quarta-feira, 26 de novembro de 2014

LIÇÃO 09 – O PRENÚNCIO DO TEMPO DO FIM (Dn 8.1,3-11) - 4º TRIMESTRE 2014

Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 09 – O PRENÚNCIO DO TEMPO DO FIM - 4º TRIMESTRE 2014
(Dn 8.1,3-11)

INTRODUÇÃO
O livro de Daniel é um tratado de Escatologia histórica e profética. Nele encontramos diversas profecias acerca do “tempo do fim” (Dn 8.17,19; 11.6,13,27,35,40; 12.4,9). No capítulo 2 a Pérsia e a Grécia são simbolizadas pelos braços de prata e ventre de cobre; no capítulo 7 elas são simbolizadas por um urso com três costelas em sua boca e um leopardo com quatro asas e quatro cabeças; já no capítulo 8, ele descreve uma visão de um carneiro e um bode, que representam também essas duas potências. Nesta visão, estes dois animais domésticos, exibem de forma precisa o surgimento, ascensão e queda destes impérios como veremos a seguir.

I – A VISÃO DE UM CARNEIRO: O IMPÉRIO MEDO-PERSA

1.1 - A Época e local da visão (Dn 8.1,2). Cronologicamente, este capítulo vem antes do 5. O capítulo 8 tem lugar no ano terceiro de Belsazar, ao passo que o capítulo 5, como já vimos, marcou o final do governo de Belsazar (Dn 5.30). Portanto, quando esta visão ocorreu a Daniel, o seu povo continuava exilado em Babilônia. A visão ocorreu em Susã, que era a capital de Elão e a residência de inverno dos reis persas. Aí tem lugar a história de Neemias e Ester. A visão ocorreu próximo ao rio Ulai, que é modernamente chamado de Chapur (GILBERTO, 2010, p. 41).

1.2 - “E levantei os meus olhos e vi, e eis que um carneiro estava diante do rio...” (8.3). Esse carneiro representa a segunda potência mundial, a saber, o Império Medo-persa (Dn 8.20). Ele tinha dois chifres (Almeida Revista e Atualizada), ou pontas (Almeida Revista e Corrigida), que representavam, exatamente, a união dos dois povos, a saber, os medos e os persas. O chifre que subiu por último representa a Pérsia, a qual se tornou o reino dominante com a subida de Ciro ao trono. “Daniel contempla na sua visão da noite, que o audacioso carneiro se encontrava “diante do rio”. Isso descreve o momento em que o general Ciro, comandando seus exércitos medo-persas já se encontrava as margens do rio Ulai preparando-se para o “assalto” a Babilônia” (SILVA, 1986, p. 150).

1.3 - “Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte e para o meio dia; e nenhum dos animais lhe podiam estar diante dele... ” (Dn 8.4). A expressão “dar marradas” significa bater forte com a cabeça. Esta profecia anuncia as conquistas do império medo-persa, que guerreou fortemente contra o ocidente (Babilônia); contra o norte (Lídia) e contra o sul, descrito no texto como “meio dia” referindo-se ao (Egito). Essa é também a interpretação das três costelas na boca do urso (Dn 7.5). “Ciro, não só conquistou as potências acima mencionadas, mas ainda todas as demais nações daqueles dias. Foi, realmente o que diz e representa a visão contemplada: “Nenhuns dos animais [povos e reinos] podiam estar diante dele” (SILVA, 1986, p. 151 – acréscimo nosso).

1.4 - “... e ele fazia conforme a sua vontade e se engrandecia” (Dn 8.4b). Em 550 a.C., Ciro, o persa, se rebelou contra os medos, que até então detinha o poder e se tornou cabeça dos dois povos; esse acontecimento fez com que a Pérsia se elevasse sobre a Média. Esse também é o significado das passagens registradas em Daniel 7.5, onde lemos que o urso “se levantou sobre um dos seus lados”; e de Daniel 8.3 onde lemos que um chifre era “mais alto que o outro; e o mais alto subiu por último”.

II – A VISÃO DE UM BODE: O IMPÉRIO GREGO

2.1 - “E, estando eu considerando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; e aquele bode tinha um chifre notável entre os olhos” (Dn 8.5). Este bode representa o reino da Grécia (Dn 8.5-8,21). Daniel descreveu que ele vinha “sem tocar no chão”. Isso significa que não houve dificuldade ou barreira durante o rápido processo de conquistas realizadas pelo Império Grego. “O “chifre notável entre os olhos” representava Alexandre o Grande. A história diz que Alexandre, quando jovem, educou-se aos pês de Aristóteles, como Paulo aos pés de Gamaliel (At 22.3). Aristóteles foi discípulo de Platão. Juntos, esses dois filósofos eram chamados de “os dois olhos da Grécia” (SILVA, 1986, p. 152 – acréscimo nosso).

2.2 - “Dirigiu-se ao carneiro que tinha as duas pontas, ao qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o ímpeto da sua força. [...] e feriu o carneiro e lhe quebrou as duas pontas [...] e o lançou por terra e o pisou aos pés; não houve quem pudesse livrar o carneiro da sua mão” (Dn 8.6,7). Daniel descreve uma profecia que já teve seu cumprimento na história, a saber, o império Grego simbolizado pelo bode, guerreando contra o império Persa, simbolizado por um carneiro. O poderoso bode não apenas feriu o carneiro como também lhe quebrou ambos os chifres. “O presente versículo foi escrito antes de seu cumprimento (talvez 200 anos antes). Alexandre combateu, de fato, o Império Medo-persa, mais ou menos em 331 a.C. E esta profecia foi escrita por Daniel, mais ou menos em 539 a.C. É uma predição notável o choque de dois Impérios mundiais” (SILVA, 1986, p. 153 – acréscimo nosso).

