Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
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LIÇÃO 12 – UM TIPO DO FUTURO ANTICRISTO - 4º TRIMESTRE 2014
(Dn 11.1-3,21-23,31,36)
O capítulo 11 do livro de Daniel, descreve a quarta e a última visão do conteúdo profético do livro. A visão diz respeito aos reinos que se seguirão sucessivamente até chegar ao governo do Anticristo, prefigurado na pessoa de Antíoco Epifânio, um rei selêucida, que surgiu no período Interbíblico. Veremos nesta lição, o período entre os Testamentos; a ascensão do governo de Antíoco Epifânio; quem foi Antíoco Epifânio e, a semelhança do seu governo com o do Anticristo.
I – O PERÍODO INTERBÍBLICO
O período entre os dois Testamentos foi um espaço de quatrocentos anos, conhecido como Interbíblico ou Intertestamental. Esta época compreende o retorno dos judeus do exílio até o nascimento de Jesus e, é considerado como operíodo do silêncio divino. Contudo, nesta época, acontecimentos proféticos cumpriram-se na íntegra, trazendo o surgimento de um personagem importantíssimo tanto para a história bíblica, quanto para a história secular. “As condições gerais desse período podem ser relembradas sabendo-se que houve quatro tempos distintos em que esses quatrocentos anos podem ser divididos:
(1) o período persa, 430-322 a.C.;
(2) o período grego, 321-167 a.C;
(3) o período da independência,167-63 a.C; e
(4) o período romano, 63 a.C. até Jesus Cristo” (CHAMPLIN, 2013, vol. 5, p. 226 – acréscimo nosso).
Com a queda do Império Persa em cerca 331 a.C., Alexandre o Grande, tronou-se um imponente imperador, conquistando também a Palestina em cerca de 332 a.C. Em cumprimento do que está escrito em (Dn 11.3,4), Alexandre o Grande morreu precocemente no apogeu do seu poder e, o seu reino foi divido e repartido entre quatro dos seus generais, a saber, Cassandro, Lisímaco, Seleuco e Ptolomeu.
Seleuco - Governou a Síria, a Babilônia e a Média (o Reino do Norte); e,
Ptolomeu - Governou o Egito (o Reino do Sul). A princípio, a Palestina ficou debaixo do controle sírio, mas não muito depois passou para o controle egípcio, ficando assim durante cerca de cem anos, até 198 a.C. Neste ínterim, os selêucidas (o Reino do Sul) reconquistaram a Palestina, e nos anos 175-164 a.C., os judeus foram severamente perseguidos por Antíoco IV ou Epifânio, que estava resolvido a exterminá-los, juntamente com a sua fé em Deus. (CHAMPLIN, 2013, vol. 5, p. 226 – acréscimo nosso).
III – ANTÍOCO EPIFÂNIO NA VISÃO HISTÓRICA E NA VISÃO PROFÉTICA DE DANIEL
“Antíoco Epifânio (175 a 164 a.C.); filho de Antíoco o Grande, rei dos selêucidas, do Reino do Norte; governou onze anos e, morreu no ano 164 a.C. Foi o grande perseguidor dos judeus na Palestina. Ele foi em sua geração, o homem mais desprezível, narrado nesta profecia; um tipo do futuro Anticristo,
“[...] o homem do pecado, o filho da perdição” (2Ts 2.3);” (SILVA, 1986, p. 211 – acréscimo nosso). “Antíoco tentou incorporar os judeus em seu programa de helenização, ou seja, implantar nos judeus a cultura grega; mudando suas leis, proibindo o culto e os costumes religiosos deles sob pena de morte” (CHAMPLIN, 2013, vol. 1, p. 194 – acréscimo nosso). Abaixo destacamos informações bíblicas a respeito deste homem.
3.1 “Depois se levantará um homem vil...” (Dn 11.21a).
“Antíoco Epifânio é apresentado como um homem vil, alguém em quem não se pode confiar; um aquinador e um impostor. É o ‘pequeno chifre’ citado no livro de Daniel 8.9-27. Ele é chamado de o Anticristo do Antigo Testamento e, é visto prefigurando o Anticristo do fim dos tempos” (ADEYEMO, 2010, p.1037 - acréscimo nosso).3.2 “[...] ao qual não tinham dado dignidade real...” (Dn 11.21b).
