sábado, 24 de outubro de 2015

LIÇÃO 04 – A QUEDA DA RAÇA HUMANA (Rm 5.12-19) - 4º TRIMESTRE DE 2015

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524
 
LIÇÃO 04 – A QUEDA DA RAÇA HUMANA - 4º TRIMESTRE DE 2015 (Rm 5.12-19)
 
INTRODUÇÃO
A queda do homem resultou na sua separação com Deus (Is 59.2); na destituição da glória de Deus (Rm 3.23), e consequentemente trouxe morte ao invés de vida (Rm 6.23). Na narrativa mais trágica e infeliz da raça humana é necessário ainda dizer que esta Queda não foi só local, pessoal e destinada aquele tempo, mas, que o pecado cometido por Adão teve abrangência total e universal (Rm 5.12).
 
I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA PECADO
Pecado é a falta de conformidade com a Lei moral de Deus, quer seja em ato, disposição ou estado; é a rebelião contra a vontade de Deus (1Jo 3.4). O termo “hamartiologia” deriva de dois vocábulos da língua grega: “hamartia” e “logos”, os quais significam “estudo acerca do pecado”. O termo “hamartia” sugere a ideia de “fracassar”, “errar o alvo” ou “desviar-se do rumo”. Porém, o termo também sugere alguém que erra o alvo propositadamente; ou seja, que atinge outro alvo intencionalmente. Em síntese, o homem não foi criado para o pecado; se pecou, foi por seu livre-arbítrio, sua livre escolha (Gn 3.1-6; Lv 16.21; SI I.I; 51.4; 103.10; Is 1. 18; Is 48.8; Dn 9.16; Os 12.8; Rm 1.18-32; Rm 3.10) (CABRAL, 2008, p. 302).

II – DEUS NÃO É O AUTOR DO PECADO
A Bíblia apresenta o homem como transgressor por natureza. Mas, como adquiriu o homem essa natureza pecaminosa? O que a Bíblia nos diz acerca disso? Podemos afirmar categoricamente que Deus não é o autor do pecado. Evidentemente Deus, na sua presciência e onisciência, já vira a entrada do pecado no mundo, bem antes da criação do homem. Porém, deve-se ter o cuidado para que ao se utilizar esta interpretação, não venha fazer de Deus a causa ou o autor do pecado (Jó 34.10; confira ainda Dt 32.4; Sl 92.16; Tg 1.13). Deus odeia o pecado (Dt 25.16; Sl 5.4, 11.5; Zc 8.17; Lc 16.15). Assim sendo, as Escrituras rechaçam todas aquelas ideias deterministas, segundo as quais, Deus é autor e responsável pela entrada do pecado no mundo. O pecado é o resultado de uma escolha livre porém má, do homem (Ec 7.29; Lm 3.39).

III - O HOMEM, A QUEDA E A IMAGEM DE DEUS
A Bíblia é a única fonte segura concernente a criação do homem e seu estado original. De forma simples e objetiva o Gênesis declara que, depois de tudo feito especialmente, o homem, “viu Deus que era muito bom” (Gn 1.31). Contudo, a Bíblia não só revela o primeiro estado do homem, como relata a história da perda do seu primeiro estado de santidade, pela Queda, e também a possibilidade de sua restauração (Cl 3.10; Ef 4.24). O primeiro homem possuía um corpo, alma e um espírito perfeitamente adequados um ao outro. Não havia conflito entre os impulsos pessoais e os espirituais no homem, pois isso era um tipo de perfeição física e espiritual (Gn 3.22). Vejamos as consequências da Queda:

3.1 - Criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26,27). Em que consiste esta imagem de Deus? Ao longo da história, os teólogos vêm discutindo sobre as diferenças entre “imagem e semelhança”. Porém, a distinção entre as duas características quase se confunde com a diferença entre personalidade (ou pessoalidade) e espiritualidade. No hebraico, as palavras imagem “tselem” e semelhança “demut” exprimem a ideia de algo similar, mas não idêntico à coisa que representa ou de que é uma “imagem”. A imagem de Deus no homem com a presença do pecado está deturpada, afetada, mas, não totalmente como afirmam alguns que terminam com isso atribuindo a falta de livre escolha no homem por essa total depravação.