2.3 - “E o bode se engrandeceu em grande maneira; mas, estando na sua maior força, aquela grande ponta foi quebrada; e subiram no seu lugar quatro também notáveis, para os quatro ventos do céu” (Dn 8.8). A grande ponta, como já vimos, diz respeito a Alexandre, o Grande, “um dos guerreiros mais brilhantes dos tempos antigos. Ele foi rei da Macedônia, fundador do helenismo, gênio militar e propagador da cultura grega e grande imperador grego. Em doze anos de reinado Alexandre tinha o mundo a seus pés. Morreu em 323 a.C., em Babilônia, aos 33 anos de idade. As quatro pontas notáveis que surgiram em seu lugar diz respeito a seus quatro generais que assumiram o império grego depois de sua morte: Cassandro ficou com a Macedônia; Lisímaco com a Trácia e quase toda a Ásia Menor; Selêuco ficou com a Síria, Babilônia e Palestina; Ptolomeu ficou com o Egito. Essas divisões correspondem hoje à Grécia, Turquia, Síria, Iraque e Egito” (GILBERTO, 2010, p. 41).

2.4 - “E de uma delas saiu uma ponta mui pequena, a qual cresceu muito para o meio dia, e para o oriente, e para a terra formosa” (Dn 8.9). “Trata-se do rei selêucida Antíoco Epifânio, o opressor de Israel no AT, o qual procedeu da Síria, uma das divisões do império grego, de que já falamos. Ele é conhecido como o "Anticristo do Antigo Testamento", tal a perseguição que infligiu ao povo judeu no século II a.C., durante o chamado Período Inter-bíblico (período que vai de Malaquias a Mateus - cerca de 400 anos). Antíoco reinou de 175 a 167 a.C. Ele decidiu exterminar o povo judeu e sua religião. Chegou a proibir o culto a Deus. Recorreu a todo tipo de torturas para forçar os judeus a renunciarem à sua fé em Deus. Isto deu lugar à famosa Revolta dos Macabeus, uma das páginas mais heroicas da história de Israel. Epifânio quer dizer o magnífico. Ele era assim chamado por seus amigos. Seus inimigos o chamavam "Epimânio", que quer dizer “louco” (GILBERTO, 2010, p. 41).

III – GRÁFICO COMPARATIVO DOS DOIS IMPÉRIOS NAS PROFECIAS DE DANIEL


IV – A INTERPRETAÇÃO DAS VISÕES DE DANIEL
Em Dn 8.15-22 diz que o profeta procurou entender a visão, e se apresentou diante dele um ser semelhante a um homem. Ele ouviu também uma voz nas margens do rio Ulai, que disse àquele ser: “Gabriel, dá a entender a este a visão” (Dn 8.16). Quando o anjo aproximou-se do profeta, ele ficou assombrado e caiu sobre o seu rosto. E ele lhe disse: “Entende, filho do homem, porque esta visão se realizará no fim do tempo” (Dn 8.17). O anjo Gabriel, então, deu a interpretação da visão. Vejamos: O carneiro com duas pontas são os reis da Média e da Pérsia (Dn 8.20); o bode peludo é o rei da Grécia; e a ponta grande que tinha entre os olhos é o primeiro rei, referindo-se a Alexandre, o Grande (Dn 8.21). No fim do seu reinado se levantará um rei feroz, e será entendido em adivinhações, referindo-se a Antíoco Epifânio (Dn 8.23). Quanto a profecia de Daniel 8.23-26, muitas interpretações tem sido dadas pelos teólogos e comentaristas das profecias bíblicas: 

(1) que ela já se cumpriu no passado, pois refere-se a Antíoco Epifânio; 
(2) que ela refere-se a um tempo futuro, pois diz respeito ao Anticristo. Mas, podemos dizer que ela tem um dupla referência, pois, apesar de haver cumprido no passado, na pessoa de Antíoco Epifânio, também refere-se ao líder mundial, o Anticristo, que surgirá no, e dominará sobre todo o mundo, após o arrebatamento da Igreja (Dn 9.26,27; 11.36-45; II Ts 2.3-10; Ap 13.1-10).

CONCLUSÃO
Como pudemos ver, Deus mostrou ao profeta Daniel, em visões, um carneiro e um bode, que representavam os que surgiriam depois da Babilônia, ou seja: o império medo-persa e o império grego, bem como o surgimento de Alexandre, o grande e de Antíoco Epifânio, um tipo do Anticristo.

REFERÊNCIAS
• GILBERTO, Antônio. Daniel e Apocalipse. CPAD.
• SILVA, Severino Pedro da. Daniel Versículo por Versículo. CPAD.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
• WALVOORD, John F. Todas as Profecias da Bíblia. VIDA

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

LIÇÃO 08 – OS IMPÉRIOS MUNDIAIS E O REINO DO MESSIAS (Dn 7.3-8; 13,14) - 4º TRIMESTRE 2014

Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 08 – OS IMPÉRIOS MUNDIAIS E O REINO DO MESSIAS - 4º TRIMESTRE 2014 (Dn 7.3-8; 13,14)

INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos as semelhanças dos impérios mundias que existem entre os capítulos 2 e 7 do livro de Daniel, bem como sobre o Reino do Messias. Perceberemos que até o capítulo 6 deste livro as profecias giram em torno dos gentios, e, a partir do 7, giram em torno, principalmente, dos judeus. Analisaremos os fatos históricos já cumpridos e os escatológicos, e por fim, veremos que o Reino Milenial é real e se cumprirá literalmente.

