixo definiremos a função de pastor, presbítero e diácono e suas atribuições:

DONS MINISTERIAIS DEFINIÇÃO ATRIBUIÇÕES PASTOR
Pastor (gr. Poimen) Dom ministerial dado por Cristo, que tem como finalidade o aperfeiçoamento do rebanho para a obra do serviço cristão.  São aqueles que cuidam de rebanhos (Ef. 4.11). Guiam como também alimentam o rebanho (At. 20.28; 1 Pe 5.1,2). O próprio termo indica a pessoa que dirige. Sua missão é múltipla e polivalente:
 
(a) cuidar da sã doutrina, refutar a heresia (Tt 1.9-11);
(b) ensinar a Palavra de Deus e exercer a direção da igreja local (1Ts 5.12; 1Tm 3.15);
(c) ser um exemplo da pureza e da sã doutrina (Tt 2.7,8) e
(d) esforçar-se no sentido de que todos os crentes permaneçam na graça divina (Hb 12.15; 13.17; 1Pe 5.2).

Sua tarefa é assim descrita em At 20.28-31: Salvaguardar a verdade apostólica e o rebanho de Deus contra as falsas doutrinas e os falsos mestres que surgem dentro da igreja. Pastores são ministros que cuidam do rebanho, tendo como modelo Jesus, o Bom Pastor (Jo 10.11-16; I Pe 2.25; 5.24).

PRESBÍTERO
O presbítero (gr. Presbuteros), ancião, supervisor. É um ofício. O presbítero é o obreiro que coopera com o pastor no apascentamento do rebanho, no ensino e orientação da igreja local (At. 15.6; 16.4;1 Pe 5.13). De acordo com o NT, os presbíteros são responsáveis por:

(a) Administrar e supervisionar uma igreja local, pois são líderes na igreja (1Tm 5.17; Tt 1.7; 1 Pe 5.12);
(b) Ensinar e pregar a Palavra (1Tm 3.2; 5.17; 2 Tm 4.2; Tt 1.9);
(c) Proteger a igreja de falsos mestres (At 20.17, 28-31; 1Tm 4.1; Tt 1.9);
(d) Exortar e admoestar os santos na sã doutrina (1Tm 4.13; 2Tm 3.13-17; Tt 1.9);
(e) Visitar e orar pelos doentes ungindo-os com óleo (Tg 5.14; At 20.35);
(f) Julgar questões doutrinárias (At 15.16);
(g) Dirigir igrejas (1Pe 5.2; 1Tm 5.17); e,
(h) Apascentar e cuidar da igreja (1Pe 5.2; Hb 13.17).

DIÁCONO
Diácono (gr. Diakonos) criado, servo. Serviço ou encargo específico “É aquele que serve É um ofício. Um cooperador que coopera com o pastor da igreja, nas atividades relacionadas com os serviços de ordem material e social. O ofício e a função dos diáconos teve começo no tempo dos apóstolos (At 6.15). Há registros que identificam como um grupo de cooperadores específicos nos dias dos apóstolos (Fl. 1.1; I Tm 3.8-13). A própria palavra diácono é usada de várias maneiras, nas páginas do NT, subentendendo serviço espiritual ou material.

CONCLUSÃO
Vimos nesta lição, quão importante é que a igreja tenha pastores, presbíteros e diáconos para o seu bom funcionamento e para que o rebanho do Senhor possa ser conduzido pelos trilhos da sã doutrina. Como igreja devemos ter grande respeito por estes servos do Senhor, orando sempre por eles para que Deus continue ajudando-os neste importante serviço em prol do Reino de Deus.

REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
KELLY, J.N.D. I, II Timóteo e Tito: Introdução e comentário. CULTURA BÍBLICA.
PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody: Daniel. Editora Batista Regular.
RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais. CPAD.
WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Antigo Testamento. Vol. II. Geográfica.

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