3.2 - Há uma distância infinita entre Deus o homem. Só Cristo é a imagem expressa da Pessoa de Deus, como o Filho de Deus, que possui a mesma natureza. Na verdade, a imagem divina no homem é como a “sombra no espelho”. O homem, como imagem de Deus, foi dotado de atributo moral, isto é, de justiça original. Porém, essa justiça não era imutável; havia a possibilidade de pecado, pois ele foi dotado de livre-arbítrio (Dt 30.15-19). O homem foi criado com uma natureza santa, voltada naturalmente para Deus e sua vontade. Essa imagem divina no homem revela seu caráter e sua natureza religiosa, haja vista ter sido dotado de “espírito”, para manter comunhão com o seu Criador.

IV – O PECADOA DISTORCEU A IMAGEM DE DEUS NO HOMEM
Na teologia cristã, a doutrina do pecado ocupa grande espaço porque o cristianismo é a religião da redenção da raça humana. De todas as doutrinas bíblicas, três delas são de vasta amplitude porque tratam de Deus, do pecado e da redenção. Existe uma inter-relação entre essas três doutrinas. É impossível tratar do pecado sem mencionar a redenção do pecador e, naturalmente, a sua relação com a sua fonte: Deus (CABRAL, 2008, p. 302). A Bíblia nos revela que no Jardim do Éden o homem manifestou algumas atitudes que contribuíram para a sua Queda. Por isso, analisemos:

4.1 - A Queda distorceu e avariou a imagem divina no homem. O destaque maior no relato da criação está na palavra “imagem”: “E criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou” (Gn 1.27). Existem alguns ensinamentos de que o ser humano na Queda perdeu totalmente a imagem de Deus inclusive o livre-arbítrio, estando assim totalmente depravado. Essa teoria é incoerente e anti-bíblica, pois a imagem e a semelhança, de fato, se referem aos aspectos moral e espiritual de Deus que foi colocado no homem, os quais ainda persistem mesmo depois do pecado no ser humano, apesar de desfigurados e transtornados pela Queda e os efeitos subsequente. Quanto à imagem moral, o homem é constituído de intelecto, vontade e sentimento; isto. Quanto à imagem espiritual, ele possui espírito e alma.

V - AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA DO HOMEM
Indiscutivelmente, o pecado trouxe graves consequências ao Universo, especialmente á vida na Terra. A Bíblia faz várias declarações a respeito da universalidade do pecado (I Rs 8.46; Rm 1.18; Rm 3.10-12, 23; 6.23). Portanto, vejamos algumas consequências que o pecado trouxe ao homem depois da Queda.
  • - O pecado fez com que a terra fosse amaldiçoada (Gn 3.17.18)
  • - O pecado trouxe ao homem a punição da morte física e espiritual (Gn 3.19; Rm 5.12; 6.23; Tg 2.26)
  • - O pecado acarretou punições naturais e físicas na vida do homem (Gn 3.16; Rm 8.20-23)
  • - O pecado deu origem a lei da morte atuante sobre a totalidade da raça humana (1Co 15.21,22; Ef 2.1,2)
  • - O pecado trouxe inquietação e aflige o pecador (Jr 2.19)
  • - O pecado escravizou o homem e interrompeu a comunhão com Deus (Jo 8.34; Rm 3.23)
  • - O pecado exclui o homem do céu (Ap 22.15)
VI – O PECADO FEZ O HOMEM REBELAR-SE CONTRA DEUS
As Escrituras afirmam que o pecado trouxe rebelião e separação do homem em relação a Deus. Vejamos:

6.1 - A Queda trouxe rebelião contra Deus. Satanás, que já havia se rebelado contra Deus e caído, veio tentar o homem para que este também desobedecesse e se rebelasse contra Deus. Então, por intermédio de uma serpente, ele esperou uma oportunidade em que a mulher estivesse a sós, lançou em dúvidas a bondade e a fidelidade de Deus e enganou a mulher para que ela comesse do fruto que Deus havia dito que não comessem (Gn 2.16,17; 3.1-5). A mulher, então, comeu do fruto e deu também a seu marido (Gn 3.6). Dessa maneira, então, o pecado entrou no mundo (Rm 5.12) e o homem rebelou-se contra o criador.