I – INFORMAÇÕES GERAIS DE DANIEL 7
Cronologicamente, este capítulo 7 vem antes do capítulo 5; basta comparar Dn 5.30,31 com Dn 7.1. “Três importantes mudanças têm início neste capítulo sete. 1º) Até o capítulo 7 a matéria é principalmente histórica. Daí em diante é principalmente preditiva, ou seja, escatológica; 2º) Até agora Daniel fora o agente divino na revelação, interpretando sonhos de Nabucodonosor (Dn 2.13-45; 4.1-27). Daqui para frente, um anjo interpreta os sonhos e as visões do próprio Daniel (Dn. 7.16; 8.15-17; 9.20-23; 10.10-14), e 3º) Até agora o autor (Daniel) falou na terceira pessoa; daqui para frente ele escreve na primeira, dando um relatório mais íntimo de suas experiências” (MOODY, sd, p. 47 – acréscimo nosso). “Aqui temos a continuação do capítulo 2, o assunto é o mesmo, em continuação: as quatro últimas potências mundiais. No capítulo 2 esses impérios são representados por uma estátua, já no presente capítulo, esses mesmos impérios são representados por quatro animais. No capítulo 2, por meio de Nabucodonosor, Deus revelou o lado político desses últimos impérios mundiais. A Daniel, nesse capítulo, Deus revelou o lado moral e espiritual” (GILBERTO, 2010, p. 33).

II – SEMELHANÇAS ENTRE OS REINOS MUNDIAS DE DANIEL CAPÍTULO 2 E 7 
É significativo que as nações, em geral, escolhem, inconscientemente para si, símbolos nacionais provenientes de animais ferozes e aves de rapina. Concorda-se de modo geral que a sucessão dos quatro domínios gentios apresentados no capítulo 7 é do mesmo significado da visão anterior do capítulo 2. Convém salientar que, particularmente nas profecias de Daniel e do Apocalipse, animais simbolizam reinos. “Sobrepondo-se à profecia da estátua no sonho de Nabucodonosor, os animais representam a Babilônia (o leão), a Medo-Pérsia (o urso), a Grécia (o leopardo) e Roma (o animal terrível)” (LAHAYE, 2009, p. 177 – acréscimo nosso).

III – ANALISANDO O TEXTO DO CAPÍTULO 7 DE DANIEL
O capítulo 7 revela um sonho e visões dadas por Deus ao profeta Daniel acerca dos impérios mundiais. Vejamos: 

3.1 - “... Eu estava olhando, na minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu...” (Dn 7.2-b). O uso em outros lugares indica que os ventos representam o poder providencial de Deus através do qual Ele controla as nações, agitando-as ou apaziguando-as (Jr. 23.19; 49.36; 51.1; Zc. 6.1-6; 7.14; Ap. 7.1-3). Rûah pode ser traduzido para "espírito" ou "vento", e aqui é propositadamente ambíguo. Jerônimo acha que os ventos representavam os anjos. “...combatiam no grande mar” (Dn 7.2-c).

3.2 - “Quatro animais grandes diferentes uns dos outros subiam do mar” (Dn 7.3). Os animais descritos estão ligados acada nação neste sonho com suas próprias características especiais, embora todas partilhem do mesmo caráter brutal e irracional. Simbolicamente, mar ou águas simbolizam povos (Dn 7.3; Ap 17.15); ventos, representam guerras (Jr 4.11;
25.32; Hc 1.11); asas, significa rapidez (Dn 7.4; Hc 1.6-8); chifres (ou pontas), significa reinos (Dn 7.7,24; 8.7-9); e braços, significam ajuda de exércitos (Dn 11.31). Vejamos a semelhança desta visão com o sonho de Nabucodonosor:

3.2.1 - O leão simboliza a Babilônia. O leão é a Babilônia (Dn 7.4). Além de Daniel, outros profetas falaram disso (Jr 4.6,7; 48.40; Ez 17.3). O leão, rei dos animais, corresponde à cabeça de ouro, o mais valioso dos metais da estátua do capítulo 2, isto é, Babilônia (Dn 2.32,37,38). O leão foi o animal adotado pelos babilônicos como o símbolo de seu império, isso fala da primazia da Babilônia sobre os que se seguiram. As asas de águia falam de velocidade, como o leão, da força deste reino. São símbolos naturais dificilmente precisando de explicação (II Sm 1.23; Jr 49.19-22; Ez 17.3-24). 

3.2.2 - O urso é um símbolo do reino Medo-Persa. O urso (Dn 7.5) corresponde ao peito e braços de prata do capítulo 2, isto é, à Medo-Pérsia (Dn 2.32,39). Este segundo governo “semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os dentes”. Seu tríplice poder concentrado em seu peso, sua boca e seus pés, faz do urso o segundo em seu reino, só vencido pelo leão. As três costelas entre os dentes do urso, bem como as três direções em que o animal dava marradas, significam as três primeiras presas: Babilônia, Egito e Lídia (Dn 8.4). O lado que se elevou foi a Pérsia, que passou a ter ascendência sobre a Média. 

3.2.3 - O leopardo de quatro asas simboliza o império grego de Alexandre. O leopardo (Dn 7.6) corresponde ao ventre de bronze do capítulo 2, isto é, à Grécia (Dn 2.32,39). O império grego está representado pelo leopardo com quatro asas e quatro cabeças (Dn 7.6). As asas falam da rapidez das conquistas de Alexandre, o grande, e também significa o desmembramento do império em quatro dinastias independentes. Já as quatro cabeças falam da quádrupla divisão do império grego após a morte de Alexandre, a saber: Egito, Macedônia, Síria e Ásia Menor.