3.3 “[...] mas ele virá caladamente...” (Dn 11.21c, 24).
A expressão “caladamente” no texto revela a sagacidade deste tirano. “Antíoco Epifânio era um pensador hábil e um orador habilidoso, cujas guerras com palavra eram tão eficazes como suas guerras com armas. Gostava de valer-se de traições, lisonjas e truques. A palavra hebraica para as lisonjas é 'halaqlaq', que tem o sentido básico de 'esperteza suave' (CHAMPLIN, 2001, vol. 5, p. 3423 – grifo nosso). “Conforme a descrição dos escritos antigos, Antíoco Epifânio às vezes fugia secretamente da corte e ia para cidade disfarçado, fazendo amizades com os estrangeiros mais desprezíveis que visitavam o país. Ele praticava os caprichos mais esquisitos, levando alguns a acreditar que fosse um imbecil e, a outros que fosse um louco” (HENRY, 2010, p. 897 – acréscimo nosso).
3.4 “E com os braços de uma inundação...” (Dn 11.22).
“Antíoco Epifânio era alguém que sabia falar, mas também era um bom guerreiro. Alcançou êxito em sua primeira ação militar, no momento em que as suas forças militares arrasaram os exércitos egípcios como se fosse uma enchente/dilúvio, uma expressão usada para ataque militar (Dn 9.26)” (CHAMPLIN, 2001, vol. 5, p. 3423 – acréscimo nosso).
3.5 “[…] como também o príncipe do concerto” (Dn 11.22).
“Ele encomendou o assassinato do sumo sacerdote de Jerusalém, Onias III, a quem a profecia se refere como príncipe da aliança, que foi morto pelo seu próprio irmão, Menelau, que o traiu, a pedido do próprio Antíoco” (MACARTHUR, 2010, p. 1095 – acréscimo nosso). “Em Daniel 11.28,30 e 32 a palavra 'aliança' ou 'concerto' é usada para se referir ao Estado judeu, que na época era uma teocracia (o Governo de Deus), tendo o sumo sacerdote como seu líder” (ADEYEMO, 2010, p.1037 - acréscimo nosso).3.6 “[...] seu coração será contra o concerto...” (Dn 11.28,31).
3.7“E esse rei fará conforme a sua vontade...” (Dn 11.36).
Neste ponto, o autor apresenta um rei que governará “no fimdo tempo” (Dn 11.40). O seu reinado de terror inaugura um ‘tempo de angústia’ sem paralelos na história humana (Dn 12.1; Mt 21.21,29-31); este rei não pode ser Antíoco Epifânio, mas é um personagem perverso e tirânico do fim dos tempos. Esta descrição está em conformidade com a descrição deste personagem, apresentado em outras passagens da Bíblia (Dn 7.8-11,20-27; 2 Ts 2.3,10; Ap 13.4-8; 19.19-20), e foi aceita por toda a História da Igreja (por exemplo, Crisóstomo, Jerônimo, Teodoreto e Lutero) (DEFESA DA FÉ, 2010, p.1363).
IV – SEMELHANÇAS DO GOVERNO DE ANTÍOCO EPIFÂNIO COM O GOVERNO DO ANTICRISTO
“Aqui, as histórias dos dois “anticristos” são colocadas de costas uma para a outra, não simplesmente por ênfase, mas porque ambas envolvem o ódio aberto contra Deus e a perseguição aos judeus, à plataforma de ambos os governos se assemelham.” (ADEYEMO, et al, 2010, p.1037 - acréscimo nosso).
CONCLUSÃO
Como podemos ver, Antíoco Epifânio prefigura o Anticristo que há de vir. Assim como este perverso imperador perseguiu os judeus com roubos, assassinatos, profanando o sagrado e com tantas outras catástrofes, semelhantemente, o Anticristo, o homem do pecado, perseguirá os judeus, cometendo as maiores atrocidades, a fim de destruí-los, mas assim como Antíoco Epifânio foi extirpado, o Anticristo com o seu governo também será, pois o Senhor, que é o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, destruirá o Anticristo pelo assopro da sua boca e pelo esplendor da sua vinda (2 Ts 2.8).
REFERÊNCIAS
ADEYEMO, Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. MUNDO CRISTÃO.
Bíblia de Estudo Defesa da Fé. CPADSILVA, Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.
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