6.2 - A Queda trouxe separação contra Deus. Desde a queda do homem que Satanás tem promovido meios de separar ainda mais o homem de Deus. Seu maior desejo é que toda criatura venha se rebelar contra o criador. Por isso, ele tem se utilizado da educação, da filosofia, dos meios de comunicação, de movimentos filosóficos, humanistas e ateístas, com o intuito de separar o homem de Deus e conduzi-lo ao ateísmo (2Co 4.4).

VII - A HEREDITARIEDADE E UNIVERSALIDADE DO PECADO
Todos os atos pecaminosos das pessoas são frutos de sua natureza pecaminosa (Rm 5.12; 19). A morte, como punição do pecado, tem um caráter universal. Por causa do pecado de Adão, todos os seus descendentes tomaram-se pecadores e culpados (Rm 5.8). Portanto, o pecado é hereditário e a sua universalidade deve-se à corrupção da natureza humana. A tendência má que se revela numa criança por exemplo, se percebe na semente dessa tendência má. A criança até certa idade é despida de consciência moral, mas congenitamente possui a natureza pecaminosa herdada. Nesse sentido, toda criança até alcançar a idade da consciência do bem o do mal é pecadora por natureza, conquanto não tenha a culpa pessoal (SI 51.5). No Juízo Final, as pessoas serão julgadas mediante o teste da conduta pessoal, enquanto estas crianças, nesta faixa etária, mesmo tendo uma natureza para mal, são incapazes de transgressão pessoal; por isso, cremos que elas estarão entre os salvos (Mt 19.14; 21.16; 25.45,46; Lc 10.21).

VIII – A SALVAÇÃO EM RELAÇÃO AO PECADO
A palavra salvação significa, em primeiro lugar, “ser tirado de um perigo, livrar-se, escapar” (At 26.18; Cl 1.13). A tradução da palavra grega “soterion”, tem o sentido de “tornar ao estado perfeito”, ou “restaurar o que a queda causou”. Vejamos as bênçãos que acompanham a salvação:

O homem é salvo dos seus pecados (Mt 1.21; Lc 7.50), que lhe são perdoados (Lc 7.48; Tg 5.20). A salvação também o livra da culpa (Ef 1.7; Cl 1.14) e do poder do pecado (Rm 7.17, 20, 23, 25). O homem é salvo do juízo (I Tm 5.24; Rm 8.1), da ira de Deus (Rm 5.9) e da morte eterna (Tg 5.20; Ap 20.6);

O homem entra em comunhão com Deus (Ef 2.13,18; Lc 1.74,75), recebe entrada na sua graça (Rm 5.2) e torna-se cidadão do céu (Ef 2.19). O homem é salvo desta geração perversa (At 2.40), isto é, recebeu uma nova posição em relação ao mundo (Fp 2.15); ele é salvo do poder de Satanás (At 26.18; Cl 1.13-15; Hb 2.14);

O homem torna-se templo e morada do Espírito Santo (Jo 14.17; I Co 6.19), que passa a agir em sua vida (Ef 1.13; 2.16-18). A salvação lhe dá viva esperança (I Pe 1.3) e direito à glória eterna (II Tm 2.10; 4.18), e assim, é salvo da ira de Deus (I Ts 1.10; 5.9; II Pe 2.9).

CONCLUSÃO
O pecado causou a separação entre Deus e o homem (Rm 5.12; 6.23), mas, Cristo trouxe de volta a possibilidade da comunhão com Deus. 

REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
KELLY, J.N.D. Introdução e Comentário. MUNDO CRISTÃO.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

LIÇÃO 03 – E DEUS CRIOU O HOMEM E A MULHER (Gn 2.7, 18-24) - 4º TRIMESTRE DE 2015

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524
LIÇÃO 03 – E DEUS CRIOU O HOMEM E A MULHER - 4º TRIMESTRE DE 2015
(Gn 2.7,18-24)

INTRODUÇÃO
O homem não é somente a coroa da criação, mas também é objeto de um especial cuidado de Deus. E a revelação de Deus na Escritura é uma revelação dada ao homem, e na qual o homem é de seu interesse vital. Nesta lição, destacaremos importantes informações acerca da criação do homem segundo o relato do livro de Gênesis e que Deus após fazer o homem, fez-lhe também uma adjutora, instituindo em seguida o casamento.