3.2.4 - O animal terrível é um símbolo adequado para o império romano restaurado que será regido pelo Anticristo. quarto animal (Dn 7.7,8,11,19-24) corresponde às pernas de ferro e pés de barro e ferro da estátua do capítulo 2, ou seja, ao Império Romano restaurado (Dn 2.33b,41-43). Todos os intérpretes concordam que este será o período do Anticristo. O quarto animal seria um rei ou reino, como os demais animais (Dn 7.17,23). Esse animal tinha dentes de ferro (v. 7). Seria o reino da força, da ferocidade, do esmagamento, como foi o Império Romano. Os dez chifres do versículo 7 correspondem a dez futuros reis (v. 24). Esses futuros reis, ou reinos, correspondem aos dez dedos dos pés da estátua do capítulo 2.41,44, e aos dez chifres da besta de Apocalipse 13.1 e 17.12, a saber, ao Anticristo e suas nações confederadas durante o período da Grande Tribulação. 

3.2.5 -  O chifre pequeno representa o futuro Anticristo (Dn 7.8). Esse futuro reino é equivalente ao da primeira besta de Apocalipse 13.1-8, e 17.12-17. Até hoje não ocorreu esta forma de governo. Ele, ao emergir entre os dez reinos, abaterá três reis (Dn 7.8). Essa expressão do Império Romano em dez reinos ainda não ocorreu, pois quando esse império deixou de existir tinha apenas duas formas, correspondentes às duas pernas da estátua (Dn 2.33-a,40), isto é, o Império Romano do Ocidente e do Oriente. O primeiro caiu em 476 d.C. O segundo, em 1453. A divisão do império em dois deu-se em 395 d.C. Portanto, os fatos proféticos de Dn 7.7 e 8 são ainda futuros, como bem mostra o livro de Apocalipse. O texto de Daniel 7.24 afirma que esses países se formarão “daquele mesmo reino”. 

IV - O REINO DO MESSIAS
No capítulo 2 do livro de Daniel encontramos algumas características do Reino do Messias: 

(1) É de origem divina (Dn 2.44); 
(2) sucederá os reinos da terra (Dn 2.34,35); 
(3) excederá todos os demais reinos (Dn 2.34); 
(4) será eterno (Dn 2.44); 
(5) será de alcance mundial (Dn 2.35,44) e 
(6) será visível e real (Dn 2.35). 

“O Milênio será a sétima e última dispensação; será a dispensação da “plenitude dos tempos” (Is 2.2; Mt 19.28; Ef 1.9,10; Ap 10.7; 11.15). Em Apocalipse 20, encontramos por seis vezes a expressão “mil anos” com a significação especial (vv 2,3.4,5,6,7). Nessa época Jerusalém será o centro de adoração para todos os povos e a Capital religiosa do mundo (Jr 3.17; Zc 14.14-21). O Milênio será um tempo de restauração. Ao invés do pecado, a justiça encherá a terra; Satanás terá sido amarrado (Ap 20.1-3), o Anticristo e o falso profeta serão lançados no lago de fogo (Ap 19.20)” (SILVA, 1998, p. 133) .

CONCLUSÃO
Como pudemos ver, o Soberano Deus mostrou ao rei Nabucodonosor, em sonhos, os impérios mundiais, sendo representados por uma grande estátua, revelando o lado político dos reinos que sucederiam a Babilônia. Já ao profeta Daniel, o Senhor revelou o lado moral e espiritual desses impérios, por intermédio das visões dos quatro animais. Quanto ao Reino do Messias, ele é descrito, em ambos os capítulos, como um reino eterno, que jamais terá fim (Dn 2.2.44; 7.27).

REFERÊNCIAS
• CABRAL, Elienai. Integridade Moral e Espiritual: O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. CPAD
• GILBERTO, Antonio. Daniel & Apocalipse. CPAD.
• PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody: Daniel. Editora Batista Regular. 
• SILVA, Severino Pedro da. Escatologia: doutrina das últimas coisas. CPAD.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

LIÇÃO 07 – INTEGRIDADE EM TEMPOS DE CRISE (Dn 6.3-5,10,11,15,16,20) - 4º TRIMESTRE 2014

Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
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LIÇÃO 07 – INTEGRIDADE EM TEMPOS DE CRISE - 4º TRIMESTRE 2014
(Dn 6.3-5,10,11,15,16,20)


INTRODUÇÃO
O profeta Daniel foi um homem de Deus íntegro e um funcionário excelente e fiel. Sua dedicação e capacidade despertavam inveja por parte daqueles que trabalhavam com ele, mas que não suportavam sua prosperidade. Esses tais, tramaram a morte do homem de Deus, incitando o rei a criar um decreto que lhe proibisse orar ao Deus do céu. Para Daniel, era preferível morrer que viver sem orar. Logo, por não obedecer ao decreto real, o profeta judeu foi lançado numa cova com leões para ser morto, todavia, o seu Deus, proporcionou-lhe um grande livramento.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA INTEGRIDADE
O dicionário Aurélio diz que esta palavra significa: “qualidade de íntegro; inteireza. Retidão, imparcialidade. Inocência, pureza, castidade” (FERREIRA, 2004, p. 1116). “A integridade refere-se a higidez (saúde) moral, a condição daqueles que são possuidores de um autêntico caráter moral, em contraste com aqueles cuja natureza inclui o engodo, a astúcia e a malícia. O trecho de Gn 25.27 faz a comparação entre Jacó e Esaú. Jacó aparece ali como um homem integro; mas Esaú descrito como um homem dotado de habilidades violentas. Em Tito 2.7, a palavra grega aphthoria (palavra que só se acha por uma vez em todo o Novo Testamento), que nossa versão portuguesa traduz por “integridade”, em algumas outras versões aparece como “incorruptibilidade” ou “sanidade”. Ali, essa virtude aparece como uma das qualidades que os líderes das igrejas cristãs devem possuir. Com toda a razão, podemos pensar que temos aí um aspecto do fruto do Espírito Santo em nossas vidas, embora, tal virtude não seja especificamente mencionada na lista de Gálatas 5.22,23. Mas Jesus ensinou claramente esse principio, conforme se vê em Mt 6.1-6. Para nós, povo de Deus, a integridade envolve a honestidade a retidão, a higidez de caráter e uma espiritualidade da mais pura qualidade que evita e foge da corrupção” (CHAMPLIN, p. 347, 2004 – acréscimo nosso).

II – DANIEL, UM FUNCIONÁRIO ÍNTEGRO
Uma das primeiras responsabilidades de Dario foi reorganizar o reino da Babilônia recentemente conquistado (Dn 6.1-2). A Bíblia diz que Ele nomeou 120 sátrapas para governar o reino e colocou-os sob as ordens de três administradores, um dos quais era Daniel (Dn 3.2). “Os sátrapas eram responsáveis diante destes três presidentes ou administradores, talvez 40 sátrapas para cada presidente” (CHAMPLIN, 2001, p. 3398). 

2.1 - A competência de Daniel (Dn 6.3). 
Desde a sua chegada a Babilônia até os últimos dias da sua vida, Daniel se mostrou um servo competente (Dn 1.20,21). “Neste tempo, ele contava mais ou menos 88 anos de idade. O jovem esforçado, fiel e corajoso do primeiro capítulo é o idoso esforçado, fiel e corajoso deste capítulo” (BOYER, 2009, p. 52). Ele conseguiu crescer profissionalmente devido a graça de Deus e a sua presteza aos seus patrões (Dn 1.17,20; 2.48,49; 5.29; 6.3,28). “Durante um período de quase setenta anos, Daniel serviu a seis governadores babilônios e a dois persas. No governo de três deles (Nabucodonosor, Belsazar e Dario) foi elevado a primeiro-ministro. Ocupou essa função durante o cativeiro final de Judá e o regresso dos cativos” (ELLISEN, 2012, p. 258).

2.2 - A excelência de Daniel (Dn 6.3-a). 
O texto bíblico deixa claro que Daniel era preterido pelo rei Dario em relação aos outros funcionários “porque nele havia um espírito excelente” (Dn 6.3). A palavra “espírito” no hebraico “ruah” tem vários significados e nesse contexto “é usado para aludir àquilo que habilita o homem a fazer determinado trabalho ou que representa a essência de uma qualidade humana” (VINE, 2002, p. 114). Por sua vez, a expressão subsequente “excelente” segundo o Aurélio quer dizer “que é muito bom” (FERREIRA, 2004, p. 850). Esta virtude destaca-se na vida desse nobre servo de Deus (Dn 1.17; 4.8; 5.12,14).

2.3 - A fidelidade de Daniel (Dn 6.3,4). 
A forma com a qual Daniel se comportava na função que lhe foi confiada, rendeu-lhe grande admiração e confiança por parte do rei Dario, que pensava colocá-lo sobre todo o reino (Dn 6.3). Sua fidelidade era uma virtude extremamente destacável na função que exercia (Dn 6.4). Segundo o Aurélio a palavra “fiel” significa: “que cumpre aquilo a que se obriga; leal; honrado; íntegro” (FERREIRA, 2004, p. 894). “O homem pode se mostrar “fiel” em suas relações com os membros da raça humana (I Sm 26.23). Mas, geralmente, a Pessoa a quem se é “fiel” é o próprio Senhor (II Cr 19.9)” (VINE, 2002, p. 128). Biblicamente, podemos destacar quais as testemunhas que atestam a integridade de Daniel: 


(1) Os funcionários que com ele trabalhavam (Dn 6.4); 

(2) o rei Dario (Dn 6.3,4; 16-20);
(3) o próprio Daniel sabia que servia a Deus com fidelidade (Dn 6.22); e, 
(4) o Deus de Daniel atestou isso dando-lhe livramento (Dn 6.22,23). 

Daniel era fiel em tudo que fazia, tanto para o rei como para Deus. Por isso, foi perseguido, mas triunfou. A Bíblia nos orienta a procedermos de igual modo (Ef 6.5,6; Cl 3.22; I Tm 6.1; Tt 2.9; I Pe 2.18).

III – CAUSAS DO ÓDIO DOS FUNCIONÁRIOS A DANIEL

3.1 - Porque era um judeu assumindo um cargo na Babilônia (Dn 6.1-3). 
Para aqueles que exerciam funções na Babilônia, ver um judeu sendo benquisto, prosperando e recebendo altos cargos era inadmissível (Dn 1.19,20; Dn 3.12). “Tratava-se de mais um caso de antissemitismo (sentimento contrário ao povo judeu), um pecado terrível encontrado nas Escrituras desde os dias do Faraó até o fim dos tempos (Ap 12). Ao que parece, esses oficiais não sabiam da aliança entre Deus e Abraão, que prometia abençoar quem abençoasse os judeus e amaldiçoar quem os amaldiçoasse (Gn 12.1-3). Quando esses homens começaram a atacar Daniel, estavam atraindo sobre si o juízo de Deus” (WIERSBE, 2004, p. 342).

3.2 - Porque lhe tinham inveja (Dn 6.3). 
Enquanto Daniel estava entre os três presidentes que monitoravam os cento e vinte sátrapas tudo estava em paz. Todavia, quando o rei Dario vendo que Daniel destacava-se entre eles, e, com isso, intentou colocá-lo acima dos outros presidentes o ódio aflorou (Dn 6.3-5). A inveja podia corroer-lhes os ossos (Pv 14.30). Este sentimento é a tendência de observar com desprazer o bem alheio. Inveja é um misto de ódio, desgosto e pesar pelo bem e felicidade de outrem; é o desejo violento de possuir o bem do próximo (Jó 5.2; Pv 14.30; Ec 4.4; Is 11.13; Ez 35.11). É o que sentiam aqueles homens em relação a Daniel (Dn 6.4).