I – A ORIGEM DO HOMEM SEGUNDO O LIVRO DO GÊNESIS
Deus havia formado os céus e os preenchido com os luminares celestes e as aves que voam (Gn 1.1,14). Havia formado os mares e enchido as águas com várias criaturas aquáticas (Gn 1.9,20-22). A criação chegou a seu ápice quando, no sexto dia, o Senhor criou o primeiro homem, o qual, juntamente com sua esposa, teria domínio sobre a Terra e suas criaturas (Gn 1.26,27). Abaixo destacaremos algumas verdades bastante interessantes sobre o relato bíblico:

1.1 A criação do homem foi precedida por um solene conselho divino. Antes de registrar a criação do homem, o escritor inspirado nos leva de volta, por assim dizer, ao conselho de Deus, pondo-nos em conhecimento do decreto divino com as palavras: “Façamos o homem [...]” (Gn 1.26). “Enquanto os outros seres foram criados sob o impacto do “faça-se” de Deus, o homem teve criação de modo bem diferente. Deus concretizou o seu projeto para criar um ser especial, de forma especial, nos atos da criação. Assim, Ele, em conjunto com os outros componentes de sua Unidade, que se consubstanciam na Trindade (Pai, Filho e Espirito Santo)” (RENOVATO, 2008, p. 251 – acréscimo nosso).

1.2 A criação do homem foi um ato imediato de Deus. A criação do homem segundo as Escrituras adveio de um ato imediato de Deus. Segundo Renovato (2008, p. 540), enquanto “a Antropologia Humana exalta a teoria da evolução das espécies, por meio do acaso e da chamada “seleção natural”. A Antropologia Bíblica fundamenta-se na Palavra de Deus, que afirma categoricamente: “No principio, criou Deus os céus e a terra...”. E disse Deus: “Façamos o homem a nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26-a). Esse é o ponto de partida, diante do qual o cristão, que crê na revelação divina, jamais tergiversará diante dos argumentos humanos, materialistas, contrários a fé em Deus”.

1.3 A criação do homem foi distinta das outras criaturas. Quanto aos animais o relato bíblico nos informa que Deus os fez conforme a sua espécie, já quanto ao homem, o Criador o fez distinto das demais criaturas, o fez a “sua imagem e semelhança” (Gn 1.26,27). “O homem devia ser conforme a semelhança divina, tendo similitude geral com Deus, mas não sendo uma duplicata exata. Não era para ele ser um pequeno Deus, mas definitivamente tinha de estar relacionado com Deus e ser o portador das características distintivas espirituais que o marcam exclusivamente como ser superior aos animais” (BEACON, 2006, p. 33 – acréscimo nosso). Segundo Stamps (1995, p. 979) a semelhança de Deus com o homem se dá da seguinte forma:

Semelhança natural:  Adão e Eva tinham semelhança natural com Deus. Foram criados como seres pessoais, tendo mente, emoções, autoconsciência e livre arbítrio (Gn 2.16, 19-20,23; Dt 30.19; Is 56.4).

Semelhança moral: Eles tinham semelhança moral com Deus, pois não tinham pecados, eram santos, tinham sabedoria, um coração  e o poder de decisão para fazer o que era certo (Rm 2.15). Viviam em comunhão pessoal com Deus, que abrangia obediência moral e plena comunhão.

1.4 A dupla natureza do homem. O relato do livro do Gênesis nos mostra que Deus fez e criou o homem (Gn 1.26,27). Embora as expressões “fazer” e “criar” pareçam ser termos correlatos, eles trazem consigo um sentido mais abrangente, traduzindo a dupla natureza do homem. “Quando a Bíblia fala da criação do homem, usa a palavra hebraica “asah” que significa: “fazer de coisas que já existem” neste caso o corpo do homem foi feito de um material físico, palpável, o pó da terra e a mulher da costela de Adão (Gn 2.7,22). Confira ainda: (Gn 3.19; Sl 103.14; Jó 10.9; I Co 15.47). Porém, a Bíblia também usa a palavra “bara” quer significa “fazer algo do nada”, porque ele também criou no homem espírito e alma (Gn 2.7-b)” (BERGSTÉN, 1981, p. 70 – acréscimo nosso). A Bíblia deixa claro que o homem é um ser tricótomo. Tricotomia do grego “trikha”, três; “tomé”, corte. Doutrina segundo a qual o ser humano é constituído por três partes distintas: corpo, alma e espírito. Segundo Renovato (2008, p. 270) “esse ensino honra as Escrituras e se harmoniza com elas, pois, de acordo com a Bíblia, o homem tem uma constituição tríplice, sendo formado de espírito, alma e corpo (I Ts 5.23; Hb 4.12)”