3.3 - Porque era um administrador fiel (Dn 6.4). 
Nada pior para servos infíéis que serem liderados por um servo fiel. A expressão “para que o rei não sofresse dano” (Dn 6.2-b), dá a entender que Dario estava desconfiando de corrupção entre os seus funcionários. Por isso, nomeou Daniel acima deles, porque esse era fiel. “Os outros líderes ficaram exasperados quando souberam desse plano e tentaram, sem sucesso, encontrar alguma falha no trabalho de Daniel. Tinham vários motivos para opor-se a Daniel, inclusive a mais pura inveja, mas sua principal preocupação era financeira. Sabiam que com Daniel no comando não teriam oportunidade de usar seus cargos em beneficio próprio e perderiam aquilo que ganhavam pela corrupção” (WIERSBE, 2004, p. 342).

IV – O DECRETO REAL E A POSTURA FIRME DE DANIEL
Os funcionários tramaram uma conspiração com base na fidelidade de Daniel à lei do seu Deus. A estratégia foi convencer o rei Dario a baixar um decreto que proibisse qualquer pessoa a fazer uma petição a qualquer deus, que não fosse o próprio rei (Dn 6.5-8). “A sugestão, tomada de maneira falsa, tinha como objetivo envaidecer o ego do rei e dar uma expressão a sua nova autoridade. Tal mostra de lealdade da parte dos seus funcionários civis seria muito bem-vinda, sem dúvida, para aquele que durante sua vida vivia da própria glória. Os antigos césares arrogavam também para si adoração divina e sob pena de morte que sofreria aquele que se recusasse a adorá-los” (SILVA, 1986, p. 106).

4.1 - O edito real e a pena capital promulgada por Dario (Dn 6.9,10). 
O Aurélio diz que um decreto é uma “determinação escrita, emanada do chefe do Estado, ou de outra autoridade superior” (FERREIRA, 2004, p. 608). Diante disto, orar a Deus e não ao rei era estar em desobediência civil a autoridade constituída. É necessário entender que é uma recomendação bíblica de que o servo de Deus esteja sujeito a autoridade (Dn 3.12; 6.10,11; Lc 20.22-25; Rm 13.1-7; I Tm 2.1,2; I Pe 2.17). Contudo, quando a autoridade cria leis e decretos que se confrontam com a Palavra de Deus, devemos preferir a vontade soberana do Senhor, tal qual fez Daniel (Dn 6.9,10). Influenciado pelos seus funcionários Dario acrescentou junto ao edito uma punição, que quem desobedecesse seria lançado na cova dos leões. “Tem sido interpretado que, a “cova dos leões” onde Daniel foi lançado, tinha duas entradas: a primeira era uma especie de “ rampa” pela qual os animais entravam e a segunda uma especie de “buraco”, na extremidade superior, pelo qual os animais eram alimentados. Para que a entrada da cova não fosse violada, o rei mandou que trouxessem o selo real (o anel) e o selo de seus grandes, selando assim a pedra (Js 10.16; Dn 6.17; Mt 27.66)” (SILVA, 1986, pp. 117,118 – acréscimo nosso) .

4.2 - A postura de Daniel e o livramento de Deus (Dn 6.10,21-23). 
Ao ficar sabendo do edito real e da proibição, Daniel agiu com firmeza, não se intimidando com a sentença. A coragem deste homem é um desafio para todos nós. Ele estava pronto a colocar os interesses de Deus em primeiro lugar e a sua própria segurança em segundo. Por amor do seu testemunho, estava pronto a enfrentar a cova dos leões famintos. Ou seja, ele preferiu morrer que perder o contato com o seu Deus por meio da oração. “Daniel, o grande servo de Deus, foi inspirado na oração de Salomão (1 Rs 8.46-49a), a exemplo do salmista, orava de manhã, ao meio-dia e a tarde. Isto é, 9h, 12h, 15h, respectivamente (Sl 55.17)” (SILVA, 1986, p. 114). Seus colegas de trabalho o entregaram a Dario como um transgressor do edito real, induzindo o rei a cumprir com a pena determinada, o que Dario fez com muito pesar (Dn 6.12-18; At 5.29). Daniel foi lançado na cova dos leões para ser morto, contudo, Deus viu a sua inocência e lhe proporcionou um grande livramento (Dn 6.12-23). Dario, percebeu a maldade dos que lhe influenciaram contra Daniel, sentenciou-lhes a morte na cova dos leões (Dn 6.24).

CONCLUSÃO
Daniel não somente nos deixa um legado espiritual por ser um fiel servo de Deus, como também nos dá o exemplo de um profissional capaz, excelente e exato. Ele sofreu inveja por parte daqueles que com ele trabalhavam, que por causa do seu êxito e compromisso tramaram a sua morte. Todavia, este servo de Deus manteve-se firme e leal, experimentando assim do livramento, da honra e da prosperidade divina em todas as áreas da sua vida (Dn 6.26-28). 

REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
SILVA, Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: www.rbc1.com.br

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

LIÇÃO 06 – A QUEDA DO IMPÉRIO BABILÔNICO (Dn 5.1,2,22-30) - 4º TRIMESTRE 2014

Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
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LIÇÃO 06 – A QUEDA DO IMPÉRIO BABILÔNICO - 4º TRIMESTRE 2014 

(Dn 5.1,2,22-30)

INTRODUÇÃO
A história dos grandes impérios mundiais que existiram no passado é marcada por três fases distintas: surgimento, apogeu e queda, ou seja, eles surgiram, tiveram seu período de poder e domínio, mas, depois, caíram. No capítulo 5 do livro de Daniel encontramos o registro da queda do império babilônico, onde a Bíblia nos mostra, mais uma vez, a intervenção divina na história dos homens, na ocasião em que o rei Belsazar fez um grande banquete e profanou os utensílios do Templo de Jerusalém, que haviam sido levados para a Babilônia, resultando na queda daquele grande império. Veremos nesta lição quem era o rei Belsazar; seu banquete profano e idólatra; sua sentença escrita na parede; a queda do Império Babilônico; e uma profecia sobre Ciro, o ungido de Deus.

I – QUEM ERA BELSAZAR
“O termo hebraico deriva-se do vocábulo babilônico “Bel-sar-usur” que significa 'o deus Bel protegeu o rei', mas não devemos confundi-lo com 'Beltessazar', o nome babilônico que foi dado a Daniel (Dn 1.7). Belsazar era filho de Nabonido, que era genro de Nabucodonosor, e que reinou a Babilônia por 17 anos (de 556 a 539 a.C.). Logo, Belsazar era neto de Nabucodonosor. Em Dn 5.11,18 Nabucodonosor é chamado de seu pai, mas isso significa apenas que ele pertencia à linhagem de Nabucodonosor, atribuição comum nas antigas genealogias (Mt 1.1). Seu pai, Nabonido, o colocou como seu co-regente e comandante do exército de Babilônia por volta de 550 a 539 a.C.” (CHAMPLIN, 2004, p. 487 acréscimo nosso). Foi por esta razão que ele prometeu colocar Daniel como o terceiro dominador do reino (Dn 5.16), pois o primeiro era Nabonido e ele era o segundo. 

II – O BANQUETE DO REI BELSAZAR
O banquete oferecido pelo rei Belsazar e a profanação dos utensílios do Templo de Jerusalém, marcaram o fim do grande império Babilônico, como veremos a seguir:

2.1 - O banquete e a licenciosidade de Belsazar (Dn 5.1)
Era comum, desde os tempos antigos, os reis realizarem festas para demonstração de domínio e poderio (Et 1.1-4). Como a Babilônia era uma cidade de opulência e luxúria, no palácio havia festas constantemente. Tratava-se, na verdade, de uma festa cheia de licenciosidade e bebedice. Isto pode ser provado pela presença de vinho e de mulheres e concubinas na festa (Dn 5.1,2). Além disso, a festa demonstra a insensatez do rei Belsazar. Enquanto seu pai estava fora de Babilônia, defendendo o reino das forças dos medos e dos persas, que ameaçavam dominar o mundo antigo, ele estava ocupado com festas e orgias, banqueteando-se com seus súditos, sem se preocupar o que poderia acontecer. 

2.2 - A profanação de Balsazar (Dn 5.2)
Como se não bastasse a luxúria e a insensatez do rei Belsazar, ele também tornou-se profano quando mandou buscar os utensílios do Templo de Jerusalém, levados por Nabucodonosor à Babilônia (II Rs 24.13; II Cr 36.7; Ed 5.14; 6.5; Dn 1.2), para embriagar-se com seus convidados, demonstrando total desrespeito com as coisas sagradas. “Havendo Belsazar provado o vinho, mandou trazer os vasos de ouro e de prata, que Nabucodonosor, seu pai, tinha tirado do templo que estava em Jerusalém, para que bebessem neles o rei, os seus príncipes, as suas mulheres e concubinas” (Dn 5.2). Levar os utensílios do Templo para Babilônia estava de acordo com os costumes de guerra, até porque eram vasos de ouro e de prata, ou seja, valiosos. Mas, retirá-los do depósito nacional para uma orgia, era sacrilégio, ou seja, uso indevido de objetos consagrados a Deus. 

2.3 - A idolatria do rei Belsazar (Dn 5.4)
Como se não bastasse a profanação, ou seja, a falta de respeito e reverência pelas coisas consagradas a Deus, o rei Belsazar, juntamente com seus súditos, tornaram a festa pagã e idólatra, dando louvores aos seus deuses: “Beberam o vinho, e deram louvores aos deuses de ouro, de prata, de bronze, de ferro, de madeira, e de pedra” (Dn 5.4). Era uma forma de desafiar o Deus de Israel, tentando demonstrar a superioridade dos seus deuses. Mas, Deus, que não se deixa escarnecer (Gl 6.7) demonstrou que tem o domínio sobre os filhos dos homens (Dn 5.21). Belsazar ultrapassou a medida da paciência divina e foi sentenciado por isso. 

2.4 - A sentença de Belsazar (Dn 5.5)
A Bíblia diz que “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Hb 10.31). No ato de sua profanação, Belsazar viu uma mão misteriosa escrevendo uma sentença na parede do palácio real. A alegria provocada pelo vinho, deu lugar ao pavor; e a euforia, ao desespero. “Mudou-se então o semblante do rei, e os seus pensamentos o turbaram; as juntas dos seus lombos se relaxaram, e os seus joelhos batiam um no outro” (Dn 5.6). A sentença continha as seguintes palavras: MENE, MENE, TEQUEL e PARSIM, que eram conhecidas e significam, portanto: “contado”, “pesado” e “dividido”. Mas, isoladas como estavam, ninguém sabia o que elas comunicavam.  Nenhum astrólogo, caldeu ou adivinho pôde interpretá-las. Mas, Daniel, deu a exata interpretação (Dn 5.25-28). Vejamos:

MENE: Essa palavra aramaica poderia ser um verbo com o sentido de "contado", para indicar que a duração do reinado de Belsazar tinha sido determinada por Deus, e estava prestes a terminar (Jr 50.18). Daniel a interpretou da seguinte maneira: “Contou Deus o teu reino e o acabou” (Dn 5.26);

TEQUEL: Esse vocábulo tem o sentido de “pesado”, significando que Belsazar não estava à altura dos padrões divinos de retidão. Diante da justiça divina esse reino não teve qualquer peso. A interpretação dada por Daniel foi: “Pesado foste na balança e foste achado em falta” (Dn 5.27). 