1.5 A elevada posição do homem na criação. Ao criar o homem, o Senhor lhe deu uma elevada posição diante de toda a criação (Gn 1.28; Sl 8.6). Segundo Berkof (2000, p. 174) “O homem é descrito como alguém que está no ápice de todas as ordens criadas. Foi coroado como rei da criação inferior e recebeu domínio sobre todas as criaturas inferiores. Como tal, foi seu dever e privilégio tornar toda natureza e todos os seres criados, que foram colocados sob seu governo, subservientes à sua vontade a o seu propósito, para que ele e todos os seus gloriosos domínios magnificassem o onipotente Criador e Senhor do universo”.

II – CASAMENTO UMA INSTITUIÇÃO DIVINA
A história do primeiro casal, Adão e Eva, é apresentada no AT como a gênese do casamento (Gn 2.18-25). O texto bíblico deixa claro que Deus “formou uma mulher, e trouxe-a a Adão” (Gn 2.22-b). O casamento é pois uma instituição divina divina (Mt 19.5,6). O padrão bíblico para o casamento é:

2.1 União heterossexual (entre pessoas de sexos diferentes). O relacionamento conjugal só é possível entre um homem e uma mulher, ou seja, entre um macho e uma fêmea (Gn 1.27). Qualquer união sexual fora desse padrão, como o homossexualismo, por exemplo, se constitui violência ao plano original divino (Lv 18.22; Dt 23.17).

2.2 União monossomática (mono = um) + (soma = corpo). Deus, de um ser humano, fez dois (Gn 2.21,22), e de dois “macho e fêmea” tinha em mente, com o casamento fazer um “e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.” (Gn 2.24-c).

2.3 União indissolúvel. A Sagrada Escritura nos revela que no projeto de Deus, o casamento é indissolúvel “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24-b). A expressão “apegar-se” no hebraico dãbaq significa: “apegar-se, grudar-se, esconder-se”. O uso no texto de (Gn 2.24) reflete o significado de um objeto (pessoa) ser único a outro (VINE, 2002, p. 42). Confira ainda (Mt 19.6; Rm 7.2).

2.4 União monogâmica (mono = um) + (gamós = casamento). Monogamia, é o sistema de constituição familiar pelo qual o homem tem uma só mulher e a mulher um só marido. A monogamia é o padrão divino para o casamento (Gn 2.18).
O apóstolo Paulo foi enfático quanto ao casamento monógamo “cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (I Co 7.2).

III – OS PROPÓSITOS DIVINOS PARA O CASAMENTO
3.1 Companhia. O relato bíblico nos mostra que o homem estava só, pois faltava-lhe uma companheira (Gn 2.20). Deus viu a necessidade de Adão e providenciou-lhe a mulher para suprir sua carência (Gn 2.18). A mulher foi criada para ser a amável companheira do homem e sua ajudadora. Daí, ela ser participante da responsabilidade de Adão e com ele cooperar no plano de Deus para a vida dele e da família por meio do casamento.

3.2 Identificação. No casamento Deus criou uma pessoa para Adão com quem ele se identificasse. Por isso, fazendo-o dormir, tirou-lhe uma parte do corpo, para dela fazer uma mulher “E da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão” (Gn 2.22). Deus estava criando não apenas um outro indivíduo, mas um indivíduo novo, totalmente diferente, com outro sexo. Adão identificou-se de tal maneira com a mulher que se expressou a respeito dela da seguinte maneira: “Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada” (Gn 2.23).

2.3 Relacionamento. Outro propósito pelo qual Deus instituiu o casamento foi para que o homem tivesse com quem se relacionar plenamente. O texto Sagrado nos mostra que através do matrimônio Deus tinha em mente proporcionar ao homem e a mulher um relacionamento de forma: (1) Física: “e apegar-se-á à sua mulher”; (2) Sexual: “e serão ambos uma carne”; e (3) Emocional: o homem que “estava só” (Gn 2.1) agora tinha alguém para dirigir seu afeto (Gn 2.23).

CONCLUSÃO
A narrativa do livro do Gênesis nos mostra claramente que o homem não é produto da evolução, mas fruto de um ato criativo de Deus. Diferente dos animais, Deus o fez conforme a sua imagem e semelhança, colocando-o como coroa da criação.

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. CPAD.
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. CULTURA CRISTÃ.
CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática. CPAD.
GILBERTO, Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
LOPES, Hernandes Dias. Casamento, divórcio e novo casamento. HAGNOS
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

LIÇÃO 02 – A CRIAÇÃO DOS CÉUS E DA TERRA (Sl 104.1-14) - 4º TRIMESTRE DE 2015

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 02 – A CRIAÇÃO DOS CÉUS E DA TERRA - 4º TRIMESTRE DE 2015
(Sl 104.1-14)

INTRODUÇÃO
A origem do Universo é um tema bastante discutido na sociedade hodierna. E como sempre, sua discussão se restringe apenas à algumas tentativas em vão de se explicar a origem através de teorias “blindadas” e repassadas como ciências exatas. Porém, a Bíblia é clara e taxativa em mostrar que tudo começou quando o Deus de amor, iniciou a criação.

I – DEFINIÇÃO DE DEÍSMO E TEÍSMO
Na Bíblia o termo criar tem dois sentidos, no sentido de criação imediata e no sentido de criação mediata. Como criação imediata de Deus, entendemos o ato livre do Deus Trino pelo qual no princípio e para Sua glória, criou o universo sem usar material preexistentes, ou seja, criou do nada (do hebraico “barah”). Enquanto que a criação mediata nos fala da ação criadora a partir de material já existentes. A Bíblia nos mostra Deus na criação original do céu e da Terra (Is 40.26; 45.18; Is 43.5; 45.18; Jo 1.3; At 17.24; Rm 11.36) e de todos os homens (Sl 102.18; 139.13-16; Is 43.1,7). Em relação a ação criadora de Deus, temos duas posições diferentes. Vejamos:

1.1 Deísmo. “Doutrina que, apesar de admitir a existência do Supremo Ser (Deus), ensina não estar Ele interessado no curso que a história toma ou venha a tomar. Noutras palavras, de acordo com o deísmo, Deus limitou-se tão somente a criar-nos,
abandonando-nos a seguir à própria sorte” (ANDRADE, 2006, p. 133).

1.2 Teísmo. “Doutrina que admite a existência de um Deus pessoal, Criador e Preservador de tudo quanto existe, e que, em sua inquestionável sabedoria, intervém nos negócios humanos relacionando-se com sua criação” (ANDRADE, 2006, p. 338). Este é o ponto de vista teológico que cremos (Jó 39; Mt 6.26). Nenhuma verdade científica da Bíblia jamais foi contraditada.

II – PRINCIPAIS TEORIAS ACERCA DA ORIGEM DO UNIVERSO
Há dois tipos principais de evolucionistas a saber: a) O evolucionista ateísta, é aquele que acredita que a criação é obra do acaso sem nenhuma participação de Deus, e b) O evolucionista teísta, é aquele que acredita que Deus criou todas as coisas, e a criação passou por um processo de evolução. Todavia, tanto o evolucionismo ateísta como o teísta, são confrontados com a verdade das Escrituras que diz que Deus criou o Universo, a Terra, as plantas, os animais e o homem que é a coroa da criação em seis dias (Gn 1 e 2). (ANDRADE, 2006, p. 185). Vejamos algumas teorias quanto a criação:

2.1 Big-Bang (teoria da grande explosão). Defende que tudo resultou de uma grande explosão aleatória e sem causa primária a bilhões de anos (evolução espontânea), e que, a partir daí, surgiram os mundos, as galáxias e tudo que existe sem a participação de um Ser criador. Mas, a Bíblia declara que todas as coisas foram criadas por Deus (Gn 1.1; Jo 1.10; Cl 1.16,17; Hb 11.2).