PERES: Na escritura da parede apareceu o plural: PARSIM. Na interpretação, Daniel usou o singular PERES. 

São palavras da língua aramaica, e significa: “Dividido foi o teu reino e deu-se aos medos e aos persas” (Dn 5.28).

Depois que Daniel interpretou a escrita na parede, o rei Belsazar ordenou que o vestissem de púrpura e o elevou ao cargo de terceiro dominador no reino (Dn 5.29). À semelhança de Nabucodonosor, Belsazar honrou a Daniel (Dn 2.48), mas, não honrou o Deus de Daniel (2.46,47).

III – A QUEDA DO IMPÉRIO BABILÔNICO
“O capítulo 5 do livro em apreço deve ser estudado à luz de Isaías 21.1-9, onde temos a profecia da queda de Babilônia, proferida por Isaías cerca de 150 anos antes. A menção do Elão e da Média (Is 21.2), apontam para a conquista de Babilônia por Ciro. Os capítulos 13 e 14 de Isaías acrescentam mais detalhes proféticos dessa queda de Babilônia. É assombroso o poder exclusivo do Todo-poderoso de predizer o futuro, como no caso de Ciro, o conquistador de Babilônia, que, através do profeta Isaías, Deus o chamou pelo nome (Ciro), isto mais de um século e meio antes do seu nascimento (Is 44.28)”. (GILBERTO, 2010, p. 27). 

3.1 - A união dos medos e dos persas e a invasão da Babilônia.
“Enquanto o rei Belsazar estava se banqueteando com seus súditos, os medos e os persas, que haviam se unido, cercaram a cidade de Babilônia. Havia um sentimento de segurança por parte do rei e dos habitantes da cidade, porque seus muros eram largos e altos, e suas fortificações pareciam intransponíveis. A Média lutou sob Dario, e a Pérsia sob Ciro, represou e canalizou as águas do rio Eufrates, deixando seco o seu leito. Assim, os medos e os persas tomaram de surpresa a cidade que não sofreu qualquer resistência”
(CABRAL, 2014, p. 86 acréscimo nosso). 

3.2 - A soberania divina. 
Aquela noite foi a demonstração de que Deus, o Todo poderoso, tem o centro do governo do em suas mãos e que nada escapa ao seu poder. A queda do império babilônico não ocorreu apenas por causa de uma estratégia de guerra do exércitos inimigos, mas, uma clara demonstração do juízo divino e que o Todo Poderoso tem o domínio sobre tudo e sobre todos (1Cr 29.11,12; Sl 10.16; 24.8; 29.10; 48.2; 115.3; 135.6; Dn 2.7; 4.17,35; 5.22-28; Is 55.11; Ap 19.16). 

IV – CIRO, O UNGIDO DE DEUS
“Pelo menos duzentos anos antes de os persas surgirem no cenário mundial, seu famoso rei já estava profetizado na Bíblia (Is 44.28; 45.1-4). Acerca dessa interessante profecia, observa o Dr. Scofield: 'Este é o único caso em que a palavra ungido se aplica a um gentio'. O uso da palavra 'ungido', em união com a expressão 'meu pastor' (Is 44.28), que é também um título messiânico, assinala Ciro como a assombrosa exceção de que um gentio seja tipo de Cristo. Os pontos de comparação são os seguintes: ambos, Cristo e Ciro, são conquistadores dos inimigos de Israel (Is 45.1; Ap 19.49-21); ambos restauram a cidade santa (Is 44.28; Zc 14.11); por meio de ambos o nome do único Deus verdadeiro é glorificado (Is 45.6; 1Co 15.28). Com Ciro inaugurou-se uma nova política em relação aos povos conquistados. Apesar da crueldade com que lidava com seus inimigos, Ciro tratou seus súditos com consideração, conquistando-os como amigos. Por seu famoso decreto, promulgado no segundo ano de seu governo, permitiu a volta de todos os povos às suas próprias terras. (Ed 1.1-11). Parece que, de modo especial, o famoso imperador dos persas favoreceu os judeus, concedendo-lhes generosa ajuda.” (ALMEIDA, p. 50).

CONCLUSÃO
Os registros bíblico e histórico acerca da queda da Babilônia demonstram claramente que “... o Altíssimo tem domínio sobre os reinos dos homens e a quem quer constitui sobre eles” (Dn 5.21). Por causa da profanação e idolatria do rei Belsazar, a Babilônia caiu, cumprindo-se, então, a profecia do sonho do rei Nabucodonosor, e interpretada pelo profeta Daniel: “E, depois de ti, se levantará outro reino...” (Dn 2.39). Assim terminou o magnífico império babilônico (a cabeça de ouro da estátua), e teve início o império medo-persa, representado pelos dois braços e peito de prata. 

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Abraão de. As Visões Proféticas de Daniel. CPAD.
ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário Teológico. CPAD.
CABRAL, Elienai. Integridade moral e Espiritual. O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. CPAD.
GILBERTO, Antonio. Daniel & Apocalipse. CPAD.
SILVA, Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.

Fonte: www.rbc1.com.br

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