2.2 Teoria ateísta. Nega a existência de Deus e afirma que o universo é a totalidade de existência, e que existe por necessidade e por toda eternidade. Entretanto, a geologia e a astronomia tem demonstrado que houve grandes mudanças na Terra e no espaço sideral, mostrando com isso que a ordem presente não é eterna, ou seja, houve um tempo em que o Universo não existia (Hb 3.4). Vejamos ainda (Rm 1.19,20; Sl 19.1-10).

2.3 Teoria panteísta. Declara que Deus e a natureza são a mesma coisa e estão inseparavelmente ligados. O Senhor nada criou, mas tudo emana e faz parte dele, ou seja, Deus é tudo e tudo é Deus. Porém, a Bíblia afirma que o Criador não é parte
do universo, e sim, este foi criado por Ele (Gn 1.1; At 17.24)

2.4 Teoria evolucionista. Ensina que a matéria é eterna e preexistente. A partir daí, mediante processos naturais e por transformação gradual, os seres passam a existir. Todavia, a Bíblia afirma que Deus criou todas as coisas (Jo 1.1-3).

III - PORQUE O CRIACIONISMO É BÍBLICO
O criacionismo é a doutrina segundo a qual tudo quanto existe foi criado unicamente por Deus. Vejamos porque o criacionismo é bíblico e deve ser aceito:

3.1 Porque é a única doutrina que explica a criação como um ato divino. O Trino Deus é o autor da criação (Gn 1.1; Is 40.12; 44.24; 45.12). A participação do Filho na criação é indicada pelos seguintes textos (Jo 1.3; 1Co 8.6; Cl 1.15-17); bem como a atividade do Espírito Santo (Gn 1.2; Jó 26.13; 33.4; Sl 104.8).

3.2 Porque é a única doutrina que explica a criação como um ato livre de Deus. A Bíblia nos ensina que Deus criou todas as coisas segundo o conselho de Sua vontade (Ef 1.11, Ap 4.11) e que Ele é auto-suficiente e não depende de Suas criaturas para exercer sua vontade criadora (Jó 22.2,3; At 17.24).

3.3 Porque é a única doutrina que defende a criação como um ato temporal de Deus. Deus criou o mundo “no princípio” da criação, o tempo passa a existir dentro da eternidade a partir da criação do mundo. Na Bíblia, aprendemos que o mundo teve um começo, ou seja, um início (Mt 19.4,5; Mc 10.6; Hb 1.10).

3.4 Porque é a única doutrina que defende a criação como um ato pelo qual o universo é produzido do nada . A Bíblia Sagrada declara que o universo foi criado a partir do nada (Gn 1.1) do hebraico “barah”, ou seja, o universo não foi criado a partir de material pré-existente, e esta verdade é ensinada nas passagens (Sl 33.6,9; e 148.5; Hb 11.3).

IV - A IMPORTÂNCIA DO CRIACIONISMO BIBLICO
A importância do criacionismo bíblico é que ele responde às perguntas fundamentais da existência humana. Como chegamos aqui? De onde viemos? Por que estamos aqui? Gênesis é o alicerce para o resto da Escritura, onde encontramos as respostas a estas questões. Gênesis tem sido comparado à raiz de uma árvore por ser a âncora da Escritura.

4.1 O criacionismo bíblico responde à questão da criação da raça humana. O texto de Gênesis 1.1 nos dá três grandes verdades que são os fundamentos do criacionismo bíblico e da fé cristã. Em primeiro lugar, Deus é um só. Isto está em contraste com o politeísmo dos pagãos e o dualismo da filosofia humanista moderna. Em segundo lugar, Deus é pessoal e existe fora da criação. Isso está em contraste com o panteísmo, onde Deus é visto como imanente, mas não transcendente. Em terceiro lugar, Deus é onipotente e eterno. Isto está em contraste com os ídolos que algumas pessoas adoram. Deus existia antes, agora, e sempre existirá – O Deus trino criou tudo o que existe a partir do nada (Gn 1.3; Jo 1.1-3; Rm 4.17).

4.2 O criacionismo bíblico responde à questão da condição da raça humana. Trata da queda do homem, mas também deixa-nos com a esperança de redenção (Gn 3.15; Rm 6.23). É importante que entendamos que estamos unidos em um homem – Adão, uma pessoa que realmente existiu. Se Adão não for uma verdadeira pessoa, então não temos nenhuma explicação plausível de como o pecado entrou no mundo (1Co 15.22). Adão é o cabeça da raça caída, e Cristo é o cabeça de uma raça redimida (Rm 5.18-19).

4.3 O criacionismo bíblico responde à questão da condição da raça humana após a morte. A última questão fundamental para a humanidade é o que acontece conosco quando morremos (Jó 14.1,2; Hb 9.27; Tg 4.13-15). Se o homem for apenas parte do universo evoluído e retornar ao pó quando morre, temos de afirmar que não temos alma ou espírito e que esta vida é tudo que existe. A moralidade de Deus define um padrão imutável que não só promove uma vida melhor para nós pessoalmente, mas também nos ensina a amar os outros e, por último, a trazer glória ao nosso Criador. Este padrão é exemplificado por Cristo. É através da Sua vida, morte e ressurreição que encontramos um propósito para esta vida e esperança de uma vida futura com Deus no céu (I Co 6.14; 15.20-22,52; II Co 4.14; I Ts 4.16).

V - A CRIAÇÃO DO UNIVERSO SEGUNDO A BÍBLIA
A Bíblia não discute o tema “evolução”, pois inicia afirmando que “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). O que evoluiria seria a ciência, as pesquisas, o saber (Dn 12.4). Ela não entra em detalhes sobre os assuntos postos acima. Apenas afirma. Não se preocupa em explicar, por exemplo, se os seis (6) dias da criação foram de vinte e quatro (24) horas como os de hoje. A seguir, vejamos alguns argumentos que reforçam a criação como é descrita na Bíblia:

5.1 A formação das espécies. A evolução prega que as espécies foram aparecendo de acordo com mutações nos seres iniciais, de acordo com a necessidade ambiental de sobrevivência. Hoje em dia, sabemos que existem variações dentro da mesma espécie. Por exemplo: vários cruzamentos genéticos em cães têm propiciado o aparecimento de novas raças. Mas continuam sendo cães. Não se conhece nenhum animal que devido a mutações mudou de espécie, simplesmente porque isso é impossível e a maioria das mutações leva seres vivos à morte (Gn 1.12 20-22).

5.2 As leis da Natureza. Todas as leis da física e da biologia têm total compatibilidade com o relato bíblico da criação, se houver o pressuposto de que num determinado momento todo o universo estava criado e maduro, e começou a validade das leis da natureza (Sl 19.1-4).

5.3 O Universo apareceu todo na semana da criação. Não existe nenhuma evidência de que esteja havendo evolução em todo tempo registrado. Os fósseis encontrados anteriormente, e ainda em nossos dias, indicam que os seres de outrora eram
exatamente como os de hoje, ou seja, não existe nada sobre as espécies transitórias defendidas pela teoria da evolução.

5.4 A Origem da Vida. Conforme a teoria da evolução, o primeiro ser vivente surgiu da combinação de vários acontecimentos físicos e químicos. Pelo conhecimento atual a respeito deste assunto, sabe-se que o mecanismo necessário para proporcionar a vida desencadearia um processo de desintegração da célula criada logo a seguir. Isto está de acordo com a lei da Termodinâmica que explica sobre a tendência de desorganização dos sistemas organizados. Os evolucionistas pensam mais ou menos assim: Coloque todas peças de um relógio dentro de uma caixa e sacuda até que o mesmo seja
completamente montado.

CONCLUSÃO
A Bíblia Sagrada, a inerrante Palavra de Deus, e somente ela, tem a única, e mais lógica, explicação para a origem do Universo. Negar a existência de um Projeto inteligente, e de um Criador inteligente, é negar a própria lógica do Universo
constatadas pela astronomia, física, pela química e por outras ciências. Cumpre-se o que diz, de modo eloquente, a Palavra de Deus: “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anunciam as obras de suas mãos” (Sl 19.1).

REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
KELLY, J.N.D. Introdução e Comentário. MUNDO CRISTÃO.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
HOWARD, R.E et al. Comentário Bíblico. CPAD.

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